Capitulo 5

3332 Words
Desta vez cheguei cedo à faculdade, mas esperei todos se sentarem para me sentar por último, eu não queria correr o risco de me sentar próximo do moreno. Eu estava disposta a fazer novas amizades, mas não estava disposta a amar, desejar ou me permitir a outro homem, eu queria viver apenas para o próximo, sem tempo para meus caprichos ou anseios da carne, eu não queria mais pecar. Sentei-me distante dele e dessa vez consegui me concentrar nas aulas. Eu sentia que ele me perseguia com o olhar, mas estávamos distantes e era mais fácil para eu resistir. Conforme combinamos, esperei a Paulinha no final da aula para irmos à biblioteca terminar o trabalho. Ela se dirigiu a mim, com entusiasmo, e disse: — Lari, eu preciso almoçar antes do trabalho, não tive tempo de tomar o café da manhã. Eu senti pena dela ter passado tantas horas sem se alimentar. E ela concluiu: — A gente almoça no restaurante Bandejão, que tem um preço mais acessível, e depois vai fazer a pesquisa na biblioteca, pode ser? Resolvi brincar um pouco para descontrair: — Saco vazio não trabalha de pé, não é verdade? O Sr. Colis já havia me dito que o restaurante Bandejão era um restaurante da faculdade, conhecido por suas comidas simples e de baixo custo. Resolvi acatar a sugestão da minha nova amiga. Fomos, no caminho, conversando sobre as matérias que tínhamos aprendido naquele dia, ela era divertida e tinha sede por aprendizado. O restaurante estava lotado, era simples, pequeno e com poucas opções de comida, servíamo-nos livremente no buffet e tínhamos direito de escolher duas opções de carnes que eram limitadas por pessoa. Servimo-nos e, já sentadas, ela me disse que estava cansada porque tinha passado a tarde e o começo da noite servindo café no bar em que ela trabalhava. Ela me disse que estava trabalhando nos horários livres da faculdade para custear as despesas. Éramos cada uma de uma cidade diferente, mas ambas do interior. Ela morava no interior daquele estado e tinha o sonho de ser a primeira médica da família, na verdade, ela era a primeira universitária da família. Eu me orgulhava do que ela dizia, ela me dava forças para seguir naquele caminho que era árduo e cheio de desafios. Não senti segurança e nem vontade de falar do meu passado, eu não conseguia e nem poderia sujá-la com meus pecados, com minhas tristezas. Então, antes que fosse a minha vez de falar sobre minha trajetória, eu falei: — Paulinha, eu vou na frente, porque ainda vou passar na Xerox. Podemos nos encontrar na biblioteca, pode ser? Ela fez uma cara de insatisfação, porque sabia que eu estava fugindo dela e de suas futuras perguntas. Segui em frente para a biblioteca. Escolhi uma mesa mais afastada, próxima aos livros de anatomia. Ali, concentrada, fiquei procurando livros que pudessem nos ajudar a concluir o trabalho, até que bati de ombros nos ombros dele. Fiquei nervosa, tinha certeza de que era ele, o cheiro era reconhecível. Nossos olhos se cruzaram e, sorrindo, ele disse: — Oi, morena, continuo te incomodando, não é verdade? Existia um duplo sentido ali, os olhos dele me desejavam assim como eu o desejava. Havíamos passado todos dos dias, desde que a faculdade começou, nos olhando. Quando eu percebia que ele olhava para mim, eu desviava o olhar, mas era só ele olhar para o lado para eu olhar para ele de novo. Ele tinha algo que me chamava atenção. Eu estava sentindo de novo desejo por alguém e não podia reconhecer ou aceitar isso, eu precisava ter comando sobre meu corpo, minha mente, meu coração. Ele me torturou quando eu não pude fugir, quando eu precisei sentir todos os arrepios de desejo, quando eu precisei esperar os movimentos dele, eu não queria ficar indefesa de novo. — Desculpe-me, não percebi que você estava aí e terminei esbarrando em você. Ele