Unida ao Rei Licano

Capítulo 2

Décimo sétimo aniversário

Era o dia do meu aniversário. Eu não estava realmente empolgada com isso, como todo mundo na minha matilha. Geralmente, todos podem começar a encontrar seus pares aos dezessete anos. Eu não tinha muita esperança, afinal, minha loba nunca apareceu quando deveria. Claire e meu irmão são pares e têm planejado marcar um ao outro.

Eu estava realmente feliz pelos dois, mesmo que meu relacionamento com meu irmão fosse tenso. Eu queria saber uma maneira de reconstruí-lo, assim poderíamos sair todos juntos sem toda a estranheza. Se eu pudesse fazer um pedido de aniversário, seria para minha família se reunir novamente.

Fui dar um passeio pela floresta. Estava bonito lá fora e o sol estava quente e agradável contra minha pele. Foi quando eu senti o cheiro mais maravilhoso que já havia sentido em minha vida inteira. O aroma de pinheiros invadiu minhas narinas e segui o rastro do cheiro. Alguns metros adiante, eu o vi.

De jeito nenhum... Por que, deusa da lua, por quê!? Meu torturador? O futuro Alfa de nossa matilha Crest Moon, Ryder? Eu o observei enquanto treinava. Vi seus músculos se contraindo e suor escorrendo pelo seu corpo. Mordi meu lábio inferior e continuei caminhando em sua direção.

Ele estava treinando em um campo aberto e, de repente, parou no lugar. Fiquei paralisada, meu coração batendo loucamente no peito. Pude perceber que ele farejava o ar e se virou para mim.

— Parceira? — Ele falou, mas de maneira confusa, como se não pudesse entender ou acreditar. Ele se aproximou de mim e ficou em pé diante de mim, pude ver que ele estava lutando internamente com seu lobo — Que piada c***l. Você é minha companheira escolhida? Não, obrigado! — Ele me empurrou para trás e vi seus olhos ficarem negros. Era o lobo dele lutando pelo controle sobre ele. Ele fechou os olhos e quando os abriu, estavam de volta à cor normal marrom — Você deve estar brincando comigo, certo? Uma fracote sem loba como minha companheira? Que piada doentia e distorcida! — Ele riu de mim e me senti encolher diante dele.

Não sei o que eu esperava disso? Não é como se ele fosse de repente mudar e me amar. Sou tão estúpida por pensar que teria uma chance de paz e felicidade. Lágrimas se formaram e encheram meus olhos, e ele continuou falando.

— Você nunca será a Luna desta matilha. Precisamos de alguém que possa se transformar e ser forte, para ajudar a proteger a matilha! Você nem mesmo conseguiu proteger sua própria mãe! Como alguém poderia esperar que você ajudasse a proteger a matilha!? Você não vale nada! Eu, o futuro Alfa de Crest Moon, Ryder Cunningham, rejeito você, Avalynn Jennings, como minha companheira e futura Luna de Crest Moon.

Senti meu coração se partir e se despedaçar em mil pedaços. As lágrimas corriam pelo meu rosto. Ele me pegou e me levantou, segurando meus braços.

— Aceite a rejeição, Avalynn! Agora! — Ele me sacudiu e senti uma força poderosa sobre mim me fazendo obedecer.

— Eu, Avalynn Jennings da Matilha Crest Moon, aceito sua rejeição como sua companheira e futura Luna — Gritei. Estava com o coração partido.

Ele me deixou cair no chão e desabei aos seus pés. Ele se abaixou, segurando um punhado dos meus cabelos para levantar minha cabeça e olhar para ele.

— Você nunca falará disso para ninguém. Isso nunca aconteceu! Entendeu?

Assenti com a cabeça.

— Sim, entendi — Ele me soltou e fiquei ali, chorando de dor por mim mesma.

— Se você contar a alguém, vou te eliminar, sua inútil. Você tem sorte de meu pai ser tão generoso para te deixar ficar aqui. Vou te banir da matilha assim que me tornar o Alfa — Ele sacudiu a poeira do corpo e se afastou.

Como eu pude sentir a atração do vínculo de companheiros sem uma loba? Não entendo como a deusa da lua pode ser tão amorosa com todos os outros, mas não comigo. O que eu fiz para merecer tanto ódio de todos?

— Por quê!? — Eu gritei.

Fiquei deitada no campo enquanto o sol brilhava no céu, apesar das promessas reconfortantes de um amanhã, meu coração se despedaçava. Eu estava oficialmente despedaçada por dentro. Fiquei ali deitada, chorando de verdade pela primeira vez desde a morte da minha mãe. Fiquei lá sem me importar se alguém poderia ouvir ou ver quão patética eu era. Estava ficando escuro e finalmente decidi voltar para casa.

Quando atravessei a ponte de pedestres sobre o rio, fiquei ali olhando para a curva do rio em direção à cachoeira.

