Vagabunda Não!!

1957 Words
(Pither) Depois do amor, Esther e eu tomamos banho na banheira de espuma. Coloquei ela entre minhas pernas e acariciei seu rosto. - Eu te amo tanto! Falei em seu ouvido. Ela sorriu timidamente pois não conhecia esse lado romântico meu! Que nem eu mesmo sequer conhecia. Limpei toda a bagunça, e prometi a Esther que no outro dia íamos a farmácia. Ela tomaria a pílula do dia seguinte, e tudo ficaria bem. Eu estava tão apaixonado que queria gritar para que o mundo inteiro soubesse, dos meus sentimentos. A levei para o quarto, e pedi que ficasse só de lingerie. Cobri a nós com o edredom, e ela apoiou seu rosto em meu peito, encaixando sua cabeça perfeitamente em meu pescoço. - Você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida! Ela disse sobre o meu peito. Sorri feito um bobo, acariciando seus cabelos e beijando sua mão. - Eu juro que vamos ficar juntos pra sempre! Eu vou encontrar os seu pais e você ainda será muito feliz... Falei cheirando seu cabelo. Esther levantou-se ainda sobre mim, e encarou meu rosto. - Eu já sou muito feliz em ter você comigo! Seus olhos ganharam brilho. - Mas obrigada por me dar esperanças de encontrar a minha família... Sorri com o canto da boca, e ela me olhou surpresa. - Como você faz isso? - Isso o que? Perguntei sem entender nada. - Você trinca o maxilar quando sorri! Ela disse tocando nele. - Faz outra vez? - Não é assim que funciona! Falei meio sem jeito, pelo modo como ela me olhava. - Saí espontâneo... - Você é tão lindo! Ela me olhava graciosamente. Girei a sobre mim a jogando sobre o colchão, encostando meu rosto sobre seu nariz. - Se continuar me olhando assim... Não vou ter pena de ti! Vou te prender na minha cama e meter em você a noite toda, até você não aguentar mais! - Faz isso! Ela me respondeu meigamente. (...) O dia amanheceu nublado, ouvi quando o celular vibrou em cima do criado mudo. Estiquei o meu braço desligando ele, me virei para o lado e vi o rosto angelical de Esther, ela dormia profundamente. Levantei procurando minhas roupas pelo quarto, vesti minha calça de moletom enquanto olhava pra ela. Esther estava completamente nua na minha cama, eu sentia até uma dormência nas pernas de tanto namorar... ''Acho que passamos um pouquinho da conta, ontem!" Pensei. Fui no banheiro fazer minhas higiene diárias, e ela continuou dormindo. Quando voltei subi sobre a cama engatinhando sobre os lençóis, e comecei a acordar Esther assoprando sua pele, e ela franziu o rosto quando o ar atingiu o seu nariz. - Não faz isso, Neto! Ela disse acordando devagar. - Bom dia meu amor! Falei apertando o seu nariz. - Bom dia! Ela passou sua mão pelo rosto. - Que horas são? - Relaxa... São quase oito! Dá tempo de você tomar um banho e ficar bem bonita... Bom se conseguir ficar mais linda que já é né?! Para o seu primeiro dia de trabalho! Ela sorriu de encontro a mim. - Será que o meu chefe estupidamente gostoso, não vai perdoar o meu atraso?! - Hum... Tá perdoada, só porque me chamou de gostoso! Ela se espreguiçou e eu me levantei pegando as coisas dela que também estavam pelo quarto. - Olha, veste suas roupas e eu vou dar uma verificada no corredor. Se tiver tudo tranquilo você saí! Esther assentiu indo até o banheiro, olhei para o chão e vi sua calcinha minúscula sobre o tapete. Peguei e a levei até ela no banheiro, Esther estava com uma de minhas camisetas que mais pareciam um vestido sobre ela. - Você aproveita só porque estamos atrasados... Falei tocando no seu quadril, e beijando seu rosto. Voltei para o quarto e ela se virou para me ver saindo, continuei