CAPÍTULO DEZESSETE

3120 Words
Lyra estava mais próxima da suposta ala onze da torre branca do que ela imaginava, ela apenas precisou subir uma larga escada e passar por um grande salão com ladrilhos em preto e branco e bustos de pessoas que para ela eram desconhecidas, para finalmente chegar. A sala de Aristocracia diplomata, era uma sala que tinha uma grande porta branca que estava entreaberta, dando para ela ver um garoto com uma capa azul escorregando sobre ombro que parecia discursar com veemência atrás de um púlpito com uma águia incrustada. A sala também parecia ser muito iluminada, com grandes janelas que davam para um lago, dando o verdadeiro sentindo daquele lugar ser chamado de ala branca. — Trouxe a sua capa ? — Perguntou Florence sussurrando jogando uma capa vermelha por cima do ombro. — Não. — Lyra sequer sabia que tinha uma capa ou que tinha traze-la, não tinha conseguido ver todas as roupas que Sophia havia comprado para ela. Talvez não fosse algo muito r**m esquecer a capa, afinal era somente uma peça de roupa, que m*l tinha esquece-la ? Porém a face que ela recebeu do trio, fez ela sentir que poderia receber uma sentença de morte pela aquilo. — Fiz algo errado? — Faz o seguinte Lyra, fica atrás de Arthur e do Anthony. A sua Ordem fica no lado direito apenas três cadeiras distante da nossa e só você ir pelos cantinhos. — orientou Florence e Lyra coçou a cabeça não conseguindo entender muito, mais mesmo assim decidiu acenar em confirmação. — E o primeiro dia dela, a garça não vai implicar com uma capa. — Comentou Anthony e logo foi corrigido por Florence que lhe deu cotovelada, fazendo Lyra rir abafada. Mas assim que Lyra entrou na sala, se antes não havia julgado Anthony, quando entrou e viu a bruxa alta de nariz fino, e cara drasticamente enrugada que fez o discurso de boas vindas no lugar do Mestre Heráclito julgou menos ainda. — Ela esteve no Conselho. — Lyra olhou por cima dos ombros para mulher enquanto entrava na sala atrás do irmão. — Olga Feller ! — olhando para mulher de soslaio, não atenta aos seus pés e muitos menos ao chão que tinha um declínio, a levando a tropeçar e esbarrar nas costas do irmão. — Oque é isso ? — Perguntou a professora e Lyra paralisou, Arthur sendo rápido se sentou e Lyra somente conseguiu sair do lugar quando uma mão lhe puxou, e antes que ela pudesse se dar conta estava sentada ao lado de Draven Villin. — Que fazer nossa Corte perder pontos ? — o loiro perguntou segurando o braço da garota. — Senhor Vandergard ! — E com isso atenção da parlamentar foi totalmente para Arthur, que estava mais visível. — Quando chegou ? — Sempre estive aqui professora. — Respondeu o moreno uma mentira deslavada. Apesar da sala está um pouco cheia, o espaço era bem grande e todos eram muito visíveis. — Tsc... Tsc... Tsc — muxoxou a parlamentar. — Crianças que contam mentiras tem suas línguas cortadas Arthur ! Não lembra. — e estalou o dedo no ar e Lyra viu diante de seus olhos a boca de seu irmão sumir, e com isso nem mesmo Draven ou cadeira pode segurar a menina, que se levantou e gritou : — DEVOLVE A BOCA DO MEU IRMÃO !! — Os meus alunos devem levantar a mão de forma educada para falar em minha aula. — sendo totalmente ignorada pela a professora que apenas lhe deu as costas fazendo a menina bufar e levantar a mão contrariada onde ela passou um bom tempo sendo totalmente ignorada, enquanto Olga prosseguia com a aula como se nada tivesse acontecido, Draven já estava quase colocando a garota de volta no lugar, tendo pena, quando : — Sim querida ! — a conselheira decide lhe dar atenção. — Oque deseja ? — é pergunta. Com sorriso mais deslavado possível como se não soubesse exatamente oque Lyra iria pedir ou que a respiração de Arthur, que somente podia respirar pelo nariz, estava se tornando ofegante na sala. — Que devolva a boca do meu irmão. — Acho que você não falou direito ! Está faltando uma palavrinha aí. — Rebate Olga com sorriso de satisfação em seu rosto enrugado. Como alguém poderia ser pior do que a Madame Lourdes ? — Qual é mesmo a palavrinha — e se aproximou do rosto de Lyra com os lábios caídos e finos e continuou — Por.... — fazendo Lyra abaixar a cabeça constrangida a perceber que todos estavam olhando para ela. — Devolva meu irmão por favor. — Pediu a menina de cabeça baixa se rendendo, e a mulher