O Reflexo de um Anjo II

Extremamente Bondosa!

(Esther)

Ela subiu as escadas junto com todo o seu veneno e a hipocrisia. A porta do escritório se abriu chamando a minha atenção, dela saiu o meu anjo... Um metro e oitenta e oito de pura sensualidade.

- Boa noite meu amor, tá pronta? Ele perguntou vindo até a mim. Eu queria impressiona-lo e quem ficou fui eu. Pither usava uma polo que realçava seu corpo, sem contar a calça jeans skinny que me fez varrer com os olhos de cima a baixo. - Você está linda! Ele disse pegando minha mão e beijando.

- Acho que eu perdi a fala! Falei quase em sussurro. Enquanto ele aproximava seu rosto do meu, levantando seu olhar.

- Que bom que gostou! Sorriu feito um anjo.

No caminho eu estava um pouco inquieta devido ao comentário m*****o de Deborah.

- Neto! Eu não quero estragar o nosso encontro... Mas eu preciso saber de uma coisa!

- Diga meu bem! Ele disse enquanto trocava a marcha do carro.

- É sobre o Liam... Eu soube que ele foi preso e pagou uma fiança! Isso quer dizer que ele está livre?!

- Ele está livre da prisão preventiva meu amor! Liam não ficará impune! O julgamento ainda está previsto, e meu tio estimulou uma pena de no mínimo cinco anos de prisão! Ele disse se virando para mim atencioso. - Não se preocupe! Ele vai ter que responder por lesão corporal, assédio, tentativa de estupro, e injúria... Meu tio não vai desistir tão fácil!

Assenti com a cabeça enquanto via o reflexo das luzes da cidade no vidro.

- Neto! Você já pensou que seu pai pode perder a minha guarda provisória depois disso?

Ele me olhou com uma sombra de preocupação e pegou minha mão em seguida.

- Até lá estaremos bem longe... Nada vai te acontecer enquanto eu estiver por perto!

(...)

Apesar de uma semana complicada Pither fez eu me sentir incrivelmente bem. Fazia tempo que eu não sorria, e gargalhamos muito mediante ao filme.

- O que você tá fazendo? Perguntei vendo ele jogar uma pipoca no pessoal da frente.

- O lance de jogar pipocas nos outros era verdade também! Ele me disse sorrindo.

- Não faz isso! Falei abraçando-o. Para o impedir de provocar os outros.

Pither estava de bom humor! Fazia piadas de tudo. Sem contar todas as vezes que ele pegou uma porção de pipocas e jogava na minha boca me desafiando a comer.

- Neto! Daqui a pouco vamos ser expulsos da sala! Falei preocupada com a reação das pessoas, com a bagunça do Pither na sua poltrona.

Quando o filme terminou as luzes se acenderam, e ele pegou na minha mão apressado me fazendo praticamente correr.

- Você é maluco sabia? Falei meio tonta ao sair da sala.

- Você não viu nada! Ele disse sorrindo.

- Vem! Você precisa me ajudar a escolher uma roupa!

Entramos numa loja onde só tinham roupas sociais, Pither e eu olhamos vários ternos.

- Me ajuda a escolher um para a exposição de sexta feira!

Uma moça morena se aproximou da gente, com o uniforme da loja. Ela era sorridente, tinha cabelos e olhos pretos e era muito bonita. Quando ela se aproximou de Pither vi os seus olhos medirem ele de cima a baixo.

- Boa noite, posso ajudar? Ela disse já bem perto de nós, porém seus olhos estavam voltados pra ele. Voltei a pegar na mão de Pither, mostrando minha posição.

Pither percebeu minha reação e sorriu apertando a de volta. Ele escolheu seu modelo e a sua numeração e a tal moça foi buscar.

Pither encostou seu queixo na lateral da minha cabeça, e com seus lábios bem próximos da minha orelha sussurrou.

- É impressão minha, ou tem alguém aqui com ciúmes?!

- Eu não estou com ciúmes! Falei na defensiva e ele gargalhou como se isso o deixasse muito feliz.

A vendedora trouxe os modelos desejados por Pither e chegou a vez dele ir no provador. Eu nunca tinha o visto de terno, quando ele saiu ajeitando a abotoadura da camisa meus olhos se impressionaram o seguindo cada detalhe.

- Acho que vou me casar com você ainda hoje!! Falei sorrindo ao seu encontro. - A exposição da sua mãe será um sucesso querido!

- Você acha que estou bem apresentável? Ele disse colando seus lábios nos meus.

- Sem dúvidas! Falei tocando o seu rosto, em seguida coloquei o colete nele e depois o paletó. - Agora sim! Está absurdamente sexy!

Ele sorriu deixando as marquinhas sobre as bochechas aparecerem. Olhei de canto para a vendedora que nos observava de longe.

- Ela está secando você... Nem disfarça! Falei ao pé do seu ouvido. Ele se voltou pra mim falando na mesma altura.

- Independente de quem me olha, é com você que eu volto pra casa! Esbocei o melhor dos meus sorrisos. E olhei triunfante para a atrevida, satisfeita com a resposta dada por ele.

(Pither)

Sorri feito um bobo quando vi a primeira demonstração de ciúmes da minha futura esposa. Após sairmos da loja compramos malas novas para a nossa noite de fuga, estava tudo programado! Nada podia dar errado.

