—Aqui, senhor, está tudo anotado toda a programação do evento. —Ela me entrega o relatório.
—Obrigado. —Eu procuro os nomes do Marcos e a Marisa. —Você enviou os convites que pedi?
—Sim, senhor, mas a senhora Marisa disse que não poderá comparecer.
—Ela explicou o motivo? —Eu até faço a pergunta, mas eu já sei o motivo.
—Ela disse que o senhor Marcos está muito debilitado ultimamente, então não é bom sair agora.
—Tudo bem, obrigado, Virgínia.
Depois que ela sai, eu fico pensando por alguns minutos, eu tenho certeza que o motivo de eles não irem não é só a doença do Marcos, eles com certeza não querem passar pelos olhares julgadores das pessoas daqui. A verdade é que eles também foram muito afetados com o que aconteceu quinze anos atrás.
O Marcos e a Marisa são os pais daquela maldita mulher, eu ainda falo sempre com eles e também ajudo financeiramente. Desde que o Marcos ficou doente ele não conseguiu mais trabalhar e com isso o sítio está dando muitos gastos e nada de lucro.
—Oi meu amor, você está pronto? —A Nora entra na minha sala, ela está linda.
A Nora é a minha esposa hoje, nós já vamos completar dez anos de casados. Quinze anos atrás ela me deu a maior força, se não fosse ela eu teria me acabado na bebida, parado meus estudos e fracassado na vida. Quando eu mais precisei ela e a minha mãe estavam lá para me apoiar e me puxar do buraco onde aquela mulher me enfiou.
Ela é uma morena linda de um metro e sessenta e cinco, ela é muito meiga e esforçada, ela trocou de curso na faculdade só para apoiar meu trabalho, ela fazia advocacia e trancou o curso para fazer veterinária. Posso dizer que ela escolheu a profissão certa porque hoje ela é a melhor nessa área, tem um currículo excelente. Três anos depois que tudo aconteceu nós acabamos nos envolvendo, no início era só s**o casual, mas ela ficou grávida e eu decidi me casar com ela, minha mãe foi a que mais apoiou minha decisão, ela adora a Nora, nossa filha Amanda tem nove anos, é o xodó da família.
—É claro que eu estou pronto. —Eu falo a abraçando pela cintura.
—Eu estou muito orgulhosa de você, meu amor, você é incrível e merece tudo isso que está acontecendo hoje. —Ela acaricia meu rosto e seus olhos brilham quando ela me elogia.
—E eu estou e sou muito orgulhoso de ter você ao meu lado. Nora, você é parte de tudo isso, você me deu apoio incondicional e eu nunca vou esquecer isso.
—Você sabe que pode contar sempre comigo, sempre! — Ela sorri e eu a beijo.
Eu amo a Nora, amo de verdade, mesmo que ela não acredita, ou melhor mesmo que ela não confia que todo o sentimento dela por mim é recíproco, eu garanto que é. Não é aquela paixão louca que eu sentia pela outra, esse é um amor maduro.
Quando eu cheguei na porta do hotel eu confesso que fiquei um pouco ansioso, desde que eu fui humilhado quinze anos atrás na frente dessas pessoas, eu não fiz mais nenhum evento público aqui, eu até participei de alguns, mas em nenhum eu era o convidado principal.
—Então, vocês finalmente chegaram! —O Afonso vem até nós cheio de sorrisos.
O Afonso é o prefeito da cidade de Vale verde. Ele tem cinquenta anos, e desde que foi eleito nossa cidade só melhorou. Ele é muito inteligente e gosta de se desafiar, por isso está sempre criando projetos que às vezes parece impossível ser feito, mas ele consegue. Um bom exemplo disso é a usina hidrelétrica que foi recentemente inaugurada, é um projeto que eu ajudei a planejar e também fui um grande investidor do projeto, que deu muito certo.
—Boa noite, Afonso, como vai? —A Nora pergunta e ele sorri satisfeito.
—Estou maravilhosamente bem. Hoje é um dia muito especial para todos nós aqui de Vale verde, o dia de agradecer ao nosso grande cidadão que só tem feito bem para nós.
—Não precisa exagerar, Afonso —digo com um sorriso divertido.
— Não é exagero, Bruno, você está mudando a vida de todos aqui com seus investimentos. Não precisa ser humilde e desmerecer todos os seus esforços. —Eu só consigo dá um sorriso leve.
Eu sei que todos aqui na cidade quase me idolatram, mas eu não gosto disso. Eu investi muito aqui é verdade, minhas empresas geram empregos e os impostos delas geram melhorias no sistema público, o que reflete na qualidade de vida de todos, mas eu não faço nada de graça, eu lucro muito com o sucesso dos meus negócios. Minha mãe acha que eles têm razão nessa idolatria toda, aliás ela ama ser paparicada pelos moradores, todos respeitam e tem ela como espelho.
O coquetel foi um sucesso, eu recebi inúmeras homenagens, todos me olhando com admiração, muito diferente de anos atrás, esse sempre foi meu plano, tirar aquela imagem r**m de antes. Minha mãe está numa empolgação só, ela fica toda pomposa quando as outras mulheres me elogiam, ela não consegue esconder o quanto ela gosta dessa atenção toda.
