Capítulo 4

1496 Words
Kendell Blande. - Bem, eu vou lá ajudar na cozinha. - digo me levantando. Sócios... - Se sente e me escute. - ele ordena e eu suspiro fundo, parando para o escutar, já até sem forças para discutir. - Eu não sabia disso, foi algo repentino. - ele diz e ah, ele deve achar que eu sou mesmo muito burra para esperar que eu acredite nisso? - Você não sabia quem eram os sócios da sua nova empresa? Da empresa pela qual você estava planeando abrir faz meses? - questiono retóricamente e acabo sorrindo de tão nervosa. - O Senhor perfeccionista, eu sei tudo, doutor gênio Liam, simplesmente não sabia com quem ele se associou, claro. - digo levantando às mãos em rendição. - O que mais seria? - questiono retoricamente. - Escuta, a Alicia é a única herdeira do John. - ele diz e o que isso tem à ver? - Ele decidiu de última hora que queria passar essa autoridade para ela. Você sabe muito bem que ele é quem estava em associatividade com essa nova empresa. - ele diz aparentemente tão chateado quando eu, mas vocês sabem quando a coisa não desce? Pois é, a minha garganta não está engolindo essa história. - E prontos, ele passa o cargo para a bela rainha Alicia, e você aceita, assim, do nada. - falo. - Tudo bem. - digo. - Kendell, ele é o sócio secundário da empresa, não tem muito que eu possa fazer se ele quer passar o cargo para o herdeiro legítimo, é a lei. - ele fala, mas eu continuo inconformada. - Mas você é o dono da empresa, você tem como destituir ele até. Porquê não fez? - questiono e ele respira fundo passando a mão pelo cabelo. E esse acto me provocou um arrepio indelicado. Kendell, é hora de briga. Fica concentrada. - Eu também não entendi porque porras, essa empresa tinha que ser em associação, sendo que nenhuma das outras é. - falo esgotada e ele suspira, jogando a cabeça para trás, se desmontado em sua poltrona preta aveludada, suspira e depois se levanta. Como é possível ele ser tão atraente assim! Porquê? - Essa empresa foi justamente criada em associação porque o projecto e objectivos dela foi consolidada com os outros sócios, e não faz parte da ética empresarial que eu destitua um sócio do qual faz parte das decisões iniciais e sem motivos plausíveis, mesmo eu sendo o sócio majoritário. - ele diz calmamente, e prontos eu já percebi, mas mesmo assim não me conformo. Eu percebi gente, sério. Mas vocês se conformam com uma coisa dessas? - Tudo bem, então a Alicia será sua sócia, trabalhará, com você e estará sempre com você. - falo. - Tudo bem. - respondo levantando às mãos em rendição. - Eu tenho empresas espalhadas pelo mundo inteiro, você me vê em todas elas, todos os dias? - ele questiona, esboçando um sorriso de soslaio, que me fez revirar os olhos. Convencido. - Eu já percebi, Liam. - falo ao me levantar. - Estou muito feliz com tudo isso. Os meus parabéns! - digo e me viro para ir em direção à porta. Mas antes de eu avançar, ele me prende entre o seu corpo másculo e a mesa. E outro arrepio indecente passa pelo meu corpo. - Eu já disse que não tem razões para você ficar com ciúmes. - ele diz e ah! Alguém me ajuda a mencionar para ele só algumas razões? Não que eu esteja com ciúmes, claro. - Você quer que eu encerre esse projecto agora? - ele questiona. - Eu encerro, é só falar. - ele diz e embora eu saiba que para ele é apenas mais uma empresa, eu vi o quão animado ele estava com isso. Talvez eu esteja exagerando. Às vezes eu acho que ando muito paranóica, esses dias ando com uns pressentimentos estranhos, mas prontos. Eu nunca discuti com ele por causa das inúmeras empresas dele e não será por causa da dona chiquinha da Alicia que eu vou piorar a minha dor de cabeça, não é mesmo? É, Kendell! Tá. - Eu já falei que está tudo bem. - digo e do nada a vontade de chorar aparece. Ah, eu odeio quando estou de TPM. Ele me abraça, me carregando para me fazer sentar em sua mesa, e tenho quase certeza que ele está rindo da minha cara, i****a. - Você fica gata, com ciúmes. - ele diz e eu começo à rir. - Você