CAP 5

1481 Words
Susan Costello Desde aquela noite que atendi aquele homem pela primeira vez, ele está aqui todas as noites e só quer ser atendido por mim. Como a casa funciona de quarta a domingo, já vai fazer duas semanas que ele está frequentando o lugar sem falta e isso, de certa forma, está me deixando preocupada. Não é exagero! Desde que ele entrou nesse lugar, tenho sentido e percebido coisas estranhas ao meu redor! Para começar, todas as noites que ele vem e que o atendo por exigência dele, ouço a sua exigência para que eu sente e lhe faça companhia. Claro que continuo recusando fielmente e faço de tudo para que tenhamos o menor contato possível, porque eu sinto algo de muito estranho quando fico perto dele. Ele nunca se apresentou a mim, nunca perguntou o meu nome ou qualquer outra coisa, apenas, fala em tom de ordem e exigência para que eu fique e fujo em todas as vezes. Luiz também começou a observar isso e ontem, fui liberada de trabalhar como uma folga e coincidentemente, o homem não compareceu. Já é mais um item dos fatos estranhos. Outra coisa estranha, é que sempre que saio de casa durante o dia, eu tenho sentido a sensação de ser observada. Todos os lugares fora de casa eu estou tendo essa sensação e ela traz um certo pavor! É como se cada passo meu fosse contado, como se tudo o que faço fosse vigiado, mas nunca consigo ver nada. Nesse momento, eu estou me arrumando para uma noite de trabalho e pedindo internamente para que ele não compareça hoje. Só quero atender as minhas mesas normalmente, sem ter problemas ou tensões e depois, dormir com a mente tranquila. E outro ponto a se falar, é que aquele homem tem invadido a minha mente, me impossibilitando de dormir em paz. Não é exagero! Os sonhos vem acompanhado de medo, porque o olhar daquele homem é além de escuro. Há uma frieza absurda, fazendo questão de passar medo fazer com que fiquem temerosos e já sonhei com ele me cercando. Não sei do que ele é capaz, não sei o que passa na sua cabeça, mas eu não quero descobrir e quanto mais longe eu ficar, melhor. Já coloquei aminha calça de couro preta e hoje, eu vou usar um cropped rosa mais escuro, decidi prender os cabelos em um r**o* de cavalo longo, já que os meus cabelos são grandes e deixo algumas mechas soltas na frente. Já fiz a maquiagem básica, com nada chamativo demais, porém, preciso estar bem arrumada para atender os clientes. É assim, ou usar algo parecido com as meninas, então, estou melhor com essa roupa. A casa já foi aberta para clientes, mas o meu horário é só perto das onze da noite. Depois de pronta, passo um perfume como sempre e vou começar o meu trabalho. Como eu moro com o Luiz e a casa dele é bem nos fundos do estabelecimento, fica mais prático e ao chegar no salão, não tenho surpresa alguma de que já está lotado. Hillary sempre me cobre até eu chegar e quando ela me vê, o sorriso em alívio é instantâneo e já me aproximo. — Oi! Eu amo quando você chega! — Ela diz me dando um abraço e sei o motivo da pressa. — Vai lá! Eu dou conta aqui! — Digo pegando o paninho da sua cintura. — Você sempre dá. — Ela sai quase correndo para se arrumar e caminho até o balcão. Hoje é noite de dança dela e esse lugar vai a loucura em breve! Dou uma boa olhada no salão o vendo bem cheio, mas não está tão lotado ao ponto de não ter lugares. Discretamente, enquanto passo um pano no balcão, eu olho na direção da ala vip e agradeço internamente por estar vazia. Ele não veio e acho que não vem. Tomara e vou torcer para isso. Começo a atender as minhas mesas como sempre faço e por sorte, hoje os homens não estão escrotos*. — Quero um martini bem caprichado..., um não, dois e traz uma garrafa de tequila. — Anoto o pedido que é acompanhado por gelo e petiscos. — Você também dança como as outras? — Ouço a pergunta já mostrando um incômodo. — Me desculpe, é que é a minha primeira vez aqui..., eu não queria, é..., me desculpe. — Ele fala