Capítulo Dois — Quem São Eles?

3721 Words
Capítulo Dois — Quem São Eles? O caminho de volta para casa foi silencioso. Ryan sabia que eu não gostaria de falar sobre o assunto. Eu prefiro desfrutar do silêncio, apesar de minha mente estar em constante movimento, viajando no nostálgico mundo das boas lembranças sobre a minha mãe. Quando eu fecho os olhos, eu vejo o seu sorriso, o seu olhar luminoso, o seu espírito cheio de vida, e escuto a sua aveludada voz dizendo que me ama e que tudo ficará bem. ― Provavelmente, seu pai ainda não chegou do trabalho. ― Ryan chama a minha atenção ao mencionar o fato provável, enquanto ele constata o horário em seu relógio de pulso. Os meus pensamentos estavam tão altos que só agora eu reparei que nós estamos na frente de minha casa. Ryan estaciona, interrompendo os velhos ruídos que o seu antigo carro vermelho range ao chegar. O tempo enquanto nós estávamos no hospital passou tão rápido que o céu já pincela as primeiras tonalidades de uma noite. ― Tudo bem. Não se preocupe, eu vou ficar bem. ― Eu respondo, retirando o meu cinto de segurança, enquanto eu tento forçar um breve sorriso que minta o suficiente sobre o mencionado. ― Eu te conheço, e sei que ao fundo você está triste. Eu não vou te deixar sozinha. ― Diante de sua dita, eu não tive tempo de contraria-lo, Ryan já abria a sua porta, retirando-se do carro. Suspiro, eu não quero deixa-lo preocupado, uma vez que eu sei bem o quanto ele tem os seus próprios problemas para resolver. Ryan sempre foi um menino calmo e controlado, alguém que sabia muito bem como organizar e ordenar os seus sentimentos. Ele costumava ser uma pessoa tranquila... Porém, ultimamente ele tem despertado uma grande preocupação. Ryan parece com o seu sentido protetor mais aguçado do que em qualquer outro tempo, age como se temesse algo. Eu julgo dizer que se depender de sua nova personalidade preocupada, nós passaríamos a viver escondidos da sociedade. Talvez, essa atual preocupação possa girar em torno dos sequestros que andam acontecendo em nossa pequena cidade. Mas algo me diz que parece ter algum significado misterioso. Eu sei que Ryan esconde um segredo, mas ele é bem cuidadoso ao dizer que é melhor que eu não saiba. O estranho mistério parece não ter fim. Segredos atrás de segredos. Eu me aconchego confortavelmente em minha camisa de frio, intencionando me aquecer na fria noite de fim de ano. Agradeço mentalmente a Ashley por ter conseguido um atestado para mim devido ao meu evidente emocional abalado, assim eu não precisarei cumprir a jornada de trabalho em meu emprego de número três hoje. A lua, apesar de estar parcialmente escondida em pesadas nuvens, anuncia uma longa noite. O tempo parece estar em um jogo irônico: Quando eu preciso chegar aos locais no horário certo, os minutos voam como uma rápida águia; mas quando eu não tenho compromisso algum, os minutos parecem tão arrastados quanto uma lesma. O tempo só é mais um em um milhão de aspectos que não conspiram ao meu favor. Não muito longe, eu observo lindos pássaros noturnos em seu ninho nos galhos de uma árvore, o seu canto é como uma doce melodia. A amarela casinha de pássaros que ali existe não deve ter servido muito bem a eles, já que não a usam. Observá-los tão alegremente, sem tantas preocupações, faz-me desejar ser também um pássaro, livre a voar. Não são prisioneiros das próprias emoções. Levemente, eu fecho os meus olhos ao sentir a brisa gelada. Alguns podem se incomodar com o frio, porém para mim sempre é algo bem aconchegante. A estação perfeita para me aconchegar debaixo de edredons macios e confortáveis, com uma caneca de achocolatado quente, ao explorar o mundo intenso da imaginação, com livros de todos os gêneros. Os meus pensamentos me fazem suspirar em preguiça, atiçando-me a realiza-los. A escuridão preenche o interior da humilde casa, fazendo-me procurar pelo interruptor de luz, logo a iluminando. Eu jogo a minha pequena bolsa no sofá, e caminho em direção à cozinha. Depois do que eu presenciei no hospital, um copo de água me fará bem. O líquido gelado que desce por a minha garganta traz minimamente a tranquilidade ao meu organismo. Talvez, Ashley esteja certa, eu preciso me distrair, esquecer dos problemas, por mais que seja por