— Eles estudam desde dos onze anos. — A voz de Lyra ecoar pela sala um tanto brava. — Como eu irei entrar na Academia ? serei como uma repetente e se me pedirem para tirar um coelho da cartola ? — A menina indagava visivelmente nervosa provocando algumas gargalhadas nos gêmeos. — DO QUE VOCÊS ESTÃO RINDO ? — que deixou ainda mais brava, de modo que ela quase avançou em cima dos mesmos.
— Nos não tiramos coelhos da cartola Lyra. — e Hermes a explicou o porque os motivos da risada.
— Algumas vezes tiramos ! Só que não coelhos ! — Porém Ravi não ajudou muito, fazendo a garota olhar para Hermes implorando por explicações.
— Eu não entendo ! — Lyra sondou o espaço com o olhar perdido. — Porque não me encontraram antes ? Oque aconteceu com meus pais ? — e perguntou gerando imediatamente um silêncio na sala, fazendo a pergunta que todos esperavam que uma hora a menina iria fazer. — Eles estão mortos ? Não estão? — e o silêncio na sala ser tornou um grande incômodo, ninguém parecia está apto para explicar como os pais de Lyra morreram. Ela doloroso demais para todos. — Não é muito difícil de perceber que os meus pais estão mortos, eles não estão aqui. — Destacou a morena mais rude do que desejava. — Porque eles não estão aqui ? Quem matou eles ? — Lyra insistia ! Queria respostas, porque ninguém dava respostas ?
A verdade que Hermes queria revelar isso para a garota com cuidado. Mesmo que Maia e Adam tivessem morrido a muito tempo, para Lyra que havia crescido no orfanato a morte de seus pais eram recente, e Hermes tinha receio da reação da menina perante a verdade.
— Malquior ! Malquior matou eles ! — Porém antes que o elfo pudesse fazer qualquer coisa, Arthur responde a irmã.
— Arthur ! — não se calando nem mesmo quando Hermes tentou impedi-lo.
— Vão esconder mais oque ? que ela é minha irmã ? — Fazendo Lyra paralisar com a revelação.
— Irmã ? — A menina se indagou confusa olhando para o rosto do irmão. — Mais como ? Porque eu não sabia dele ? Porque vocês não sabiam de mim? — e uma lágrima fina desceu pelo seu rosto, escorrendo pelas suas bochechas rosadas.
— Porque Malquior matou nossos pais e até um tempo atrás nem eu sabia que tinha uma irmã. — Lagrimas que não comoveu Arthur, que continuou revelando tudo a irmã sem muita cautela. — Tudo porque provavelmente um dos malditos cavaleiros escondeu você. — Arthur fala praticamente sem respirar e Lyra sentia uma dor forte em sua cabeça a cada palavra que era exprimida, fazendo a mesma levar sua mão na testa. Estava recebendo tantas informações, tantos sentimentos que sua cabeça estava doendo. Não sabia no oque focar, ou a onde seus pés tocar para se segurar.
— Arthur ! — Até que finalmente a Senhora Brown protesta paralisando o mais velho. — Chega.
— Lyra ! Lyra olha para mim ! — Lyra ouvia Hermes de longe sentindo sua visão ficar um pouco turva, e Hermes percebendo a afilhada distante, segura o rosto da mesma e a obriga ela encara-lo. — Respira ! controle sua respiração ! — E Lyra que sequer estava percebendo que sua respiração estava descompensada, começa focar na mesma e lentamente se acalma, ficando totalmente bem, quando uma lágrima de alívio e dor desce pelos seus olhos. Lagrima que Hermes tratou de limpar, eliminando a mesma da bochecha da afilhada com o polegar. — Aconteceu muitas coisas ruins que presidiram o nascimento seu e de seu irmão. E é uma história incrivelmente longa ! E que eu prometo que te contarei um dia. Por enquanto a única coisa que você precisar saber e que seus pais te amaram muito. — Promete Hermes olhando nos olhos da afilhada, por fim capturando a mesma em um abraço. Longo e caloroso, que Lyra precisava tanto. Queria o abraço dos pais, mas esse, ela jamais teria.
