CAPÍTULO VINTE E QUATRO

4899 Words
Os duentes corriam pelo campo com pás, colocando no centro do campo areia o suficiente para amortecer a queda de algum azarento jogador. O jogo seria contra a Corte iluminada e a Corte das sombras. E pelo clima de rivalidades nas arquibancadas, que do lado direito a Corte das sombras lançava corais de insultos e do direito da Corte iluminada balançava bandeiras com frases engraçadas, estava óbvio que aquele jogo teria muita quedas. E apesar de quedas tornar a competição um pouco arriscada, Lyra queria correr esse risco e por isso nem pensou duas vezes, quando entrou no campo, apenas bateu em seu peito e saltou, saindo do chão, ficando em posição bem a frente das arquibancadas dos soberanos, que ao contrário dos alunos dividiam as arquibancadas parecendo não ter muitas rivalidades. Apenas parecendo é claro. O professor Apollo cortava o campo com suas longas asas, que o levou para o centro do campo, que Lyra percebeu que era tão alto que suas pernas começaram a tremer. Ela viu que não tinha como parar ali quando olhou para baixo e sentiu sua barriga revirar. O Pentatlo era um jogo que tinha muitas particularidades e uma delas é que era jogado em altas alturas, o suficiente para as arquibancadas terem quinze metros. E pensando nessas particularidades, que Lyra considerou que talvez fosse mentira oque Eziel havia lhe dito. Uma queda de quinze metros era mais do que o suficiente para matar alguém. — As regras aqui ditas deverão ser seguidas a risca. — Lyra piscou os olhos somente naquele momento percebendo que o professor Apollo estava autocitando as regras em um circulo de jogadores em sua posição. — Os movimentos ilegais são todos aqueles que garantem a queda de seu oponente com a danificação de suas asas. Por isso é extremamente proibido todo movimento cortante e o uso de mãos próximo a asas do jogador adversário. — Esclareceu Apollo com face rígida para Draven que fez Lyra juntar as sobrancelhas confusas se esquecendo novamente em que corpo estava. — tais regras sendo quebradas no primeiro cartão um cinco pontos serão tirado do time que cometeu a falta. — Apollo levantou um cartão branco em sua mão esquerda — Na segunda falta do mesmo jogador, esse será expulso do jogo. — é em seguida levantou vermelho em sua mão direita. — POSIÇÕES ! — Gritou o professor e Lyra vendo todos voarem para trás imitou, jogando seu corpo, quase parando nas arquibancadas dos soberanos que até mesmo sentiram o vento do bater de asas da garota que se virou e deu sorriso torto de desculpa, percebendo que um homem de cabelos quase brancos e testa saliente olhava atentamente para ela, ao lado de Devil, que parecia sério. Como sempre suas expressões carregavam um certo tédio visível em seu maxilar marcado que estava rígido no músculo de seu rosto como se aquele fosse o último lugar que ele queria estar naquele momento. Lyra acreditava que o Soberano nunca queria está em lugar nenhum, todo lugar parecia pequeno para ele, mas oque mais intrigava naquele momento era porque o senhor de testa saliente continuava olhando para ela. Até que focando seus olhos em broche de ouro que o bruxo ostentava em seu peito, Lyra se lembrou de ter visto um igual no peito de Draven e percebeu que aquele era o pai de Draven. Ela deveria ter percebido isso pela arrogância que o homem encarava todo ser a sua frente, que somente suavizou em seu rosto quando o mesmo começou a encarar irritado. E somente nesse momento ela percebeu que estava olhando demais para arquibancada e não para jogo, que com apito agudo se iniciou, fazendo Lyra levar a mão no ouvido, que ela teve que tirar quando a bola de couro na mão do professor Apollo foi jogada para cima. Bola que quando desceu, asas partiram tão rapidamente diante de si, que Lyra pensou que estava em outra velocidade. Eziel, Arthur e todos os outros jogadores voavam tão rápidos que Lyra