passou a língua nos lábios carnudos, molhando com sua saliva e em seguida passando os dentes para tirar o excesso e disse com um olhar sedutor: — Posso me sentar com você nesta mesa? Só tem ela disponível aqui próximo desses livros Ele novamente mordeu os lábios e terminou: — Preciso fazer o trabalho de anatomia e você também. Ele tocou em minhas mãos que seguravam uns livros que já havia escolhido. Quase os derrubei. O desejo estava escancarado em cada parte do meu corpo. Com uma voz macia e sedutora e olhando fixamente para meus olhos, ele disse: — A gente pode compartilhar muitos conhecimentos, se você quiser! Eu decidi não responder, na verdade, eu não conseguia, eu não tinha como comandar mais o meu corpo que estava inerte, tomado pelo desejo que me prendia na mesma posição. Era nítido que o amor estava batendo na minha porta novamente e eu queria e deveria lutar contra aquele sentimento antes que ele tomasse conta da minha alma. Eu estava calejada, estava ali para ter uma nova vida e ouvi-lo me chamar de morena causava-me angústia, medo e nojo ao me lembrar do Ricardo. Eu queria distância de tudo que trouxesse o meu passado de volta. — Acho que não vai dar certo dividir com você a mesa, minha dupla está chegando e ficará difícil de manter a concentração. Ele riu e disse: — Por que você terá dificuldade de se concentrar? Eu te desconcentro? Achei que era só o balançado da cadeira! Eu senti meu rosto ficar quente, estava com muita vergonha de ter deixado escapulir aquilo. Eu tinha dado toda a pista de desejo, era verdade que ele tirava minha concentração. Ele me lembrou da tortura planejada dele, ele finalmente havia conseguido que eu cedesse, que eu respondesse positivamente às tantas investidas. A Paulinha chegou e, com seu jeito descontraído, foi logo dizendo: — Hummmmm... sabia que aquele clima de romance na sala de aula ia continuar, só não imaginei que seria na biblioteca. Ela sorriu e concluiu: — Agora vamos deixar esse namoro para depois da pesquisa, pois tenho que trabalhar ainda hoje. Ele interrompeu a Paulinha e, com o mesmo clima descontraído, disse: — Ela disse que não seria bom dividir a mesa para fazer a pesquisa. Não entendi muito o motivo, mas minha dupla está chegando e só tem essa mesa boa para a gente concluir a pesquisa. Tem algum problema para você? Ela sorriu, porque sabia que eu tinha inventado aquela conversa para evitá-lo e respondeu com ironia: — Deve ser porque você a desconcentra! Mas por mim, está tranquilo, eu consigo me concentrar. Eles riram, eu fiquei inerte e, caindo direitinho na conversa, precisei negar algo que era tão nítido: — Não me desconcentrada nada, pode sentar-se aí, por mim está tudo bem. Puxei minha cadeira, sentei-me antes de todos e comecei a abrir os livros para finalizar aquela conversa que tinha tomado um rumo que eu não tinha mais controle. Eles se sentaram logo em seguida e continuaram a conversar: — Qual o seu nome, moreno? A minha amiga esqueceu-se de te apresentar. — É Henrique e o seu? Ela também se esqueceu de te apresentar para mim! — Meu nome é Paula, mas pode me chamar de Paulinha. Esta é a Larissa, mas pode chamá-la de Lari. Ela tocou em mim para chamar minha atenção e eu continuei olhando para meus livros. — Deixe ela, Paulinha, deve estar muito concentrada! Ainda com a cabeça baixa, ouvi quando o outro rapaz chegou e falou com a Paulinha e com o Henrique. Levantei a cabeça para conferir se era o mesmo rapaz que tinha visto na sala fazendo a dupla com o Henrique e confirmei. Ele tinha um jeito engraçado de falar e de agir, apresentou-se para mim e para a Paulinha como Gustavo e deu um beijo em nossas mãos. Ele tinha uma mania de sacudir os cabelos lisos tipo surfista de revista, tinha uma cor da pele e do cabelo também queimada do sol. Eu simpatizei