apenas uns mínimos minutos. ― Que tal assim.... ― Ryan adentra a cozinha, sentando-se no pequeno banco da bancada. ― Você se alimenta direito, e em troca eu tento fazer um bom brigadeiro para nós assistirmos com as comédias românticas que você gosta. Eu sorrio com a sua proposta. Doce e filmes românticos não fazem o perfil de Ryan, a menos que se trate de um bom anime para entretê-lo. Eu sei que ele só se submete a isto para me alegrar, e eu admiro a sua tentativa. ― Assistindo filmes melosos? ― Eu solto um riso nasalado. ― É uma proposta tentadora, e eu a aceito. ― Seu gosto para filmes é péssimo, mas eu vou assistir hoje. ― Ele solta um breve riso em resposta. ― O primeiro passo é seu. ― Porém, Ryan replica. ― Só cumprirei a minha parte do acordo, se antes você se alimentar direito. ― Tudo bem, eu já vou preparar algo para comer. ― Suspiro, rendendo-me ao seu pedido. A amizade de Ryan me proporciona coisas tão positivas. A sua presença me faz tão bem. Todo carinho, ternura e cuidado que ele destina a mim me faz viajar nas mais altas nuvens numa intensa alegria de saber que eu tenho alguém tão especial a quem contar. A sua amizade é um dos bens mais preciosos que eu tenho. Após a última garfada na comida, deixando o prato mais limpo que rostinho de bebê, enfim eu cumpro com a minha parte do trato. ― Agora é sua vez. ― Empolgo-me. ― Eu preciso mesmo fazer isso? ― Ryan intenciona dar para trás em sua palavra. ― Claro, senhor Mckenna. ― Eu sorrio. ― Terá que fazer o meu brigadeiro, e assistir até o último segundo do filme mais meloso que você vai conhecer. ― Você está muito malvada ultimamente. ― Ryan finge tristeza, causando-me um riso por sua péssima atuação, mas caminha até o armário, procurando pelos ingredientes certos. ― Não tem leite condensado? ― Ele pergunta. Dou de ombros, sem saber a resposta. ― Vou ali no mercado mais próximo, comprar. ― Enquanto isso, eu vou escolher o filme para sua t*****a. ― Eu digo desafiadora, fazendo com que Ryan finja uma certa decepção. ― Ah. Aproveita e traz umas coxinhas, há tanto tempo que eu não como aquelas delícias. ― Vou lá. ― Ryan tateia o bolso de sua calça, retirando a chave de seu carro. ― Você vai ficar bem? ― Em resposta, eu apenas assinto, destinando-lhe um sorriso ao tentar o transmitir tranquilidade. ― Eu já volto. Assim que Ryan passou pela porta de saída da casa, a minha máscara de alegria caiu imediatamente. Eu sinto o peso sombrio da dor sufocante em meu peito voltar a me atacar com os pesados pensamentos negativos. A verdade é que não importa o que eu faça, a traumática cena de minha mãe impossibilitada naquela cama hospitalar sempre será algo que eu nunca vou de fato superar. Inspiro profundamente, expirando aos poucos o ar por minha boca. Eu repito o mesmo processo por mais três vezes à procura de calma. Eu penso em tomar outra dose de meu medicamento para ansiedade, mas eu me alerto sobre os efeitos colaterais que eu possa ter como consequência. Inconscientemente, o meu olhar se foca na bagunça de louças sujas na pia, isto poderia ser a minha distração no momento. Logo, me pus a limpa-las. Tento me concentrar apenas nessa simples tarefa, mas a minha mente grita tão alto que eu posso jurar que eu ficarei s***a. A minha mente sangra em tanta preocupação. De repente, um alto barulho semelhante a algo se espatifando chama a minha atenção. Imediatamente, eu olho em volta, assustada com o som repentino que parecia ter vindo da sala. Eu tento me convencer de que Ryan já deve ter chegado e acidentalmente deve ter derrubado algo, mas um calafrio r**m sobe por a minha espinha alertando de um perigo iminente. Eu volto a me concentrar na louça, colocando-a organizadamente no escorredor. O agonizante sentimento de temor parece a cada segundo se intensificar. A minha ansiedade volta a querer dominar os meus pensamentos. Descoordenada, eu pego o pano branco em cima do balcão, enxugando as minhas mãos. ― Ryan? ― Eu o chamo. ― Eu já terminei por aqui. Agora, eu quero o meu brigadeiro e as minhas coxinhas, viu? Eu tento manter um tom descontraído, na intenção de afastar o meu nervosismo pela situação. Mas, apenas o intenso silêncio me vem em resposta, o que me faz estreitar os meus olhos em uma confusão e preocupação ainda maiores. ― Está