CAPÍTULO VINTE E TRÊS

4302 Words
Com o sangue nas mãos, Lyra correu para seu dormitório, pulou dois degraus ao passar pela curta escada de entrada que levava ao dormitório das meninas e correu para terceira porta, e encontrou o dormitório vazio. Algumas camas estavam arrumadas, mas outras estavam com tantas coisas em cima, desde maquiagem a roupas, que Lyra tinha certeza que sua colegas de quartos saíram apressada para exibir sua maquiagem no salão principal, já que a hora, segundo ao relógio pendurado no centro do quarto, indicava que estava na hora do café da tarde que seria servido um pouco antes dos jogos. Lyra tinha pouco tempo e por isso rapidamente se jogou do lado de sua cama e abaixou, pegou uma pequena caixa de sapato da madame Flu Flu, que ela usava agora esconder coisas e retirou o olho gosmento, que segundo o feitiço ela teria que banha-lo no sangue de quem ela desejava incorporar. Tendo apenas pouca quantidade de sangue em sua unhas de Draven, Lyra se viu sem opção, e correu para o banheiro onde ela enfiou o olho na pia e lavou suas mãos deixando todo sangue de Draven em sua pele escorrer para o olho, que ela tirou da pia quando estava totalmente banhado e não sabendo carregar um olho, colocou mais uma vez no bolso de sua capa e foi para o salão tomar seu café, imaginando que encontraria Draven lá. Porém quando ela entrou, o loiro com cabelo de cacatua, que havia sido o seu primeiro beijo, estando rodeado das suas colegas de dormitório que muito a atormentava, parecia muito mais atento aos decotes das mesma. — Droga ! Tudo por culpa daquele morcego. — Lyra se queixou sentando na mesa sabendo que Draven somente estava cumprindo ordens do soberano, que ninguém seria louco o suficiente de desobedecer. Nem mesmo Draven. — Olá esquisita — Ela estava prestes a comer salada de frutas em seu copo quando ouve a voz de Margot, que sem pedir sua permissão, vestida com um pequeno short e uma blusa do time das serpentes, que se tratava de uma blusa verde escura, com mangas, e uma serpente dourada com olhos vermelhos, se sentou na sua frente. — Não vai se arrumar ? daqui a pouquinho tem o Pentatlo? Você não vai torcer ? — Se você tá querendo perguntar se eu vou colocar um short curto e uma blusa com decote, pegar um pompom e ficar balançando enquanto idiotas voam em um esporte suicida ? A resposta é não, mas se está perguntando se irei assistir o jogo a resposta é sim. Afinal sou obrigada. — Lyra respondeu m*l humorado já conhecendo as regras de sua Corte. E uma delas eram que todos alunos tinha assistir aos jogos, pois garantia pontos de participação para sua Corte. — Ah que m*l humor, por isso que você não tem amigos, sabia. — Margot diz pegando uma torrada do prato de Lyra. — Tem razão, eu não tenho amigas ! Então porque você está na minha mesa ? — Lyra pergunta de forma rude fazendo a bruxa olhar para ela com expressão fechada. — Olha, só quero tomar café. — Rebate Margot colocando uma torrada no seu prato que Lyra aproveitou para pegar de volta fazendo Margot fazer um bico e pegar outro prato para ela. Enquanto fazia seu prato, Margot resolveu tentar novamente fazer amizade com a garota. — Nós iremos massacrar aqueles traidores da Corte não achar Vandergard ? — Porém Lyra estava muito mais atenta a Draven, tentando descobrir oque faria para roubar a alma do garoto. — Não acha Lyra ? — Margot tentou novamente pensando que Lyra não tinha a ouvido, mas apenas recebeu o silêncio. Notou que estava falando sozinha, enquanto Lyra olhava fixamente para Draven. — LYRA ! — Com tanta atenção que Margot teve que gritar com a garota para ela se virar para ela. — Porque estava olhando para o Villin ? — Margot questiona com uma expressão preocupada no rosto. — Você gosta dele ? — Não ! Eca. — Lyra faz uma cara de nojo, e Margot parece aliviada. — Eu só quero matá-lo. — momentaneamente. — Oque você disse ? — Eu disse que quero matá-lo. — E Lyra responde firme, segurando a colher na frente