com ele, sorri e percebi que a Paulinha tinha mais do que simpatizado, ela tinha se encantado. Quando o Gustavo foi beijar minha mão, o Henrique interrompeu e disse: — Oh, Gustavo, estou tentando fazer isso há dias, aí você passa na minha frente e faz assim, na naturalidade? O que é isso, amigo? Furar o olho do amigo é crime! Eles riram e eu senti vergonha daquela disputa sem sentido. — O que é isso, irmão? Meu negócio são as ruivinhas, o vermelho me atrai bastante. A Paulinha ficou vermelha, as sardinhas pareciam querer pular do rosto dela. Eu fiquei pálida ao ouvir que o Henrique me desejava ali tão explícito para aquelas pessoas. A Paulinha, diferente de mim, sorriu concordando com as investidas do Gustavo, eu apenas voltei meus olhos para o livro tentando negar a investida do Henrique. Fizemos nosso trabalho, nós quatro ali sentados, em um clima de desejo, de paquera que era positiva para a Paulinha e para o Gustavo e era negada por mim e pelo Henrique. O Henrique buscava encontrar meu olhar na mesa e eu, como resposta, tentava desviar, até que ele bateu o seu sapato levemente na minha perna e eu correspondi raivosamente fixando meus olhos nos dele. A Paula, vendo aquilo, interrompeu rindo e disse: — É o seguinte, ou vocês decidem logo o que querem ou se concentram para fazer esse trabalho, não é, Gustavo? O Henrique passou de novo a língua nos lábios e, como de costume, mordeu os lábios. Antes que ele falasse algo, eu decidi falar: — Terminaremos isso mais tarde, Paulinha, estou cansada. A Paulinha, com tom irônico, disse: — Resistir cansa, mesmo. Eu comecei a arrumar minhas coisas e os livros que tinha escolhido para terminar a pesquisa, ignorando o que ela tinha falado e as risadas dos meninos. Ela tinha razão, eu estava cansada de resistir, de negar algo que meu corpo tão explicitamente implorava. Despedi-me e deixei os três ali na mesa rindo. Eles não iriam entender nunca o que eu estava sentindo. Era um desejo repreendido por minhas experiências do passado, eu tinha prometido começar do zero, tudo novo, por mim, por minha filha, além de que meu coração vivia em pecado, ele não poderia amar novamente, para isso ele precisava da cura, precisava de pureza, só assim seria possível amar novamente. Cheguei ao carro com uma expressão de preocupada, não queria sentir desejo por mais ninguém, não queria ser enganada por meus sentimentos de novo. Eu senti na pele o que a adrenalina tinha me causado. Ele era diferente do Ricardo fisicamente, mas quem poderia provar que ele seria diferente na forma de agir? Eu não aguentaria outra decepção, outra dor. Eu me sentia impura no amor, o pecado estava grudado na minha alma e sujava meus sentimentos. O Sr. Colis, percebendo minha inquietude no carro, perguntou-me: — Minha menina, o que aconteceu? Você estava tão bem? Você não conseguiu finalizar o trabalho? Eu o olhei nos olhos, eu precisava falar a verdade, eu jurei que não mentiria mais para ele: — Tem alguém que está despertando sentimentos em mim. Venho correndo dele, desviando os olhares, o caminho, mas hoje eu não consegui, hoje até o nome dele eu descobri. Ele me traz lembranças, ele desperta em mim sentimentos ruins. Quero mudar de faculdade. Ele, com um olhar sem entender, perguntou: — Como é o nome dele? Sem entender o motivo do Sr. Colis querer saber o nome dele, respondi com surpresa: — Henrique. Você não entendeu que eu não quero sentir mais nada por ninguém, por favor, tire-me dessa faculdade. Ele me faz sentir coisas ruins. Ele ainda, com tom sereno, perguntou: — O que o Henrique desperta em você? Eu fiquei sem reação, eu não sabia explicar, era desejo, era curiosidade. — Ele me desperta desejo, curiosidade e outros sentimentos que não consigo explicar. Ele me interrompeu: — Ele é bonito? Eu fiquei com