Prólogo

1072 Words
Asas da Noite Prólogo: 15 anos atrás... ― Mamãe, olhe as minhas asas! A pequena Sophia girava pelo quarto ao demonstrar uma enorme alegria, enquanto exibia as suas grandes asas feitas de um cintilante papel rosado. A sua empolgação contagiava as emoções de sua mãe, a quem enfim permitia com que um sorriso sincero pousasse em seus lábios ao ver a sua doce menina tão feliz com uma simples brincadeira. Amélia desejou intensamente que aquela alegria em sua filha pudesse durar eternamente. Em seus pedidos mais sinceros, aquele sorriso nunca largaria os pequenos lábios de sua preciosa menina. E em prol disto, Amélia seria capaz de tudo para continuar a mantendo protegida. Em um pedido singelo, Amélia desejou que pudessem parar o tempo e apenas poderem reviver aquele momento de diversão por mais algumas vezes. Pois ela sabia que na realidade em que elas se encontravam, momentos como este seriam extremamente raros. Amélia suspirou com um pesar intenso em uma frustração ainda maior pela situação que estava a formar os seus dias, enquanto o seu olhar se guiava à pequena janela presente no quarto da humilde cabana que as abrigam. A ausência de um vidro transmitia o escuro céu carregado de pesadas nuvens acinzentadas, enquanto logo se percebia os primeiros respingos de uma tempestade a se aproximar. De imediato, prevendo a invasão da chuva, Amélia se apressou para pegar uma caixa de papelão ao seu lado, e em rápidos movimentos, rasgou-a e colocou os seus pedaços de uma forma improvisada sobre a a******a da janela, para que as gotas de água não invadam ao quarto de uma forma muito direta e brusca. Ela suspirou diante de um cansaço evidente. Esta será mais uma noite sombria, mais uma noite carregada de melancolia, e mais uma noite caracterizada por fugas. Ambas, já tinham fugido por tantas vezes que Amélia perdeu a contagem dos inúmeros momentos de desesperos que elas vieram a passar, enquanto ao contrário disto, os momentos que continham alguma paz tomavam um caráter extremamente raro. Mas, apesar de todo o cansaço nítido e desestimulante, Amélia acreditava que todo o esforço nesta luta valeria a pena, em prol da p******o de sua filha, sendo este o d****o mais puro de seu coração. — Vamos dormir, meu amor. — Amélia se guiou à menina, observando-a soltar um suspiro decepcionado por ter a sua brincadeira finalizada. — Agora que as fadas iam me ensinar a voar, mamãe. — A pequena menina dizia com uma pitada de esperanças para que a mãe deixe que ela continue a sua brincadeira por pelo menos mais alguns minutos. Mas Amélia sabia que por mais que quisesse que aquele raro momento durasse, era um fato extremamente inegável a necessidade de que ambas viessem a descansar, uma vez que na manhã seguinte cairiam na estrada novamente. — Nós precisamos descansar, meu amor. — Amélia a direciona um tom amoroso enquanto retira as asas de papel das costas da filha. — Amanhã será um longo dia. Nós precisamos recuperar as nossas energias agora. Amélia, então, ajoelhou-se ao lado da velha cama presente no cômodo, e ergueu a sua mão em direção à pequena menina como um convite para se juntar a essa. — Venha agradecer ao Papai do Céu por este dia e pedir p******o. — Amélia diz, fazendo com que de prontidão, a garotinha corra em direção da mãe, contendo uma empolgação para poder conversar com o Papai do Céu. Amélia segurou delicadamente a pequena mão de sua filha, e ambas fecharam os seus olhos enquanto iniciavam uma conversa sincera com Deus. Amélia estava grata por toda p******o que Deus havia dado a elas, e pedia intensamente que o dia de amanhã também fosse regido por a sua presença. Enquanto, Sophia pedia para que o Papai do Céu as guardassem sempre em seu coração e delas nunca se esquecessem. Ao terminarem, Amélia amorosamente pegou sua filha no colo, deitando-a na velha cama de casal, a qual deram sorte por ainda conseguirem encontrar este móvel de forma útil ainda presente na cabana abandona que a abriga. Essa, ajeitou a sua filha confortavelmente sobre os edredons que conseguiu, para mantê-la aquecida da noite frienta deste inverno. — Mamãe, conte a história. — Tão rapidamente, a empolgação da pequena Sophia se expandiu novamente ao se recordar da narração contada pela mãe. Essa se encantava ao ouvir sempre a mesma história antes de dormir. — Tudo bem. — Amélia puxou um pequeno banquinho para o lado da filha, e se sentou atender ao seu pedido. Ela estava cansada, mas até mesmo em si mesma, aquela história poderia causar alguma esperança em suas profecias. Ao notar que a mãe se preparava para começar a narração, os olhos de Sophia continham um brilho intenso, em uma extrema empolgação para ouvir a história. Esta, ainda muito jovem, não entendia o motivo pelo qual o seu tão pequeno coração se expandia ao ouvir a profecia narrada, mas ela sentia em seu profundo que algo bom estaria relacionado. — Era uma vez, um rei e uma rainha. — Amélia iniciou. — Tinham um reino magnífico, o qual cuidavam com muito amor e carinho. Eles tinham duas filhas, gêmeas idênticas, que apesar da mesma aparência tinham personalidades distintas. Uma carregava a coragem e braveza de uma grande guerreira amazonas, que para proteger quem ama faria de tudo; A outra carregava a inocência e a pureza de ver um mundo bom apesar das dificuldades e maldades. Eles viviam uma felicidade repleta de amor e bondade... Mas um dia, o m*l invadiu o reino, destruindo tudo o que havia de bom. O rei e a rainha conseguiram fugir com as suas filhas, mas tiveram que se separar para esconder suspeitas. A partir dali, estariam dispostos a tudo para protegê-las. Eles acreditavam intensamente na grande profecia que assim relatarei: "O sangue luminoso renascerá. O amor de dois anjos distintos se unirá em um pequeno botão de inocência e pureza. Esse botão, ao florar, destruirá o destino c***l ao mundo destinado. Apenas o fruto do bem e do m*l poderá, enfim, trazer a paz entre as dimensões, afinal." Após a sua história, Amélia observou atentamente o delicado rosto da pequena menina que acabava de adormecer, assim como a bela Aurora dos contos de fada. O seu suspiro foi extremamente pesado, uma vez que Amélia bem que queria que aquela história não passasse de uma simples invenção, mas infelizmente ou felizmente, era muito mais que isso...
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