apertava a vista tentando enxergar oque na sua frente parecia apenas moscas de tão rápido que o jogo seguia, de modo que ela parada em seu lugar não sabia oque fazer. Os gritos das arquibancadas mostravam que a Corte de seu irmão havia feito ponto, mas não somente isso, também que Eziel sendo um excelente brisador havia jogado Igor Grove o irmão mais velho de Loren no chão, Lyra tentou comemorar, mas quando viu mais um jogador vindo em sua direção, que também era um brisador começou a fugir. E preocupado em fugir, Lyra esqueceu de sua posição. Atacante ! Que era de esperado que atacasse com a bola até chegar a linha é marcar um ponto, mas quando Félix lançou a bola em sua direção, Lyra pensando que era mais um ataque se jogou para o lado, desviando. — VILLIN ACORDA ! — Gritou Félix, não entendendo porque o loiro estava fugindo da bola e de sua posição no jogo, e não guardando sua própria guarda foi arrastado por um vento até o chão, fazendo Lyra cair o queixo. — Quem diria Devil, parece que seu melhor atacante não está com sorte hoje. — murmurou Nikolaus com sorriso largo no rosto parecendo não temer pela vida. E Devil que até aquele momento não estava prestando muito atenção no jogo, mas sim procurando Lyra na arquibancada, começa a prestar, para entender oque diabos oque estava acontecendo com seu time. — E isso meus amigos Félix Everet está fora do jogo ! Isso mesmo, capitão das sombras está fora do jogo ! É realmente uma pena senhores ! É realmente uma pena ! — Bradou Raden, um garoto alto e de sobrancelhas peludas e grossas, em seu microfone dourado na frente da boca narrando a partida em palanque na parte da arquibancada da Corte das sombras levando uma encarada feia de Odessa, que pareceu entender a ironia do garoto indiano, que fez Devil notar a queda de Félix. Ele olhando para o campo de terra e vendo claramente a asas do garoto dilacerada, constou que havia baixas chance do mesmo voltar. — Maldição ! — Praguejou o Soberano pensando que ele não poderia escolher alunos mais incompetentes para seu time. Oque sobrava de pouca qualidade, era realmente nada. — E com o time das Sombras afetado com a queda de Félix, com uma ótima jogada de Eziel ou Ethel ou Eziel ? Nunca saberemos — Disse Raden desistindo de diferenciar os gêmeos, fazendo Ethel na arquibancada romântica xinga-lo mentalmente. — Draven como atacante central pode decidir o jogo. Com um placar de 20 pontos a zero, Draven pode marcar 40 se conseguir levar a bola que está em seu campo para a última linha. — Declarou Raden e Lyra sentiu vontade de voar em cima do pescoço do mesmo quando a bola foi jogada em sua mão e seu irmão começou a vim em sua direção. — isso se ele conseguir passar por Arthur ! — Lyra começou a correr do irmão, voando no campo em um zigue-zague estranho que fez os Soberanos franzir a testa se perguntando mentalmente " que droga estava acontecendo ? " quando em um ato de desespero, Lyra joga a bola para frente que é pega por Sierra, goleira do time iluminado — Olha que velocidade meus amigos ! Que pegada ! Essa é SIERRA ESPER, o tufão da Corte iluminada. — Sierra levanta a bola nas mãos dando um sorrisinho tímido. — Vai com calma senhorita ESPER, não roube os nossos corações. — atirou Raden piscando para a garota de um corpo um tanto robusto que fez Lyra entender porque ela estava naquela posição. Dificilmente uma bola passaria por ela. — Senhor Collins ! — e também dificilmente comentários como o de Raden passaria por Odessa, que se levantou da arquibancada e repreendeu o garoto da Corte Romântica em uma cabine pequena do lado da arquibancada dos soberanos, que essa era separada também no estádio em formato de arena. — Desculpe professora ! Quis dizer não roube as nossas esperanças de ver a Corte das sombras ganhar. — Raden diz se corrigindo perante o olhar severo de Odessa que fechou suas expressões novamente e se sentou — E agora