Maria Gabriela acordou cedo pois estava ansiosa para a sua viagem aos Eua. Já tinha arrumado as malas e o motorista iria levá-las ao aeroporto depois do pequeno - almoço. Gaby desceu as escadas e encontrou seu pai a mesa sozinho.
-Bom dia pai!
- Bom dia filha! Dormiu bem?
- Sim pai. Cadê a minha mãe?
- Ela saiu cedo para cavalgar antes do pequeno-almoço.
- Estás preparada para a viagem?
E a Suely está feliz?
- Sim e sim papai. Foi a melhor decisão que já tomei na minha vida.
- Que bom filha. Sabes que podes contar com o meu apoio.
- Obrigada Papai! Eu percebi que você não está feliz com a minha mãe. Porquê que vocês continuam juntos?
- Ah filha! Eu amo a sua mãe.
Mas ela mudo muito depois que....
- Que o quê Papai?
-Nada filha. Esquece e pensa apenas na tua viagem.
O pequeno - almoço decorreu em silêncio e Gaby decidiu mudar de assunto. Assim que terminou, Gaby pediu ao seu motorista que levasse as malas para o carro.
Suely apareceu e estava super feliz.
- Gaby! Estou tão ansiosa para viajar Obrigada amiga.
- Suely! Você é como uma irmã para mim. Eu te amo e a viagem será maravilhosa.
Ás 11:00 da manhã saíram para o aeroporto e Gaby apenas se despediu de Márcia e de Rui, pois a mãe ainda não tinha regressado da cavalgada. Apesar de não terem uma boa relação, Gaby ficou triste pela ausência da mãe, mas ainda assim sorriu e subiu no carro. No aeroporto despacharam a bagagem e fizeram o check-in e já no avião, Gaby reparou no passageiro que estava sentado na sua direcção na fila a sua direita, também na primeira classe.
Era um homem alto de mais ou menos 1 metro e 80 de altura, moreno e de lindos olhos verdes.
Ele olhou também para Gaby, sorriu educadamente e sentou.
- Você viu aquele homem lindo? Gabriela perguntou a Suely
- Claro que sim. E que sorriso...
Essa viagem vai ser longa.
Agora o destino vai entrar em acção para provar que os opostos se atraem e também se completam.
Mas será que esta aproximação vai ser tão simples?
Gabriela viajou sem se despedir da mãe. Ter ido cavalgar foi apenas uma desculpa e ela percebeu no momento em que a mãe não falou.
Tentou esquecer a mãe e concentrar - se apenas na viagem e no tempo que ficaria fora de casa.
- Estás bem amiga?
- Estou. Quero dizer, ficarei bem.
- Estás assim por causa da Senhora Cristina? Notei que ela não apareceu para te despedir.
- Sim. Por mais que a nossa relação não seja das melhores ela é a minha mãe.
- Eu entendo querida.
E sinto muito por isso. Pode ser errado dizer isso. Mas, ela não te merece como filha.
- Não é errado dizeres o que pensas. Errado é alguem ter filhos e não saber cuidar ou dar amor a eles.
- Senhorita Castillo?...- A aeromoça surgiu ao pé delas.
- Sim. Sou eu.
- Este envelope é para si. Foi entregue à última hora e a instrução era para lhe entregar após 3 horas de viagem.
- Obrigada....- Gabriela sorriu educadamente.
- Não foi nada Senhorita.
- De quem é Gaby?
- Vamos descobrir agora.
Gabriela abriu o envelope e quando retirou a folha reconheceu a caligrafia da sua mãe. Era uma carta.
Minha menina. É assim que eu ainda te vejo, como uma menina.
Perdoa - me por não ter sido a mãe precisavas. Presente e amorosa como foi a Márcia para ti.
Perdoa - me por não te ajudar ou ensinar a ser uma mulher. Mas com a ajuda da Márcia conseguiste ser uma mulher linda, forte por dentro e por fora. Ao me confrontares sobre a viagem, soube que és mesmo a minha filha.
Seja muito feliz meu amor.
Posso não saber demonstrar, mas eu amo- te muito. Vai dar tudo certo filha. És como eu, teimosa e determinada. Então, serás muito feliz.
Prometo que te vamos visitar. Peça à Suely que me perdoe. Eu a amo também. E já me desculpei com a Márcia. Neste envelope tem um presente meu para cada uma de vocês. Usem com moderação.
Cuidem- se e liguem quando estiverem instaladas. Até à volta meninas. Bjos mil para vocês.
Já sentimos saudades.
Maria Cristina Castillo.
Rui Eduardo Castillo e Márcia Isabel Valério.
Gabriela e Suely tinham os olhos húmidos de emoção.
- Viste amiga? Ela te ama.
E muito.
- Eu sei. E diz aqui que te ama também.
- Eu acredito. E retiro o que disse.
A Cristina precisa apenas de uma oportunidade para ser mãe.
- Talvez na nossa volta.
Agora vamos pensar em nós está bem?
- Está certo. E que presente é esse que ela falou?
Gabriela tirou dois cartões de crédito e eram de uso ilimitado.
Estavam identificados com os seus nomes.
- Toma. Este é teu.
- Ilimitado? A sério?
- Isso mesmo. Não o negues por favor. Vamos precisar. Afinal, serão 6 anos longe de casa.
- Estás certa. Seremos responsáveis.
- Não te preocupes. O que vamos gastar em débito já está assegurado.
Gabriela orgulhou - se e ficou feliz com a atitude de sua mãe. Só esperava que a mesma não fosse temporária.