Anthony
Dois anos, exatamente hoje faz dois anos que minha vida perdeu todo o sentindo, perdi as duas pessoas mais importantes da minha vida, Valérie minha esposa e a nossa pequena Sophie a princesinha que encheria nossa casa de alegria, mas a vida foi dura comigo e levou as duas no dia do parto.
Hoje eu vivo na vinícola que meu pai deixou de herança, ela fica há 30 quilômetros do centro de Seattle. Woodinville é uma cidade bem pequena, têm aproximadamente 11 mil habitantes e jeitinho de interior é onde eu vivo meus dias hoje, desde a morte da minha esposa e da minha filha que vivo isolado só cuidando das uvas, da produção de vinhos pra ver se essa dor some do meu peito, mas está bem difícil.
Decidi que não vou mais entregar meu coração a nenhuma mulher, não pra ter que passar por essa terrível experiência de novo, amar, entregar o coração e perder tudo da noite pra o dia. Vou me dedicar ao trabalho e tentar encontrar a felicidade de outra maneira longe do amor e tudo que se relaciona a sentimentos.
Hoje passei o dia com a mamãe em Seattle, eu e meus irmãos sempre estamos com ela, desde que meu pai morreu que buscamos não deixá-la só, apesar de minhas irmãs Sofia e Júlia morarem com ela, eu e o Paul sempre queremos manter o foco da união que meu pai deixou.
Fico até o final da tarde com ela, me despeço mesmo com seus protestos pra ficar e dormir lá, mas eu já estou acostumado a ficar na vinícola então saio em direção a vinícola, não ando muito e uma chuva começa a se formar, espero que dê tempo de chegar a vinícola antes desse temporal começar.
Ando uns dez quilômetros e sou surpreendido pela chuva que cai torrencialmente, a estrada está vazia, a chuva está ficando cada vez mais forte, ando mais uns cinco quilômetros e logo a minha frente vejo um carro parado no meio da estrada em sentido contrário ao que estou indo, no início penso em passar direto, mas não foi isso que meu pai me ensinou, não posso deixar quem quer que seja a mercê nessa chuva, mesmo se for pra correr um risco eu vou ajudar.
Paro o carro e fico um momento esperando para ver se vejo quem está com problemas, à chuva ainda cai, de repente vejo uma mulher encharcada da chuva rondando o carro, o brilho do farol do meu carro mostra que é uma mulher jovem, saio do carro e vou lhe ajudar, mas assim que ela me avista já se afasta, mas eu não posso deixá-la aqui sem lhe prestar socorro, me aproximo mesmo vendo seu medo.
_ Olá, não precisa ficar com medo eu só quero lhe ajudar. Está Ferida?
_ Oi... Não, estou bem. Meu carro caiu nesse buraco e não consigo tirar de jeito nenhum, será que tem como o senhor me ajudar.
Observo a mulher a minha frente, sua boca era perfeita, os olhos penetrantes, sua camiseta e jeans estavam presos a sua pele, pude ver que ela tinha curvas exuberantes. Não pude ver a cor exata de seu cabelo devido à escuridão, mas parecia como seda, perfeitamente lisos e retos pousado sobre seus s***s.
_ Claro, apesar de que com essa chuva e a escuridão não vai ajudar muito.
Eu dou uma olhada na situação e vejo que seu carro ao cair no buraco danificou algo na roda e não vai ter como sair dali a não ser pelo reboque.
_ Não tem como sair, a roda está danificada, onde está indo?
_ Pra Seattle.
_ Estou vindo de lá, a chuva está intensa, posso te levar até minha casa, não é longe daqui, amanhã a levo pra Seattle.
_ Eu não lhe conheço, não posso ir pra sua casa, não vou entrar em seu carro quem me garante que não é um maníaco?
_ Ficar aqui acho que não vai ser muito diferente, posso lhe garantir que estará mais segura na minha casa, do que aqui no meio da estrada. Eu não estou indo para atacá-la. Juro que não vou fazer nada para prejudicá-la.