do rosto. — Sabe... matar... — que ela levou ao pescoço e colocou a língua para fora tentando explicar Margot melhor. — Você enlouqueceu ? — Questiona Margot parecendo recuperar o fôlego. Os Vandergard’s eram conhecidos por ter de fortes opiniões, mas nunca por planejarem homicídios. — Você não pode matá-lo. Ele é Draven Villin ! Por acaso você quer ter um problema até sua quarta geração ? Pela magia ! Vocês Vandergard’s não são tipo os heróis eleitos pela Corte ? — Margot parecia não conseguir respirar de tão rápido que falava. — Digamos que eu e meu irmão tivemos criações um pouco diferentes. — Lyra deu um sorriso um tanto maquiavélico que ficava assombroso em seu rosto delicado. — Você estava chorando por causa de Loren, não é ? Percebi que você não tem falado com ela. Deve ser por isso que você se sentou aqui ? Sem ela, você não é nada nessa escola. Assim como eu. — Lyra bebericou o seu suco, ignorando a expressão azeda que Margot lhe deu. — Não é isso. Eu me sentei com você porque eu quis. — Não tem problema Margot, pessoas buscam interesses. Nós somos isso ! Da Corte das Sombras ! Não é a ambição o lema da nossa Corte ? — E que... — Margot procurou palavras constrangida. As palavras que saiam pela boca de Lyra não coincidiam com oque Lyra aparentava ser, ou oque Margot pensava que Lyra era “uma garota manipulável o suficiente para fazer ela se erguer, nem que seja com uma falsa amizade.” Mas naquele momento, com as palavras de Lyra, Margot não tinha mais certeza de quem realmente era garota. — Sabe ! Eu tenho plano. Um plano que pode ajudar nos duas. — Um plano ? Que plano ? — Não é nada demais ! Eu apenas preciso fazer o Villin dormi por um tempo. Porém infelizmente não sei feitiços o suficiente para isso. Mas acho que você sabe. — Lyra sorri doce, e cruza seus dedos na frente de seu pequeno queixo. — Isso é loucura ! — Margot exclamou. — Acho que você vai ter que fazer isso sozinha. — é se pôs de pé. — Sabe, eu posso ser uma amiga melhor do que Loren, mas também posso ser uma inimiga pior do que ela. Você só precisar escolher de que lado ficar. — Mas não foi longe, porque as palavras de Lyra a fizeram se sentar novamente. E se ainda fosse somente as palavras, Margot não permaneceria. Mas não foram somente as palavras, os olhos cinzas de Lyra, tinha um brilho esquisito é uma penumbra que os deixaram pouco visível, apesar de chamar bastante no rosto da garota, pela cor única, se tornaram apenas uma peça simples quando a expressão de seu rosto mostrou poder. — Oque eu tenho que fazer ? — Pergunta Margot, olhando para Draven que tinha um sorriso enfeitando seu rosto quadrado, distraído e muito distante dos planos que Lyra tinha para o bruxo, que sequer tinha ideia do que lhe esperava. ☽︎ ✵ ☾︎ As arquibancadas estavam agitadas no Monte Olimpo, de um lado estava os alunos da Corte Iluminada, com caras pintadas, que se juntavam aos mesmo os alunos da Corte Estelar e Romântica, esses tinham os melhores figurinos. As meninas carregavam pompons que soltavam fogos e os garotos usavam máscaras de fênix, que tinha olhos de fogo. Já do outro lado, apesar de está mais organizada e não ter tantos gritos, tinha também sua torcida. E como era uma Corte obscura, as Cortes irmãs estavam unidas as sombras, porém era notável que não havia tanta simpatias umas com as outras como as Cortes da arquibancada a frente. E como toda a escola estava no campo, a Academia estava vazia, facilitando para Lyra, que arrastava o corpo desmaiado do Villin juntamente com Margot que estava apavorada segurando o braço esquerdo do garoto. — Vem Margot me ajude arrastá-lo para esse armário de vassouras. — Pediu a menina ofegante segurando o braço direito de Draven, que teria um ataque quando acordasse e visse seu caro uniforme todo empoeirado. — Tem certeza que ele ficará seguro nesse armário ? Parece muito sujo. — Pergunta Margot preocupada. — Relaxa Margot, o Villin não vai morrer por ficar um pouco em um