Mais tarde naquele dia
Eu não pude dormir até tarde neste sábado como havia planejado, porque tive que ir de carro neste trânsito infernal buscar o irmãozinho insuportável da Julie no aeroporto.
Resolvo que assim que chegar das compras do supermercado vou fazer uma faxina, já que a Chantal minha colega de quarto está fora e não vai me poder ajudar.
Chego em casa e ainda são três da tarde, pego meus fones de ouvido e coloco Allan Walker no último volume, porque somente ouvir suas músicas podem me fazer acalmar depois desta manhã estressante.
Pouco tempo depois já terminei com toda a bagunça do nosso apartamento e vou lavar algumas louças que saboreou jogadas na pia depois do jantar improvisado com a Chantal e o Sean, seu namorado.
Sabe quando temos aquela sensação de que tem alguém nos observando? Pois é, eu sempre tenho isso, mas dessa vez não é apenas uma sensação, porque quando eu me viro tem alguém me observando e com um sorriso malicioso no rosto.
O irmão da Julie está de pé na minha porta e olhando para a minha b***a sem nenhum pudor.
Isso me deixa irritada logo de cara, mas bem lá no fundo me sentindo ao mesmo tempo lisonjeada.
Eu não conheço nem há vinte e quatro horas e esse cara me deixa com sentimentos tão confusos, seja talvez porque ele é todo confuso.
Tipo, ele tem um sorriso fabuloso que o faz parecer tão angelical, mas quando eu me aproximo ou tento ser gentil ele começa a falar coisas que me deixam extremamente irritada e ele se diverte com isso.
Mas se ele quer jogar um jogo, tudo bem, eu posso fazer do jeito dele, vou deixá-lo tão confuso quanto ele me deixa.
Ele começa me dizendo que bateu diversas vezes na minha porta e que não atendi porque estava cantando tão alto que estava incomodando todo o mundo.
Tá bom, eu sei que ás vezes me empolgo um pouco com minhas músicas, mas ninguém nunca reclamou disso antes.
Ele não para de olhar para meus shorts e dar aquele sorrisinho que faz aparecer uma covinha que me deixa hipnotizada. Eu puxo meu casaco tapando minhas pernas que estavam à mostra.
Ele agora se concentra em meu rosto e começa a dizer que veio aqui não por vontade própria, mas porque a Julie insistiu.
Isso tudo me deixa irritada, eu contentaria apenas que ele se desculpasse por ter sido tão i****a comigo hoje, mas parece que ele não se importa.
Eu também vou jogar esse jogo, pergunto se ele já terminou, ele me olha e parece espantado.
Talvez ele estivesse esperando uma reação mais agressiva de minha parte,mas eu prefiro reagir de uma maneira inesperada, para deixá-lo tão confuso quanto eu me sinto.
Ele parece tentar encontrar alguma palavra para continuar o que dizia, mas meu telefone toca,é o Colin e nada mais me interessa a não ser ouvir sua voz,eu fecho a porta na cara do Chris, deixando ele ainda mais confuso.
Ponto pra mim.
Eu disse que também podia jogar esse jogo.