O CONTRATO COM O CEO ARROGANTE.

LARISSA MILLER. LONDRES. Cresci rodeada por luxo e privilégios, mas a realidade por trás das cortinas de veludo da mansão era bem diferente do que qualquer pessoa de fora podia imaginar. A minha infância foi marcada por expectativas e obrigações, com cada passo meu monitorado e calculado. A responsabilidade de manter o bom nome dos Miller pesava sobre mim desde que eu me lembro. No entanto, nada poderia ter me preparado para o golpe que os meus pais planejavam: um casamento arranjado com Lucas Collins. Eu estava na biblioteca, cercada pelos livros que tanto amava, quando a minha mãe entrou, os seus saltos ecoando pelo chão de mármore. A sua expressão estava mais dura do que de costume, e os seus olhos carregavam uma determinação que eu sabia que não poderia desafiar. — Larissa, precisamos conversar. — Ela disse, com a voz firme. Eu fechei o livro que estava lendo e me endireitei na poltrona, sentindo um nó se formar no estômago. — O que foi, mãe? Ela se sentou na poltrona ao lado, ajeitando a sua saia impecável. — Estamos enfrentando dificuldades financeiras. A situação é mais grave do que você imagina. Estamos à beira da falência. A notícia me atingiu como um soco. Nossa família sempre manteve uma fachada de riqueza e prosperidade. Eu nunca imaginei que estivéssemos em dificuldades financeiras. — Mas... como isso é possível? — Perguntei, tentando processar a informação. — Isso não importa agora. — Ela respondeu, impaciente. — O que importa é que encontramos uma solução. Você vai se casar com Lucas Collins. O meu coração parou. — O quê? Não, mãe. Você não pode estar falando sério. — Estou falando muito sério, Larissa. É a única maneira de salvar a nossa família. — Mas Lucas é... Ele é conhecido por ser arrogante e insensível! Todos sabem disso. Como você pode querer que eu me case com alguém assim? — Você não tem escolha. — Ela disse. — O casamento foi arranjado. O seu pai já está falando com os Collins agora. Isso vai acontecer, quer você goste ou não. Eu me levantei depressa, sentindo a raiva borbulhar dentro de mim. — Eu não vou aceitar isso. Não vou me casar com alguém que não amo, e muito menos com alguém como Lucas. Antes que a minha mãe pudesse responder, eu saí da biblioteca e fui direto ao escritório do meu pai. Ele estava sentado atrás de sua imensa mesa de madeira, conversando ao telefone. Quando me viu, a sua expressão se fechou. — Preciso falar com você. — Eu disse com a minha voz tremendo de raiva. Ele ergueu a mão para me fazer esperar e terminou a ligação. — Larissa, o que está fazendo aqui? — Eu sei sobre o casamento. — Eu disse, tentando controlar a minha fúria. — E não vou permitir que isso aconteça. O meu pai suspirou e se levantou, caminhando em minha direção. — Filha, você precisa entender. Esta é a única maneira de salvar a nossa família. Os Collins têm dinheiro, influência. Eles podem nos ajudar. — Case a Laura então. — Não. É você Larissa, não tem acordo. — Mas a que custo? Retruquei. — A minha felicidade? Minha dignidade? — Às vezes, precisamos fazer sacrifícios pelo bem maior. — Ele disse com os seus olhos frios e calculistas. — E este é um desses momentos. — Eu não sou uma mercadoria para ser negociada, pai. — Não seja dramática, Larissa. Você é uma Miller. E os Millers fazem o que é necessário para manter a família. Eu senti lágrimas de raiva e frustração queimarem os meus olhos. — Isso não é justo. — A vida raramente é justa. — Ele respondeu, voltando para sua mesa. — Agora, vá se preparar. O noivado será anunciado em breve. Saí do escritório, me sentindo impotente e traída. A minha vida inteira estava sendo planejada e controlada sem nenhum respeito pelos meus desejos ou sentimentos. Enquanto caminhava pelo corredor, as palavras do meu pai ecoavam em minha mente. — Os Millers fazem o que é necessário para manter a família. Eu sabia que, para meus pais, eu era apenas uma peça no grande jogo de poder e status. Mas eu não estava disposta a ser usada dessa maneira. Naquela noite, enquanto estava deitada na cama, decidi que faria tudo o que pudesse para lutar contra esse casamento. Eu não deixaria Lucas Collins ou a minha família me destruírem. Os dias seguintes foram de preparativos. As reuniões e jantares se tornaram constantes, e a pressão sobre mim aumentava a cada dia. Minha irmã, Laura, parecia se divertir com a situação. Ela sempre foi a favorita dos meus pais, a filha perfeita que nunca errava. E agora, com o meu destino selado, ela não perdia a oportunidade de me provocar. — Parece que finalmente encontraram uma utilidade para você, Larissa. — Laura disse, com um sorriso sarcástico, enquanto estávamos na sala de estar. Eu a encarei, tentando conter a raiva. — E o que você sabe sobre utilidade, Laura? — Retruquei. — Sempre teve tudo de mão beijada, nunca precisou lutar por nada. Ela riu, balançando a cabeça. — E você acha que está lutando agora? Se casar com Lucas Collins não é luta, é desistência. — Os seus olhos brilhavam com malícia. — Mas suponho que você esteja acostumada a se contentar com o que sobra. — Pelo menos eu não sou uma boneca sem personalidade que faz tudo o que os nossos pais mandam. — Eu disparei. — E você não passa de uma rebelde sem causa, Larissa. — Ela se aproximou, com o rosto a centímetros do meu. — A verdade é que você nunca se deu bem com ninguém, nem mesmo comigo. Sempre foi assim, não é? A ovelha n***a dos Miller. — Laura disse com raiva. As palavras dela me atingiram fundo. Ela estava certa em partes; eu nunca me dei bem com a minha irmã. Laura sempre teve um jeito de me fazer sentir inferior, de me lembrar que, para nossos pais, eu era apenas uma responsabilidade a mais, uma peça no jogo de poder e influência. — Isso não muda o fato de que estou sendo forçada a casar com alguém que não amo, Laura. — Eu disse, com a voz baixa, mas firme. — E você, com todo o seu desprezo, nunca entenderá o que isso significa. Ela deu de ombros, indiferente. — Talvez não. Mas a vida é assim, Larissa. Injusta e c***l. E quanto mais cedo você aceitar isso, melhor. Com isso, Laura se afastou, me deixando sozinha com os meus pensamentos tumultuados. As palavras dela ecoavam na minha mente enquanto eu tentava encontrar uma saída. Eu sabia que a luta seria difícil, mas estava determinada a não me deixar abater. Eu precisava encontrar uma maneira de recuperar o controle da minha vida, mesmo que isso significasse enfrentar a minha própria família e o destino que eles haviam escolhido para mim.