Sophie
Saí do quarto não muito surpresa com o que aconteceu. Já era de se esperar que ele agisse dessa forma, só que em momento nenhum deixei transparecer se queria ter alguma coisa com ele.
Poxa, que garoto escroto!
Deixei o copo numa mesa e andei a procura da Kelly. A encontrei com o Tyler aos beijos.
— Kelly. — a cutuquei interrompendo o beijo deles.
— Que foi, amiga?
— Eu vou embora. Pode me emprestar a chave do seu apartamento?
— Porque? O que aconteceu? — ela estranhou.
— Jonathan e seu complexo de idiotismo. — revirei os olhos.
— Eu vou lá falar com o i****a. — Tyler falou se afastando da gente.
— Amiga, eu queria que você ficasse.
— Não dá pra ficar mais um minuto nessa festa. Amanhã a gente conversa. Você parece estar em boa companhia. — estendi a mão e ela me deu chave.
— Eu vou embora cedo. Tem bolo de brigadeiro e morango na geladeira.
— Tá bom. — saí da festa.
Peguei um táxi e quando o carro passou pela frente de minha casa pensei em descer ali, mas lembrei que pra todos os efeitos não fui a essa festa e deixei que o carro continuasse me levando pra casa da Kelly.
Chegando lá tirei o salto alto e fui direto pra cama. Eu tinha razão em não querer ir a essa festa. Nada do Jonathan presta. Nem ele nem suas coisas.
Quantos minutos eu passei na festa? 10? Ele conseguiu estragar minha presença em recorde de tempo. Um verdadeiro filho da p**a.
Tirei minha roupa e vesti um babydoll, depois tirei a maquiagem com demaquilante e voltei a ser a garota de sempre.
Abri a geladeira da Kelly e tirei um pedaço da torta que ela falou. Aliás ela estava maravilhosa. Sentei no sofá e fiquei assistindo Law and Order enquanto o sono não vinha.
Eu gosto do apartamento da Kelly, mas é estranho sem ela aqui. A gente sempre se junta pra fazer loucuras. Beber e falar besteira... Testar comidas novas...
Uma meia hora depois alguém bateu na porta. Levantei e olhei pelo olho mágico. Era a Kelly que já voltou da festa, e sozinha.
Abri a porta envergonhada por ter atrapalhado a festa dela.
— Desculpa por ter atrapalhado sua festa.
— Fica tranquila. —ela tirou o salto.
— E o Tyler?
— Ele vai ficar bem. Eu quero ficar com a minha amiga e saber o porque você veio embora. — sentou no sofá.
— Simplesmente porque o Jonathan queria me comer naqueles 10 minutos que cheguei na festa.
— Ah, ok. E você queria?
— Claro que não Kelly! Você tá louca?! Eu não quero ter nada com o Jonathan. Ele só quer comer as meninas e depois finge que elas não existem!
Ela levantou e foi pra cozinha depois voltou com uma garrafa de uísque, gelo e copos.
— É isso que universitários fazem amiga, transam e esquecem.
— Você tá querendo dizer que eu devia fazer isso?! — perguntei incrédula.
— Não, você não precisa agir como uma v***a com todo mundo, mas era o Jonathan! Sua chance de pegar um gato como ele. Eu não pensar duas vezes. Depois você esquecia e ele não faria nada de m*l a você.
— Você tá louca. — ri apavorada com essa ideia e peguei o copo de uísque que ela me deu.
— Você precisa se divertir mais amiga. t*****r é tão bom.
— Eu nunca transei com nenhum cara. — lembrei.
— Isso se resolve rápido. Mas você tem que aproveitar. Se joga. Pegar os gatinhos. Você é linda amiga não tem que ficar se escondendo não.
Virei o uísque todo e ela também. Depois colocamos mais.
— Minha mãe me mataria se soubesse que fui a essa festa. Ela trabalha na casa dele.
— Do Jonathan?! Porque você nunca contou?
— Porque eu descobri ontem, quando fui substituir ela que estava doente. Ele simplesmente ficou obcecado por mim, me implorou carona e ligou pro telefone da minha mãe pra falar comigo, sorte que ela tinha esquecido ele em casa. Ele disse que ligaria de novo e de novo, então tive que dar meu número. Agora isso.
— Pois. Isso é que é loucura. Eu só ficaria pelo perigo. Coisas proibidas são mais excitantes. — terminou de virar o uísque de novo e colocou mais. Virei o meu e ela botou mais no meu também.
— Você é louca, Kelly.
— Eu sou a melhor amiga que você podia ter. Te ensinei várias coisas e vou te ensinar mais.
Eu ri.
Já tô ficando tonta com o uísque.
— Que coisas?
— O que você quiser saber.
Foi ela quem tirou meu bv. Pratiquei muito beijo de língua com ela também. Mas nunca passamos disso. A gente acha engraçada essas brincadeiras. ninguém sabe mesmo.
Ela levantou do sofá e sentou do meu lado.
— Você devia ter dado pro Jonathan. Ele deve ser muito bom de cama.
Eu prefiro não imaginar isso.
— Eu não sou dessas amigas.
— Você é a p*****a encubada mais sonsa que eu já vi. — começou a beijar minha boca. — Safada. — ela riu quando parou.
Eu também ri.
— Tô dizendo que você é doida! — confirmei.
— Não tem nada demais em beijar uma amiga. Amigas podem tudo. — continuou tomando o uísque. — Eu adoro nossa amizade.
— Eu também. Me faz esquecer das chatices que minha mãe impõe. — revirei os olhos.
— Vamos ver quem bebe mais? — pegou o copo de uísque.