Nixie Chakramof.
O jantar decorreu, e eu com poucas palavras fiz apenas o básico, neste preciso momento estamos eu, o conde, a condessa, o Kaya e o Dark, na sala de estar do castelo.
Isso depois de eu ter saído da sala de jantar para o meu quarto, e ser obrigada a retornar, porque a serva do conde me mandou voltar.
Eu não estava mais habituada a esse tipo de coisas, e cordialidades.
Está realmente me chateando o facto de eu não puder sequer ir para o meu aposento, sem ter que me justificar, ou não puder ter liberdade de fala, sem tanto pensar.
- Kristy, Damian, eu não pretendo ser rude em nenhum quesito, mas agradecia se pudessem ser directos, eu sei do que se trata e vocês me conhecem desde o ventre da minha mãe, não tem porquê agir de maneira mansa comigo, eu gostaria de me retirar. - eu falo para eles, e vejo o sorriso no canto dos lábios do Dark, depois de me ouvir, sem fazer questão de me encarar.
- Querida, nós procurávamos ser o menos evasivos possível, em respeito ao luto em que estamos todos, porém, as coisas são urgentes, e as nossas posições, tanto quanto os acontecimentos atuais, não permitem que tenhamos tempo. - a Kristy fala.
Pela cruz, o que custa falar de uma vez?
- Eu também tenho mais o que fazer mãe. - o Dark fala e eu suspiro.
- É exatamente isso que acontece. - o Damian fala e está com a cara menos amigável do que antes.
Parece o meu pai.
Ficou sério.
- Vocês foram prometidos um ao outro, se casarão em uma semana, e tem que agir como tal, conhecem muito bem às regras e eu exijo que ajam de acordo. - ele diz e eu suspiro.
- Qualquer que sejam as diferenças, que por anos desconhecemos, que se resolvam, ou apenas esteja resolvida perante o povo. - ele diz e eu suspiro.
- Apenas isso? - o Dark questiona se levantando, e finalmente olha para mim, e seu olhar, que eu já não via faz imenso tempo, penetra o meu, e estranhamente um calor se espalha pelo meu corpo.
- Nós conseguimos, não? - sua voz soa, e eu me questiono o que está se passando comigo.
- Claro. - eu respondo.
- Ótimo, entramos num acordo. - o Damian fala nos encarando. - Amanhã terá uma atividade social, para visitar os reinos que foram atacados e prestar apoio ao povo. - ele fala e eu suspiro.
- Certo. - o Dark diz sem paciência.
- Eu achei que fôssemos falar desses selvagens que atacaram o meu reino, e que tiraram a vida do meu pai, e o que vamos fazer com eles, eu achei que essa fosse a principal razão de terem me tirado de Chakramof para cá. - eu falo, porque se eles não vão fazer nada, eu saio e vou.
Eu não estou suportando o facto de ninguém estar falando disso, e estarem comentando desse casamento apenas.
Como se isso fosse a única coisa que importasse.
Eu não estou preocupada com p***a nenhuma, eu quero que matem aqueles desgraçados que tiraram a vida do meu pai.
- Nós estamos tratando disso. - o conde responde. - O mais importante nesse momento, que os pilares de poder da pirâmide estão sendo ameaçados e instáveis, o casamento é uma prioridade, e o herdeiro também. - eu não estou acreditando que eu estou escutando um absurdo desses.
- Princesa. - o Kaya interfere, sabendo que agora eu não me importo.
É o conde, mas é meu padrinho e amigo de meu pai, que se não for vingar a morte do meu pai, eu não faço questão.
Eu consigo me virar sozinha.
- Não haverá outro adiamento desse casamento, Nixie. - o conde fala antes mesmo que eu pudesse falar. - Viveu fugindo das suas responsabilidades, e está mais do que na hora de assumi-los, queira como não, obrigada como não. - ele fala e a raiva se faz sentir bem na pele.
- O seu pai, não a mandou voltar a toa das suas aventuras, você pertence a uma linhagem e é a prometida do Dark, queira sim, queira não. - ele fala e eu não estou acreditando que ele está falando assim comigo. - Eu sou o conde, e o seu pai pertence a linhagem a seguir a minha, não há o que questionar, eu sei o que estou fazendo e não quero você se envolvendo sem permissão com os ataques, porque a linhagem não vai continuar e nem a pirâmide vai subir com apenas um de vocês. - ele fala e eu suspiro.
- E para isso eu tenho que estar ciente do que está acontecendo. - eu falo, respondo. - Trata-se da morte do meu pai, nem você e nem ninguém, tem poder de me dizer que eu não tenho direito a questionar o que está sendo feito. - eu falo. - Porque eu não tenho muito a perder se eu deixar vocês e sumir, eu perdi o meu pai, já vocês sim. - eu falo, para eles.
- Claro que tem, e eu vejo que está fora de si, portando irá com o Dark até os seus aposentos, e ele lhe recordará tudo o que está em jogo. - o conde fala e eu suspiro fundo.
