Kendell Blande.
Eu não sou nenhum saco de batatas, mas ele me trata como se eu fosse um.
Ele me mete no carro, e tranca logo em seguida, indo entrar do outro lado.
- i****a. - balbuceio.
- Coloque o cinto. - ele diz, iniciando o carro. Sem me dar a mínima.
E eu não o faço! Não sou empregada dele.
Vejo ele jogar a cabeça para trás, ele faz isso quando está irritado, mas nem razão tem,
quem deve estar irritada aqui sou eu!
Ele pega o cinto, e passa por mim, o fechando em seguida.
- Você é um i****a! - digo irritada.
- E você muito teimosa. - ele diz e eu reviro os olhos.
- Não estava tratando de negócios? Porquê veio até aqui, porquê não volta? - questiono indignada.
- Quando eu chamo, você responde. - ele diz e ah, isso foi porque eu não respondi o senhor Liam, quando ele me chamou na luxuosa sala dele? Olhem o homem.
- Não sou obrigada! - respondo. - Para esse carro, eu não quero ficar no mesmo lugar que você. - falo com raiva.
- Mas que p***a! - ele esbraveja. - Dá para você escutar e parar de ser infantil? - ele questiona e por alguma razão eu calei.
Tudo o que eu quero é o meu buscopan, minha dor só aumenta! E ele só está aumentando mais.
- Ótimo. - ele diz e eu reviro os olhos.
- Eu não quero te ouvir, muito menos falar com você agora. - falo e parece que ao menos isso ele ouviu.
E fomos o caminho inteiro em silêncio, quer dizer, só ressoava o som de eu mastigando os folhados deliciosos.
•
Chegamos, e eu logo saio do carro e entro no monstral.
- Kendell! Tudo bem? - a dona Otilinha cumprimenta assim que me vê entrar.
- Oi, dona Otilinha! - a saúdo! - Não está nada tudo bem, na cozinha tem remédio para cólica? - questiono e ouço o Liam entrar logo em seguida.
- Tem sim! - ela responde e eu assinto aliviada. - Senhor Liam, já chegou! Como está? - ela questiona surpresa. Essa não é a hora do Liam voltar.
- Eu desço daqui à pouco dona Otilinha! - falo e ela assente.
- Tudo bem! - ela responde.
Corro para ver os meus mini pestinhas, que estão dormindo como previsto, devem ter brincando à bessa na escolinha. Os gostosos só chegam daqui à duas horas.
Após os conferir vou para o quarto, preciso de um banho, um remédio e distância do chefinho, que hoje eu não estou bem!
Ouço ele vindo, e corro para o banheiro trancando a porta.
Me julguem depois.
- Kendell! - ele me chama.
- Liam, me deixa. - digo, tirando a minha roupa.
Ele não fala nada por uns segundos e depois diz:
- Eu disse para a Joana trazer o que você precisa para às cólicas. - ele diz e argh, que raiva. Ora ele é o senhor preocupado, outra é o grunho.
Eu estou de TPM, não baralha ainda mais o meu humor, chefinho.
- Não precisava. - respondo. - Mas obrigada. - digo e vou para o chuveiro.
•
Anônimo.
Eu sinto, sinto que é ela.
- É ela, eu tenho certeza. Seria demasiada semelhança se não fosse.
- Eu também acho, mas precisamos de provas e não apenas semelhanças para intervir.
- Ela ficaria assustada.
- Nós somos da mesma classe que os Blande, nos aproximar deles não deve ser difícil.
- Deus queira que seja ela. Eu estou prestes à infartar.
•
Kendell Blande.
Me vesti e tudo com o meu pijama de coelho igual ao da Kelly, e saio do closet.
Ao menos ele já não está no quarto.
- Pode me contar tudo do começo. - a Joana diz entrando no quarto com uma bandeja.
- Nem enche, Joana. - digo pegando a bandeja, deixando na cabeceira.
- Que está de TPM, eu já sei. - ela diz me fazendo revirar os olhos. - Foi o teste que você disse que tinha hoje? - ela questiona enquanto eu tomo o comprimido.