tudo bem por aí? — Eu questiono, mas novamente apenas o silêncio se faz presente em resposta. Em cautelosos passos, eu resolvo caminhar até a sala, mas volto a estreitar os meus olhos ao encontrar o local vazio. Por um descuido, os meus pés descalços entram em contato com cacos de vidro espalhados ao chão, o que me causa um arfar doloroso. Os cacos tão afiados entram como navalhas em minha pele fina. De imediato, eu procuro o apoio mais próximo, depositando todo o meu peso sobre o braço do sofá e suspendendo os meus pés do chão, analisando-os. A pequena quantidade de sangue denuncia os pequenos cortes. Levemente, eu retiro os cacos de vidro que rasgam a minha pele, alguns parecem cravados, dando-me uma extrema dificuldade para os retirar. ― Ryan, você está aí? ― Eu volto a questionar, sabendo que o motivo tão lógico para este vidro espatifado ao chão, seja a presença de alguém. Mas as minhas falas são tão inúteis quanto proibir uma abelha de ter a sua colmeia. Ryan não ficaria há tanto tempo sem me responder, uma vez que ele sabe bem sobre as minhas crises de ansiedade. Eu engulo ruidosamente em seco com o mesmo sentimento negativo. Indícios de meu medo batem à porta. Eu preciso de um remédio mais potente, uma vez que o anterior não está fazendo efeito. ― Ryan? ― Eu o chamo novamente. ― Pare de me assustar, você sabe que eu não gosto disto. O extremo silêncio novamente me veio em uma incomodante resposta. O radar de alerta em minha mente dispara descontroladamente. Com dificuldade, levanto-me do sofá. O meu peso corporal é como uma tonelada de elefantes pressionando as feridas em meus pés. Respiro fundo, e inicio lentos passos em direção aos quartos, em uma procura por algo suspeito. Ao chegar no corredor, eu percebo que a porta do meu quarto está entre aberta, dando-me a certeza de que há alguém lá dentro. Pouco hesitante, eu caminho até ela, abrindo-a por completo. ― Ryan, eu estava te chamando. Por que você não... ― Eu auto interrompo a minha fala imediatamente, assustada ao focar o meu olhar no homem desconhecido. — Quem é você? A minha pergunta se destina confusamente ao homem à minha frente. Os fios de seu cabelo loiro tão claros ganham movimento com a leve brisa fria que entra pela janela aberta. A sua pele é tão angelical que é impossível não se admirar. Os seus olhos claros parecem me avaliar com precisão, enquanto as suas vestes são completamente pretas. — Meu nome é Christian. ― Ele responde, simplesmente. ― Mas pode me chamar de Chris. Um sorriso gentil aparece em seus lábios ao estender a sua mão em uma falha tentativa de me cumprimentar. Eu ignoro o seu gesto, em um extremo misto de susto e desconfiança. Em seu rosto angelical, o sorriso gentil se entorta, dando espaço a uma leve risada. Este som criado dá a impressão de deboche, fazendo-me erguer a minha sobrancelha, estranhando-o. ― Não tenha medo de mim, Sophia. ― Christian, estranhamente, parece testar o meu nome em sua voz. Apesar de seu rosto ser impressionantemente limpo como a pura pele de um bebê, ele carrega uma pesada presença, que provoca uma sensação extremamente r**m. Não parece ser uma pessoa a quem eu devo confiar. Por um momento, a minha mente me alerta sobre a existência dos Sombras Negras, o que me faz questionar e temer sobre esta possibilidade. Sentindo o perigo, eu não penso duas vezes antes de correr para fora do quarto, tentando fechar imediatamente a porta. Em um rápido movimento, Christian joga o peso de seu corpo bruscamente sobre o grande pedaço de madeira, que com o forte impacto faz o meu corpo voar ao chão, com a porta quase se partindo. Encaro-o completamente assustada à sua inesperada reação e tamanha força. De imediato, levanto-me em um sobressalto. ― Saia da minha casa! ― Eu exclamo em um tom de ordem, na intenção de passar uma postura de coragem. Ao julgar o tamanho de sua força, eu não teria chances de uma luta, por isto, ao menos eu preciso esconder o meu medo e de alguma forma parecer ameaçadora. Eu tento empurra-lo, mas apesar da força que eu distribuo, Christian não move um músculo. — Por que está me expulsando? ― Christian finge uma certa decepção. ― Eu não vou te fazer m*l. Ele solta uma risada tão debochada que me passa a compreensão de que a sua fala não é