Eu estava muito ansioso apostando todas a minhas fichas nessa viajem. Iríamos pra bem longe só eu e ela, fazer uma vida só nossa e isso superava todas as minhas expectativas.

Na volta pra casa Esther e eu compramos comida mas ela não quis comer, então pedimos pra viajem. Eu dirigia segurando sua mão, enquanto ela admirava a cidade.

- Neto pára o carro! Ela gritou me assustando completamente. Joguei o no acostamento ainda sem entender o motivo do seu desespero.

Esther puxou o cinto de segurança abrindo sua porta em seguida.

- O que você está fazendo? Vi ela pegando a sua sacola de comida.

- Vem comigo! Seus olhos azuis brilharam em meio ao reflexo do luar.

Desabotoei meu cinto, e abri minha porta quando vi ela passando apressada pela frente do carro e atravessando a rua indo de encontro ao pontilhão.

Meu queixo caiu quando vi Esther perante a um morador de rua que ali estava, enrolado com um cobertor.

- O senhor está com fome? Ela perguntou com sua vozinha fina e inocente. Ele assentiu com a cabeça. Ela agachou para ficar de frente a ele. - Toma! Pode ficar... Ela disse entregando a sua sacola. - Isso chama-se cheeseburguer! Aqui também tem batata e um refrigerante... O senhor gosta?

Meus olhos se iluminaram quando vi ele sorrindo pra ela. E eu não pude imaginar que ela teria uma atitude tão nobre.

- A moça tem um coração muito bom! Ele disse a agradecendo. - E tem um brilho de anjo nos olhos!

Esther despediu se do senhor e voltou-se pro carro, se aproximando de mim. E eu entendi o verdadeiro sentido da vida! Você dividir com o próximo, mesmo ou talvez sendo o único que você tem! Mas ela não olhou pra isso, deu lhe de bom grado. Sem platéia, ou holofotes... Fez o bem sem querer nada em troca!

- Você não existe! Falei a abraçando. A envolvi com meus braços não querendo mais a soltar. - Isso deixou a prova que eu não poderia ter escolhido melhor! Estou orgulhoso de você!

(Esther)

Chegamos em casa e eu desci com os saltos nas mãos. Nós dois sabíamos que Déborah estaria acordada, e provavelmente circulando pela casa, esperando para nos provocar! Pither e eu namoramos no carro feito dois adolescentes no fim de festa. Ele era muito palhaço e a gente ria muito o tempo todo.

Quando chegamos à porta, ele me puxou para darmos o nosso último beijo.

- Boa noite meu amor... Até amanhã! Ele disse me dando sequência de beijinhos por todo o rosto.

- Boa noite! Durma bem meu anjo! Falei abafando a risada com a mão. Enquanto Pither impedia minha entrada em casa. - Eu preciso ir! Não tô afim de deixar Déborah estragar a nossa noite!

- Tabom! Ele disse me escondendo em seus braços. - Eu não vejo a hora de a gente se livrar de tudo isso! Sermos livres...

- Logo logo... Falei quase sussurrando. - Eu te amo! Soltei devagar a minha mão da sua e me afastando puxei a maçaneta da porta.

- Eu também! Ele disse parado atrás de mim com seu dedo polegar enroscado no meu.

Quando entrei me deparei com Déborah do outro lado da sala, sentada no sofá me olhando com todo o seu veneno... Acabou o encanto na mesma hora!

Déborah quis se pronunciar mas eu me virei a ignorando completamente. Subi os degraus com meus saltos nas mãos e sem deixar me abater fui em direção ao quarto.

(...)

Depois de ter tomado uma ducha tranquila. Voltei para o quarto me deitando na cama, sorrindo por me lembrar das travessuras de Pither em meio ao shopping.

Eu estava cansada mediante ao dia agitado, encostei-me no travesseiro fofo e acabei adormecendo.

"Do Nada tudo ficou turvo... Eu via Pither com seu terno que escolhemos hoje na loja. Seus cabelos bagunçados voavam com o vento em meio a janela do carro, ele dirigia... Eu notei o volante.

Do nada vi quando Pither olhava sem parar para o retrovisor central, ele estava preocupado! Seu cenho franzido mostrava algo errado. Eu ouvi quando o carro freou, Pither foi lançado para frente. Vi um farol alto de carro atravessar seu caminho, e alguém atirou.

Eu pude contar eram três tiros... No primeiro Pither se abaixou se deitando no assoalho, o carro outra vez cantou pneus e retomou o seu caminho em direção a pista. Ele se levantou com dificuldades, vi ele germer de dor eu não entendia o porquê, o carro dele estava parado no meio do nada. Pither abriu os botões do paletó, se sentando com dificuldades sobre o banco. Depois o colete, só então eu pude ver a mancha vermelha de sangue na camisa social. Pither tinha levado um tiro!

Vi seus dedos tocarem o ferimento e ele fechar os olhos de dor... Sua respiração foi ficando curta, até ele perder os sentidos e cair sobre o banco do carro..."

- Nãaaao!!!! Acordei gritando em meio a madrugada. Lágrimas escorreram por meus olhos e o coração só faltava sair pela boca... "Meu Deus é um aviso!"