deu uma gargalhada fina, estalou o dedo e a boca de Arthur novamente apareceu em seu rosto para alívio de Lyra e Florence que já estava começando ficar preocupada. — Bem, está evidente que muitos de vocês claramente não tiveram a educação necessária e alguns sequer conservam nuances dela — Lyra não ousou levantar o olhar sentindo sua bochecha queimar e a ponta da pena que ela segurava em mãos fisgar a sua pele enquanto a mulher a olhava com critica, apontando para ela como se fosse o pior exemplo a ser seguido — Portanto eu gostaria de esclarecer algumas coisas para que cada um de vos sejam considerados minimamente instruídos. — Lyra apertou mais a pena em mãos enquanto Draven a olhava a atento — A Corte Suprema e a instituição bruxa mais poderosa que existe e enquanto vocês não tiverem idades adequada não deve contesta-la. Cabe o Conselho decidir os vossos futuros e enquanto o Conselho decidi-los estarão seguros. — Tão seguros como Emília Tood ? — Lyra somente levantou olhar quando a voz de seu irmão de fez presente. Não era possível ! Ele queria ficar sem boca novamente ? — Senhor Vandergard, vejo que és tão impertinente quanto sua irmã. — A conselheira torceu o nariz. — Já que sua visita ao Conselho não esclareceu seus pensamentos, eu irei esclarecer a todos. — a Senhorita Todd morreu em um acidente muito grave, causado devido irresponsabilidade dos responsáveis dessa renomada escola com vocês. — Mentira ! — Arthur logo rebateu. — Ela morreu ! Sem nenhuma gota de seu sangue. Eu vi ! Eu vi. — Quando os alunos quiserem dizer algo em minha aula eles precisam levantar A MÃO DE FORMA EDUCADA SENHOR VANDERGARD ! — berrou a docente, agora parecendo irritada. — Ela estava tentando avisar que eles voltariam. Que Malquior voltaria. — insistiu Arthur fazendo um silêncio latente surgir na sala com apenas o nome dito. — Escute bem senhor Vandergard, a senhorita Tood via coisas onde não deveria. Era apenas isso ! E pela negligência dos seus responsáveis ela não foi parada. Negligência que não ocorrerá novamente. — Lyra teve impressão que aquilo parecia ser uma ameaça e Florence que estava do lado de Arthur também pareceu perceber de modo que ela puxou Arthur, tentando faze-lo sentar. — Está mais do que visível que Heráclio está gerando para si rebeldes ! Fico feliz em avisa-los que e para isso que eu estou aqui. Não irei deixar as cabecinhas de vocês serem submetidas a discursos sem contextos que somente o distanciam da verdade. — E com isso um sorriso sinistro foi posto no rosto da conselheira e Arthur que antes estava sendo segurado na cadeira por Florence, se levantou novamente fazendo Lyra querer jogar um livro nele. — Heráclito é o melhor Mestre que a Academia teve. — Sente- se senhor Vandergard !! — Ordenou Olga com sua face rugosa tensionada parecendo furiosa. — Não ! — Como ousa desobedecer uma Mestra escolhida pelo Conselho ? — Assim como também o Conselho escolheu colocar um Magistrado na escola que quase trouxe de volta Malquior. — CHEGA ! — Vociferou Olga com voz gutural. — Será que vocês não conseguem serem educados ? já não basta os problemas que sua família trouxe para o mundo intermediário, que graças as suas mortes foram cessados. Vocês ainda insistem em trazer problemas. — e dito isso, a ofensa foi tão grande que nem mesmo Lyra conseguiu se conter. Aquela mulher estava falando de seus pais e ela não iria permitir isso, não podia ! E antes mesmo que ela pudesse se dar contar, tinha perdido seu controle e estava de pé, xingando a mulher de todos os palavrões em francês e jogando seus livros no chão. Havia aprendido francês ao oito anos, com um livro antigo m*l usado pelo orfanato, ao qual nunca teve oportunidade de usar seu conhecimento, até aquele momento. Não podia falar palavras feias ! Era pecado. Mas não era esclarecido a ela que não podia falar palavras feias outras línguas. E por isso a menina usava o seu conhecimento na língua francesa para aliviar sua consciência. — CHEGA ! — Porém não durou muito tempo. — Oque a senhorita pensa que está falando ? — Vociferou a mulher com fogos nos olhos. — Eu estou dizendo que a senhora e uma... — Lyra tem sua boca tampada pela mão de Draven que pulou da cadeira ao perceber oque a garota iria dizer. Mas pelo seu azar não foi só ele. O rosto nada amigável de Olga indicava que ela também