verdadeira. A sua presença contém uma negatividade tão pesada que me deixa apreensiva para me livrar disto de imediato. Os meus pensamentos estão gritando em minha mente para me afastar o mais rápido possível. — Deixe-a, Chris! ― De repente, uma feminina voz aveludada nos chama a atenção. Dona de uma pele tão branca quanto um o ** de arroz mais claro. O seu cabelo longo, loiro e ondulado tem um caimento natural sobre as suas costas. Os seus olhos claros dão um destaque a mais em seu olhar marcante. As suas vestes pretas colam ao seu corpo evidenciando curvas bem trabalhadas. A mulher à nossa frente é a personificação da pura elegância. — Eu não posso mais me divertir, Elizabeth? ― Christian se irrita por a sua interrupção. — Não com ela, você sabe que nós temos ordens a cumprir! ― A fala pronunciada pela bela mulher, denominada Elizabeth, causa-me uma estranha sensação de temor. Eu não tenho dúvidas de que se trata de mais um sequestro, mas desta vez eu sou a amedrontada vítima. — Tem razão. ― Christian adota um caráter pensativo em suas palavras. ― Então vamos logo terminar isso. As suas atenções se voltam novamente a mim. ― Não se aproximem! ― Minha suposta ordem é completamente inútil. Christian me olha com um sorriso debochado pelo meu tom. Os passos em minha direção são acompanhados de expressões superiores, ambos carregam uma apreciação por causar o meu medo e apreensão. — Não se preocupe, Sophia. — Elizabeth direciona a sua fala a mim. — Não te causaremos m*l. Nós só precisamos que você nos acompanhe. — O que vocês querem comigo? ― Eu questiono, ao menos tentando ganhar tempo para pensar em uma fuga coerente, enquanto ao mesmo tempo eu tento compreender o porquê dessa situação estar sendo posta sobre mim. ― Eu não devo ser a pessoa a quem estão procurando. Eu não vou a lugar nenhum. — Nós soubemos que você e o seu amiguinho querem se esconder do nosso radar. ― Christian diz adotando uma postura mais séria. A sua frase novamente atiça a minha confusão ao não entender do que se trata o assunto. — Por que vocês andam com tanta preocupação e medo? Escondendo-se de todos? Por algum motivo, as suas palavras me fazem pensar em Ryan e em sua excessiva preocupação sem nenhum motivo aparente. Mas eu não vejo respostas para que ele tenha qualquer tipo de ligação com estas negativas pessoas à minha frente. Christian ergue uma de suas sobrancelhas em um gesto pouco desconfiado. — Você saberá em breve do que realmente nós estamos falando. — Elizabeth pronuncia ao perceber a minha confusão. — Agora, nós não estamos aqui para bater um papo, muito menos esclarecer algo. Wachowski está esperando! De imediato, um breve susto me atinge pelo sobrenome pronunciado. O sobrenome do ser das trevas, pertencente a antiga lenda local. Isto é algum tipo de brincadeira? Apesar disto, eu não deixo que me abale, ao imaginar que eles apenas devem estar usando esta lenda para me aterrorizar mais ainda ou dar algum tipo de diversão às suas personalidades malucas. — Eu não vou a lugar nenhum! — Eu firmo. — Saiam da minha casa ou eu vou chamar a polícia! — Ela acha que nós tememos à polícia. — Christian zomba. O seu olhar, de repente, foca-se em mim em um total breu de escuridão, gerando-me susto ao perceber que a parte branca de seus olhos não está mais presente. Apenas um intenso e sombrio escuro se mostra em seus olhos. Imediatamente, eu dou passos para trás, nervosa. Trêmula em minha postura, descrente ao que eu vejo. Christian dá uma piscadela, antes de seus olhos voltarem ao normal, fazendo-me duvidar do que seja real ou apenas uma ilusão de ótica. Em uma rápida tentativa de fuga, eu arremesso a primeira coisa que eu vejo ao meu alcance — um jarro de flores em cima da pequena mesa de canto — na direção de Christian, distraindo-o por poucos segundos. Mas tão rápida quanto os meus movimentos, Elizabeth se pôs à minha frente, tentando me golpear com o reluzente objeto de extremo perigo que só assim eu percebo presente em sua mão. Um r******r preto. Por segundos, o meu coração congela em temor, esta a**a deixa tudo mais perigoso. A adrenalina flui em minhas veias, enquanto a luta pela sobrevivência depende de mim. Sem perder tempo, em um rápido movimento, eu seguro a sua mão e a golpeio em sua barriga. O