meio sem graça e o observo bem. Nunca o vi antes. — Tudo bem e, não, eu não danço! Logo eu trago o seu pedido. — Peço licença e vou para o balcão preparar o drink. Vejo Luiz passar pelo salão como sempre e o vejo conversar com um dos seguranças da casa. Não sei o motivo, mas ele mostra estar um pouco nervoso e já conheço bem as suas expressões e para piorar*, ele olha para mim enquanto fala e sinto um frio na barriga. Eu não era assim, temerosa com as coisas, mas respiro fundo e volto ao trabalho. Preparo os drinks, recebo os petiscos e já levo a mesa, depois, volto para pegar os gelos e molhos e volto para o cliente. Luiz caminha na minha direção e pelo olhar, ele vai pedir alguma coisa e já tento preparar o meu coração. — Hillary acabou de se machucar! — Fico chocada e confusa ao mesmo tempo. — O que? O que houve? — Luiz suspira e me faz ir para o lado, perto do corredor da cozinha para contar melhor. — Um dos clientes dela a seguiu no corredor, estava bêbado e queria forçá-la*! Ela tropeçou e torceu o tornozelo, mas eu cheguei na hora e o expulsei. — Ele explica olhando ao redor e confesso que isso nunca ocorreu com as meninas. — Ainda bem que não foi nada de grave..., onde ela está? — Luiz olha as horas no relógio e olha para entrada. — No quarto e vou levá-la ao hospital aqui perto para ver se precisa ser enfaixado..., consegue tomar conta? — Aceno que sim, porque realmente é aqui perto. — Claro, vai lá! Tibérius faz vista grossa na entrada. — Digo fazendo um sinal para ele que corresponde. — Já falei com ele! Eu não demoro e... — A sua voz é interrompida por Hillary. — Susan..., amiga, me faz um favor! — Ela está praticamente pulando numa perna só e me puxa para perto. — Só hoje, por favor..., dança no meu lugar! — O quê? Não! Eu não danço. — Respondo negando* e Luiz fica surpreso. — Por favor! Eu te dou uma parte do que conseguir e você dança muito bem... — Ela pede implorando e me puxa para mais perto ainda. — Eu realmente estou precisando dessa extra e eu te explico melhor depois, mas por favor..., só hoje. — Hillary, eu... — Tento negar* outra vez, mas ela me aperta. — Por favor! Eu te explico tudo depois. — Olho bem nos olhos dela e confesso que não consigo negar*. — Tudo bem! — Aceito sem vontade e ela deixa um beijo no meu rosto. — Espero que seja um bom motivo, porque senão, eu nem olho mais para você. — Falo já me arrependendo. — Tudo bem, te adoro! — Luiz não diz nada, porém, pede para outra pessoa levá-la. Não tem como eu dançar e ficar de olho no salão e atender as mesas. {...} Vesti uma das roupas de Hillary e consiste em uma minissaia rodada minúscula, uma calcinha que não cobre quase nada e um sutiã apertado que só falta fazer os meus s***s* serem esmagados. Que arrependimento grande, mas não posso desistir agora, pois estou a caminho do palco. A luz cai sobre mim, os olhares de todos também e um frio na barriga me domina. Sei usar pole dance? Não como elas. Quando a música começa a tocar, vejo homens surpresos chegarem perto do palco e começo os passos tentando evitar de olhar para eles. Ouço assobios, gritos e os meus olhos se abrem ao sentir algo me tocar. São notas em dinheiro e muitas delas. Uso o quadril, movimento os braços, jogo os cabelos com as mãos passeando no meu corpo e ao ficar de joelhos no chão, jogo os cabelos para trás e tento ir de acordo com as batidas da música. Uso o pole dance apenas para fazer alguns giros simples, mas é o suficiente para receber mais cédulas e aplausos. Quando a música acaba, encerro por aqui mesmo e abro os olhos para olhar para o salão, mas me arrependo na mesma hora, porque ao olhar para cima, lá está ele! Ele me olha fixamente, com as mãos pressionando a barra de ferro e decido sair do palco pelos fundos. Os gritos por mais começam, mas corro para o quarto de Hillary e começo a tirar tudo. Será que ele viu muita coisa?
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