havia percebido isso ! E com sorriso sinistro em sua face, a megera vai até sua mesa, pega dois pergaminhos e uma pena e começar a escrever. — Senhor Arthur, leve esse bilhete ao mestre Heráclito. — Ordenou a docente com uma estranha calma entregando um bilhete na mão de Arthur que pegou desconfiado. — E você — a conselheira deu uma última assinatura. — senhorita Vandergard, leve esse bilhete para o professor Devil. — e ordenou com um sorriso de satisfação quase demoníaco em seu rosto, que deixou Lyra apavorada. Ela teve uma breve lembrança de seu encontro com assustador bruxo, que era o soberano de sua Corte e entendeu o sorriso de satisfação da megera. ☽︎ ✵ ☾︎ — Quer que eu entre com você ? — Perguntou Arthur ao ver Lyra ao seu lado certamente apavorada na porta do Soberano de sua Corte indo e voltando com sua pequena mão como se a maçaneta fosse morde-la. Não sabia o porque, mais Devil Domini lhe causava medo, se bem que ela suspeitava que ele causava medo a qualquer um. Ela estava tão receosa que nem mesmo conseguiu bater na porta, sobrando essa tarefa para o seu irmão. — Entre ! — A voz de Devil era como de um raio batendo em uma pedra e isso não melhorava o receio de Lyra de prosseguir, porém quando a porta se abriu ela se viu sem muitas opções ao não ser seguir o irmão, agradecendo pelo mesmo está ao seu lado, mas nem a companhia de Arthur lhe bastou quando Lyra entrou e percebeu que local não nutria de muita iluminação, tinha criaturas estranhas e até mesmo olhos nadando em frascos fechados que pareciam piscar para ela. Devil levantou a suas grossas sobrancelha quando viu a garota adentrar a sala praticamente escondida atrás do irmão, o lembrando de uma cena que o irritava profundamente. Arthur sempre pareceu muito com o miserável de seu pai e Lyra tinha aspectos de Maia que eram bem visível em seu rosto, e vê-la adentrar a sala daquele jeito realmente assustada o fez se lembrar o quanto Maia teve medo quando descobriu quem ele realmente era. — Oque pensam que estão fazendo adentrando a minha sala dessa forma ? — questionou Devil com os olhos semicerrados. — A professora Olga pediu para minha irmã vir até senhor. — Respondeu Arthur e Lyra se encolheu mais atrás do irmão assustada, irritando ainda mais Devil. Porque diabos a menina estava com medo dele ? — Me responda uma pergunta senhor Vandergard, por acaso a sua irmã, perdeu a língua ? — Devil perguntou com desprezo feroz, não vendo nada em suas atitudes para assustar a menina atrás do irmão. — A professora Olga p-pediu p-para...para eu vim até o senhor. — Respondeu Lyra gaguejando sentindo raiva de si mesmo por isso. — Por acaso me achar burro senhorita Vandergard ? — Pergunta Devil e Lyra acena a cabeça negativamente mas rápido que ela pudesse se dar conta. O homem a desconcertava. — N-ão senhor. — Então porque está repetindo a mesma resposta de seu irmão ? — indagou o soberano com os olhos que penetrava até a alma de Lyra, que sequer ousava levantar a cabeça para enfrentar o professor. — Já que professora Olga pediu apenas para senhorita Rowan vim até a mim... — Devil lembrou dando ênfase em “apenas” de forma ressaltada. — acho que sua presença não é mais necessária ! — por fim recaindo o seu olhar severo para Arthur, fazendo Lyra imediatamente segurar o braço do irmão, premeditando o perigo. — Oque está esperando senhor Vandergard ? Depois de dois anos, ainda não sabe a onde fica a porta da minha sala ?! — Vai ficar tudo bem. — Disse Arthur encorajando a irmã. — Qualquer coisa é só gritar ! — mas não deixando Lyra nada tranquila. Oque ele queria dizer com “e só gritar” ? — Estamos na ultima torre, Arthur ! Ninguém ouve nada aqui. — Sussurrou Lyra enquanto seu irmão se lançava em direção a porta, e Devil fingia que não a ouvia, por fim batendo a sua porta com um feitiço que fez Lyra dar um saltinho no lugar quando irmão passou. As tentativas de manter o seu irmão na sala falharam inutilmente. E após alguns minutos de um desconcertante silêncio Lyra tomar coragem para falar algo para o homem que fitava com um olhar enigmático da mesma forma em sua seleção. Como se devorasse sua alma. — Professor. — Devil levanta uma sobrancelha ao ser chamado considerando a voz de Lyra um tanto melindrosa, realmente doce de se ouvir de modo que ele teve que se levantar para ignora-la. — A professora