Balancei a cabeça, tirei o pensamento r**m da minha mente e voltei para casa. Quando abri a porta, Claire praticamente me derrubou em um abraço. Eu a abracei de volta com um braço. Olhei para o outro lado e meu irmão estava lá jogando seu videogame.

— Onde você esteve o dia todo? Tínhamos planos de fazer compras e arrumar o cabelo. Oh... Ava, você estava chorando? — Ela me segurou pelos braços para me ver melhor.

— Não é nada, apenas caí, talvez tenha torcido o pulso, mas agora estou bem — Sorri pela metade enquanto ela me soltava — Desculpe por ter perdido hoje, eu não sou muito de brilho e compras.

— Tudo bem, seu irmão se ofereceu para cozinhar bifes para todos nós, com batatas assadas, brócolis e salada! — Ela olhou para ele radiante — Ah, e eu fiz um bolo para você também! — Ela me puxou para a cozinha e mostrou o bolo.

Eu realmente não merecia alguém como ela como amiga. Não sei o que faria ou onde estaria sem ela. Ela esteve aqui comigo em tudo isso e sou muito grato à deusa da lua por ela, mesmo que tenha me tratado m*l em tudo o mais.

Sentei-me no banco da ilha e conversei com Claire, que falou sobre Josh e como ele está muito melhor. Não sentei para jantar com ele há mais de um ano, quanto mais ele cozinhar o jantar.

Josh entrou na cozinha e beijou Claire na bochecha antes de ir para os bifes que estavam descansando no balcão. Nós o observamos prepará-los com sal e pimenta moída na hora. Ele mergulhou as batatas na manteiga e as empanou antes de embrulhá-las em papel alumínio. Ele já tinha preparado os brócolis, que estavam cozinhando a vapor.

Ele colocou as batatas no forno e ajustou o temporizador para quarenta e cinco minutos, abriu a geladeira e pegou refrigerante. Entregou para Claire um refrigerante diet e me deu um normal.

— Obrigada — Estalei a tampa olhando para ele.

Ele virou para me olhar e deu um sorriso firme e apertado com um leve aceno de cabeça.

— De nada — Ele disse baixinho e saiu.

Imaginei que ele estivesse preparando a churrasqueira. Bebi lentamente o refrigerante e admirei o bolo.

— De qual sabor é? — Indiquei o bolo.

— Oh, é um bolo de chocolate com cobertura de manteiga — Ela sorriu para mim.

— Bem, é lindo e parece absolutamente saboroso — Sorri para ela.

— Não demorei muito para fazer. Fiz a cobertura enquanto os bolos esfriavam. Depois que esfriaram, pus a camada de cobertura, chamada de base firme. Em seguida, coloquei no freezer grande antes de colocar a segunda camada e fazer esses desenhos — Ela estava tão orgulhosa do bolo dela.

Eu estava muito orgulhosa dela, ela tem um talento escondido e deve se orgulhar de si mesma.

— Você deveria se orgulhar muito desse bolo. Você tirou uma foto da sua bela criação?

— Tirei e vou postar depois — Ela sorriu.

Josh entrou e verificou o cozimento dos brócolis, pegou os bifes e saiu para assá-los. Ele cronometrou tudo perfeitamente, pois tudo ficou pronto ao mesmo tempo.

Dei uma mordida no meu bife e ele derreteu na boca. Foi a melhor coisa que comi em muito tempo.

— Josh, isso está delicioso. Obrigada — Sorri para ele.

Ele me olhou e realmente sorriu de volta para mim.

— De nada, Ava. Eu... Desculpe por ter estado ausente recentemente. Estou passando por um momento difícil. Primeiro meu pai, depois minha mãe e acho que você foi um alvo fácil. Pensei que a deusa da lua estava te punindo... Eu não sei — Suspirou e desviou o olhar de mim.

Lágrimas surgiram em meus olhos e sorri para ele. Claire estava devorando a comida e, com a boca cheia, sorriu o melhor que pôde. Eu sabia que isso era obra dela, dando o empurrão de que meu irmão precisava.

Assisti enquanto Claire se encostou em Josh e terminava de mastigar sua comida.

— Obrigada por cozinhar, querido, está delicioso.

Ele beijou o topo de sua cabeça e o resto do jantar foi comido em silêncio. Não era um silêncio constrangedor e prolongado, mas, pela primeira vez em muito tempo, era um silêncio confortável.

Enquanto comia, senti uma dor de saudade no coração. O jantar com Claire e meu irmão era uma distração feliz, mas era só isso. Olhei para os dois, tão apaixonados um pelo outro. Suspirei baixinho enquanto empurrava o resto da comida no meu prato. Sentia as lágrimas se formando nos meus olhos e pisquei rapidamente, afastando-as. Não queria que eles percebessem que algo estava errado.