Percebo o quão assustador deve ser para uma mulher solitária acabar presa e sozinha no meio de uma estrada escura e ainda vendo um homem insistindo em querer que ela entre no carro, deve ser apavorante, se fosse uma das minhas irmãs com certeza que eu ia dizer que elas estavam loucas se entrassem no carro de um estranho, mesmo sabendo que ficar a mercê nessa estrada escura o risco seria bem maior. Ficamos os dois na chuva com ela ainda receosa em vir ou não comigo.
_ Juro sobre o túmulo do meu pai, não vou te machucar. Não há problema em entrar no meu carro.
_ Não vou entrar em seu carro.
_ Eu só quero ajudá-la. Por favor, deixe-me ajudá-la.
Ela para um pouco e fica pensativa, acho que Lizlisando as possibilidades e logo depois se vira e fala.
_ Tudo bem eu aceito a sua oferta, já que ficar aqui não é tão seguro, ir com você também não sei se é, mas se não tenho outra opção, vou preferir acreditar que você não é um maníaco e sim um cavalheiro.
_ Pode acreditar que a sua segunda opção é a verdadeira, pegue suas coisas e vamos pra não adoecermos no meio dessa chuva.
Ela vai até seu carro e pega suas coisas e assim que vem ao meu encontro eu tento mais uma vez ser cavalheiro e vou pegar sua bolsa para carregá-la, mas ela se retrai no mesmo momento e puxa a bolsa para si, naquele momento eu percebi que era uma reação normal de uma mulher que estava se protegendo de um cara estranho em uma situação como esta.
Ela saiu na minha frente e infelizmente, enquanto caminhava para meu carro, me vi incapaz de tirar os olhos de suas curvas perfeitas.
Definitivamente aquele não era o momento para pensar em sexo, não mesmo, desde a morte da Valérie que minha mente e meu corpo se fechou totalmente para os desejos da carne.
Mas agora que eu tinha uma mulher linda em meu carro, com um corpo espetacular estava difícil conseguir não sentir nada. Chegamos próximo ao carro e já imaginei que o interior dele nunca mais ia ser o mesmo abro a porta do lado do motorista e deslizo para dentro, o vapor de nossas roupas, a condensação cobrindo o interior das janelas, fazendo o carro se sentir ainda mais íntimo do que já era.
Não pude deixar de notar que minha passageira surpreendentemente cheirava a chuva, e flores recém florescidas. Meus pensamentos estavam longe quando sou tirado de meu devaneio com sua voz.
_ Se você pudesse me levar para o hotel mais próximo, seria ótimo. E se pudesse ser algo barato ajudaria muito.
Meus planos de ter uma noite tranquila, tomando um vinho e vendo a brisa da varanda da minha casa, mas agora estou aqui tentando reprimir a forma como o cheiro dela está mexendo com os meus sentidos.
_ Olhe, tenho um lugar livre para você ficar esta noite. Podemos chamar o reboque quando chegarmos lá.
_ Obrigado pela oferta, mas realmente, um hotel é melhor. E não se incomode com o reboque, amanho eu ligo.
Eu sabia que devia apenas levá-la para um hotel. Senhor, eu sabia que ela havia pedido isso, ela já me disse isso mais de uma vez. Mas não havia nenhuma maneira que eu poderia deixá-la em algum hotel úmido. Não, eu não podia fazer isso, se não como seria capaz de me olhar no espelho de manhã sem ver a palavra i****a escrito na testa.
Além disso, todos os meus instintos me diziam que ela precisava de mais ajuda do que apenas ir para um hotel.
Aprendi muito cedo com minha mãe e duas irmãs que não devia mexer com o que uma mulher queria. Eu sabia que ela ficaria muito chateada com o que eu estava preste a fazer. Mas nada disso, nenhum dos avisos que foram saindo de minha cabeça, foram o suficiente para me impedir de tomar a decisão de ajudá-la de qualquer maneira.
Giro a chave na ignição e cuidadosamente saio pela estrada, nesse momento percebo que não sabia o nome dela. Considerando que estava levando-a para o calor e o conforto da minha casa de hóspedes.
_ Sou Anthony Collins.
Nenhum som veio do banco do passageiro e, inexplicavelmente, eu me vi lutando contra um sorriso. Quando foi a última vez que uma mulher não tinha se jogado para cima de mim. Desde que fiquei viúvo e muito antes também, sempre tive várias mulheres aos meus pés.
