MULHER FRIA E OS FILHOS DO DESTINO

3- ESTOU DIFERENTE

Serena achava que era diferente de outras mulheres. Chegou procurar alguns médicos.

Ela nunca sentiu desejo por alguém. Seja homem ou mulher.

Mas olhando aquele homem, desde o momento em que o viu pela primeira vez, sentiu algo estranho em seu corpo.

Já havia beijado algumas bocas, mas nunca quis realmente beijar ou ser beijada, fazia por que todos faziam, e por não sentir nada nunca fez mais de trocar alguns beijos, chegando assim aos vinte e três anos ainda virgem.

Porém, aquela boca que lhe chamava anjo, essa ela queria provar, aquele corpo de mais de um metro e noventa, com certeza ela queria tocar, beijar. A mão no seu ombro ela queria sentir passeando por todo o seu corpo.

Não podia acreditar, logo ela.

Algumas lembranças traumáticas começaram a aparecer na sua mente.

Lembrança on

"Você precisa beijar o Rómulo, o aluno novo. Dizia o tempo todo sua prima Fabricy. Todos da nossa turma já beijaram, menos você. As outras meninas estão a falar que tenho uma prima geladeira. Serena sempre dizia que não queria beijar ninguém, mesmo tendo dezesseis anos.

Com toda pressão da prima, acabou dando o seu primeiro beijo em Rômulo, o menino que todos diziam ser o mais lindo da escola.

Ela não sentiu nada nesse beijo, achou algo babado, sem graça, não gostou do menino tentar passar a mão no seu corpo.

Porém, a dor maior veio depois logo depois quando ficou a saber que o menino havia feito isso por conta de uma aposta, o seu primeiro beijo foi falso, pois o menino fez para contar vantagem, e ainda pagou para sua prima convense-la a fazer isso.

Ela sentiu nojo de toda a situação, chorou muito no colo da sua mãe na época.

Por sorte sua mãe tinha uma mente aberta, disse que foi r**m por ser o primeiro, mas que precisava beijar mais, assim iria aprender.

Foi quando os irmãos começaram a levá-la para as festas, lá ela fazia amizade fácil, brincava com todos, mas quando um menino pedia para ficar com ela, não se sentia bem, mas acabava indo, porém os beijos continuavam sem a menor graça para ela. Assim acabou não aceitando nem um convite para ficar com ninguém.

Lembranças off

Com esses pensamentos ela acabou a sopa de legumes com carne, sua sorte que havia deixado a geladeira e despensa muito bem abastecidas.

Tomou um banho colocando um agasalho quentinho. Serviu-se de sopa e sentou ao lado da cama, olhando para o homem que ainda dormindo. Sentiu a necessidade de tocar o seu rosto, sentiu a necessidade de estar ali ao lado dele.

Foi comendo calmamente, e outras lembranças vieram.

Lembranças on

Fernando era colega dos meus irmãos, eles sempre estavam lá em casa, ficamos amigos. Na minha cabeça apenas amigos, até que um dia numa festa ele me beijou do nada.

No outro dia todos sabiam que estávamos a namorar.

Eu não queria um namorado, nem do beijo gostei. Mas em casa foi uma festa, eu já tinha dezenove anos, o meu irmão mais velho Sidney com vinte e quatro já estava noivo. O meu irmão do meio com 21 anos tinha uma namorada nova todas as semanas.

Fernando passou a frequentar a minha casa com o status do meu namorado.

Eu queria. Não! Eu gostava? Não! Eu sabia dizer não? Não. Assim fui levando.

Fugia dos seus beijos, não aceitava que ele me tocasse. Foi assim por quatro meses, tempo demais para mim.

Até uma festa que o meu irmão fez em casa.

Tinha muita gente. Fernando veio querendo se agarrar em mim Eu queria apenas beber e dançar, acabei deixando ele de lado.

Fiquei na pista me divertindo muito. Até que alguém machucou e eu fui buscar o kit de primeiros socorros.

O kit estava no quarto dos meus pais, eles estavam viajando.

Entrei sem bater ou pensar.

Congelei na porta com a cena. A minha querida prima Fabricy nua de quatro na cama, gritando muito enquanto o chamado "meu namorado" Robert, entrava nela dando tapas na sua b**** enquanto a chamava de gostosa e ela gritava "mete forte Robert! F*** a minha b*****." Senti um nojo tão forte da cena, que vomitei ali na porta, foi quando eles perceberam a minha presença.

O meu irmão havia subido para ver o porquê da minha demora.

Robert e Fabricy já estavam enrolados nos lençóis.

Eu chorava, pela dor da perda, não. Chorei de raiva por aceitar estar namorando um safado como ele, chorei por ser enganada por minha prima outra vez, chorei de vergonha e por ter que contar para minha mãe o que aconteceu no seu quarto.

O meu irmão gritou com Robert, a minha cunhada arrastou a minha prima nua até na rua, com todos vendo. Robert antes de sair ainda tentou me ofender.

- "Nunca vai conseguir que alguém goste de você Serena, uma garota fria, que não desperta nem um pingo de desejo num homem, sim traí você, não vou negar já que você viu, mas qualquer um faria o mesmo, não sou um menino, sou um homem, você precisa se tratar."

Eu fingi que nem entendi, porque ele não era nada para mim.

Lembrança off

Naquele dia o único sentimento que sentiu foi nojo.

Mas agora olhando para o homem deitado ali, se imaginou no lugar da sua prima, com aquele estranho f**** ela com força.

Nossa algo muito estranho aconteceu, pela primeira vez sentiu a sua i********e formigar, apertou as suas coxas só de imaginar ser tocada por ele.

Para com isso Serena, onde está com a cabeça, o homem está machucado, você não sabe nem o nome dele.

Enquanto ela pensava assim, ele tirou o cobertor do seu peito, deixando amostra.

Ela deixou o prato de lado, esticou lentamente a sua mão, precisava tocar aquele peito, forte, a sua respiração ficou pesada, ela nunca havia sentido um desejo tão grande por tocar alguém, por isso não tinha ninguém na sua vida, mas ali naquele momento sentiu a necessidade de tocar aqueles músculos, e tocou, suavemente.

Ficou ali alisando aquele estranho, o seu corpo estava quente apenas por tocar aquele homem desacordado, mas voltou a realidade quando ele voltou a se mexer, porém, quando ela ia tirar ele segurou a sua mão ele segurou rapidamente.

— Não para, está tão bom, mas se você puder dar-me água vai ficar melhor ainda, meu anjo.

Serena soltou a sua mão e correu buscar a água, água essa que agora ela também precisava. Tomou o fôlego e voltou para levar a água ao estranho.

Estava perdida nunca havia sentido algo tão estranho e bom ao mesmo tempo, sentiu que precisava mais daquilo.