Nettie Hasen se lança com seus cabelos ruivos como fogo fazendo um perfeito Bludger Blackbeat ( Rebate falso ) que deixou Loren Grove perdida atrás da bola. Essa minha garota ! — Declarou o garoto com voz eloquente, fazendo não somente Odessa se levantar, mas um garoto de cabelos ruivos também. — RADEN !! — Que juntou as suas expressões seria a professora, ao questionar a forma que Raden chamou sua irmã. — Desculpa ! Desculpa ! Eu quis dizer minha jogadora favorita. — Raden novamente se corrige, tirando o microfone dourado de sua boca fazendo Odessa se sentar no lugar. Enquanto isso, Lyra no campo, tentava fugir de seu irmão quando em um deslize gerado pelo seu reflexo que naquele momento resolveu lhe servir ela pegou a bola em mãos. Ela pensou em jogar novamente para cima, mas quando viu que estava muito próxima da linha do campo iluminado, Lyra soube que aquele seria o único jeito de ela provar que ela era uma bruxa verdadeira. Vendo sua oportunidade, Lyra bateu suas asas e inclinou seu corpo para frente para se aproximar da linha, e seu irmão atuando em posição que não era dele, bateu o seu corpo contra dela fazendo Lyra ir por lado. Pelo jeito o feitiço não dava a força do corpo que foi roubado ! Mas Lyra não desistiu, jogando sua asa em um movimento circular ela vez um vento atingir seu irmão que foi jogado perto da arquibancada iluminada que entoou um "uuuuu" ao ver seu atacante quase ir no chão e Lyra aproveitando apertou mais a bola em seu peito e começou avançar para a linha. — Parece que o Villin finalmente acordou meus amigos ! Sim meus amigos ! Será que as sombras vai conseguir um último pontos para livrá-lo de um triste rebaixamento ? — A arquibancada das sombras vibrava ao ver Villin voar para a última linha, que garantiriam quarenta pontos. — Eu acho que não senhores ! Eu acho que não. Porque Arthur Vandergard com seu olhar de águia e suas asas de pavão acaba de se lançar atrás de Draven — Lyra sentia seu irmão se aproximar atrás de si e por mais que ela batesse suas asas rapidamente tinha que admitir que Arthur era veloz. — Olha parece que esse jogo se tornou um pouco interessante. — Atirou Nikolaus querendo provocar Georgius, que se virou com um olhar torto e um sorriso prepotente e falou : — Aguarde Roderick e veja meu filho derrubar o seu garoto das asas. — fazendo Nikolaus voltar seu corpo inclinado para seu lugar. Draven começou a treinar o pentatlo desde do primeiro dia que ele ganhou suas primeiras asas. Ele havia tido os melhores instrutores ! Todos do antigo time da Bulgária que foi expulso do Pentatlo por serem um tanto agressivos em seus jogos, e isso deixou os Soberanos atrás de Georgius um tanto receosos. Lyra não estava muito tranquila também, Arthur que estava atrás dela, conseguiu avançar e mesmo com ela desviando parou ao seu lado e começou tentar pegar a bola. Lyra apertava a bola em seu corpo, com as suas unhas cravadas tão forte que Arthur que não estava conseguindo pegar se enfureceu. E sem ter ideia de que era sua irmã, ele jogou seu corpo para o lado, parecendo se afastar, deixando Lyra aliviada, ao pensar que seu irmão estava desistindo, quando o mesmo com tudo, voltou e se jogou contra o dela, fazendo Lyra chiar de dor. Por mais que o corpo de Draven fosse visivelmente mais atlético do que o dela, a dor que ela sentia era no corpo dela, de modo que Lyra quando viu seu irmão afastar de novo para jogar seu corpo contra ela, fechou seus olhos e gritou, sentindo sua coluna doer tanto, que ela pensou que a bola de sua mão havia caído, mas quando olhou para baixo ainda segurava. Ela não sabia que aquilo era permitido no Pentatlo, mas quando ela olhou para os lados buscando ajuda, viu que todos jogadores estavam longe e ela era a única que podia decidir o jogo ☽︎ ✵ ☾︎ E enquanto isso do outro lado da escola, mas especificamente em um armário de vassouras, o verdadeiro Villin, que