sorrindo até abrir a porta. Nessa hora meu sorriso se fechou completamente. Déborah D'Ávila estava em pé feito uma estátua, de braços cruzados me olhando furiosamente. - O que você está fazendo aqui? Perguntei franzindo a minha testa. Ela se arremessou pela porta dentro como uma avalanche, me empurrando dentro do quarto. - Cadê? Ela rondava o quarto feito um cão farejador. - Cadê aquela vagabunda, que passou a noite com você? (Esther) Sabe quando você acorda sem se lembrar o dia, o ano ou onde você está? Pois é assim que eu me encontro... Me sinto zonza e dolorida da cabeça aos pés. Ouvir Pither me chamar de meu amor era quase um sonho, que eu não queria nunca acordar. Nesse conto de fadas Lúcia é a madrasta má que persegue a 'gata borralheira'. E Déborah é a vilã que nunca deixa o mocinho em paz. E uma das piores cenas desse lindo romance, foi quando Déborah invade o quarto de Pither comigo lá dentro. Eu estava escovando os dentes quando ouvi uma gritaria lá fora. Sabe quando você está ouvindo algo e não está acreditando que isso está acontecendo? Então isso se chama negação! E é assim que eu estava... Completamente fora do ar! Ouvi quando aquela desnutrida me chamou de "Vagabunda''... Esperai? Quem ela pensa que é para me chamar assim?! Pither tentou contornar a situação de tudo quanto é jeito! Mas ela parecia um animal raivoso. Vi quando a porta do banheiro se abriu, e ela entrou quase marchando para dentro eu a encarei sem medo. Sei que Déborah gosta de espetáculos! De nada valeu ser bem educada, e estudar em melhores escolas! Ela esquecia tudo na mesma hora e armava o maior escândalo! Eu me cansei de ver ela humilhando a Naná, e debochando dos empregados! Alguém tinha que por limites nessa garota! E eu não ia abaixar a minha cabeça, se é o que ela achava. - Aaah aí está você!! Ela me disse com ódio. - Com a camiseta dele ainda! Vocês me dão nojo!! Ela falava inquieta, Pither tentou tranquiliza-la mas nada adiantou. - Não toque em mim! Ela praticamente berrou. - Você é pior do que ela Pither! Não respeitou nem o nosso filho! Tá aí de quatro por essa v***a mirim! - Repete o que você disse! Repete sua vaca! Falei encarando-a. - Aaaah... A bonequinha está se sentindo ofendida?! Déborah disse ampliando o seu show. Pither passava as mãos pelo rosto, como se não suportasse mais aquela situação. - Déborah chega! Vamos conversar em outro lugar e... - Nãoo! Ela gritou se aproximando de mim, com as mãos na cintura. - Eu quero dizer umas verdades à essa garota! Isso se é assim que posso chamar alguém que leva a vida fácil. Se oferecendo a qualquer um que lhe queira... Nessa hora minha jugular pulou de raiva, ela estava passando dos limites. - Você se aproveita porque está grávida e sabe que eu não posso te dar umas boas bofetadas, nessa sua cara horrível! Está com inveja e ciúmes... Falei ironizando. - Você o perdeu Déborah! Eu tenho uma leve impressão que Pither ia me dizer alguma coisa, quando Déborah pulou em cima de mim grudando nos meus cabelos. Eu não vou negar que ela era muito mais alta do que eu. Mas eu não ia ficar de braços cruzados esperando Pither me defender! Dei uns bons sopapos na cara dela e caímos juntas pelo chão. Aposto que quem visse a briga de longe morreria de rir! Observando nós duas se engalfinhando. Déborah e eu rolamos pro chão feito duas delinquentes, Pither me levantou mas Déborah vinha por cima, e eu me soltava e arranhava aquela carinha maquiada dela. E quando ele puxava Déborah ela se esperneava chutando o ar! Torcendo para que um me acertasse! Pither soltou Déborah e entrou no meio de nós, quando