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— Me solicitou Mestre Heráclito ? — Devil adentrou a sala do diretor recaindo o seu olhar tedioso sobre o mesmo, que parecia como sempre absorto encarando as montanhas que cercavam a Academia com tranquilidade que o aborrecia extremamente, pois o bruxo não considerava que o mestre possuía boas qualidades para ser um diretor.
— Sim. — respondeu o velho mago coçando a barba — Devil oque Maia exatamente te pediu um dia antes de sua morte ? — e perguntou fazendo Devil levantar uma sobrancelha cerrando seus olhos escuros considerando a pergunta extremamente desnecessária.
— E porque dessa irritante pergunta agora ? — de modo que ele sequer conseguiu conter sua irritação referente a isso.
Maia estava morta, mas esse não era um assunto reviver dentro de si. A não ser quando se encaixava em seus planos de vingança, que havia se tornado o único motivo de sua permanência naquela estúpida escola. Encontrar todos aqueles que tiraram Maia dele e fazer cada um se engasgar com seu próprio sangue enquanto ele fisgava a sua espada no peito de suas vítimas. Porém sobre o silêncio das estrelas aquela noite, Devil não esperava ter que incluir mais uma em sua pequena lista pessoal.
— A menina está viva Devil. — em um novo objetivo de vingança trazida pelas palavras de Heráclito que hesitou em um silêncio.
— Viva ? — logo interrompido pela voz grave de Devil que tentava entender a possibilidade daquilo ser real. Ele que sempre planejou tudo ! Todos os seus passos, foi cuidadoso para está sempre esta a frente de todos seus inimigos, agora se sentia passado para trás pela menina. Em algo que ele não esperava ! A sua vida.
— Alguém escondeu ela Devil.
— Ah fracamente Heráclito ! — murmura o bruxo em escárnio. — E impossível esconder uma criança Intermediaria. — Lembrou Devil levantando sua voz, fazendo o tom grave da mesma reverberar entre os bustos que foram tomados de uma expressão de medo.
— Você sabe muito bem Devil que há terríveis meios de esconder uma criança com herança mágica.
— E nós dois sabemos que a garota morreria. — Devil se virou irritado fazendo a Alef que estava sentado em livro a frente do bruxo imediatamente se esconder atrás da barba de Heráclito — Ela conseguiria no mínimo viver até os treze anos com Malignus se estivesse sorte ! — Acreditando que talvez Heráclito havia enlouquecido. Assim como Odessa o bruxo era um homem totalmente incrédulo.
— Sim, porém ela tem quatorze anos e está viva. — Mas Lyra era real ! E por mais que isso perturbasse os seus pensamentos essa era a verdade. — De qualquer forma ela esta viva Devil ! Em circunstâncias que talvez seja muito difícil para entendermos.... ela sobreviveu.
— Heráclito ! Francamente ! Es uma pessoa sensata. Não pode está acreditando que a garota está viva e com...
— Sim, estou acreditando Devil ! Lyra Vandergard está viva e ela é seu pacto. É o seu pacto carrega Malignus dentro dela. — Devil parou por um momento seu olhar sobre os ombros do mago, deu o silêncio necessário para absorver aquela informação, que caiu com tanto peso sobre os seus ombros que o bruxo se retirou sobre as sombras da sala, se negando a continuar aquela conversa com Heráclio.
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Mas tarde as coisas no Círculo se tornaram um pouco mais agitadas. Lyra ainda caminhava pelos corredores em direção a cozinha para tentar comer mais um pedaço da deliciosa torta quando quase tropeçou em um criado que segurando as orelhas fugiu como se estivesse vendo um cadáver. Pelo jeito sua fama de arrancadora de orelhas de duentes havia se espalhado, e ela nem mesmo havia arrancado uma ! E sendo distraída pela criatura, Lyra quase e atingida por um sapato voador que quase arrancou sua orelha como se fosse um karma. Por sorte o seu irmão estava lá, que a puxou antes que fosse acertada pelo sapato saído da mão de Ethel que em seu quarto jogou para sua irmã, Florence.