vergonha de responder positivamente. — Sim, mas ele me lembra o Ricardo. Ele busca incansavelmente me conquistar, ter uma resposta positiva com sua sedução. — Lembra em quê? Fisicamente? Ele te fez m*l? — Não, ele lembra o desejo que sentia pelo Ricardo e foi por isso que tudo aconteceu na minha vida e não quero isso de novo, quero recomeçar. Prometemos que iríamos recomeçar, tire-me dessa faculdade. São sentimentos ruins que ele desperta em mim, Sr. Colis. — Minha menina, o que são esses sentimentos ruins? Por que você diz que ele é bonito e que te desperta paixão? O que tem de r**m nisso? Eu fiquei calada, pensando no que ele estava falando e ele continuou: — Você não pode julgar as pessoas porque o Ricardo existiu. Se o Henrique te causa esses sentimentos de paixão, se ele está incansavelmente tentando te conquistar, por que você não vai descobrindo quem ele é aos poucos? E se ele for alguém que não seja digno de receber o seu amor, você segue sua vida, sem precisar fugir de algo que você nem viveu, simplesmente por medo. Como você diz que são sentimentos ruins? Você nem o conhece ainda. — Só quero mudar de faculdade e viver normalmente. Não quero sentir desejo, amor e nem paixão por ninguém. — Não mandamos no nosso coração. Você agora tem uma chance de fazer de novo, de acertar com o seu coração. Recomeçar também engloba o coração, amigos, profissão, família. Recomeçar fugindo de seus sentimentos não está correto, não vai te trazer a felicidade e a tranquilidade que você tanto está buscando. — Mas fugimos da nossa cidade também, e eu só quero recomeçar em outra faculdade. — Não fugimos da nossa cidade, apenas saímos de um lugar que não agregava mais à nossa família, as drogas estão acabando com a vida de muitos jovens que moram naquele lugar. Viemos para a cidade da melhor faculdade de Medicina. Um polo de estudantes, que querem crescer, que querem transformar o mundo com seus sonhos e habilidades. Existem outras coisas que um dia iremos te dizer, mas por ora, temos muitos motivos para estarmos aqui sem ser a fuga à qual você se refere. Eu me emocionei quando ele se referiu à nossa família, que era formada por nós três. Com os olhos emocionados com aquela declaração, fiquei ali esperando o que mais ele poderia me falar, ele tinha um segredo que não podia me contar naquela hora e, por mais que tivesse curiosidade, eu conseguia respeitar, ele saberia a hora certa para me contar, ele sabia o melhor para mim, sempre. — Minha menina, é normal que sinta desejo por rapazes, não feche sua vida por medo, dê-se uma chance de ser feliz. — Eu já nasci sem amor, eu não posso sentir o que nunca tive. O senhor e a tia Carla que demonstram isso por mim. Achei que tivesse amigos e o senhor sabe o que me aconteceu. — Nem eu, nem você, nem ninguém vai conseguir apagar o seu passado. Mas você é a única que pode fazer o seu futuro diferente. Você é a única que pode deixar o amor entrar no seu coração e cicatrizar todas as feridas que o passado deixou em seu corpo. Fiquei ali pensando por um tempo, o som do carro vencia o silêncio que pairava entre nós dois. Então resolvi embalar meu corpo no ritmo que tocava, resolvi me permitir, resolvi abrir o meu coração para a vida, para o meu presente, para tudo o que o Sr. Colis havia me dito, em silêncio, apenas sentindo o que o meu corpo pedia. A Paulinha havia me dado o endereço da casa dela para terminarmos o trabalho. Era um bairro universitário, simples, longe da praia, do luxo dos bares, um prédio simples, e já no andar da casa dela percebi que muitas famílias moravam ali, sem conforto, apertados, de maneira simplória. A Paulinha morava sozinha e estava me esperando no segundo andar com a porta aberta, o cheiro do café guiava meu caminho, mostrando o local aonde deveria ir. — Seja