- Por favor, princesa. - o Kaya diz, com fogo nos olhos dele, me encarando e eu suspiro.
Sem qualquer cordialidade eu saio dali, os deixando para trás.
Eu caminho até o corredor dos meus aposentos, quando finalmente ouço o Dark.
- Nixie. - eu ouço a voz dele e suspiro fundo, eu faço questão de dar outro passo, mas sua pele entra em contato com a minha e o meu corpo reage de maneira indecente, como nunca tinha reagido antes.
- Não me faça chamá-la, novamente. - ele diz, impedindo que eu avance, e eu o encaro frustrada.
- Tire as suas mãos de mim, Dark. - eu falo, mas ele não o faz, e mantém seus olhos intensos, penetrando os meus.
Eu observo, alguns de seus traços simétricos e masculinos em sua face, a forma com que eu tenho que levantar o meu rosto para o observar, a forma com que a sua aura não mudou absolutamente nada, apenas aumentou a forma como ele exala poder, magnetismo e atração, atração pecaminosa e indecente, é simplesmente uma loucura.
- Entre. - ele diz abrindo a porta de seu enorme e extenso aposento.
Eu não entraria, mas os guardas estão aqui, e eu sei muito bem, o como eles se mantêm em silêncio, mas…
Eu entro e ele entra logo em seguida.
Observo ele fechar a porta do seu aposento com o seu olhar em mim.
- Pode ser breve, eu já fiquei tempo demais perto de você por hoje. - eu falo e ele suspira.
- Achei que o seu humor e personalidade tivesse mudado. - ele fala e eu suspiro novamente.
- E eu, que a sua prepotência, descaramento e arrogância também. - eu falo e ele dá um sorriso de lado me observando.
- Eu serei breve, Nixie. - ele diz. - Em respeito ao meu padrinho. - ele diz se referindo ao meu pai, e eu suspiro. - Tenha cuidado como fala, com quem fala, aonde fala. - ele diz. - Você pode ter se ausentado de diversas tarefas da realeza, mas tenho certeza que não se esqueceu qual é o seu lugar e como deve se comportar sendo minha prometida. - ele fala e eu sorrio, sorrio de raiva o encarando.
- Seu pai, não deve estar nada orgulhoso agora. - ele fala e isso soou como uma facada no peito. - Você, seu reino, todos dependem de nós, sem contar que o seu pai, deixou apenas você para cuidar do legado dele, não o envergonhe. - ele diz, e isso está me machucando.
- Sem nós, Chakramof, irá perder tudo e se tornar inexistente, os esforços da sua linhagem irão por vento à fora, por conta da sua rebeldia. - ele fala.
- Eu e você, temos os nossos destinos traçados desde o ventre de nossas mães. - ele fala e eu suspiro. - A esse ponto, eu penso que já descobriu que não importa o quanto você tente, mas n******e fugir dele, porque eu garanto, me casar com você, era a última coisa que eu queria. - ele diz e eu sorrio.
- Você sempre deixou isso bem claro, graças à Deus o sentimento é mútuo, Dark. - eu falo e ele me observa.
- Ainda com isso, Nixie. - ele afirma e eu sorrio.
- Oh, não é sobre você Dark. - eu falo apenas para acalmar o seu enorme ego. - Façamos assim, vossa alteza. - eu falo sarcástica. - Você não se dirige à mim, se não for necessário. - eu falo me aproximando dele.
- Agiremos como o seu pai ordenou, das portas para fora. - eu o digo e ele me encara. - Me deixe sair. - eu falo tentando passar por ele.
E seu olhar sucumbi o meu corpo dos pés a cabeça.
- Dark… - eu balbucio, quando em questão de milésimos, ele me coloca entre ele e a parede, seu corpo esbelto, tocava o meu, e eu sento o meu sangue ferver dentro de mim.
Minha voz, meu corpo, nada responde como eu quero, tal como aconteceu da outra vez…
Meu corpo vulcaniza sob seu olhar, e contacto com o seu corpo.
- Seu rosto ainda ruboriza quando está perto de mim. - ele fala me observando, e eu tenho uma v*****e tremenda, de me atirar de algum penhasco.
- Seu corpo grita o meu nome. - sua voz soa pelos meus ouvidos, e os meus batimentos cardíacos falham.
- Me solte, Dark. - eu falo usando a minha força, que de pouco serve para ele, para o afastar de mim.
- Não fale assim comigo novamente, muito menos me toque. - eu falo m*l olhando para ele e saio do seu aposento.
Mal fecho a porta detrás de mim, que me limito em respirar o ar, que não tinha me dado conta de que tinha trancado, minhas pernas estão bambas e o meu corpo indecentemente quente.
Eu não acredito nisso, Nixie.
- Nixie… - a Chanola e a Kirkal sussurram e eu vejo elas com a fresta da porta de meu aposento aberta, me observando.
Eu suspiro fundo.
Eu devia ter continuado em Chakramof.
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