armário, quem sabe assim serve para ele se conhecer e ver o quanto é insuportável. — declara Lyra levantando com as mãos nas costas. — Quem vai acabar morrendo irá ser a gente. Porque ele tem que ser tão pesado ? Minhas costas vão ficar doendo por semanas. — Lyra diz enquanto tentava levantar Draven que caiu literalmente para dentro do armário após as meninas a empurrarem. — Pronto ! — Exclamou Margot ofegante quando o último pé de Villin foi empurrado para dentro do armário. — Agora precisamos tirar a roupa dele. — Que?! Co-Como assim tirar a roupa dele ? — indaga Lyra gaguejando em completo nervosismo. Havia esquecido desse pequeno detalhe do seu plano. — É...tirar a roupa dele ! Como que você achar que vai parecer o Draven com essa roupa ? — Lyra olhou para sua saia quadriculada, não vendo tanto m*l. — É mesmo. Então tira aí a roupa dele. — Lyra diz repassando a tarefa para Margot, que arregalou os olhos, fez uma expressão engraçada e rebateu : — Não ! Eu já enfeiticei ele. E o plano é seu. — Mas é você que gosta dele. — Contrapôs Lyra, jogando na verdade uma pequena isca em algo que ela já estava em dúvida. Margot parecia muita aliviada pelo simples fato de ela não ter objetivos românticos com Draven. Ela evidentemente gostava do garoto e Lyra acreditava que esse também havia sido o motivo da briga de Margot com Loren. Lyra aprendeu ainda em seus primeiros dias no mundo intermediário que os Villin’s era uma família importante. Tinham voz na Corte Suprema e ostentava riqueza, que era visto no uniforme de Draven, que sempre tinha um brasão de ouro diferente enfeitando o mesmo. Não é surpreendente que muitas meninas queiram se aliar ao herdeiro da família. Se alguma conseguisse um casamento era a garantido influencia e a riqueza e da Corte das Sombras isso era algo que muitos queriam. — Não sei do que você está falando Vandergard. — Retorquiu Margot desviando do olhar de Lyra. — Ah Margot vou guardar seu segredo, apesar de seu gosto para homens ser contestável. — Assegurou Lyra olhando para Draven jogado no canto, babando em cima de sua capa. — Está bem, eu gosto dele. E é exatamente por isso que eu não quero ver ele desnudo pela primeira vez em um armário de vassoura empoeirado e desmaiado. — Confessou Margot — Foi você que resolveu sequestrar ele, e eu já fiz minha parte. — Eu não pensei que teria que tirar a roupa dele. — Lyra cruzou o braço e olhou sem graça para Draven. — Não tem nenhum feitiço para tirar roupa de alguém? — NÃO ! — Grita Margot irritada. — pelo jeito você não pensou em muita coisa. Se existisse um feitiço desse, teríamos muitos garotos dessa escola em detenção. — Por favor Margot tira a roupa da cacatua. — Lyra cruzou os dedos em súplica. — Eu nunca te pedi nada ! eu cresci em orfanato de meninas, irei ser condenada ao inferno por ver homem nu antes do casamento. — Não precisa se preocupar, garanto que isso não se aplicar as bruxas. — Margot — Lyra estava desesperada. — Eu não vou tirar a roupa dele. — Resmungou a Raymond dando as costas para Lyra deixando a garota sem opção. Depois de muito tempo encarando o corpo de Villin no chão, apertando as mãos nervosa Lyra um tanto atrapalhada se abaixa do lado do bruxo de cabelos loiros, quase prateados. Margot estava de costas e com isso Lyra se sentindo menos julgada e começou abrir os botões da camisa do bruxo, que pouco a pouco teve seu peitoral revelado. Draven possuía um físico bom e Lyra iria lembrar disso a próxima vez que seu irmão tentasse brigar com o garoto, porque com certeza seu irmão sairia em desvantagem. Após tirar a blusa, levantando com muito esforço os braços do loiro, Lyra foi para as calças do seu uniforme de Pentatlo, calça que era bem apertada, fazendo ela cogitar fechar os olhos para tirar, até lembrar que teria que usar o tato se os fechasse e decidiu mantê-los abertos. Conforme ela descia, um tanto sem jeito com o cinto do uniforme do pentatlo, Lyra notou um certo volume entre as pernas