2- PRIMEIRO OLHAR

868 Words
Serena entrou no lugar com cautela, mas logo viu um homem amarrado a parede, suas roupas sujas de terra e sangue, cabelos loiros bagunçado, barba grande suja, mas os olhos dele. Aqueles olhos tinham um misto de sentimentos, dor com esperança, frio e um calor sobre ela que fez seu corpo reagir de uma forma diferente de tudo que ela já havia vivido. -Me ajude anjo. Ela saiu do seu transe e aproximou-se do rapaz, pegando rapidamente a sua garrafinha de água, colocou na boca do estranho, que bebeu com dificuldade. Enquanto fazia esse gesto, ela percebeu que ele estava com febre. - Você precisa sair daqui, espero que não seja um homem m*l. - Me ajude anjo Falou mais uma vez o estranho. Serena usando a sua faca cortou as cordas, sempre tinha um kit médico para suas caminhadas. Limpou o rosto do homem, ficando ainda mais admirada. Ofereceu um analgésico e mais água. - Você consegui andar? - Não sei, mas não consigo enxergar. Mesmo assustada, ela ajudou o estranho a se levantar. - Um anjo com cheiro de maracujá, para me acalmar. Serena riu, de onde ele havia tirado essa de anjo. — Vamos a tempestade está próxima, precisamos ir, meu chalé e bem longe. Por sorte o homem conseguia andar guiado por Serena. Não estava fácil ajudar o estranho, mesmo com febre ele caminhava bem e firme, porem sem ver o caminho, acabou caindo algumas, Serena pedia desculpas, não tinha jeito para lidar com a situação. Com a caminhada foram a perceber a melhor forma, o caminho era cheio de obstáculos. Após mais de uma hora andando Serena começou a ficar nervosa, pois ainda não avistava o chalé. Que não estejamos perdidos pensava Serena, olhando assustada a sua volta, vendo o céu todo escuro, e sentindo a força do vento. - O que está a acontecer? Questionou o estranho que segurava o ombro da sua guia, mesmo sem ela dizer nada ele percebeu que ela ficou mais nervosa. - Não estou a ver o chalé, e a tempestade está perto. - Tenha calma, se Deus me enviou um anjo de maracujá para me tirar daquele lugar, vai mostrar o caminho para o refúgio. Deve ser a febre, ela pensava. Mas alguns metros de caminhada, começaram os raios e trovões, Serena ficou apavorada, não gostava disso. - Calma anjo! Quando a sua paciência já havia acabado e ela ia responder viu ao longe o chalé. — Estamos a chegar, faltam menos de dois quilómetros. Falou toda animada. Porém, levou um grande susto quando viu um raio caindo numa árvore próxima, gritou apavorada. O homem estranho vendo o seu desespero, abraçou o seu corpo, passando segurança. - Calma, precisamos continuar você disse que estamos perto, vamos anjo. Serena não sabia se era por conta da febre ou algo mais, o corpo dele, passava um calor reconfortante, dando coragem para continuar a caminhada. Já nos próximos passos, começaram a sentir a chuva tocar o corpo deles, Serena apressou o passo, sendo seguida no mesmo ritmo pelo homem que segurava firme no seu ombro. A chuva só aumentava, o vento de tão forte fazia o corpo dos dois balançar, outro raio caiu próximo da estrada de saida fazendo uma grande árvore cair. Serena já não via quase nada, quanto mais perto do chalé, mas a chuva ficava forte, as roupas de ambos já estava toda molhada. Firmes e molhados chegaram ao chalé, entrando ela logo trancando a porta. - Precisamos tirar essas roupas molhadas. Foi a tirar o casaco e calço, ficando com um short e camiseta, avisou que iria buscar toalhas. -Anjo, onde você está, não estou bem, anjo ajude-me. Serena voltou para o quarto sala, encontrando o homem apenas de cueca, se segurando na parede. Ela precisou respirar fundo para manter a atenção. Foi até o estranho, ajudando o mesmo a chegar até a cama, que por sorte era bem grande. Serena percebeu que ele estava mais quente e tremendo. - Nossa sua febre aumentou, vou dar-te outro remédio. - Me ajuda anjo, preciso ver a minha mãe mais uma vez, por favor anjo.... O homem falou com um fio de voz. Rápido a moça buscou um remédio dando para ele. Tudo que podia lembrar sobre como baixar a febre ela foi fazendo, enquanto escutava o barulho da tempestade lá fora. Depois de mais de uma hora, ela percebeu que a temperatura do homem deitado semi nu na cama havia abaixado. Ela então foi até a cozinha prepara uma sopa, ela precisava, e sabia que ele também. Da cozinha ficou a observar o homem na cama. Apesar de abatido, barba grande escondendo seu rosto, testa inchada, cabelos bagunçados, ele era um homem bonito. Não era o primeiro homem que via semi nú, sempre estava na piscina, vendo os amigos dos seus irmãos andando por lá apenas de sunga, homens com músculos trabalhados na academia, já havia ido mais de uma vez com a mãe e as cunhadas nos chamados clubes das mulheres, lá o palco era sempre cheio de homens lindos. Então por que esse homem, mexia com ela, logo ela, que nunca viu um corpo além da anatomia humana, sem provocar nada no seu sistema.
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