CAPÍTULO VINTE E SETE

2331 Words
Com tanta coisa na cabeça, Lyra não conseguiu pensar na Eclésia, por mais que uma futura expulsão a assustar-se, Lyra pressionada pelos seus próprios pensamentos se perguntava e até ousava acreditar que Devil tinha algum interesse nela além de um homicídio. — Está preparada querida ? — Lyra quase tropeça nos pés ao ver Olga a sua frente. A bruxa estava como sempre com vestido estranho e bufante, nariz saliente empinado e com sua face enrugada e m*l encarada. — Para que senhora ? — Lyra pergunta é um sorriso de satisfação se faz no rosto da mulher. Lyra sabia que Olga estava falando da Eclésia, queria ter a satisfação de ver Lyra aterrorizada, acuada, sem ter ninguém para defendê-la, portando Lyra não queria dar esse gostinho a bruxa, mesmo que estivesse com muito medo. — Sabe Lyra quando cheguei aqui pensei que você e seu irmão fosse um grande desafio. E muito difícil instruir insurgentes como vocês — Olga se inclina para frente aproximando seu nariz torto de Lyra. — com suas ideias revolucionárias enganam tolas cabecinhas e por isso tem que ser eliminados, afastados do bando para não corromper todos. Você entende ? Não entende querida ? — Lyra estava com sua feição congelada, não sabia oque falar. O rosto da mulher era enrugado e parecia mas feio de perto. Lyra conseguia ver em seu olhos caído um brilho frio que ela pensou no início que era de ódio, mas na verdade ao se lembrar do orfanato que viveu, percebeu que na verdade era de medo. — Entendo professora ! — Um sorriso de canto cortou os lábios da garota. — Sabe, uma vez li uma coisa engraçada. A senhora gostaria de ouvir — a bruxa levantou a sobrancelha em interrogação. — Eu li sobre a história de uma fera, que foi amaldiçoado por uma bruxa e se trancou em seu próprio castelo, fazendo dele sua própria fortaleza. Sabe porque ele fez isso professora ? — Lyra perguntou com sua voz melindrosa. — Porque tinha medo de que as pessoas percebessem o quanto assustador ele era. Eu não tenho medo professora. — E dito isso Lyra viu a expressão da professora se retrair e medo ser revelado em sua face. Medo que Lyra achou tão engraçado que começou a rir. Descontroladamente. Só parando quando a mão de Olga atingiu o seu rosto lhe dando um tapa, que fez Lyra virar seu rosto com seu cabelo sobre o mesmo. — Algum problema aqui ? — Odessa rapidamente se aproximou, e colocou Lyra que ainda segurava o seu rosto vermelho atrás dela. — Eu somente estava informando a senhorita Vandergard que hoje ela tem Eclésia. — Olga mentiu. — Acho que ela já está informada senhora Feller. Obrigada. — E Odessa não querendo provar se aquilo era verdade ou não, apenas se virou, pegou a mão de Lyra e começou arrastá-la para bem longe de Olga. Lyra somente percebeu onde estava quando Sophia apareceu na sua frente. — Oque houve com ela ? Porque o rosto da foguinho tá vermelho ? — Questiona Sophia abaixada na frente de Lyra, olhando para Odessa desconfiada. E por isso ao invés de resposta, apenas recebeu uma carranca fechada de Odessa que ignorou, ergueu a mão para frente de uma parede que era decorada apenas por o quadro de uma pacata floresta, que Odessa tocou, moveu sua mão para o lado e gerou uma passagem, entre a floresta, que foi se abrindo. Lyra queria perguntar como a bruxa havia feito aquilo, mas a sua atenção foi totalmente para a sala a sua frente, que se tratava de um ambiente circular, com muitos livros e bustos decorando o lugar a cada dois metros, e em seu centro que era iluminado por uma a******a no limite havia uma mesa redonda, que atrás dela estava Heráclito, rodeado dos soberanos. Pelo menos alguns. Estavam na sala um homem alto de capa azul que tinha olhos amarelos e um sorriso amigável, Nikolaus que estava sentado em uma cadeira com os pés em cima da mesa e a soberana Elizabeth que assim como os outros Lyra tinha visto pela manhã. Além de Odessa e Sophia que entraram a acompanhando. — Não sei porque estão preocupados. Ainda são três contra dois. Afinal ! Votaremos para permanência a pirralha. Não votaremos ? — Lyra se sentiu um tanto ofendida em ser chamada de pirralha, mas ainda não sabendo porque estava ali, seguiu Sophia, que a colocou em uma cadeira na frente de Heráclito. — Alguém tira esse energúmeno daqui ! — A mulher de cabelos brancos levantou a voz fazendo Nikolaus revirar os olhos. — Você não sabe as regras ? O voto dos