do mesmo, primeiro levantou uma sobrancelha confusa, se perguntando oque estava vendo, até que sua cabeça funcionou e ela entendeu que parte era aquela de Draven, e suas bochechas arderam. — Terminou ? — Indagou Margot se virando. — Terminei. — Lyra responde puxando o ultimo pé da calça da perna de Draven. — Agora vou trocar de roupa. — Você vai trocar de roupa aqui ? — Questionou Margot arregalando seus olhos castanhos. — A onde mais seria Margot ? Vai dizer que também não quer me ver desnuda ? — Lyra sorriu, e Margot se virou a respondendo. — Além de maluca é também tarada. — resmungando, falando com as paredes, fazendo Lyra levantar as sobrancelhas. Lyra agradeceu interiormente por Margot ter virado. Não porque tinha receio que ela a visse nua. Em um orfanato de meninas com poucos chuveiros e um banheiro precário isso era mais do que comum. Por mais que ela odiasse. Mas o seu receio mesmo era sua insegurança com suas cicatrizes que eram quase invisíveis em sua pele, mas que a marcava muito sua lembranças, porém quando estava tirando sua blusa e viu suas cicatrizes nas laterais de sua cintura lembrou que Margot já havia visto tais, e pela primeira vez ela não se sentiu tão m*l em ter uma, pois Margot, também tinha e isso fez ela perceber que ela é a bruxa não eram muito diferentes. — Meninas, se queriam me verem desnudo era somente pedir. — Lyra rapidamente pegar a sua blusa e colocar na frente de seu corpo quando ouve a voz de Draven a despertando de seus pensamentos e Margot em também uma rápida reação retirar sua varinha do bolso de seu short. — é a propósito Vandergard, você até que tem um corpo bonitinho para uma mestiça. — Lyra revira os olhos com o sorriso de canto um tanto safado de Villin em sua direção, mas especificamente para seu peito, que estava escondido apenas por lingerie branca. — E você Margot quando vai tirar sua roupa ? acho que ainda tenho tempo, antes do jogo. — Sério que você gosta dele ? — Pergunta Lyra para Margot, que segurava a sua varinha com a mão trêmula. — Draven podemos explicar ! — Não precisa me explicar meninas, apenas tirem suas roupas. Vocês não são as primeiras que me sequestram e eu acho que até posso abrir mão para uma mestiça. — Atrelou Draven piscando para Lyra, que somente não vomitou, pois uma ideia se tornou mais forte em sua cabeça. — Draven, não é isso... — Você tem razão Draven — Interviu Lyra interrompendo Margot que a olhou confusa, mas mesmo assim se calou. — Eu sou completamente apaixonada por você. Desde da primeira vez que eu te vi no navio. Tão forte ! Tão bonito ! — Lyra quase riu ao falar aquilo. — e eu queria te conhecer melhor e por isso te sequestrei, me desculpa Draven — Lyra declara com uma voz melindrosa enquanto mordiscava o seu lábios extremamente constrangida com aquilo que estava fazendo, mas se tornou muito atraente para Draven com aquela atitude, de modo que ele a encarou totalmente hipnotizado. — Não precisar se justificar , eu sei que eu sou irresistível. — Lyra forçou um sorriso, mas a vontade era de gargalhar. — Draven, você pode se virar para eu e Margot tiramos a roupa, e que estamos tímidas. — E continuou com seus planos. Margot não sabia oque dizer, mas apenas sorriu acenando esperando que o plano de Lyra desse certo. Que era impossível ! Ninguém com uma inteligência razoável viraria as costas para alguém que te trancou no armário, mas Draven não era dotado de muita inteligência. — Claro meninas. — e isso ficou evidente quando ele se virou, dando as meninas a oportunidade única. Lyra então olha para Margot gesticulando algo que fez ela levantar a sobrancelha e perguntar um “Que” silencioso. A comunicação da menina não era das melhores, mas Margot imediatamente entendeu oque Lyra queria quando ela apontou para pá atrás dela. Margot pegou a pá insegura, temendo oque Lyra iria fazer, mas como já estava no plano, não pensando direito entregou a pá a Lyra, que sem pensar duas vezes, lançou contra a cabeça