123. Russo Narrando Eu, o Barão e o Antônio passamos a noite inteira rodando que nem doidos atrás da Ana. Cada beco, cada buraco, tudo quanto é lugar que a gente podia meter o pé, a gente foi. Mas parecia que a maldita tinha sumido do mapa. O Barão tava com o sangue nos olhos, nem piscava direito. E o Antônio, coitado, tava só o pó, com a cara amassada, mas não abriu a boca pra reclamar. Tava claro que ele também queria achar a Ana tanto quanto a gente, mesmo sabendo que a história ia acabar feia pra ela. Chegamos na casa dela lá em Nova Cidade, uma favela que só tem gente safada, cheia de malandro. Eu já tava de saco cheio, sem paciência pra bater na porta, então dei logo uma voadora e arrombei a desgraça. A casa tava toda escura, aquele cheiro de mofo e podridão que só lugar abandona