realmente poderia decidir o jogo com mais maestria estava começando a despertar, fazendo Margot correr e pegar uma vassoura. Draven sentia sua cabeça doer, e quando se levantou para sentar ficou tonto e sua visão embargou. Sentindo poeira incomodar suas narinas, o garoto pressionou as pálpebras grossas para ver onde estava, e quando com cabeça baixa olhou para suas pernas notou que estava apenas com suas roupas intimas e recobrou sua consciência. — Oque está... — Draven tentou completar, mas sua voz, agora rouca vagou ao sentir uma fisgada na sua testa, que fez ele levar a mão no local, voltando com sua mão suja de sangue. — Não se mexe ! — A voz de Margot entoou em tom de ordem, que não foi obedecida por Draven que com dificuldade se levantou. — Que droga está acontecendo aqui ? — Perguntou o garoto irritado procurando suas roupas. — Onde está Lyra? — continuou o bruxo tendo sua primeira lembrança do motivo de ele está ali, Lyra. — Não está aqui ! — Margot responde em um tom um pouco rude. — Isso óbvio ! — que foi usado também por Draven. — Onde ela está ? — Porque está preocupado com ela ? — Pergunta Margot enciumada não tendo muita atenção de Draven que andava pela sala procurando suas vestes, mas somente encontrando a de Lyra. Draven se abaixou ao lado do uniforme da garota, com seus olhos fitos nas peças íntima da mesma, que ele pegou em mãos com um sorriso de canto e logo largou o tecido rosa quando viu um frasco de poção com um olho dentro ao lado das meias de Lyra, que o fez entender imediatamente oque estava acontecendo. — Margot me deixe sair agora ! — Draven não emitia em seu rosto um pedido, mas mesmo assim Margot se pôs entre ele e a porta. — Eu... eu...eu não posso. — disse a garota gaguejando, e logo em seguida vendo Draven se aproximar, ela enfia a sua mão no bolso de sua capa e pega a varinha de Draven em mãos. Tão nervosa, que acabou deixando a sua no lugar da varinha de Draven, que também estava em seu bolso. — Margot... — Eu não posso deixar você sair ! — A mão de Margot tremia. Assim como muitos na Academia ela nunca havia desafiado o Villin, que percebendo a insegurança da mesma, começar a se aproximar devagar. — Minha família e muito importante. Margot ! A última vez que seu pai esteve em minha casa, quase o implorou ao meu pai por um cargo na Corte suprema. — Villin falava enquanto se aproximava, com as mãos na frente de seu corpo desnudo e um olhar arrogante que não saia de seu rosto, mesmo quando esse estava humilhado mostrando suas vergonhas. — Tem realmente certeza que quer me atacar ? — Perguntou Draven, e Margot vacilou sua mão, recaindo um pouco, dando assim Draven vantagem. — A estúpida da sua amiga irar acabar se matando naquele Campo. Você realmente quer isso ? — Não ! — que ele usou. Levou sua mão na frente do pulso de Margot e em um movimento realmente rápido abaixou a mão da bruxa de cabelos curtos e pegou a sua varinha de volta. — Deveria saber Margot, que nunca deve pegar os meus pertences. A última vez que isso aconteceu, a sua família não conseguiu pagar sequer vaso de flores da minha casa. — Margot olhou para o bruxo magoada e recaiu o olhar constrangida. — Por favor não vai — ela pediu — você vai estragar tudo ! Lyra tem planos. — Argumentando em favor de Lyra, tentando ficar sozinha com Draven de algum jeito, mas o garoto apenas se virou, pegou a capa de Lyra no chão, pois sobre o seu corpo e abriu a porta. — Desculpa Margot, mais alguém tem que salvar aquela traidorazinha estúpida. Ela é sua amiga ! Por acaso quer que ela se mate. Já a viu voando ? — Ela não é minha amiga ! Por favor ficar Draven ! — tentou Margot mais uma vez segurando o braço de Draven, bem no momento em que Simon, um garoto magrela, de óculos de garrafa maiores que seu rosto, que somente não era a chacota da escola por se da Corte das sombras, apareceu. — Oque estão fazendo no armário de vassoura ? — Questiona o garoto arrumando seu óculos, para ver melhor. Percebendo que Draven estava só de cueca e Margot segurava a sua mão, o gelo veio nos seus olhos e sua bochechas se tornaram quentes e ele estupefato constou : — Vocês estão fazendo... Cogitando coisas que ele não teve tempo de dizer, pois Draven, apenas falando um sutil feitiço, desmaiou o mesmo, que após alguns segundos estava despido no canto do armário junto com as vassouras. — Foi esse feitiço que usou em mim ? — Perguntou o Villin para Margot que estava de costas, a respeito do feitiço "somunus" enquanto ele colocava a roupa de Simon com uma face enojada. Talvez tecidos usados davam alergia ao loiro arrogante. — Desculpa ! — Margot diz sobre os ombros. — Tanto faz ! Eu não me importo. Desde que você não tente novamente. — Draven diz abotoando os botões de um suéter velho. — Agora fique aí ! O jogo deve tá terminando. — e com isso se retirou, correndo pela Academia. ☽︎ ✵ ☾︎ Lyra estava lado a lado do irmão, mas ela não sabia quanto tempo iria conseguir segurar a bola em suas mãos, pois sua coluna doía. Arthur a atingia com uma força considerável, arrastando suas asas na arquibancadas fazendo Lyra gritar. Um grito que fez Arthur a soltar ! Ainda era corpo de Draven, mas a voz de Lyra era feminina que deixou Arthur confuso, de modo que ele se afastou e encarou Lyra no corpo de Draven, que esperando mais um ataque, esticou suas pernas e deu um chute no irmão. — Enlouqueceu Arthur ? — Vociferou Lyra não conseguindo manter sua voz, fazendo o rosto de Arthur paralisar. — Lyra !! — Gritou Arthur em espanto reconhecendo a voz da irmã. — Olá irmãozinho ! — que Lyra responde com um sorrisinho nervoso no canto de seu rosto, enquanto todos distantes que assistiam o jogo se perguntavam porque os irmãos estavam conversando em plena partida. — A notícia boa amigos e que Arthur e Draven não estão se matando em campo ! Ou seja teremos dois alunos vivos para continuar o campeonato ! — Anunciou Raden — E a notícia r**m é que eles não estão se matando pela bola ! Mas parecem que estão conversando. Isso amigos ! Pelo visto nem tudo se resolve com sangue e matança. — SENHOR RADEN ! — Gritou Odessa quase puxando o garoto no palanque pela orelha. — Senhora Salem — Que foi salvo por Sophia. — o mestre Apollo pediu para anunciar um tempo para conversar com os jogadores. — Odessa olhou Sophia de cima baixo que estava como sempre com trajes roxos que Odessa considerou uma ofensa ao dois times, e se levantou. Quando estava prestes a pedir o garoto para anunciar o tempo, o mesmo segurou o microfone e proclamou : — E isso que estou vendo senhores ! ARTHUR ACABA DE CAIR DE SUAS ASAS. — ARTHUR ! — Lyra gritou ao ver o irmão no chão, em uma queda tão rápido de suas asas que ficaram descontroladas o levaram ao chão pelo vento até a areia. — Uuuhhhhh que queda meus amigos ! Que queda ! Espero que Arthur não tenha perdido a memória depois dessa. Mas eu acho que ele vai querer perder à memória, depois de ver que perdeu para o Villin — Brincou Raden agora sim recebendo um puxão de orelha de Odessa, que em seguida se juntou as cabeças preocupadas que olharam da arquibancada, inclusive dos soberanos para ver se Arthur ainda respirava, Lyra também indicou ir até o irmão, até que um bater de asas, tão brancas quanta as dela vindo da entrada a paralisaram. — Senhores acho que os meus olhos estão enganados ou realmente bebemos hidromel no café da manhã. Porque no campo agora estou vendo dois Villin's. — Raden diz piscando os olhos. — Me devolve o meu corpo Vandergard. — Trovejou o Villin indo na direção de Lyra a lembrando que tinha que fugir. — Você diz como se eu quisesse esse seu corpo desprezível e catinguento ! Sua.. sua cacatua de rosto esquisito ! — rebateu Lyra, em uma fuga que fez os Soberanos se levantarem para tentar entender oque estava acontecendo. — Desça das asas agora ! — Gritou o