do Villin fazendo o garoto cair como um saco de batatas. — Você matou ele ! — Exclamou Margot levando sua mão na cabeça em desespero . — Relaxa, ele está bem. — A cabeça dele está sangrando ! — diz Margot arregalando os olhos, ao ver sangue escorrer pela testa de Draven. — É só a testa ! Ele não vai morrer. — afirmou Lyra muito calma enquanto vestia a roupa de Draven. — Vira ele para mim, eu preciso fazer o feitiço. — Lyra retirar o olho melecado de sangue de seu bolso fazendo Margot encarar a mão a amiga com nojo. — De onde você tirou isso ? — Encontrei por aí ! — Lyra responde como se encontrasse um olho em qualquer lugar. — Você não roubou da sala do professor Devil, roubou ? — Questiona Margot fazendo Lyra arregalar os olhos enquanto abria um livro que ela tirou de sua capa. — N-ão ! Porque acha que peguei de lá ? — ela gagueja nervosa. — Ah que bom ! A última aluna que pegou um ingrediente do professor Devil terminou sem uma única gota de sangue em seu corpo. — Falou Margot, deixando Lyra tão assustada que ela deixa seu livro cai no chão. — Peraí ! Você está falando de Emília Tood ? — Sim ! Ela foi a última pessoa viva que roubou um ingrediente da sala do professor Devil. Sabe ! Se há alguém nessa escola que você nunca deve esta no caminho e o professor Devil. — Lyra sentiu um frio correr em sua espinha e apertou em sua mão, que a lembrou que precisava fazer o feitiço, pois por mais que ela desejasse naquele momento. Não podia voltar atrás. ☽︎ ✵ ☾︎ Devil não tinha uma boa visão do lago em sua torre, porém isso parecia não importar para o bruxo, que apesar de olhar pela janela com olhos fitos na floresta a frente seus pensamentos nadavam em outros lugares. Lyra. Mas especificamente no mar congelado dos olhos da menina. Frios como o gelo e o inocentes como o mais puro cristal. — Maldição ! — Praguejou o soberano fechando as janelas e se escondendo do sol. Esta sobre as sombras o fazia se sentir mais confortável ! Conseguia pensar melhor. Quem sabe assim poderia organizar seus pensamentos. Mas quem ele podia enganar ! Não conseguia ! Desde do momento em que ele viu Lyra nos braços de Draven, seus pensamentos não o deixavam em paz. Só de imaginar a menina nos braços de outro, fazia ele querer prender a garota para que ninguém sequer a olhasse. Ele ainda queria vingança pela morte de sua amada Maia, mas a menina ainda era sua, Maia havia lhe dado. Ele não iria permitir que ninguém a tocasse, nem que para isso ele precisasse matar qualquer pessoa que se aproximasse dela. E tendo seus pensamentos homicidas interrompido por duas batidas na porta o bruxo levanta sua varinha e abre a mesma, já imaginando que a garota tivesse feito alguma coisa para “melhorar” o seu dia e já que ela era sua responsabilidade como aluna e pacto, ele era também culpado pelas aventuras que a garota se metia com único intuito de enlouquecer. Tantas alunos ele quis matar e agora que tinha justificativas para fazer isso ! Não podia. — Não deveria está no campo senhor Everet ? — O Soberano praticamente imite um ruído raivoso ao ver Félix Everet o capitão do time das Sombras em sua porta. — Desculpe Professor. — Disse o garoto alto adentrando com suas mãos presas nas costas. Nervoso. — É que nós não estamos achando o Villin, senhor. — Falou o garoto como estivesse esgotado todos os recursos antes de procurar o soberano. — Pensei que eu tivesse o conferido o cargo de capitão, para eu não ter problemas como esse. — Resmungou o mestre alquimista olhando para o garoto em seu último ano e com um olhar cansado que lhe davam alguns anos a mais do que ele já tinha. Pelo visto ser capitão do time das Sombras não era um cargo tão vantajoso quando se tinha Devil como soberano. — Ande, vamos logo resolver o problema que você não resolveu. — E com isso Devil se dirigiu impaciente para porta. Academia grande como era, procurar alguém levaria horas, porém Devil tinha métodos ! E esses eram muitos. Feitiços, entradas e