bem-vinda, Lari! Pode entrar. A casa é simples, mas tem muito amor em cada detalhe. A casa tinha apenas um cômodo, o quarto era junto da cozinha que era junto da sala, apenas o banheiro era isolado. Tudo era simples, as cores variadas dos móveis e das louças revelavam que eram frutos de diversas doações. Entramos e ela nos serviu um café em um copo reutilizado de requeijão. Estávamos sentadas à mesa degustando o café maravilhoso que ela tinha feito, quando eu lhe perguntei: — Você mora aqui sozinha? Onde sua família mora? Ela sorriu, cheirou o café e respondeu: — Eu vim do interior do estado para realizar meu sonho de ser médica. Meus familiares ficaram em minha cidade, na torcida por meu sucesso. — Faz tempo que você está aqui? — Não. Vim morar aqui há quinze dias, consegui este apartamento por um preço bom e preferi à república dos estudantes. Já ouvi coisas horrorosas de quem mora lá, então preferi me sacrificar trabalhando mais para ter mais segurança e conforto. Minha família conseguiu alguns objetos de doação para que eu ajeitasse esta casa. Tem um pouco de cada um da minha cidade aqui dentro. Não tenho dinheiro para bancar uma vida luxuosa, vim para realizar meu sonho de ser médica. Vou ser a primeira graduada da minha família! Eu me enchi de orgulho e continuei degustando meu café. Ela tomou um gole e continuou: — Eu pedi que você viesse porque eu não teria condições de bancar a passagem para a sua casa. O dinheiro que trouxe da minha família está contado para este ano, vou trabalhar para pagar os custos do apartamento e juntar para voltar nas férias de janeiro para ver meus pais. Ela passaria um ano sem ver seus pais, vivendo sacrifícios e vencendo medos para realizar os sonhos que pertenciam a uma cidade inteira e eu me senti na obrigação de embarcar naquela história, eu precisava ajudá-la, ela fazia parte do meu recomeço e eu faria parte da história dela. Ela era guerreira, inspirava-me a ser mais forte. Também tinha ido àquela cidade atrás do sonho de ser feliz. — E o Henrique? Que energia foi aquela de vocês hoje na biblioteca? Senti meu rosto queimando, eu podia apostar que estava muito corada. Eu tinha passado a tarde pensando no que o Sr. Colis havia me dito no carro, ele estava certo, eu não poderia julgar o Henrique pelas atitudes do Ricardo, se eu tinha ido recomeçar minha vida, eu precisava abrir o coração, mas desta vez iria com cuidado, eu não aguentaria outra decepção. Eu só poderia saber se o amor curaria os meus pecados se eu me permitisse a viver. Com vergonha, resolvi responder, ceder aos meus desejos e encarar aquele sentimento de frente: — É difícil falar sobre isso, eu passei por uma decepção amorosa grande no passado, tenho medo de me envolver com alguém de novo e sofrer novamente. Ela, percebendo que eu estava cedendo aos meus sentimentos, continuou: — Mas você se interessou por ele, eu percebi! E você só vai poder saber se vai se decepcionar se tentar, não dá para adivinhar o futuro. E ele é um gato! Eu sorri, eu sabia que ela estava falando a verdade, eu estava disposta a dar a chance ao meu coração. Resolvi mudar o foco da conversa e perguntei: — E você e o Gustavo, ele deu uma cantada em você, não foi? Os olhos dela brilharam e ela respondeu: — Aquele gato já é meu! Só preciso ir com calma para não perder o foco nos estudos, eu preciso realizar o meu sonho e, principalmente, o sonho da minha família. Nossa conversa era madura, baseada em nossos sonhos, em nossos caminhos que estavam sendo guiados com responsabilidade, diferentes das conversas com a Estela que eram levadas pela emoção, pelo desejo. Voltamos nosso foco ao trabalho, precisávamos apresentar com maestria, eu queria conquistar a nota máxima, minha amiga e meu recomeço mereciam.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD