Capítulo 6

1698 Words
Stefane Martins Marlon parecia atordoado ao me ver ao lado de outro homem caminhando em sua direção. Eu não estava com o semblante triste e quem me via nesse momento, não podia imaginar que a poucas horas eu estava aos prantos por flagrar meu namorado com outra em nosso quarto. O amor que sinto por ele não mudou, estou decepcionada, mas o que eu sentia por ele era real e não termina assim de um momento para outro. Mas eu não posso me humilhar, eu não desejo me sentir pequena diante a ele, não quero demonstrar que chorei todas minhas lágrimas em um dos banheiros desse cruzeiro por sua falta de carácter, não irei permitir que ele me veja assim. Quero que Marlon me veja bem, que ele se arrependa do que fez comigo e se sinta m*l ao me ver linda e serena ao lado de outro homem. Sei que meu pensamento é pequeno, posso estar sendo uma otári@ por pensar assim, mas era esse meu desejo para agora, que ele pense que eu não estou sofrendo por ele, mesmo que dentro de mim fosse exatamente ao contrário, mesmo que meu coração esteja chorando por um homem que não me ama e não me respeita, eu não quero que Marlon saiba. Sendo muito sincera eu só queria que tudo isso fosse um pesadelo e que Marlon não tivesse aprontado aquela cachorrad@ comigo. Eu ainda o amo e meu coração nesse momento sangra, eu estou machucada, mas confesso que sinto medo de voltar para ele caso Marlon me dê qualquer desculpa esfarrapada como ele sempre faz. Não desejo ser uma otári@, mas eu não consigo mandar em meu coração. (...) Nesse momento Marlon não consegue desviar seus olhos de mim e eu confesso que meus olhos também estão nele, eu queria esnobá-lo, mas não consigo e Vitor parece perceber. — Erga a cabeça e não se abale — Vitor chama minha atenção ao falar comigo, ele para de frente comigo fazendo com que eu desvie meus olhos de Marlon, e encara meus olhos com atenção. — Lembre-se do que ele fez com você, Ster, você não merece estar ao lado de um cara que não tem respeito algum por você. — Vitor não é bem assim. — falo com a voz embargada e com os olhos cheios de lágrimas. — Então me explica como é Stefane, porque pelo que você me disse a pouco, esse cara estava transando com outra no quarto em que vocês estão. — pisco várias vezes segurando as lágrimas em meus olhos. Vitor segura minhas mãos e mantém seus olhos nos meus. — Eu não sou nada seu Stefane, não faço ideia de quem você é, eu não te conheço, mas acredito que você mereça mais que um cara que é capaz de te trair em um passeio romântico, esse momento teria que ser seu e dele, mais ele não quis isso, ele preferiu te trair na primeira oportunidade que teve. — respiro fundo, eu sei que ele tem razão e me lembrar da cena de Marlon com outra mulher me machuca muito. — Eu apenas queria que nada disso tivesse acontecido. — falo em lamento. — Eu sei, mais infelizmente aconteceu, não tem como mudar o passado, Ster, mas dá para seguir em frente. — ele afirma convicto. — Eu queria que ele se sentisse culpado, Vitor. Queria que se arrependesse do que fez comigo, eu só amei o Marlon e ele me retribuiu da pior forma possível todo meu afeto por ele. — Você quer que ele se arrependa para quê? Para te dar uma desculpa qualquer e você voltar com ele? Stefane você precisa seguir em frente, e esquecer esse cara, precisa ser firme garota, ou ele vai te procurar e você irá voltar com ele. — Não é fácil, Vitor. — garanto. — Eu sei que não é, mas você consegue. — respiro fundo e fico em silêncio por alguns segundos. — Você tem razão. — forço um sorriso, ele assentiu. — Erga a cabeça e não volte na sua decisão, ele não te merece, seja firme. — assinto e abraço Vitor com afeto, ele retribui o gesto e após segura meu rosto e beija minha testa carinhosamente. — É isso aí garota, agora vamos recuperar seu dinheiro. — sorrimos e seguimos em direção à mesa de Marlon que estava a poucos passos de nós. (...) — Boa noite — Vitor cumprimenta a todos ao se sentar, Marlon se levanta e vem em minha direção. — Preciso falar com você. — Marlon tem a cara de p@u de segurar meu braço e falar comigo. — Não temos nada para falar — falei firmemente. — Stefane por favor, precisamos conversar, eu sinto muito… — Eu não tenho nada para falar com você, agora me deixa em paz. — o interrompi sendo firme. — Você precisa entender meu lado… — Ela não tem nada para falar com você. — Vitor se levanta e fala firme. — Eu estou falando com minha namorada, e não com você, não se mete. — Marlon afirma, sério. — Ex namorada — Vitor segura minha cintura e me puxa para ficar mais próximo a ele, eu respiro fundo e não digo nada, apenas olho para Marlon que está incrédulo. — Você só pode estar de brincadeira, Ster, que palhaçada é essa? — encaro ele, séria. — Eu não te devo satisfações, Marlon. — ele me olha bravo. — Pare com essa palhaçada, Ster, vamos conversar, por favor. — Já disse, não temos nada para conversar. — Eu preciso que você me perdoe. — Ela já disse que não tem nada para falar com você. — Vitor fala rude, Marlon respira fundo. — Deixe ela em paz. Marlon me encara sério, após se afasta e retorna para o seu lugar enquanto continua nos observando atento. — Se vai ficar só olhando é melhor voltar a dançar, aqui é para jogadores e não dançarinos. — Marlon fala bravo, olhando para Vitor enquanto senta para jogar. — Cartas por favor. — Vitor fala firmemente encarando Marlon. — Prometo que não vamos demorar, tudo bem? — Vitor me olha simpático antes de sentar. — Você não precisa jogar com esse i****a. — afirmo. — Está tudo bem, eu quero fazer isso. — ele sorri, tranquilo. Vitor se junta para jogar com o Marlon, eles iniciam o jogo e Marlon me olha a todo momento animado por Vitor estar perdendo no jogo. Eles estavam jogando pôquer Texas Hold'em (Ao jogar o poker texas holdem, cada jogador recebe duas cartas viradas para baixo – chamadas suas cartas de mão (fechadas). E então, há uma rodada de apostas onde você pode Passar, Apostar ou Sair. Esse estágio do jogo é conhecido como pre-flop e o que você deve fazer depende das cartas de mão ou da mão inicial.) Enquanto eles jogavam, Vitor estava perdendo e eu comecei a ficar preocupada, porque Vitor não parava, ele continuava no jogo mesmo perdendo e estava gastando muito, já Marlon estava amando aquilo, estava se sentindo vitorioso antes mesmo de finalizar o jogo. — Você não quer ir embora? — abaixei um pouco e falei apenas para Vitor escutar. — Não se preocupe, está tudo bem. — ele fala calmo, mas isso não faz com que eu fique tranquila. No último jogo, meu ex namorado i****a fez um “flush”. Flush: Cinco cartas do mesmo naipe. No caso de um empate: O jogador com a carta de maior valor vence. Se necessário, a segunda carta, a terceira carta, a quarta carta e a quinta carta podem ser utilizadas para desempate. Se as cinco cartas forem do mesmo valor, o pote é dividido. Ele sugeriu “all in” com confiança e eu respirei fundo, estava nervosa porque Vitor só tinha três de um naipe. All in: é quando um jogador aposta tudo em uma única rodada. Mas Vitor não se intimidou, ele ficou em silêncio e pouco depois disse a todos que estavam na mesa. — Está tudo bem, eu acredito que a Fada da Sorte está ao meu lado. — Vitor fala confiante e sorri ao me olhar. — Pode ter certeza que eu vou comemorar minha vitória lembrando de mais uma derrota na vida da fada da sorte, porque de sorte Stefane não tem nada. — Marlon fala com descaso ao me olhar. — Você vira a última carta para mim? — Vitor me olha nos olhos e me pergunta tranquilo. — Tem certeza? — ele assentiu com a cabeça, eu respirei fundo e sob o olhar das pessoas à nossa volta eu virei a última carta. Era um “full house”! FULL HOUSE: Três cartas do mesmo valor, e duas outras cartas diferentes de mesmo valor. Comecei a gritar eufórica, Vitor se levantou e comemorou comigo, estávamos animados por ganhar daquele i****a, eu estava realmente feliz porque Marlon mereceu essa. Ele me olhou irritado e eu abracei Vitor, ali em seus braços senti seu perfume e meu corpo se arrepiou, me soltei rapidamente dele e continuei comemorando. Vitor ganhou no jogo e ganhou muito dinheiro na mesa de pôquer enquanto meu ex namorado i****a perdeu muito, mas muito dinheiro, e eu como uma boa vilã não consegui sentir pena dele. — Isso é seu, quero que pague sua dívida. — Vitor fala animado para mim. — Eu não posso aceitar. — falei surpresa olhando todas aquelas fichas. — Já estou feliz por ver ele perdendo no jogo. — falo feliz ao ver a cara de decepção de Marlon. — É seu, quero que aceite, use para pagar sua dívida. — não escondi minha felicidade, ao menos eu sairia daquele cruzeiro sem dívidas, aceitei o agradecendo muito. Abracei ele novamente agradecida, Marlon olhava para nós com raiva, e antes de Vitor deixar de vez a mesa de pôquer, ele olhou para Marlon e disse divertido. — Obrigado por me deixar ficar com a Fada da Sorte. — eu sorri ao ouvi-lo dizendo aquilo. Vitor pegou todas as fichas enquanto Marlon contorceu o rosto com ainda mais raiva, saímos abraçados e animados daquele lugar para trocar as fichas pelo dinheiro.
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