Ester. Você não tem ideia o quanto é desejável

1194 Words
Ester Não é que ele parece mesmo doente! Ele está com os olhos e o rosto vermelhos. E cobertor? Nesse calor? Pego a bandeja e uma manta como ele pediu. Vou até o quarto e dou com seu olhar, que tão logo me vê, viaja por meu rosto e corpo com satisfação. Droga! Ele sempre faz eu me sentir nua, mesmo com esse uniforme grosso. Minha pele mais uma vez se arrepia quando seus olhos focam nos meus novamente. Isso é excitante e enervante. Tudo ao mesmo tempo. Pior que ele sabe o efeito que um olhar desse exerce sobre mim. Ele dá um sorrisinho perverso e eu caio na realidade que isso é seu m*l. Ele, definitivamente, não é confiável. Com certeza alérgico a compromissos. Vive de aventuras. Ele não é o tipo de homem que leva uma mulher à sério. E para quê? Se ele tem elas aos montes? Todas prontas a satisfazer seus desejos! Eu fecho a cara e caminho até ele. Estendo o cobertor sobre o lençol. Ele imediatamente o puxa para aquecer seus braços nus revelados pela camiseta branca. Eu então me sinto segura e aperto as cobertas ao redor dele e coloco o suporte entre suas pernas. Estou bem perto dele, e cometo o erro de olhá-lo. Ele ergue apenas uma de suas sobrancelhas parecendo se divertir comigo. A pele ao redor dos seus olhos deslumbrantes se enruga com seu sorriso. Eu me ergo imediatamente. —Sirvo primeiro o antitérmico? —Sim, essa febre dá um m*l-estar dos diabos. Eu coloco minha mão na testa dele e vejo que ele está ardendo. —Está alta mesmo. —Fale a verdade? Pensou que fosse armação minha? Quase rio de nervoso. —A princípio sim— digo tirando o comprimido da cartela em olhar para ele. Sei que ele está com aquele sorrisinho enervante no rosto. —Por que está aqui Ester? Eu olho para ele não entendendo sua pergunta. Estendo o copo de suco de laranja e o comprimido. Ele prontamente os retira da minha mão e toma o remédio com o suco. —E então? —Pergunta. —Então o quê? —Por que está aqui? —No seu quarto? —Questiono, tentando ainda entender. Imagens indesejáveis de nós nos beijando começam a surgir, minha pele começa a formigar. —Trabalhando ainda para mim, mesmo depois de desmascarada? Respiro fundo, irritada, de repente. Ele ainda insiste nisso! Mas que d***a! Se eu disser que preciso desse emprego estarei nas mãos dele, mas não vejo uma alternativa. —Eu já disse que foi uma coincidência e eu preciso desse emprego. Só quero ficar quietinha no meu canto, trabalhar dignamente. Seus olhos brilham sem humor dessa vez. —Sei o quanto a vida é difícil. Não pense que porque pertenço a elite que eu sou desumano a ponto de não entender. Sempre tratei os empregados muito bem. Meus pais são muito generosos também. Apenas acho que não está aqui por acaso. —Ele diz e então toma o resto do suco. —Você deve ter tido experiências desastrosas para pensar isso de mim. Ele fecha a cara. —Você nem queira saber. Já encontrei uma mulher nua na minha cama no hotel, já se jogaram na frente do meu carro, fora os esbarrões. Solto o ar. —Se fizeram tudo isso, por que me chamou para ir ao seu quarto? Ele me olha pensativo. —Você me pareceu muito abatida, aérea e não gostei do tom de voz daquele rapaz. Você aflorou em mim um espírito protetor. E falei que você estava me ajudando. Depois te testei, quando te convidei para ir ao meu quarto. Você me olhou tão admirada, assustada, que eu gostei disso e fiz valer meu convite. —Está vendo como é uma coincidência eu estar aqui? —Sabe, não estou mais preocupado com isso. —Ele diz dando de ombros. —Ótimo! Posso distribuir tudo no suporte? Ele me entrega o copo vazio. Ele retira o suporte e dá umas batidinhas com a mão na cama. —Sente-se aqui! Ah estava muito bom para ser verdade. —Acho melhor não. Ele fala mais enérgico. —Sente-se! Deus! Começou! Eu me sento. Ele olha para o meu rosto. —Ficou, porém, uma equação que precisamos resolver juntos. —Uma...equação? —Você precisa do emprego e eu preciso de você. Suas palavras podem ser interpretadas de duas maneiras, mas a julgar pela intensidade dos seus olhos, duvido que ele esteja falando sobre precisar de mim por causa do meu posto como empregada. Faço de desentendida: —Farei meu trabalho direitinho. Eu me levanto, mas ele me puxa pelo pulso e eu caio sentada na cama. Murat me empurra para a cama e depois de retirar meu chapéu diz: —Ester. Você não tem ideia o quanto é desejável —diz ofegante, rouco. Um calor percorre meu corpo com suas palavras. Minha respiração se agita. Eu fecho os meus olhos com força na esperança de resistir a atração. Golpe baixo! Penso quando sinto o toque suave de seus lábios mordiscando os meus. Eles são quentes como o inferno. Sua língua força a minha boca se abrir, e eu me sinto num beco sem saída, encurralada pela minha própria atração por ele. Logo estou correspondendo, louca, passando a mão nos cabelos dele, sentido sua maciez. Aos poucos nossos beijos vão se acalmando e então Murat se afasta para me olhar. Ele está ofegante e eu também. —Isso é errado. Você sabe disso. Eu sei disso. Nossa relação não tem futuro. Você sempre vai achar que eu estou atrás do seu dinheiro. Murat passa a mãos carinhosamente nos meus cabelos espalhados na cama, olhando como fascinado para eles. Seus olhos procuram os meus. Ele então me dá um sorriso mais deslumbrante que eu já tinha visto nele. —Convença-me que estou errado. Que tudo foi realmente obra do acaso. —Murat, sou bem pés não chão. Não vem com esse papo para cima de mim. Eu não preciso convencer ninguém. —E se eu te disser que é a primeira vez que me sinto atraído por uma mulher a ponto de pensar nela o dia inteiro? Será que não tem pensando em mim, Ester? Naquele dia? No prazer que experimentamos nos braços um do outro? Deus! Que palavras são essas? Não caia nessa! Eu me levanto e fico em pé. —Eu...sou uma empregada...eu estaria lavando vaso sanitário se não fosse por Rose. Ela me achou muito magra para o serviço. Murat sorri e se ajeita novamente. —Você não me conhece mesmo, Ester. Mas vai me conhecer. —Ele diz me soltando e me deixando confusa. —Pode servir. Eu ajeito meu uniforme e começo a colocar tudo sobre o suporte. —Não quero nada que está aí, só quero as frutas. Meu estômago não está muito bom para comer tudo isso. Será que foi por isso que ele me soltou? As palavras que ele disse anteriormente ficam piscando na minha cabeça. "Você não me conhece mesmo Ester. Mas vai me conhecer. " —Posso ir? —Indago enquanto ele come o mamão. —Não, sente-se! Fale-me sobre você.
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