DARA SAMPAIO
Hoje é meu primeiro dia no novo emprego, acordei bem cedo para não correr o risco de me atrasar. Espero que pela criança ser filha de um homem rico não seja mimada, mas devo me preparar caso seja.
Estamos eu, minha mãe, e meu filho tomando o café da manhã. Meu filho acorda cedo para ir à escola, e quem o leva é minha mãe.
- Mãe, será que eles vão gostar dos meus serviços? - Pergunto para tirar o silêncio irritante que estava.
- Querida, eu não sei te responder isso, normalmente pessoas ricas são sempre mesquinhas, mas você disse que a Sra. Collins foi bem simpática com você, então eu acho que irão gostar sim, basta você tentar não se meter em uma confusão. - disse minha mãe, que logo em seguida bebe o seu café.
- Mas eu juro que não faço de propósito, não não pedi para ser tão desastrada, isso veio de brinde.
- Eu sei querida, mas pelo menos tente.
- Está bem... - digo soltando o ar preso em meus pulmões.
-... Mamãe a senhora vai trazer meu carrinho de controle remoto? - olho para Guilherme que me encara de volta com seus enormes olhos verdes, iguais aos meus.
- Filho, eu juro que assim que eu puder, irei trazer um bem bonito para você. - Ele abre um sorriso de orelha a orelha, fazendo meu peito se encher de alegria.
- Tá bom mãe. - e volta a se entreter com o seu suco.
- Mãe, tenho que ir, não quero chegar atrasada. - me levanto da mesa, beijando às bochechas do meu filho e de minha mãe.
-Tá filha, boa sorte.
- Boa sorte mãe! - Grita meu filho, me fazendo soltar um sorriso.
- Obrigado, amo vocês!
Saio de casa indo diretamente para o ponto, o emprego tinha uma coisa positiva, ficava próximo de casa, então era apenas preciso pegar um ônibus. Vinte minutos depois de andar a pé, estou em frente a grande mansão Collins. Passo pelos seus enormes e imponentes portões e, por alguns estante admiro novamente esse lugar.
A mansão é gigantesca, à um belo jardim no canto esquerdo da casa, o verde da grama aparada está em volta de toda a propriedade, a caminhos feitos com pedras para que não podem no gramado, um chafariz enorme com uma mulher imponente no centro, se não me vem a memória acho que deveria ser de uma deusa grega, e se não me engano era de Atena. Interessante, nunca tinha visto um com essa escultura. A mansão intercala entre as cores brancas e preto com janelas enormes e três andares.
Ao chegar a porta sou recebida por Érica, a governanta.
- Bom dia Srta. Sampaio. - Me cumprimenta.
- Érica, por favor, me chame de Dara apenas.
- Força de hábito, mas vamos, a Sra. Collins está a aguardando na sala de visitas. - meneio minha cabeça concordando e a sigo. Ao chegar na sala, não só está presente a Sra. Collins, mas também um homem alto, forte, de cara fechada e semblante sério.
- Ela chegou Sr. e Sra. Collins.- Ah! Ele deve ser marido da Sra. Collins.
- Obrigada Érica, pode se retirar. - Diz educadamente a Érica, que sai logo em seguida.
- Bom dia Dara! Animada para seu primeiro dia? - Pergunta-me a Sra. Collins dando um sorriso simpático.
- Sim senhora! eu preciso muito deste emprego, por isso pode ter a certeza que farei o meu melhor.
- Muito bem. Dara esse é meu marido Eduardo, Eduardo essa é a nova babá da Tininha. - Disse me apresentando a um homem alto, que me cumprimenta com uma expressão bem séria.
- Olá, é um prazer conhece-la.
- Igualmente senhor.
- Cuide bem de minha neta, ela é o tesouro da família.
- Pode deixar senhor, cuidarei como se fosse minha filha.
- Venha, vou apresenta-la.- Sigo ela e seu marido para fora da sala de visitas.
No hall de entrada, demos de cara com uma menininha muito lindinha, ela é branca de cabelo loiro e cacheado, seus olhos são de um azul brilhante, usava um vestido branco bordado, mas tinha algo em seu olhar que me chamava a atenção.
- Tininha minha querida, como conseguiu chegar até aqui? - Pergunta a Sra. Collins realmente parecendo surpresa com a presença da pequena, eu fico ali parada sem entender nada do que diziam.
- Vovó eu segui as vozes e também o Buster me ajudou. - Um cachorro de pelagem branca entra. Nossa e como ele é fofo, é do tamanho da menina!
- Isso é bom, fico feliz por isso, mas cuidado da próxima vez, sabe que pode acabar caindo e se machucando, sabe que seu pai ficaria muito triste com isso. - Diz o Sr. Collins pegando-a no colo.
- Dara, essa é minha neta Christina, Tininha essa é Dara sua nova babá. - ela tira a garotinha do colo de seu marido e se aproxima de mim.
A menina estica os braços pequenos para mim e eu a pego, a encaro, mas ela não me olha com o olhar intenso de uma criança normal, o que acho peculiar. Estava para dizer algo, mas ela levanta a mão e a passa pelo meu rosto como se estivesse tentando memorizá-lo.
Fico olhando para ela enquanto passa suas mãozinhas em meu rosto, e nesse momento minha ficha cai. Olho para a Sra. Collins para questiona-la e ela logo se antecipa e diz:
- Tininha é cega, nasceu assim.
Fico surpresa e observo a menina em meu colo. Ela me dá um sorriso feliz e involuntário.