O corredor de quartos do terceiro andar, era de cores fortes e uma grande janela no seu limite, e era o corredor onde ficava os mais novos, devido a comodidade de tantos quartos. Lyra ainda não estava acostumado com toda magia daquele mundo. Mas ela achava incrível tudo ! Era divertido ver os quadros se moverem, os objetos levitarem e sapatos voarem ! Era tudo tão mágico que ela se sentia perdida ! Se perguntava a todo momento se aquilo era real ? E se era, estava realmente certa ela ser daquele jeito ? Sempre sentiu tão deslocada, que agora sentia raiva por finalmente se encontrar e não saber oque fazer.
— Obrigada ! — Lyra agradece ao irmão se recuperando do susto. — Tantas malas hoje. — comenta a garota vendo uma mala ao lado dele que tinha perninhas que Lyra considerou engraçadas.
— Deveria arrumar a sua também. — sugeriu Arthur.
— Não sei oque botar. — Lyra responde o irmão. Seu último livro havia sido rasgado e nem tinha tantas roupas para encher uma mala.
— Começa com seus livros de feitiço e depois com suas roupas. — que Arthur momentaneamente esqueceu que a garota não tinha. — Desculpe ! Já falou com Sophia, ela e a sua guia. — explicou mais velho entendendo que irmã sequer tinha materiais, quando Sophia como se estivesse esperando somente aquele momento aparece no final do corredor.
— FOGUINHO ! — Chamando Lyra e acenando com sua espalhafatosa cor roxa, vestindo um terno de mangas bufantes e uma boina roxa que ela usava bem no alto de sua cabeça. Naquele momento Lyra considerou que ninguém gostava mais da cor roxa do que a fada.
Ontem a noite Lyra já havia notado muitos sinais da cor roxa em Sophia, porém agora essa cor parecia muito mais viva. Coisa que pareceu novidade até para seu irmão ao seu lado que estava uma expressão de surpresa engraçada no rosto.
— Olha só ! Veja vocês dois... — que sumiu quando Sophia os juntou ombro a ombro ele e a irmã, como se estivesse tentando tirar uma foto. — Já está pronta ? — E finalmente soltando após um minuto de um esquisito e constrangedor silencio, ela perguntou.
— Pronta ? Pronta para oque senhora Vernet ? — Lyra rebateu.
— Como para que ? Eu vou te levar para comprar seus materiais foguinho. — Respondeu Sophia — E a senhora Brown vai levar você Arthur. — obrigando Lyra imaginar onde compraria livros de feitiço em Londres, mais se dando contar que isso não era exatamente o principal problema a menina arregala os olhos lembrando que não tinha dinheiro. Porém antes de sequer que seus rosados lábios pudessem fazer alguma contestação a mão que Lyra levanta no ar para gesticular é pegar por Sophia que a passos ligeiros sai com ela, que olhava para o irmão sendo arrastada como se pedisse para ele paralisar a bruxa. Mas ele não podia ! Ninguém parava Sophia Vernet.
— Vamos estamos atrasadas... — de modo que ela sentiu estranheza quando a mulher a sua frente parou provocando quase uma queda dela na escada.
— Parece que alguém vai conhecer o mercado Mor. — que foi impedida por Hermes que segurou a afilhada pelo ombro quando Sophia parou na frente de Zoe, que estava ao lado do ruivo.
— Uma Corte Romântica responsável por uma aluna. Isso é uma piada. — E descendo as escadas atrás, com duras pisadas de sua perna de p*u, estava Barbarosa.
— Não se esqueça Barbarosa que eu sou Guia Mor da Foguinho. — que Sophia encarou emburrada. — Foi a minha pedra que brilhou.
— Como se isso significasse alguma coisa mais. O Círculo foi traído, não foi ? — Atrelou Barbarosa mostrando os dentes.
— Barbarosa ! — e Hermes pareceu não gostar interrompendo o mesmo, ao perceber uma certa atenção da afilhada na conversa. — sei que Sophia levará Lyra em segurança. — que teve impressão que o padrinho parecia esta disfarçando algo. Talvez estivesse inseguro a Sophia também. Ela não entendia porque ninguém parecia confiar muito na fada.
Talvez fosse algo com essa Corte Romântica — pensava a menina.
E apesar disso Hermes não impediu, e Lyra desceu as escadas junto com Sophia que a conduziu para porta sobre um olhar de negação de Barbarosa.