Villin avançando para cima de Lyra. — Me obrigue Villin — Que empurrou o loiro. — Finalmente esses jogos ficaram divertidos ! — Exclamou Nikolaus pegando um binóculo do mão de Elizabeth que encarou com uma expressão fechada. — Será que alguns dos senhores pode dizer oque esta acontecendo ? — Pergunta a bruxa encarando Heráclito e Devil que novamente buscou Lyra com seu fugaz olhar na arquibancada e entendeu, porém é impedido de fazer algo, quando a garota que estava em uma briga de braço com Draven, se joga para trás dando cambalhota no ar, quando o mesmo a puxa e rasgar a sua asas longas que por um momento taparam a visão dos Soberanos que olharam estupefatos para o alto vendo outra pessoa sair da cambalhota. Os seus cabelos que estavam loiros haviam se transformado em longos e rebeldes, seu rosto havia se tornado doce e atrevido e seu bater de asas, que arranhou o rosto dos soberanos se tornou suave. De modo que nem mesmo os Soberanos, tomados surpresa perceberam que Draven estando muito próximo das arquibancadas, se chocou contra uma, quando Lyra desviou dele e foi ao chão. — Meus amigos, pode ser pela beleza ou pode ser pela surpresa, mas eu não estou acreditando em que os meus olhos estão vendo. O segundo ou primeiro Villin acaba de se transformar na belíssima irmã de Arthur Vandergard. — Lyra voou para cima. — Lyra Vandergard ! Nem mesmo o jornal da escola esperava uma reviravolta como essa. — A voz de Raden ecoou no ouvido de Lyra como zumbido, ela voava tão rapidamente que somente Devil, que apertou seus olhos enegrecidos conseguiu ver a menina. — Aquela é a Vandergard ? — indagou Nikolaus. — Não está enxergando o óbvio ? — Rebateu Elizabeth e Georgius que tinha expressão engraçada de irritação no seu rosto se virou para o Mestre alquimista e disse : — Devil, será que pode me explicar o óbvio ? Porque aquela pirralha Vander.... — não conseguindo concluir, antes de ser ignorado por Devil, que passou por ele como um tufão, ignorando todos os olhares que pediam respostas a respeito de sua aluna. — Nikolaus, informe a Meneid que provavelmente teremos alunos feridos. — pediu Heráclito pela primeira vez se pronunciando, fazendo Nikolaus arregalar os olhos. Não porque os alunos poderiam ser feri na queda, mas porque Devil poderia feri-los. — Desculpe Heráclito, mas acho que essa Vandergard quer ser matar. — Concluiu o lobo obedecendo as ordens de Heráclito. — Pare o jogo agora Apollo ! — Ordenou Devil que não demorou chegar ao campo de areia, com seu sobretudo pretos afiados em seu ombro, ditando como um capitão ao elfo de olhos amarelados. — Desculpe soberano, mas acho que asas da senhorita Vandergard está descontrolada. — Respondeu o homem com sua testa tencionada, percebendo que uma das asas de Lyra estava completamente danificada. — Descontrolada ?! Eu vou pegá-la. — Exclamou Arthur, sequer conseguindo colocar seu pé esquerdo no chão, que parecia esta machucado. Arthur definitivamente não podia voar, mas ele mesmo se pudesse não poderia fazer muita coisa para ajudar a irmã. Lyra avançava com velocidade para as linhas e quando ela passou por uma, todos viram as suas asas cair no chão e nesse momento Devil sentindo um receio que ele não reconheceu dentro de si apertou seus punhos, buscando sentir em seu pacto e a garota quando a ventania passageira se desfez Lyra se tornou visível e Devil conseguiu enxergar a menina, que se segurava com seus finos braços na primeira linha do Pentatlo. Seus finos braços não iriam aguentar por muito tempo e isso era visível a todos, que apreensivo levavam suas mãos a boca. A menina ainda perigosamente, insistia em segurar uma bola em de suas mãos. Devil já montava guarda, apertando a sua varinha pronto para ir ao encontro de Lyra quando em uma atitude perigosa Lyra começar balançar seu corpo para frente, tentando se pendurar na linha. O corpo da menina era leve, porém seus braços