Duas semanas após o coquetel o Ricardo, meu braço direito em todos os meus negócios, me avisou sobre a piora no estado de saúde do Marcos, eu enviei uma ambulância para buscá-lo em casa, ele piorou muito o estado de saúde, muito mesmo, tanto que segundo os médicos ele está nas últimas. Minha mãe não concorda com minha atitude, pra ela todos são culpados, na opinião dela a Marisa e o Marcos apoiaram a filha, mas eu sei que não.
—Bruno, você não tem que fazer isso, eu não acredito que você ainda gosta daquela maldita mulher! —Minha mãe fala com raiva quando fica sabendo do que fiz, aliás eu ainda vou descobrir como ela é informada de tudo que eu faço.
—Mãe, eu não estou fazendo isso por ela, eu estou fazendo isso pelo Marcos e pela Marisa que sempre me trataram bem! — Respondo e ela sorri com ironia.
—Trataram bem? Bruno, deixa de ser i****a! Você acha mesmo que aqueles dois não sabiam o que a filhinha v***a deles estava fazendo? — Ela fala com ódio.
—Mãe, eu não penso assim, ok? Eu conheço eles, eu sei que eles não são como a filha.
—Você não percebe, Bruno, você ainda está ligado àquela mulher. Enquanto você ficar aí ajudando os pais dela você nunca vai deixar essa história passar!
—Mãe, essa história já passou. —Digo com paciência, apesar de eu não ser nada paciente. —Eu só estou ajudando porque cresci frequentando a casa deles. Quando meu pai morreu o Marcos segurou muito a barra pra gente, eu não sou um ingrato mãe. Aquela desgraçada me humilhou e um dia eu vou cobrar pode ter certeza, mas não vou descontar em quem não deve.
—Tudo bem Bruno, eu espero que seja verdade, eu espero mesmo. Você é casado, tem uma família linda e a Nora é a melhor pessoa que você poderia encontrar, não suja com ela por causa de uma v*******a que não tem o mínimo de respeito por ninguém.
Eu concordo e saio em seguida. Minha mãe sempre detestou aquela maldita e no final ela sempre teve razão quanto ao caráter dela, aliás todos na cidade tinham né, ninguém aqui gostava daquela p**a, só mesmo eu e a Nora que éramos idiotas de não vê a verdadeira face dela, mas agora eu não sou mais aquele bobo, agora eu não sou mais enganado facilmente.
A Nora está com uma cara nada boa esses últimos dias, ela pode falar que não se importa, mas eu sei que o fato de eu ajudar o Marcos e a Marisa a incomoda. Ela está muito insegura ultimamente tudo porque aquela mulher está voltando para a cidade por causa da morte do pai, eles estão mantendo ele nos aparelhos até ela chegar.
—Bruno, você está realmente bem com tudo isso? —A Nora pergunta com uma cara preocupada.
—Eu estou bem com o que exatamente? —Eu sei à que ela está se referindo, mas não quero falar nesse assunto.
—Bruno, você sabe do que eu estou falando. Eu conheço você, Bruno, e sei que de alguma forma essa história está mexendo com você, eu só quero ter certeza que isso não vai mudar a gente. —Eu dou uma risada sarcástica.
—Nora, você está preocupada se eu vou ir correndo atrás daquela mulher como um cachorro quando ela voltar?! Eu não sabia que você me tem num nível tão baixo! —Digo com raiva.
—Bruno, eu sei que você amou muito ela, eu cresci com vocês dois e conheço a história toda, eu só estou...
—Você está insegura —eu a interrompo — Nora, você não precisa se preocupar com isso, eu estou com você e é pra ficar — acaricio seu rosto —eu sei o que aconteceu entre mim e a Mikaela, eu não n**o que a amei muito, mas todo esse amor morreu no dia que ela me abandonou no altar, se existe um sentimento por ela hoje é ódio, só ódio, entendeu?
—Bruno, eu sou apaixonada por você desde sempre você sabe disso. —Ela diz chorando —eu gostei de você desde o primeiro dia que cheguei na cidade, desde a primeira vez que te vi, mesmo te amando eu respeitei seu amor pela Mika, eu sempre torci pela sua felicidade, mas agora eu não aceito ser a outra, eu não quero ser deixada por ela.
—Não vai ter isso. Se eu for ter alguma coisa dela é vingança pelo que ela me fez. Eu estou com você e é pra valer, Nora.
Eu termino de falar e a beijo com paixão. A Nora é linda e muito gostosa, eu sinto um prazer enorme com ela, na cama, mas ela não tem confiança em si mesma. Ela tem a autoestima muito baixa. Eu paro o beijo quando já estamos completamente sem ar.
—Nora Eveline Brás Sanches, eu sou seu marido há dez anos, isso não é suficiente para te provar que eu sou louco por você?
—Eu sei disso, mas é que... —Eu beijo ela novamente, um beijo longo e urgente, eu seguro sua nuca com uma mão enquanto a outra desce tocando seu corpo com desejo.
Essa mulher é muito i****a, mesmo eu provando todas as noites o quanto eu a desejo, ela ainda assim tem esses pensamentos, mas agora eu vou mostrar o quanto ela é desejável, ela solta um pequeno gemido quando minha mão alcança sua i********e.
Continua...