mestres substitui o voto da Corte Iluminada. Não são dois contra três ! São três contra três. — Acham mesmo que Devil voltaria para expulsar sua própria aluna ? — Pergunta Marvin e todos olharam para soberano como se em sua expressões tivesse o óbvio. Devil a expulsaria da Academia sem pensar duas vezes e isso deixou Lyra preocupada. — Acho que devemos nos concentrar no que a garota vai falar ! Ela precisa convencer a Corte. — Declarou Elizabeth. — Mas isso não é problema ! Essa pirralha tem alfinetes na língua. — Nikolaus rebateu, chamando Lyra novamente de pirralha que o encarou emburrada. — Não viram oque ela disse para o Villin. — Creio que e pelo oque ela disse ao senhor Villin que estamos aqui. — Odessa lembrou saindo do lado Heráclito, que sentado em sua cadeira só parecia ser observador das decisões tomadas. — Por isso eu sugiro que o discurso da aluna seja feito com uma abordagem de reconhecimento de seus delitos. — que colocavam Lyra cada vez mais em uma situação difícil. Porque ela não conseguia pensar em um jeito de reconhecer seus delitos sem ser no mínimo irônica quanto aos mesmos. Ela sabia que tudo que havia feito seria considerado errado em todas os livros que a Madame Lourdes havia a obrigado ler, mas ela nunca gostou muito desses livros. — Odessa está certa, a garota deve pedir perdão ao garoto Villin. — De modo que a garota se levantou quando Elizabeth concluiu... — Eu não vou pedir perdão ! — disse dando seu veredito. — Como assim ? Você pode ser expulsa Vandergard. Será que está ciente disso. — A soberana falou irritada. — Estou ! Prefiro ser expulsa a vassouradas daqui do pedir desculpas aquele topete de cacatua. — Essa garota enlouqueceu ! Será que ela tem ciência de quem é os Villin’s ou melhor quem é o soberano de sua casa. — A mulher parecia exasperada. — Devil já declarou sua expulsão ! Por acaso acha que irar ficar sobre os solos da Academia depois de sua palavra ? — E com essas palavras a expressão de Lyra que estava firme vacilou. Elizabeth estava certa. Lyra sabia que estava ! Devil por algum motivo, que fazia Lyra cada vez mais acreditar no que Arthur havia lhe dito, estava a perseguindo e não seria misericordioso, mesmo que se ela declarasse que seu erro foi apenas desejar provar para ele que ela era uma bruxa. — Sei que estar certa Elizabeth ! Mas gostaria de lembrá-la que a última palavra sempre é minha. — Lyra olha para mago vendo o mesmo falar pela primeira vez no ambiente, que se tornou silencioso. — E qual decisão irar tomar Mestre Heráclito ? — Perguntou Sophia. — A senhorita Vandergard não precisará falar por sua causa. Como sua primeira Eclésia eu concedi alguém para falar em sua defesa. Afinal todos tem direito a uma defesa. — E quem seria ? — Pergunta Elizabeth em expectativa arrumando sua capa branca, quando a entrada começou se mover, e Lyra curiosa quando olhou para as pedras da parede viu seu padrinho. Hermes ! Que ela imediatamente correu para abraçá-lo, porém o abraço de seu padrinho pareceu frio, ele apenas se manteve parado, sequer a correspondendo em seu abraço e isso fez Lyra se recolher, pela primeira vez ficando arrependida pelos seus feitos. — Ah imaginei ! Quem mais seria do que o senhor Beaumont ? — Elizabeth pareceu decepcionada. — Apesar de sua escolha ser um tanto saiba Mestre Heráclito. Não sei se a Corte irar dar valor às palavras do padrinho da garota. — Declarou a bruxa com certa antipatia que fez Lyra cerrar os olhos para a mesma. — Não se preocupe Elizabeth, farei o meu melhor para não manchar o nome de minha sobrinha com as marcas de meu passado. — Não tendo a mesma paciência que seu padrinho pareceu ter naquele momento. Bem diferente do Hermes que a resgatou do orfanato ! É isso fez Lyra se pergunta qual era o passado do elfo. — Assim espero ! Afinal, depois de tudo, isso seria um desperdício. — E com isso a bruxa se retirou e Lyra não pode evitar se fazer uma careta para porta a onde a bruxa havia acabado de sair. ☽︎ ✵ ☾︎ — Está preparado para Eclésia Draven ? Parece que ao menos uma vez vai ter a chance de se vingar dos Vandergard’s e mostrar o lugar deles. — Draven guardava seu uniforme do pentatlo em armário velho, quando Ryu Daisuki um garoto asiático de testa grande se inclinou ao lado de seu armário. Nos finais de semana, assim como a maioria dos acadêmicos, Draven tinha um hobbie e o dele era voar até cidades trouxas, onde