saída que nenhum Soberano ou professor sabia além daqueles ele havia conferido saber. Esse era o único benefício que tinha colhido de sua constante insônia. Conhecer a Academia como ninguém ! De modo que Felix que o seguia por uma passagem escura que era saída mais rápida da terceira torre, da Corte Acadêmica, se perguntava se em seu último ano o seu diretor estava tentando matá-lo, de modo que o garoto quando saiu da passagem e reconheceu o pátio se sentiu grato por esta vivo e sentiu ainda mais grato quando viu Draven. Lyra andava pela Academia tentando agir o máximo possível como um verdadeiro i****a que era Draven. Era algo estranho está no corpo do bruxo, não somente por ele ser um homem, mas também pelos olhares que ele recebia. Enquanto andava pela Academia, Lyra estranhou ao não receber nenhum olhar realmente verdadeiro, todos pareciam serem guiados por interesses. E por um momento Lyra sentiu pena do Villin, realmente devia ser terrível ter tantas pessoas ao seu lado unicamente por interesse. Lyra estava tão preocupada em parecer Draven e ao mesmo tempo tão atenta aos olhares ao seu redor. Que em uma distração se chocar contra alguém que somente não a derrubar porque não estava em seu corpo. E ela teve certeza disso quando olhou um pouco para cima e viu que se tratava de seu professor. — Desculpa ! — Lyra diz praticamente entrando em desespero ao ver que sua voz não tinha mudado. – Merda ! O feitiço não muda voz. – Lyra se condenava mentalmente por ter cometido o deslize de não conferir. — quer dizer... — Lyra tossiu tentando tirar uma voz grave de sua garganta. — desculpa professor, eu me encontrei com aquela suja da Vandergard, que tirou toda minha paciência. Quem esses mestiços acham que são ? — Lyra conclui a sua tentativa falhar de deixar a sua voz grave. Ela tinha estranha e aguda. — Oque houve com sua voz ? — Perguntou Felix com uma feição de estranheza. — Eu engolir uma poção estranha. — Lyra responde. Do jeito que o louro não era muito inteligente, ela tinha certeza que as notas dele em alquimia não era lá uma maravilha. — Senhor Everet vai na frente que logo o senhor Villin irar lhe acompanhar. — Ordenou o soberano a fazendo entrar em pânico. – Droga ele havia descoberto. Agora assim ela iria morrer e para piorar no corpo do Villin. – Pensou Lyra em desespero. — Desculpe Professor, mais acho que estou atrasado. — Lyra se virou, indicando que iria sair. — Villin ! — Mas sequer havia dado um passo quando teve que retornar. — Pensei que tivesse o alertado para ficar longe da Vandergard. — A Vandergard é apenas uma diversão senhor, não tenho interesse por ela ! O sangue dela e sujo, jamais me relacionaria com uma traidora da Corte. — Proferiu a morena em sua melhor imitação de Draven Villin pensando que com aquilo iria se livrar de todas suspeitas do Soberano, porém tudo que ela consegue e uma aproximação perigosa do mesmo que se colocou na sua frente com seus ombros largos e sua capa caída em seu corpo escondendo até mesmo o sol de sua visão e suas órbitas negras tão escurecidas que Lyra pensou que iria ser capturada por elas. — Muito cuidado Villin ao se referir a senhorita Vandergard dessa forma. Eu posso não está em um bom dia e você pode se arrepender amargamente de suas palavras. Por isso muito cuidado. — Proferiu o Mestre alquimista com sua grave voz em um sussurro, com um tom ameaçador deixando Lyra confusa. Ele realmente estava defendendo ela ? — Não ocorrerá novamente professor. — Lyra diz não entendendo o seu professor. — Assim espero ! Agora vá antes que envergonhe mais o nome de sua família. E com essa estranha atitude Lyra se retirar do local, ainda confusa com reação de Devil que naquele momento havia a protegido. Mas porque ? Será que ele sabia quem realmente ela era e por isso estava brincando com a mente dela ? Ela sabia muito bem que o Soberano, era capaz de qualquer coisa e isso aterrorizava.
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