meu golpe nem sequer a fez cócegas, assustando-me com a sua resistência. Eu sei que eu não sou forte o suficiente, muito menos eu detenho da técnica certa, mas eu depositei toda a minha força, isto deveria ser ao menos o suficiente para que ela sinta o mínimo incomodo. Mas, Elizabeth abre um sorriso convencida. Sem desperdiçar as minhas chances de fuga, eu tento outra forma de afasta-la, puxando fortemente o seu cabelo. Dessa vez, eu obtive resultados positivos, fazendo-a se afastar o suficiente a beneficiar a minha fuga. O seu olhar se foca em mim no meio termo da irritação e raiva, como uma feroz predadora. Os seus olhos azulados escurecem num quase preto perolizado. Novamente, eu me assusto com os tão descrentes olhos totalmente escuros. Mas eu não perco tempo, correndo imediatamente para longe, mas Christian com os seus movimentos hábeis e rápidos, segura-me. Eu me debato em seus braços, mas os meus movimentos parecem tão inúteis diante de seu forte aperto imobilizador. Ele me arrasta contra a minha própria v*****e em direção à porta de entrada da casa. Esta, está aberta, e um alto homem de terno preto me encara com seu ego superior. Eu posso perceber um carro preto estacionado na frente de minha casa. Eu tento gritar por socorro, mas os meus gritos são abafados com uma áspera mão, a qual eu acabo por dar uma dolorosa mordida na esperança que Christian me solte. Inútil novamente, nem sequer o incomoda. Logo, eu estou sendo arrastada para fora da casa rumo ao carro preto. O homem de terno abre o porta-malas, ao me encarar seriamente. A sua expressão denuncia que é ali que eu estarei daqui a alguns segundos. O desespero me consume. Em uma das minhas tentativas de me soltar dos fortes braços que me seguram, fiz Christian perder o equilíbrio ao tropeçar nas medianas pedras que por sorte fazem parte da decoração da fachada de minha casa. Livre do aperto imobilizador, apressadamente eu saio correndo, mas com o tanto de pavor que me atinge pela situação, eu acabo por cometer o mesmo erro de não prestar atenção por onde eu ando. O que tinha sido q minha sorte por segundos, torna-se o meu azar. Eu caio ao chão por tropeçar nas mesmas pedras medianas. Eu escuto as risadas debochadas, causando-me novamente calafrios de medo que eletrizam a minha espinha. O ambiente está tão pesado negativamente, diante de suas presenças que são imensamente ruins. Imediatamente, eu guio o meu olhar para trás. Os dois se aproximam lentamente, realmente se deliciando com o meu medo como verdadeiros caçadores ferozes prestes a m***r a sua presa. E eu, como uma presa indefesa e amedrontada, tento manter certa distância, afastando-me ao máximo. A verdade é que a realidade é muito diferente da ficção, os sentimentos de desespero embaraçam a minha mente com o medo. De imediato, eu me recupero em um estado de adrenalina, e rapidamente me levanto ao tentar correr novamente. Mas Elizabeth acaba com as minhas expectativas de fuga, puxando bruscamente o meu cabelo, e casando-me um agoniado grito de dor, que no mesmo instante, é abafado por sua mão. — Até que a garotinha sabe se defender. ― Christian zomba. — Mas não o suficiente. ― Elizabeth com rispidez, diz. Em seguida, eu sinto uma forte dor em minha cabeça, causada por uma ponta metálica de algum objeto sendo socado contra mim. Eu m*l sei exatamente o que me acertou, apenas tento controlar o peso imediato que as minhas pálpebras ganham, sem controle tentando me levar à total escuridão. Eu fecho os meus olhos por um momento, sentindo o meu corpo pesar, fazendo com que eu caia ao chão. Apesar de todos os sintomas fortes, concentro-me em lutar por a minha sobrevivência. Eu forço as minhas pálpebras a abrirem novamente, com muita dificuldade tendo sucesso. A minha visão enturva, lutando contra o meu controle. Eu observo os caçadores com os seus olhares de divertimento fixos em mim. Eu não posso desistir, eu não posso morrer sem lutar. Mas eu confesso que o meu coração em aceleração bombeia o medo evidente que corrói a minha mente. A adrenalina pelo perigo nunca vivenciado antes me deixa a um triz de ter um infarto. Como tão repentinamente estas coisas assustadoras passaram a fazer parte da minha vida?
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