"Deus que maldade, uma menina tão bonita, tão pequena, e nem mesmo teve a chance de ver esse mundo ainda!" - pensei.
- Nossa... Eu não sabia. - digo surpresa.
- Desculpe Dara, eu deveria ter dito isso a você. - Diz ela, parecendo realmente sentir muito por não ter me dito.
- Tudo bem! Nossa como ela é bonita! - Acaricio seu rostinho.
- Sim, minha neta é bem bonita. - Indaga o Sr. Collins, com aquela cara risonha de um vovô babão.
- Onde está o pai dela? - pergunto.
- Ele está trabalhando, mas ainda hoje chega, vou apresenta-lo quando chegar.
- Tá bom... Agora, que tal princesa a gente brincar um pouco? - Pergunto olhando para Christina.
- Eba! Vamos!
- Vamos, vou mostrar o quarto dela. - Sra. Collins fala me levando para um corredor próximo a escada, ele é branco com tons escuros, uma porta Maron no final do corredor e aberta, e fico admirada com a visão que me é dada. O quarto é grande e adaptado a ela, e ao invés de ser rosa, como esperado á idade, é roxo, com tons brancos.
Bonecas em uma enorme prateleira, uma pufs e uma grande casinha de boneca cobriam o chão reluzente. Havia duas portas no quarto, uma deveria ser o banheiro e outra talvez o armário da garotinha.
- Vou deixa-las sozinhas, qualquer coisa é só chamar. - Concordo e a Sra. Collins sai, olho para Christina, que agora estava balançando seus pezinhos sentada no lençol de sua cama.
- Então Christina, o que gosta de fazer?
- Ouvir música, amo música. - Diz e se levanta.
Para se orientar, passa as mãos nos móveis até encontrar um rádio perto de sua cama. Ela passa a mão pelo aparelho e consegue ligar, isso me deixa surpresa.
- Amo essa música, meu pai fez para mim. - então ela começa a cantar. Me surpreendendo novamente pela bela voz que tem.
- Nossa Christina! Você tem uma voz linda e eu acho que conheço essa música. - a acompanho na letra, Christiana começa a dançar meio desajeitada e eu a acompanho.
"Sempre estarei com você minha pequena dos olhos da cor do mar, minha menina...?"
Segurei seus braços e a ajudei a dançar. Rodopiavamos enquanto cantávamos mais e mais pedaços da música.
Terminada nos jogamos na cama rindo bastante, fico encantada com a graça da menina, ela é tão linda, inocente e doce.
- Isso foi divertido- fala toda alegre, sentando-se em sua cama.
- Sim, foi mesmo, você é pequena, mas canta como gente grande.- levanto-me, ficando de costas para a porta
- Meu pai diz isso.
E mais uma vez fico surpresa por ela ter apenas quatro anos e não se embolar nas palavras. Normalmente uma criança de quatro anos fala algumas palavras erradas, com meu filho foi assim, já com ela, parecia que não.
- Eu tenho um filho com seis anos, sabia?
- Não, você tem filho? Um dia trás ele para brincar comigo?
- Se um dia eu puder, trago sim! Ele também ama música, assim como você, princesa.- ela ri.
- Cadê a princesa do papai?
Escuto alguém falar e me viro. Dou de cara com um homem lindo... corrigindo, um deus grego parado na porta nos encarando com um sorriso brilhante.
- Papai! - Grita Christina se levantando meio estabanada, correndo o mais o rápido possível até o pai.
Nossa e que pai!
- O que estava aprontando princesa do papai? Eu estava morrendo de saudades. - Diz pegando-a no colo e lhe dando diversos beijos no rosto, que a fazem sorrir.
- Eu estava cantando com a Dara. - Ela encara alguns lugares do quarto como se estivesse tentando me encontrar.
- Olá Sr. Collins. - digo cumprimentado-o.
- Por favor me chame de Daniel, me sinto velho quando me chamam assim. - ele aperta a minha mão e sinto algo que nunca havia sentido antes. Era como se uma corrente elétrica estivesse percorrendo meu corpo, e pela cara que ele fez, sentiu o mesmo.
Trato logo de soltar sua mão, fico sem graça, mas algo me chama a atenção, ele não me é estranho.
Imponente, alto, forte, cabelo loiro preso em um coque m*l feito, barba um pouco grande, pele levemente bronzeada e olhos azuis como os da filha. Esse homem é um pecado de lindo e nenhum pouco estranho.
- Você é a nova babá da minha filha? - questiona-me, olhando da sola de meus pés a cabeça.
- Sim senh...quero dizer, Daniel. - sinto minhas bochechas ruborizarem.
Porra! Eu nunca corei na frente de um homem. O que estava acontecendo comigo?
- Papai, eu e Dara estávamos cantando a música que você fez para mim. - murmura Christina no colo do pai, me fazendo olhar para seu pai sem entender oque acontecia.
Como ele fez essa música se ela mesma é de uma banda? Será que ele mentiu pra ela?
- Essa música é da banda The Five Wolff? -
- Sim. - responde Daniel com um sorriso no rosto.
Deus que sorriso lindo!
- Mas como a...
- Eu sou o vocalista da banda Dara, na verdade a banda é formada por mim e meus irmãos. - fico em choque com a revelação.
Deus, eu sou babá da filha de um dos maiores astros do rock do momento? Eu não creio que não desconfiei do sobrenome dessa família, mas é normal as vezes haver gente com o mesmo sobrenome, eu não estou preparada para isso, Lucy vai piora quando souber, principalmente meu filho que é fã assumido da banda.