Olga pediu para entregar isso ao senhor. — porém não pode evita-la por muito tempo. Lyra em uma súbita coragem estende a mão para ele com um papel em mãos atrelado aos seus dedos finos, e por um momento a mesma pareceu recuar tendo a impressão que Devil iria deixar sua mão no ar, porém para supressa dela, ele pega, segurando por um certo tempo prolongado a sua mão, com intuito de manter o mínimo contato, fazendo Lyra franzi o cenho, e ele assim puxar a sua mão, condenando os seus pensamentos, e imediatamente volta o olhar para o assunto tratado no papel : “Senhor Devil, como soberano da renomada Academia das Sombras, venho informa-lo por esse bilhete, que a senhorita Vandergard foi totalmente petulante, prepotente e presunçosa, ao se referir que um antigo bruxo das trevas retornou. Desobedecendo a minha autoridade e a do Conselho. Eu estou lhe informando esse deslize da senhorita Vandergard, porque eu sei que o senhor assim como eu não compactua com essas tolices mentirosas e por isso espero que tome as devidas correções com senhorita Vandergard. Ass. Olga Feller “ Lyra mexia em sua mão brincando com os próprios dedos nervosa enquanto professor Devil lia o bilhete com uma face que não passava exatamente nada para ela, a deixando ainda mais nervosa. Pois não dava para saber exatamente oque o homem sua frente estava sentindo. Se ele estava com raiva, ou preocupado, ou até mesmo se iria expulsa ela a vassouradas. Nada ! Ele não passava nada. Ele parecia ter um estonteante talento para se manter frio e imparcial, a única reação que indicou algum descontentamento no docente foi quando com suas próprias mãos, ele amassou o papel como se fosse o coração de alguém. — Senhorita Vandergard ! — A voz rouca do Soberano soar baixa e rouca e Lyra sente um arrepio em sua espinha. — Me diga, que Corte você pertence ? — A Corte das sombras senhor. — Lyra responde sussurrando. — Exatamente ! Eu dei o azar de tê-la na Academia ao qual eu comando. — Disse Devil entre os dentes enquanto Lyra apertava a alça de sua bolsa tentando dizer a si mesmo com aquilo que ela estava segura. Segura o suficiente para responder : — Nossa ! Que belo discurso de boas vindas professor. — Com sua súbita coragem tola que ela perdeu quando Devil a olhou nos olhos. Olhos demoníacos — Desculpa...— Sussurrou Lyra se arrependendo ainda mais quando o bruxo se aproximou dela em somente uma passada de perna. Que era fácil devido a altura do mesmo. — Senhorita Rowan acho que você ainda não me conhece bem. Não sou um homem que gosta de ser contrariado. Ainda mais por garotinhas tolas que se acham a nova celebridade da escola por meramente conservar o sobrenome sujo Vandergard. — O homem de vestes pretas cuspiu o sobrenome com desgosto que foi rapidamente notado por Lyra que nem mesmo se deu contar que ele novamente havia a chamado de “Rowan”. — Mas eu tenho que atura-la porque você desejando ou não pertence a mim. — O homem declara tão firme que Lyra levantou o olhar não entendendo oque ele queria dizer : “com o pertence a mim” — eu não irei admitir em nenhuma hipótese que você sequer degenere com suas atitudes tolas nome de minha Corte — Porém ele ignorou lhe dando as suas costas largas — Você entendeu Senhorita Rowan ? — Lyra sente raiva correr pelo seu corpo, indo até seu coração, que doe, porém nada ela pode fazer. Não queria decepcionar seu padrinho ! Seu irmão é seus pais. — Sim senhor. — A voz de Lyra saiu por um fio, num tom baixo e tremulante. — E pela sua impertinência a partir de hoje você está em detenção. — Devil sentenciou a menina considerando que assim ela não lhe daria tantos problemas. Ao menos enquanto ela estivesse trancada em sua sala, ele não teria com que se preocupar. — Que ! — Exclamou Lyra indignada. — Calada. — Mas Devil sequer a deixou falar. — Já que a senhorita tem tanto tempo sobrando para se meter em confusões e para denegrir o nome de sua própria Corte, a partir de hoje eu quero que a senhorita esteja na minha sala todos os dias no final do jantar. Entendido ? — Sim senhor. — e com isso Lyra sem opção responde. Seus planos de se divertir pelo castelo a noite fingindo que era princesa tinha sido arruinado, agora ela teria que passar toda noite com morcego m*l humorado e torcer para não ser assassinada.
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