Mas ela não me respondeu, não falou nada, então pensei, será que não seria melhor levá-la a um hotel, mas não sei por que eu me sentia estranhamente atraído por esta completa estranha.
O silêncio tomou conta de todo o ambiente do carro, mas eu ia deixá-la se sentir confortável o suficiente pra responder.
_ Meu nome é Elizabeth, mas prefiro que me chame de Liz.
Ela falou e silenciou novamente, seguimos a estrada e antes da cidade entro na estrada que dá para a vinícola, vejo seu desespero.
_ Aonde você vai? A cidade não é mais a frente, na direção daquelas luzes?
Não deu tempo de responder logo em seguida, estávamos em frente a Vinícola Collins, bato o controle remoto para abrir os portões, e começo a subir a estrada estreita.
_ Anthony.
Sua voz tinha uma forte nota de aviso, mas certamente não me impediu de gostar da maneira que meu nome soava em seus lábios.
_ Eu disse para você me levar para um hotel.
_ A casa é mais perto. Boa, também.
_ Você sempre ignora o que as pessoas querem e faz o que você quer fazer, afinal.
_ Quase sempre.
_ Sua mãe deve estar orgulhosa.
_ Olha Elizabeth, sei que você preferiria não estar aqui, mas eu sou dono desta vinícola e eu não vejo nenhum sentido você pagar por um quarto em alguma porcaria de hotelzinho qualquer quando há cinco quartos vazios bem aqui.
_ Eu não conheço você.
_ Liz se você fosse uma das minhas irmãs eu não iria querer que você confiasse num cara que pegou você no lado da estrada, no meio de uma tempestade. Por isso tudo que vou fazer você se acomodar e então vou sair e ir para minha casa do outro lado da propriedade.
Esperei ela para dizer não novamente. E a verdade era que, se ela insistisse em ir a um hotel, iria jogá-la por cima do ombro e acorrentá-la a uma das camas na casa de hóspedes, mas de maneira nenhuma a deixaria dormi em qualquer espelunca.
Tive que afastar da minha mente a chama de desejo, imaginando o cenário dela amarrada na cabeceira da cama. Senhor... eu sabia que se ela soubesse dos meus pensamentos sobre ela agora, ela ia começar arranhando a porta carro e sai correndo.
_ Então...
Meu Deus, ela tinha de ser uma das mulheres mais bonitas que já vi em meses.
_ Você não vai ficar comigo?
_ Não. Eu vou deixar você acomodada e então vou ir até a minha casa para o resto da noite.
Chegamos e estaciono o carro e antes que ela pudesse mudar de ideia, peguei sua bolsa, mas ela se mexeu e abriu a porta, movendo-se para a chuva antes que eu pudesse ajudá-la com a maldita bolsa. Eu queria levá-la, para que assim ela pudesse confiar mais em mim e aceitasse minha ajuda, mas ela foi mais rápida e logo estava na varanda coberta da casa de hóspedes.
A visão a minha frente era a melhor vista da Liz. Seu cabelo tinha começado há secar um pouco no carro, realmente era como a seda, tão brilhante que podia fazer um comercial de xampu. Ela tinha uma figura verdadeiramente linda. Não muito fina, com curvas bem exuberantes que fizeram meus dedos coçarem para tocá-la. O que diabos estavam de errado comigo. Eu precisava parar de pensar assim. Enquanto me esperava na varanda, uma mão segurando as suas bolsas, a outra colocado sobre sua bochecha direita, fiquei observando, eu tinha que saber por que ela estava sempre escondendo seu rosto assim, percebi isso durante todo o nosso trajeto, eu tinha um mau pressentimento sobre isso.
_ Vamos entrar e nos aquecer.
_ Pelo menos sua mãe ensinou-lhe uma coisa.
A fragrância da Elizabeth me envolveu novamente e foi um golpe de sensualidade potente. O problema era, que ela era uma mulher linda, mas eu não estava pronto pra viver nenhum sentimento nesse momento, ou será que estava.
No momento que íamos entrando uma de suas bolsas bateu contra a moldura da porta, empurrando seus quadris em minha virilha, e eu m*l tive tempo de reprimir meu gemido abafado. Jesus, se fosse qualquer outra mulher, teria achado que ela tinha feito isso de propósito. Mas dada à forma como ela se jogou do outro lado da sala, longe de mim, sabia que não havia nada de intencional sobre seu efeito sobre mim.
