LARISSA MILLER NARRANDO. LONDRES. A UTI sempre teve um ar de frieza, mas hoje o ambiente parecia ainda mais estéril, desprovido de qualquer calor humano. As máquinas emitiam os seus sons repetitivos, cada bip um lembrete constante da fragilidade da vida. Me aproximei da cama onde Charles estava, tentando me manter composta. Eu sabia que ele não tinha muito tempo, mas ainda assim, vê-lo ali, tão vulnerável, me atingiu como um soco no estômago. — Larissa... — A voz dele era um sussurro, fraca e quase inaudível, mas ainda carregava a força do homem que ele sempre foi. — Estou aqui, Charles — Eu disse, tentando não deixar transparecer a tristeza que me consumia. Peguei a sua mão, tão fria e frágil, e apertei de leve, como se aquele gesto pudesse, de alguma forma, transmitir a força que el