INIMIGOS NATURAIS?

1269 Words
Quando ele olhou para mim eu senti o meu corpo se desfazer, ele tinha um olhar penetrante que parecia devorar até o  o lugar mais íntimo da minha alma.  E eu não conseguia parar de olhar para ele também, tenho certeza de que cheguei a lamber os lábios.  Mas essa é só uma impressão minha! - Você tem nome Vampira? - Disse ele de modo firme, a voz grossa e rouca só deixavam as coisas ainda mais interessantes para mim. O tom dele ao falar comigo, soava arrogância é claro. Não poderia esperar muito de alguém como ele, nem ao menos um pouco de educação.  O meu povo contava lendas sobre os licantropos, nós tínhamos uma ideia vaga de como eram criados, e nossa imagem era sempre de rapazes fracos, e sujos que andavam pelo bosque.  Como animais mesmo.... Mas como muitas coisas que contavam, aquilo também era uma mentira. Ou aquele homem era uma exceção a uma regra, ou era uma miragem enviada para acabar com qualquer dignidade que eu poderia ter.  As tatuagens cobriam o braço forte  do homem, que tinha a pele branca, mas não branca como a minha, do tipo que era sempre beijava pelo sol. Os olhos mais verdes do mundo.  O peitoral marcado em uma camiseta preta.  Mas é claro que isso só me ajudava a criar o meu clichê adolescente em minha cabeça, era como dar vida a algo que jamais deveria ter saído da minha imaginação.  - Por que eu deveria falar o meu nome cachorro? - Vê bem como fala comigo, não viu que salvei a p***a da sua vida? Deveria ter deixado os caçadores atirarem em você, seria menos uma sugadora de sangue no mundo. Mas é claro que no seu caso teria sido um desperdício.  - Então me fala, por que você não deixou que isso acontecesse? - me aproximei ainda mais dele.  - Já estou profundamente arrependido. - É uma pena mesmo. O que devemos fazer agora? Devo me ajoelhar diante dos seus pés e implorar que me perdoe por ser tão pouco grata ao seu ato de gentileza? - Nossa, você fala como se ainda estivéssemos no século passado. Todos vocês falam assim? - Não consegue entender ironia? - Não as do tipo sem graça.  Ele permaneceu olhando para mim, com um sorriso torto e um olhar que me devastava por dentro. Estava me medindo, e olhava para mim reparando em cada detalhe do meu corpo e do meu rosto.  Ele lançou para mim um sorriso malicioso. - Eu vou indo agora, tenho mais o que fazer. - E não vai me dizer o seu nome? - E você me disse o seu vampira?  Por que o "vampira" nos lábios dele soavam como um palavrão?  Essa palavra soava amarga vindo dele, como se fosse o pior dos xingamento.  E eu, como uma boa sem vergonha, não dei a mínima, e claro que continuei flertando com ele.  -  A forma como você fala... Eu deveria arrancar a sua cabeça cachorro! - Você pode tentar, mas acho que sabemos quem sairia ganhando não é? - Você realmente acredita que eu não consigo acabar com você? - Eu tenho certeza disso, olha só para você. E não é por que é  gostosa pra c*****o que eu vou facilitar para você. Eu não me intimidei, fingi não ter dado atenção ao elogio, queria provar para ele que ele não iria me intimidar com facilidade, e nem poderia.  Aquele não era o meu primeiro flerte, e eu não fazia questão de ser a mocinha pura, é claro que eu transaria com ele ali mesmo sem pensar duas vezes, era só ele pedir.  Eu abriria as pernas em cima das pedras e deixaria que ele fodesse com força sob a luz da lua.  A pureza eu deixava a cargo da minha irmã, e vejam só, morreu antes de aproveitar tudo o que a vida poderia lhe oferecer de melhor.  E eu nunca fui igual a ela, digamos que sempre fui a ovelha n***a da família, a mulher de quem ninguém esperava algo de bom.  Eu não sabia nada sobre ele, não sabia o seu nome, e sabia que ele poderia me matar por estar ali tão vulnerável, e é claro que isso me deixava molhada.  Eu tinha tanto poder em minha casa, tanto poder em meu "reino" mas ali diante dele eu estava perdida, submissa, esperando que ele me tomasse para ele, ou que me matasse ou que me tocasse de alguma forma.  Para o inferno com as convenções sociais, aquele lobo me deixava completamente maluca.  O clima entre nós dois era palpável, eu queria sentir a textura da pele dele tocando a minha novamente.   Aposto que seria uma sensação completamente nova para mim, como seria o contraste da minha pele fria com a dele? Quando me pegou em seus braços foi tão repentino que nem consegui aproveitar a sensação deliciosa que aquilo que causou.  Me peguei mordendo os lábios, e eu vivi tudo aquilo como se tivesse vivendo tudo em câmera lenta.  Mas tudo isso aconteceu em poucos minutos, que para mim duraram uma eternidade. - Como eu disse não tempo para isso, eu vou indo. Acho que já fiz minha boa ação de hoje. - Então não somos demônios afinal... - Acho que não vai ser salvando a vida de  uma assassina que vou reservar o meu lugar no céu Vampira. - E quem quer ir para o céu se aqui temos tudo isso? - O meu olhar era de desejo, e tenho certeza que ele percebeu. O lobo se aproximou novamente de mim, encostou levemente em meus braços, e  eu senti a temperatura do seu corpo no meu. Não era normal para dois inimigos naturais o que estava rolando ali. Mas eu não evitei, não sou mulher de evitar os meus impulsos, por que são eles que me fazem sentir viva! - Como eu falei, espero não encontrar você de novo... Por que com certeza você me confunde Vampira.  - E eu deveria sentir muito por causar essa confusão? Se sim, eu vou ter que decepcionar você. Mas gostaria de saber o que está pensando, e por que está me olhando desse jeito. - Estou olhando para você assim por que pensei em umas mil formas de te f***r aqui e agora.  Por isso mesmo eu vou embora daqui, impulsos nem sempre são bons.  - E por que não são bons quando os dois estão dispostos a assumir os riscos? Ele sorriu para mim mais uma vez e desapareceu tão rápido que nem pude ver em que direção ele foi.  Eu fiquei remoendo esses momentos dentro de mim durante todo o tempo que se seguiu depois disso, me toquei sem parar em meu quarto tentando exorcizar esse demônio de mim. Como se aquilo fosse de fato me fazer esquecer o rosto daquele estranho, pelo contrário, só me fazia deseja lo ainda mais enquanto em enterrava os meus dedos em minha b****a.  E nada poderia fazer aquilo passar de fato, essa sensação só passaria quando eu finalmente sentisse o gosto dele em minha boca. Quando eu fechava os olhos só conseguia sentir o toque dele em mim, só conseguia ouvir o som da voz rouca e grossa dele ecoar em meus ouvidos. Passei os outros dias depois disso imaginando como seria f***r com ele, e como seria delicioso sentir aquilo tudo dentro de mim. Mesmo que fosse apenas uma vez, mesmo que eu jamais voltasse a vê lo. Eu tinha medo é claro de nunca mais voltar a encontra lo.  Por que de alguma forma ele ficou marcado em mim. 
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