LARISSA MILLER NARRANDO.
É um sábado à noite, daqueles em que a casa estava mais silenciosa do que o normal. Eu estava sentada no sofá da sala, olhando para o vazio, perdida em meus próprios pensamentos. Tudo ao meu redor parecia quieto demais, como se o mundo estivesse segurando o fôlego. A TV estava ligada, mas o som baixo apenas fazia companhia ao barulho ocasional do relógio na parede.
Então, ouvi passos descendo as escadas. Virei a cabeça e vi Lucas, todo arrumado. Ele usava um terno preto impecável, o cabelo penteado para trás, com a perfeição habitual. O seu perfume caro chegou até mim antes mesmo que ele dissesse qualquer coisa. Ele estava deslumbrante, como sempre. Mas havia algo frio em seu olhar, algo que eu havia aprendido a reconhecer e a temer.
Logo atrás dele, Charles de
