Capítulo 3

1581 Words
Sônia Esses dias que se passaram foram uma loucura, tive o “noivado de apresentação”, tive que separar todas as minhas coisas para a mudança e ainda, tive que ir a uma consulta com a Lya. Eu e ela além de atender o pedido dos nossos futuros maridos, optamos por nos prevenir, pois, não pensamos em filhos tão cedo. Escolhemos a injeção, pois comprimidos eu esqueceria toda hora, e a injeção é a cada três meses, então, achei mais vantajoso, fora que, a nossa ginecologista irá nos acompanhar em tudo e nos procurar dias antes do dia certo para tomar novamente. Essa é das vantagens de termos médicos na Máfia. Hoje é o dia do meu casamento, confesso que não sei bem explicar o que sinto nesse momento, mas de certa forma, um alívio me atinge por saber com quem me casarei. Poderia ser pior, já fiquei sabendo de garotas que só descobriram quem eram seus esposos no dia do casamento, e no dia, eram homens horrorosos. Não consigo imaginar isso acontecendo comigo. Sei que beleza não é tudo, mas, convenhamos que um velho barrigudo não é algo que eu mereça nessa vida. A única coisa que tive coragem e bom ânimo para decidir, foi o meu vestido, e Lya me ajudou muito nos detalhes, e agradeci muito a Alef por ter a chamado para estar comigo nesse dia. A cerimônia será bem simples e só para pessoas próximas e algumas pessoas do conselho. Homens que não se importam nenhum pouco comigo e que só querem ver as leis da Máfia serem cumpridas. Ah se eu pudesse, esganava cada um sem piedade alguma, pois, por causa deles, mulheres como eu, somos obrigadas a passar por isso, eu sei que em comparação as outras, estou no céu, mas, eu me coloco um pouco no lugar delas. Afasto esses pensamentos e me olho no espelho me vendo totalmente produzida. -Está linda Sônia... – Lya diz com carinho. -Obrigada, também gostei..., nervosa? – Pergunto a ela. -Um pouco..., o seu irmão não fala comigo e fico completamente perdida. – Ela diz me parecendo com medo. -Eu entendo..., Alef sempre foi assim, mas acredito que ele nunca a machucaria. – Falo a verdade. -Queria ouvir isso dele, mas..., vamos falar de você..., como se sente? – Ela pergunta e respiro fundo. -Nervosa, ansiosa e sei lá..., e se não dermos certo? E se, eu sofrer e tiver que viver de forma totalmente submissa a uma pessoa por causa da Máfia? – Pergunto sentindo meu coração apertado. -Espero de verdade que não passemos por isso, mas para ser sincera..., eu vi a forma como ele te olha, deu para ver que ele sente algo..., já é um ponto positivo, fora que... – Lya olha para os lados e diminui o tom de voz. – Ele é muito bonito. – Ela diz toda tímida. -Ah Lya..., você não existe..., que o meu irmão nunca ouça isso! – Falo rindo da situação e ela me acompanha. Começo a sentir um nervosismo e um medo enorme quando olho para o relógio de parede, as horas passam rapidamente e fico só imaginando o que virá a seguir. Meu Deus, irei me casar, irei morar em outra casa que nem conheço, perderei a minha virgindade* com um homem que o que tivemos de mais próximo, foi uma mera conversa. Não sei se vou conseguir, me sinto tensa e completamente desesperada internamente, o meu coração aumenta as batidas, sinto as minhas mãos suarem frio e o meu estômago revira quando tento imaginar em como será esse momento. Já li um pouco sobre sexo*, tenho um livro que comprei a poucos dias e confesso que li poucas coisas, pois sei que, não iria me lembrar de nada. Isso é loucura! -Pronta? – Alef pergunta abrindo a porta. Fico sem saber o que responder e ele olha para Lya que esta nervosa ao meu lado com o olhar no chão. -Nos dê licença Lya. – Alef diz e ela acena em concordância caminhando em direção a porta. -Não precisa disso, Lya já morre de medo de você, aí fala desse jeito praticamente a expulsando..., você é um ogro as vezes. – Falo revirando os olhos. -Com ela eu me resolvo depois, vim para buscá-la..., está linda! – Ele diz me olhando por completo. -Obrigada..., o que aconteceria se eu fugisse? – Falo rindo e ele me olha sério. – É brincadeira! – Falo desmanchando o meu sorriso nervoso. -Não apronte nada Sônia..., a situação é delicada e caso fizesse isso, nem eu poderia livrá-la do conselho. – Ele me adverte e é incrível como ele não tem senso de humor. -Eu já sei disso..., só