Capítulo 4 - A Viagem

890 Words
Maria Gabriela acordou cedo pois estava ansiosa para a sua viagem aos Eua. Já tinha arrumado as malas e o motorista iria levá-las ao aeroporto depois do pequeno - almoço. Gaby desceu as escadas e encontrou seu pai a mesa sozinho. -Bom dia pai! - Bom dia filha! Dormiu bem? - Sim pai. Cadê a minha mãe? - Ela saiu cedo para cavalgar antes do pequeno-almoço. - Estás preparada para a viagem? E a Suely está feliz? - Sim e sim papai. Foi a melhor decisão que já tomei na minha vida. - Que bom filha. Sabes que podes contar com o meu apoio. - Obrigada Papai! Eu percebi que você não está feliz com a minha mãe. Porquê que vocês continuam juntos? - Ah filha! Eu amo a sua mãe. Mas ela mudo muito depois que.... - Que o quê Papai? -Nada filha. Esquece e pensa apenas na tua viagem. O pequeno - almoço decorreu em silêncio e Gaby decidiu mudar de assunto. Assim que terminou, Gaby pediu ao seu motorista que levasse as malas para o carro. Suely apareceu e estava super feliz. - Gaby! Estou tão ansiosa para viajar Obrigada amiga. - Suely! Você é como uma irmã para mim. Eu te amo e a viagem será maravilhosa. Ás 11:00 da manhã saíram para o aeroporto e Gaby apenas se despediu de Márcia e de Rui, pois a mãe ainda não tinha regressado da cavalgada. Apesar de não terem uma boa relação, Gaby ficou triste pela ausência da mãe, mas ainda assim sorriu e subiu no carro. No aeroporto despacharam a bagagem e fizeram o check-in e já no avião, Gaby reparou no passageiro que estava sentado na sua direcção na fila a sua direita, também na primeira classe. Era um homem alto de mais ou menos 1 metro e 80 de altura, moreno e de lindos olhos verdes. Ele olhou também para Gaby, sorriu educadamente e sentou. - Você viu aquele homem lindo? Gabriela perguntou a Suely - Claro que sim. E que sorriso... Essa viagem vai ser longa. Agora o destino vai entrar em acção para provar que os opostos se atraem e também se completam. Mas será que esta aproximação vai ser tão simples? Gabriela viajou sem se despedir da mãe. Ter ido cavalgar foi apenas uma desculpa e ela percebeu no momento em que a mãe não falou. Tentou esquecer a mãe e concentrar - se apenas na viagem e no tempo que ficaria fora de casa. - Estás bem amiga? - Estou. Quero dizer, ficarei bem. - Estás assim por causa da Senhora Cristina? Notei que ela não apareceu para te despedir. - Sim. Por mais que a nossa relação não seja das melhores ela é a minha mãe. - Eu entendo querida. E sinto muito por isso. Pode ser errado dizer isso. Mas, ela não te merece como filha. - Não é errado dizeres o que pensas. Errado é alguem ter filhos e não saber cuidar ou dar amor a eles. - Senhorita Castillo?...- A aeromoça surgiu ao pé delas. - Sim. Sou eu. - Este envelope é para si. Foi entregue à última hora e a instrução era para lhe entregar após 3 horas de viagem. - Obrigada....- Gabriela sorriu educadamente. - Não foi nada Senhorita. - De quem é Gaby? - Vamos descobrir agora. Gabriela abriu o envelope e quando retirou a folha reconheceu a caligrafia da sua mãe. Era uma carta. Minha menina. É assim que eu ainda te vejo, como uma menina. Perdoa - me por não ter sido a mãe precisavas. Presente e amorosa como foi a Márcia para ti. Perdoa - me por não te ajudar ou ensinar a ser uma mulher. Mas com a ajuda da Márcia conseguiste ser uma mulher linda, forte por dentro e por fora. Ao me confrontares sobre a viagem, soube que és mesmo a minha filha. Seja muito feliz meu amor. Posso não saber demonstrar, mas eu amo- te muito. Vai dar tudo certo filha. És como eu, teimosa e determinada. Então, serás muito feliz. Prometo que te vamos visitar. Peça à Suely que me perdoe. Eu a amo também. E já me desculpei com a Márcia. Neste envelope tem um presente meu para cada uma de vocês. Usem com moderação. Cuidem- se e liguem quando estiverem instaladas. Até à volta meninas. Bjos mil para vocês. Já sentimos saudades. Maria Cristina Castillo. Rui Eduardo Castillo e Márcia Isabel Valério. Gabriela e Suely tinham os olhos húmidos de emoção. - Viste amiga? Ela te ama. E muito. - Eu sei. E diz aqui que te ama também. - Eu acredito. E retiro o que disse. A Cristina precisa apenas de uma oportunidade para ser mãe. - Talvez na nossa volta. Agora vamos pensar em nós está bem? - Está certo. E que presente é esse que ela falou? Gabriela tirou dois cartões de crédito e eram de uso ilimitado. Estavam identificados com os seus nomes. - Toma. Este é teu. - Ilimitado? A sério? - Isso mesmo. Não o negues por favor. Vamos precisar. Afinal, serão 6 anos longe de casa. - Estás certa. Seremos responsáveis. - Não te preocupes. O que vamos gastar em débito já está assegurado. Gabriela orgulhou - se e ficou feliz com a atitude de sua mãe. Só esperava que a mesma não fosse temporária.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD