capítulo 04

1194 Words
Luiza narrando Embarcamos no Rio de janeiro e tava muito quente aqui, eu até tinha me esquecido que aqui tinha um sol pra cada um, tinha uma mulher muito bonita e tatuada nos esperando na porta de desembarque, ela estava com uma plaquinha com nossos nomes escritos, então fomos andando em direção a ela. Xxx: oi vocês são a Luiza e beta ?.- ela pergunta nos olhando. Beta: sim, e você quem é?.- a beta pergunta pra ela que amassa o papel e acena com a cabeça nos mostrando pra onde temos que ir. Xxx: eu sou a Viviane, mais podem me chamar de kitty.- ela fala Luiza: é do movimento ?.- eu pergunto pra ela que confirma. Kitty: sou sim, sou a gerente do chapadão.- ela fala e eu dou um sorrisinho, gostei de saber que tem mulheres no poder por aqui também.- agora vamos que está quase na hora de sepultar o seu pai.- ela fala me olhando e nós entramos no carro junto com ela. No caminho fomos em silêncio, eu tava o tempo todo segurando o choro, não acredito que não vou mais ver o meu pai, passei tanto tempo longe dele, e agora não vou mais vê-lo, isso não é justo, mais também não vai ficar assim, e uma promessa. Assim que chegamos no cemitério eu percebi o quanto meu pai era querido já que estava lotado de gente que veio se despedir, meu padrinho estava do lado de dois caras grandes e fortes. Kitty: não vão entrar ?.- ela pergunta vendo eu ficar no carro. Luiza: vou sim, mais primeiro vou deixar todos se despedirem. Kitty: tudo bem, qualquer coisa que é só me ligar .- ela fala me entregando o número dela, eu salvei no celular e ela foi em direção ao cemitério. Quando deu o horário todos se despediram do meu pai e foram embora, alguns com a cara muito feia, acredito que por não poderem participar do enterro, mais eu quero ter esse momento somente eu e meu pai, não quero ninguém aqui, quero poder me despedir. Depois que todos saíram ficou só meu padrinho e s beta comigo. Ticão: tá na hora minha piveta, vamos lá ?.- ele fala se aproximando de nos e abraça a beta. Beta: que saudade meu velho.- ela fala apertando ele que tira ela do chão. Luiza: vamos lá.- eu falo indo em direção aonde está o corpo do meu pai. O juiz fez a oração de despedida e eu não conseguia mais segurar as lágrimas, mesmo tentando não demonstrar fraqueza, foi impossível não chorar. A pior parte é saber que depois que eles fecham o caixão nunca mais veremos a pessoa e daqui pra frente só nos resta sentir a saudade. Ticão: bora la que vou mostrar sua casa, se quiser pode ficar com nos por enquanto.- ele fala e eu n**o. Luiza: não padrinho tudo bem, vai ser bom ficar em casa sozinha um pouco. Beta: se quiser posso ficar com você amiga.- eu n**o. Luiza: não, tudo bem, pode ir curtir e matar a saudade do padrinho.- eu falo com eles. Beta foi contando pra ele sobre a faculdade, sobre a cidade e de como é frio quando estamos nos inverno, e que vai ter que ir no shopping comprar mais roupa de calor. Ticao: hoje tem o baile de despedida do seu pai, vocês vão ir certo ?.- ele me pergunta parando na entrada de uma favela, imagino ser o chapadão assim como a kitty falou, não sabia que meu pai tinha se mudado pra cá, pra falar a verdade quase nunca falamos sobre nada, ele só queria saber de mim, sempre era tudo sobre mim, ele falou com um rapaz que íamos subir, o tal cara passou o rádio pra alguma que disse que tudo bem e subimos o morro em direção ao alto, meu padrinho parou em uma casa muito bonita, bem a cara do meu pai mesmo. Luiza: vamos sim, ele sempre disse que queria um baile pra comemorar a despedida dele. Beta: então toma um banho, descansa porque você tá com uma cara horrorosa e mais tarde vamos comprar um vestido pra irmos ao baile.- ela fala e eu dou o dedo pra ela. Desci do carro e entrei dentro de casa vendo tudo no seu lugar e bem limpo, meu pai sempre foi muito limpo, então a casa e impecavel, olhei todos os cômodos vendo o meu quarto exatamente igual da outra casa, ele não mudou nada, fechei a porta e entrei vendo algumas coisas minha nas prateleiras, no closet tinha roupas antigas que nem devem mais servir em mim, já que estou bem diferente, coloquei as malas em cima da cama e abri pra pegar uma roupa. Entrei no chuveiro sentindo as lágrimas caírem no meu rosto mais uma vez, vou chorar tudo o que tiver pra chorar e quando sair daqui desse banheiro eu vou ser a mulher forte que meu pai me ensinou a ser, lavei meus cabelos, hidratei, esfoliei meu corpo enquanto o creme agia, fiz imã limpeza de pele e depois tirei todo o resíduo de creme. Tá muito calor, mais não consigo deixar meu cabelo molhado, então peguei minha escova que seca pra ir mais rápido, em 40 minutos ele tava seco e liso do jeito que eu gosto, coloquei meu pijama e deitei na cama sentindo o cansaço tomar conta do meu corpo, peguei o celular pra falar com minha professora da faculdade que disse que eu posso terminar a faculdade por aula online, mais eu preferi trancar a faculdade mesmo, até porque nem sei mais se vou voltar pra lá, agora só quero saber quem matou meu pai e fazê-lo pagar. Acordei com a beta quase derrubando minha porta, desci as escadas ainda dormindo e fui abrir a porta, a doida tava toda animada com várias sacolas na mão. Beta: eu comprei umas roupas lindas, tenho certeza que você vai amar.- ela fala toda animada. Luiza: não íamos ir juntas ?.- eu falo ainda bocejando . Beta: como você precisava descansar e eu sei o seu tamanho e gosto, eu comprei algumas coisas que sabia que você ia gostar e agora é só você escolher. Luiza: tá bom.- eu falo olhando no relógio e vendo ser 21 horas da noite já, eu dormi bastante até, agora é me arrumar e ir pra esse baile, tomei um banho rápido só pra tirar o suor e logo sai, me enrolei na toalha e fui ver as roupas que a beta trouxe. Acabei escolhendo um vestido prata que ela trouxe aberto dos lados, e costas nua, meu cabelo deixei solto mesmo, coloquei meu salto com a fivela transparente e peguei minha bolsa .- e aí o que achou?.- eu pergunto pra ela. Beta: acho que nunca teve patroa mais gata que você.- ela fala aparecendo com um conjunto lindo e uma bota até a coxa. Luiza: bom então vamos lá.- eu falo passando meu perfume e nós saímos de casa vendo meu padrinho do lado de fora. Ticao: p**a que pariu, acho que vou precisar de uma arma maior.- ele fala e nós damos risada.
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