falei por falar. – Falo emburrada. -Ta bom..., o nosso pai ficaria extremamente feliz se pudesse te ver agora! – Ele diz com um sorriso bem pequeno no canto da boca. -Estava pensando nele esses dias..., queria ele aqui! – Falo sentindo uma saudade imensa em meu peito. -Imagino..., mas a nossa realidade é outra, vamos? – Ele estende o seu braço e o aceito indo com ele para a saída do quarto. Caminhamos para a saída da mansão onde começo a ver os convidados, uma música suave começa a tocar e vejo Andrei lá na frente me olhando. Respiro fundo e começo a caminha em sua direção com Alef ao meu lado, parece que quanto mais eu ando, mas longe eu fico dele e me perco em meus pensamentos. -Cuida bem dela! – Ouço Alef dizer e saio do meu transe. -Pode deixar! – Ele responde lhe dou um sorriso leve. [...] -Eu vos declaro, marido e mulher. – Ouço o homem dizer e me viro para Andrei. Ele sobe o meu véu e deposita um beijo bem leve em meus lábios, sinto uma corrente elétrica em meu corpo inteiro seguido de um arrepio. Finjo que nada aconteceu e ouvimos aplausos de todos, olho para eles e vejo Lya aplaudir ficando de pé como todo mundo, ela está ao lado do meu irmão e sorrio para ela onde pelo seu sorriso, sinto um conforto enorme por tê-la por perto. Andrei segura a minha mão e andamos em direção a alguns convidados, ele me apresenta a algumas pessoas, e os cumprimento com um sorriso tentando ser simpática, mas reservada, pois na Máfia, nunca podemos dar muita a******a*. Depois de um tempo, pedi licença e fui atrás da Lya a vendo sentada numa mesa enquanto ela come uns docinhos. -Tudo bem? – Pergunto me sentando perto dela. -Sim, está uma delícia..., prova! – Ela me dá um doce e está muito bom. -Está mesmo, mas não consigo comer..., ah Lya, não paro de pensar em como será essa noite. – Falo baixo e com medo evidente. -Queria poder ajudar, mas não sei nem o que dizer..., e não paro de pensar que daqui a poucos dias, sou eu que irei me casar. – Ela diz com um olhar triste. -Bom, já que não temos saída..., só podemos desejar que seja da melhor forma possível. – Falo me agarrando a uma pequena esperança. -Não tem outro jeito... – Ela diz olhando para o meu irmão. – Como ele é de verdade? -Bom, ele é muito sério, gosta das coisas do jeito dele e..., é muito ocupado, trabalha o dia todo, e..., e... – Tento falar de uma forma que não a magoe. -E o que? – Ela pergunta curiosa. -Desculpa Lya..., ele as vezes frequenta o bordel, e aparentemente tem uma amante fixa. – Conto falando baixo somente para ela ouvir. Vejo Lya engolir em seco e ela fixa o olhar no prato de doces. -Não fica assim..., precisa acreditar que as coisas podem mudar quando se casarem. – Tento concertar a burrada que fiz. -Já esperava por isso..., não é algo absurdo no nosso mundo. – Ela diz ainda olhando para os doces dando de ombros. Encerro o assunto quando vejo Andrei se aproximar, ele diz que está na hora de irmos e me despeço da Lya e de meu irmão. Vamos em direção ao carro onde um segurança da a partida, não falamos nada durante o percurso e fico extremamente nervosa, sinto um frio no meu estômago e as minhas mãos suam onde tento secá-las no vestido. Não consigo tirar os meus olhos da janela e respiro fundo numa tentativa de normalizar o meu nervosismo, mas meu coração só falta sair pela boca. Minutos depois, chegamos a uma casa enorme, não é maior que a minha antiga, mas é bem grande, contém um jardim enorme, alguns homens espalhados pelo lugar e fico olhando tudo observando os detalhes. O carro para e Andrei sai do carro, ele da a volta abre a porta para mim e o agradeço com um leve sorriso, ele me guia me levando a entrada e vejo uma mulher na sala, ela está de pé e com um leve sorriso no rosto. -Cintia, essa é a minha esposa, Sônia... – Ele diz quando nos aproximamos. – Sônia, essa é Cintia, a governanta da casa. -É um enorme prazer* conhecê-la. – Ela diz de forma simpática. -O prazer* é meu! – Respondo tentando não mostrar o meu nervosismo. -Cintia, mostre a Sônia o nosso quarto..., terei que revolver uma coisa. – Ele diz e o olho. – Tudo bem? – Ele pergunta e aceno em concordância. Cintia me mostra o caminho e subimos as escadas, e o meu único pensamento é: que Deus me ajude!
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