é um i****a. - falo. - Como foi o seu teste? - ele questiona e eu suspiro. - Mau, não foi, mas também não foi maravilhoso. - respondo frustrada. - Mamy, Papy! - os meus gostosos chegaram. Rapidamente me desenvincilho dele saindo de cima da mesa e não demora para eles entrarem no escritório. - Ah, eu também vou vestir esse pijama hoje. Vamos ficar iguais, como gêmeas. - a Kelly entra já avisando. Eu desaguamento com essa peste. - Mãe, você estava chorando? - o Heitor questiona me observando cautelosamente. - Estava, minha cabeça está doendo imenso. - respondo. - Como você está pai? - a Kelly questiona ao pai que a carrega. - Já tomou comprimido? - o Hugo questiona preocupado. - Já! - respondo. - E vocês subam logo para tomar banho e vir lanchar. - falo já os escorraçando do escritório. - Nem com dores de cabeça, você esquece do banho, mamy. - a Kelly reclama, fazendo o Liam rir. - Claro. - respondo, saindo com eles do escritório. - O Henry, a Kiyanne e a Khloé estão dormindo? - o Heitor questiona. - E aqueles dorminhocos fazem outra coisa da vida? - questiono e eles riem. - Fazem sim. - o Hugo diz. - E hoje eu não troco nenhuma fralda. - ele diz e eu não resisto em rir. Chris - da Prisão. - Eles estão em posição, há 20 km daqui. - o meu capanga diz. - Ótimo. - respondo animado. Minha Kendell, eu estou chegando. E você vai me pagar. Vai me pagar tchim tchim por tchim tchim. - Como está decorrendo a escavação? - questiono. - Está quase no final. Nenhum agente fica naquela área esta hora. - ele responde e bem, valeu a pena, não ter matado nenhum i****a naquela prisão. - Perfeito. Kendell Blande. - Ui que coelhinha gata é essa? - o brincalhão do Loan diz entrando na sala. Eu estou aqui no chão da sala, na mesinha de centro embolada em trabalhos, estou preparando a minha monografia, e ainda tenho designs por fazer. - A sua cunhada maravilhosa. - respondo e ele ri, se atirando no sofá de lado. - Os meus filhos? - ele questiona se referindo às crianças. - Estão todas lá no quarto dos brinquedos. - digo e me viro para ele. - Com a Joana. - pisco o olho e ele sorri, passando a mão pelo cabelo. Eu preciso falar de novo o quão essa família é dotada de beleza? Parece que todo mundo foi desenhado, chega à ser irreal. - E o Liam? - ele questiona, e no mesmo momento, o Liam que estava no ginásio aparece sem camisa... Alguém liga o ar! Minha cara deve estar gêmea dos tomates agora. Porquê que ele tem ser tão exibido? - Não me diga que despediu, outra funcionária. - o Liam questiona assim que o vê. - Ainda não contratei nenhuma e estou com saudades da comida da Otilia. - ele diz e eu sorrio, voltando a minha atenção para o que estava fazendo. - Minha casa não é nenhum restaurante. - o Liam diz se sentando tal como o Loan e no mesmo momento o meu celular toca. Número privado? Que estranho... Atendo e coloco no ouvido para continuar digitando o trabalho. - Alô? - questiono. - Estou chegando meu amor. - uma corrente elétrica passa por todo o meu corpo, e não no bom sentindo. Sinto todo o sangue do meu rosto desaparecer no mesmo momento. Eu estou alucinando? - Quem... quem? - m*l consigo questionar, do susto que já levei, ou porque não quero ouvir a resposta que não estou acreditando que já tenho. - Já esqueceu da minha voz, meu amor? - ele questiona e até esse momento o olhar do Liam e do Loan estão encima de mim. - Como? - questiono desacreditada, mais para mim do que para ele. - Você está... - Deus pai, socorro! - Quem é, Kendell? - o Liam questiona. - Ah, e mande cumprimentos ao Blande. Cumprimentos do Chris. - ele diz e no mesmo momento meu coração falha algumas batidas e minhas mãos se encontram deploravelmente trêmulas. - Nos vemos em breve, querida Kendell. - ele diz e desliga. Ah! Eu estou paralisada de incredulidade, mas por dentro estou gritando de medo. Ele, não! Como? Já não tinha acabado? - Kendell? - não sei qual dos dois me chamou, tudo está girando. Ele de novo, não.
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