eram fino, de modo que quando Lyra se jogou para frente e esticou seu outro braço para se colocar em cima da linha, as arquibancadas fizeram um silêncio, surpresos pela mesma não ter caído. — Não acredito no que estou vendo ! — Gritou Raden no microfone rompendo o silêncio. — E realmente isso que estamos vendo ! Lyra Vandergard está se equilibrando em cima da primeira linha do pentatlo. E meus amigos ! Se ela estivesse com suas asas, o troféu desse jogo poderia ser dado a Corte das Sombras. — Lyra ouviu distante as palavras de Raden e somente nesse momento ela sentiu suas costas mas leve. Ela não estava com suas asas e ela tinha que passar pela última linha para conseguir marcar ponto. Depois de tudo que ela fez o jogo estava perdido e nada ela poderia fazer. Ou poderia ? — Senhorita Vandergard não se mova. — Ordenou Odessa pegando imediatamente o microfone de Raden ao ver Lyra olhar para baixo. — Oque ela está fazendo ? — Indagou Anthony ao lado de Florence que tinha impressão que Lyra a qualquer momento iria pular. — Não faça isso Rowan ! — Impressão que também foi percebida por Devil, que sem pedi permissão, atravessou os bloqueios mentais da menina, que eram tão poucos, e entrou na mente da mesma. Coisa que ele já havia feito, porém naquele momento ele se deixou ser percebido. Ser percebido como uma voz de autoridade. — Não se atreva ! — que não foi bem recebida por Lyra, que apertou os olhos e disse : — Sai da minha cabeça ! — com as mãos tremendo pelo seu medo de altura. — Obedeça as minhas ordens Rowan ! — Devil a pressionou e novamente Lyra sentiu a sensação horrível de não sentir o seu corpo ! Sentir apenas cordas movimentado cada pedaço de si. Era horrível e Lyra sentia tanta raiva que a força de seu Malignus formava sutis veias escuras em seu rosto. Como aquele homem horrível ousava ? Devil Domini ! Soberano com poder sobre todos, que facialmente com apenas uma palavra conseguia oque queria, não iria ter comando sobre ela ! Nem que ela lutasse com todas suas forças ! Não iria obedecê-lo. Ela não cederia ! — Rowan, me ouça ! — Devil se tornou forte em sua mente. — E Vandergard ! — mas Lyra resistiu ! Olhou para frente ! Tendo apenas uma oportunidade, do controle dado pelo Malignus a ela, correu para frente e se jogou para a última linha. Mãos foram levadas as bocas, olhos pararam de piscar. Todos estavam atônitos esperando o pior acontecer vendo Lyra cair em uma velocidade que não dava para ser pega, e ainda por cima sem asas para aliviar a queda, quando Devil, em um movimento rápido bateu em seu peito e asas grandes e pretas como uma fumaça tomaram suas costas e o levaram tão rapidamente aos céus que muito não piscaram para não perder o soberano de vista, que no ar, quando Lyra tinha se entregado ao seu destino o bruxo a pegou. Rápido e ágil ! Devil raramente mostrava suas asas. Desde que foi expulso, ainda quando era apenas um estudante do Pentatlo, considerou que seu mundo não iria usar de sua grandeza para seus nobres feitos, as poucas vezes que o bruxo mostrou suas longas asas negras, que boatos diziam que ele mesmo fez, se tornaram lendas. Como o momento que todos estavam vendo diante de seus olhos se tornaria. O bruxo batendo as asas com elegância e força levou Lyra no chão em segurança. Que ainda com olhos fechados pensou que estava no céu, quando sentiu aquecida nos braços de Devil que praticamente tampavam a garota em seu sobretudo grosso, não somente por realmente desejar escondê-la, mas também por perceber pequenas veias escuras surgindo no pescoço da mesma. — Devi... — que parecia atordoada, de modo que nem mesmo conseguiu completar seu nome. Mas na delicada forma de ela o chamar, Devil entendeu que Lyra precisava de seu socorro e tocando o seu rosto, falou um feitiço silencioso a apagou. Afugentando os Malignus momentaneamente de seu corpo.
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