percebeu que a gente não ia parar. - Parem as duas AGORA! Eu e Déborah paramos assustadas com o grito que ele nos deu. Ficamos encarando uma a outra com olhares ameaçadores. Naná entrou na mesma hora e nos olhou aterrorizada. - Mais o que está acontecendo aqui? Ela analisou Déborah com sua roupas em trapos e eu toda descabelada. - Foi essa ridícula que me agrediu! Déborah falava se defendendo. Fui abrir minha boca para revidar, mas Pither se aproximou de mim. - Não responda as provocações dela! Não vale a pena... Déborah deixou cair a boca estupenda. - Você nem disfarça que está do lado dela! Ele fechou os olhos respirando e treinando a sua tolerância. - Você vê Diana?! Ela diz se virando para Naná. - O seu menino de ouro tem uma amante! Eu não vou negar que meu semblante caiu na mesma hora. Eu fiquei muito m*l por Naná saber da gente dessa forma. Ela me olhou no mesmo instante e eu corei. - Pither! Dá pra ouvir os gritos lá do escritório! Por favor ajeite essa situação! Ela disse séria e firme, mas Déborah não queria parar. - O Senhor Álvaro está aí? Ótimo! Vamos ver o que ele acha disso?! Déborah ameaçou sair mas Pither a pegou pelo braço a fazendo parar. Ela se virou relutante. - Você não vai á lugar algum! Chega por hoje, você me entendeu?! Ele disse entre os dentes, com aquela cara feia que até eu tinha medo. - Naná leve Esther para o quarto dela! Eu preciso ter uma conversa com essa aqui! Déborah bufou com os braços cruzados, me fulminando com os olhos quando passei por ela. Naná e eu saímos do quarto de Pither e voltamos pro meu. Quando chegamos no quarto eu me sentei no chão do lado da cama, e abaixei minha cabeça sobre os braços. Lágrimas escorreram por meus olhos e eu não queria que ela visse. - Naná me deixe sozinha, por favor! Ela encostou a porta mas não foi embora. Sentou se ao meu lado no chão, e me trouxe para os seus braços me abraçando. - Chora filha! Vai te fazer bem desabafar! Meu peito soluçava e eu me virei para olha la. - Eu estou com tanta vergonha de você! Disse sentindo meu rosto queimar. - De mim? Ela perguntou surpresa. - Eu sou o menor dos seus problemas! Ela apertou meus ombros como se me consolasse. - É que você soube sobre mim e o Pither... Ela sorriu balançando sua cabeça. - Esther, olha pra mim... Eu tenho o dobro de sua idade e mais alguns anos! Você acha mesmo que eu não sabia do romance de vocês?! Meu queixo caiu, e minha vergonha se ampliou ainda mais. - Eu... Eu estou com medo! Falei assustada. - E é pra estar! Se aquela Smilinguida resolve contar tudo para o Senhor Álvaro, eu não sei o que pode acontecer... Passei meus dedos tentando secar as lágrimas de meus olhos, eu estava m*l. - Eu não devia ter brigado com a Deborah! Falei arrependida. - Aaah devia sim! Ela se aproximou de mim cutucando o meu braço. - Você viu o jeito que ela ficou? Naná disse rindo. - Parecia uma gata arrepiada quando está com medo de um cachorro! Ela gargalhou em seguida. Sorri com meus olhos cheios de lágrimas. - O que vai acontecer comigo, Naná? Ela colocou seu braço em volta de mim. - Se tudo der errado, você tem a mim! E iremos embora daqui de cabeça erguida... Ela levantou sua cabeça fazendo demonstração. - O Pither irá te procurar mesmo se for debaixo das pedras! Assenti com a cabeça, sentindo meu nariz arder. - Vocês não precisam disso tudo para serem felizes! Ela disse olhando em volta de nós. - E eu estou muito feliz por meu menino conhecer alguém como você! - Obrigada, Naná! Eu estou me sentindo muito melhor... Ela bateu no meu joelho e sorriu.
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