enganava decadentes, roubando, fazendo feitiços zombeteiros e até mesmo jogando Pentatlo em áreas que eram proibidas. Mas como aquela semana, graças a Lyra ele tinha que comparecer a uma Eclésia disciplinar. — Pena que terá que expulsar a irmãzinha do Vandergard. Ela é uma delicinha. — comenta Ryu, e logo em seguida recebe um empurrão de Draven, que enciumado joga o garoto contra o armário, que o encara em estranheza fazendo ele se sentar em um escabelo no canto do banheiro masculino do time ao lado de Dobrey. — Oque isso Draven ? está com ciúmes da irmãzinha do Vandergard ? — Pergunta o garoto robusto de aspecto mas velho, que realmente era. O garoto de bochechas largas, já havia repetido o mesmo ano duas vezes ou três vezes. — Eu e o Ryu fizemos uma aposta depois da conversa que ouvimos hoje no salão principal. É uma conversa bem interessante, quer saber ? — pergunta o garoto robusto e Draven levanta uma de suas quase transparente sobrancelhas e pergunta : — Que conversa ? ☽︎ ✵ ☾︎ Hermes não havia falado uma palavra com Lyra, ela caminhava ao seu lado sem ter oque dizer. Lyra podia sentir que seu padrinho estava decepcionado com ela e isso a deixava tão triste que ela nem mesmo conseguia olhar na direção do mesmo. Apenas andava de cabeça baixa, por um corredor branco, com quadros de pessoas desconhecidas, que pareciam de algum modo mexerem os olhos. Era bizarro ! — Quando entrarmos ! Não precisa dizer nada. Somente responda as perguntas que lhe forem direcionadas e olhe bem nos olhos de todos. Entendeu ? — Lyra acenou em confirmação ao seu padrinho que pela primeira vez em uma grande porta de entrada com detalhes dourados falou com ela. Hermes parecia saber muito sobre uma Eclésia disciplinar e por isso que Lyra não entendia porque soberana da Corte Acadêmica, senhora Elizabeth, havia falado que o passado de seu padrinho podia ser uma interferência. Mas quando Lyra entrou no local, e viu todos olhando para seu padrinho pensou que talvez Elizabeth estivesse certa. Até aquele momento Lyra, que caminhava para uma cadeira no centro do local que parecia um anfiteatro, não havia notado o quão grande é bonito era ambiente. Não era necessário dizer que naquela parte da escola Lyra nunca esteve, e apesar de não conseguir ver todos os mestres, que dividiam espaços com os alunos, que em uma Eclésia disciplinar eram liberados para assistir, Lyra encantada olhava para as capas bufantes caídas nos ombros de cada mestres que tinha seus lugares decorados com mesma cor, deixando cada Corte em clara evidência, e claro também eram os seus soberanos. Georgius estava ao lado de Amélia, que muito bem vestida a encarava com uma expressão neutra que Lyra não soube dizer o que significava e por fim seus olhos foram na sua própria corte, todos os mestres com olhar gelado, a olhavam com desgosto. E Lyra pensando que Devil pudesse encará-la mas c***l que os seus secundários já a encaravam decide evitar contado com o mesmo fazendo o reconhecimento de seus atos desapontar em seu rosto, de modo que ele buscou de forma desesperada o rosto da garota que paralisou o olhar na Corte iluminada, mas especificamente na cadeira que deveria ficar o soberano da mesma. — Hoje tomaremos a decisão a respeito do futuro de uma aluna, peço que tomem as suas decisões com cuidado. Não se resguardando as suas próprias vontades, mas sim ao futuro de um todo. — Lyra apertou a braço da cadeira quando Heráclito pareceu apelar por ela. Ela estava tão nervosa, as Cortes pareciam encará-la em julgamento e ela somente conseguia se sentir confortável quando olhava para Academia Iluminada que não tinha ausência de seu soberano. Talvez isso a deixava calma ! Não ter olhares para julgá-la. — Por favor, levante-se a parte incriminadora. — E com isso Lyra ver Georgius se levantar com peito estufado ao lado de Draven que Lyra encarou emburrada — agora se levante a parte de defesa. — E nesse momento Lyra ver somente seu padrinho se levantar, no lugar do soberano da Corte Estelar, que cedeu para Hermes. Já que o mesmo defenderia Lyra. — Juram por essa Corte que negaram a si mesmo e tomaram de decisões justas, baseado nos ensinamentos do fundadores. — Eu juro ! — Hermes e Georgius falaram em uníssono, mas Lyra duvidava que Georgius fosse cumprir sua palavra. — Pois bem ! Que se inicie a Corte disciplinar.
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