- Também! - respondo.
- O Senhor Liam também está com aquela cara. Já não sei quem está certo ou errado. - ela diz enquanto eu pego a bandeja e o copo, indo para a porta e ela me segue.
- A Alicia estava lá na empresa dele. - falo enquanto saímos.
- Ah! - ela inspira desacreditada. - Porquê? Foi ver o Senhor John ou confundiu o caminho do shopping? - ela questiona e eu riu com a última pergunta.
- Foi o mesmo que eu questionei. - digo indo em direção às escadas. - Ela disse que estava tratando de negócios, com o chefinho. - digo inconformada.
- Ela trabalha? - ela questiona debochada. - Achei que o único serviço dela era correr atrás do Senhor Liam. - ela diz e eu riu revirando os olhos.
- E como se não bastasse, aquele teste me deixou com uma dor-de-cabeça do c*****o, estou com umas cólicas dos infernos, e ele ainda ousou me chamar de infantil. - desabafo frustrada.
- Ele foi te arrastar da empresa dos Louis, né? - ela afirma o óbvio, visto que voltei com ele e não com o carro que eu saí.
- Então, eu acho que você deve ir lá e ouvir. - ela diz e eu apenas a encaro. - O que foi? Para de ser sonsa mulher e vai logo. - ela diz querendo me arrancar a bandeja.
- Para de me atazanar e vai você atrás do Loan. - digo e é a vez dela de revirar os olhos.
Hamn, falar das minhas coisas é bom, né? Senhorita Joana.
- Não me fala daquele homem. - ela diz e ai, como eu me divirto com essa história.
- Kendell. - o chefinho me chama, assim que me vê descendo, já que ele ia entrar no escritório dele.
- Eu vou levar isso, com licença. - a Joana traidora diz levando as coisas da minha mão e saindo dali logo em seguida.
- Entra. - ele diz com aquela voz de sete trovões dele e é nessas horas que eu sinto falta da minha bacia de batatas.
- Eu tenho que ir para a cozinha... - falo mas ele me interrompe.
- Eu disse para entrar. - ele diz e depois de uma luta interna, entro, ele entra fechando a porta atrás de si, logo em seguida.
- O que você quer? - questiono.
Porém antes dele falar, o celular dele toca e é sogrita ligando.
Eu me sento na poltrona e ele deixa o celular na sua mesa em loud speak indo pegar seu whiskey.
- Liam, filho. Tudo bem? - a Karine o cumprimenta.
- Oi mãe. Tudo e com a senhora? - ele diz.
- Mais feliz impossível! A Alicia é a sócia da nova empresa. - ah!
Imaginem a minha cara agora?! Quê?
- Mãe, não é o momento. - ele diz me encarando, e eu decido fazer um coque no cabelo, só para desestressar, sabe?
- O que acha de fazermos um jantar aqui em casa, você, a Kendell, às crianças e eles para comemorar? - Ah! Eu? E os meus pestinhas?
Com a Chiquinha da Alicia?
- Haverá uma festa de inauguração mãe, para de criar jantares desnecessários. - ele responde.
- Não é desnecessário, eu sinto falta de vocês. - ela reclama.
- Nos vimos ainda esta semana. - ele diz. - A senhora anda muito carente, estou vendo que o papai não anda cumprindo bem com às suas tarefas. - ele goza e por pouco não riu.
Eles tem cá uma liberdade, que eu às vezes me engasgo.
- E não anda mesmo. - ela afirma e pronto, não resisto em sorrir. - Vou ligar para a Jenny, é a única que presta dentre todos que pari. - ela diz dramática.
- O que vale, é eu sou o único lindo dessa família. - ô achometro.
- Mas se não é convencido. - ela diz e eu concordo internamente. - Beijo, filho. Manda um beijo para a Kendell e para os meus netos. - ela despede-se.
- Beijo. - ele se despede e desliga o celular.
- Sócios. - balbuceio incrédula.