Já faz dois anos que eu havia tido relações sexuais, mas meu corpo estava reagindo ao da Liz, como se eu tivesse quatorze anos de novo e estivesse me escondendo no armário do vestiário das meninas enquanto a equipe de torcida se trocava, nunca tive um desejo desse jeito, ainda mais por uma inteira desconhecida.
Uma rajada de vento soprou chovendo até a varanda, entro e fecho a porta a Elizabethestava sem jeito ao lado da ilha da cozinha.
_ Você está com fome? - Ela balançou a cabeça, a mão ainda em seu rosto.- Você está ferida. Deixe-me dar uma olhada em seu rosto.
_ Não....Eu estou bem.
Podia ver o quanto ela estava tentando ser firme e forte. Movendo lentamente desta vez, sem me preocupar em ter certeza que não iria assustá-la, cruzei a sala e coloquei a mão sobre a dela. O primeiro toque teve um arrepio e uma respiração acelerada entre nós dois e suas pupilas dilataram em uma fração de segundo antes que ela puxasse a sua mão, vi o quanto seus olhos são lindos e penetrantes.
_ Eu sabia que não devia ter vindo aqui com você.
Ela fala e já sai para o lado da sala.Mas fui mais rápido, puxando-a em meus braços antes que ela pudesse fugir. Registrei seu calor suave, a pressão de seus s***s cheios contra meu peito, quando vi o que ela estava se escondendo de mim.
_ Jesus, Liz, aconteceu isso no carro?
Seu rosto tinha um hematoma enorme, todas as cores do arco-íris com um longo arranhão através do centro. Lágrimas brilhavam em seus olhos, mas pareciam ser mais de frustração do que qualquer dor que estava sentindo.
_ Não foi meu melhor dia.
Mais uma vez, ela não havia respondido minha pergunta. Mas eu percebi que o hematoma não tinha sido causado quando ela bateu no volante quando o carro havia caido no buraco.
Qualquer outra mulher teria chorado, mas não ela, embora claramente tinha alguma merda acontecendo com ela nas últimas horas.
Quanto mais olhava para ela, mais furioso eu ficava sobre a contusão. Já briguei muito na adolescência pra saber que aquele machucado devia doer muito, mas nesse momento eu não iria ferir o seu orgulho... não quando alguém já tinha feito um ótimo trabalho em seu rosto.
_ Você precisa colocar gelo sobre isso.
Ela só balançou a cabeça e então relutantemente a deixo ir, me viro e vou para a cozinha. Encho um saco plástico com gelo, enrolo em um pano de cozinha limpo e macio. Ela não se moveu do local onde a tinha deixado.
Poderia facilmente levar-lhe o gelo, mas sabia que era importante que ela começasse a confiar em mim pelo menos um pouco, eu sabia que aquele hematoma não tinha sido por causa do baque da batida do carro, definitivamente não, mas não iria assusta-la de maneira nenhuma.
_ Só quero lhe ajudar, nada mais que isso. Pode confiar.
Ela não fala nada e pega o gelo de minha mão e pressiona em seu rosto, vejo sua expressão de dor, então me aproximo.
_ Deixe-me ajudá-la. - falo e pego a toalha com gelo e pressiono com cuidado, já fiz muito isso com o Paul quando tinha suas brigas na adolescência.
_ Você é bom nisso, meu olho ja está bem melhor,mas eu estou cansada, será que pode me mostrar o quarto.
Queria muito que ela ficasse pra conversarmos e ela me contar o que havia acontecido, mas era visível que ela está fugindo de alguém, que esse grande hematoma em seu rosto diz isso, mas eu tinha que ser cauteloso e nao pressiona-la, tinha que lhe passar confiança, olho pra seus dedos pra verificar se existe alguma aliança, algo que me mostre que quem fez isso a ela, será que foi o marido ou namorado ciumento.
Sigo com ela até o corredor onde fica os quartos, cada passo que dou ao seu lado, algo dentro de mim muda e não sei porque surge dentro de mim uma vontade imensa de estar ao lado dela e de protege-la de tudo e de todos...