Sófia ainda estava com dúvidas sobre o convite que tinha recebido
Pensava no assunto quando o seu celular começou a tocar e viu o nome de Paula na tela.
- Mamãe!
- Sófia! Você está ocupada?
- Não. A syenhora pode falar.
- Óptimo. Eu e o teu pai queremos te pedir um favor.
- Estou ouvindo.
- Faremos um viagem de uma semana para visitar a tua Avó.
Será que podes hospedar a Fernanda na da tua casa durante este tempo?
- A Sério Mamãe? Ela é adulta. Tem medo de ficar sozinha?
- Claro que não. Mas, vocês são irmãs e podem fazer - se companhia.
- Eu lamento Mamãe. Mas não vou fazer isso. A Fernanda é desorganizada e preguiça. Sem falar que é intrometida.
E eu prezo muito pela minha privacidade.
- Vais mesmo negar ajudar a tua irmã?
- Sim eu vou. Ela pode ficar sozinha na mansão ou viajar com vocês.
Estou ocupada. Tchau Mamãe.
Sófia bem que tentava, mas ela tratava Paula do mesmo jeito que ela a tratava.
Depois de conversar com o pai, ela ficou ainda mais desconfiada da sua ligação com a mãe.
Porque Paula a tratava tão friamente, mas demonstrava imenso amor quando se tratava de Fernanda.
- Está tudo bem Sofia?
- Não sei Antónia.
Desde que voltei que sinto algo bem diferente na minha família.
- Como assim?
- A minha mãe ficou ainda mais fria comigo. Ela me trata como se me culpasse por alguma coisa.
Ela não me ama Antónia.
- Isso não pode ser verdade.
As mães sempre amam os seus filhos.
- Mas a minha não ne ama.
E ela deixa bem óbvio que a minha irmã é a sua favorita.
- Não penses tanto nisso.
O que podes fazer é falar com ela sobre o assunto.
- É o que farei. Obrigada.
O celular tocou novamente, mas era um número que Sófia não identificou.
- Alô!
- Olá Sofia. Daqui fala o Renato Sánchez.
- Senhor Renato. Que prazer.
- Obrigado. E me chame só de Renato por favor.
- Tudo bem Renato.
- Eu gostaria de saber se estarás disponível amanhã?
- Sim. Não estou a trabalhar então...
- Óptimo. Podes passar aqui na firma por favor? Eu tenho novidades.
- Está bem. Há que horas devo ir?
- Pode ser às 8 e meia.
E saiba que de agora em diante já tens onde trabalhar.
- O quê? A Sério?
- Sim. Falamos amanhã está bem?
E quanto ao nosso jantar, eu gostaria muito que fosse na sexta-feira.
Isto é, se você quiser que assim seja.
- Está bem. Será na sexta-feira então.
E muito obrigada.
- Porque me agradeces?
- Pela oportunidade de demonstrar o meu talento. Por acreditarem em mim.
- Eu consigo reconhecer um talento de longe. E sei bem que serás capaz de nos surpreender.
Te espero amanhã?
- Claro. Lá estarei. Até amanhã Renato.
- Até amanhã Sófia. m*l posso esperar para te ver novamente.
Renato desligou e chamou a sua assistente.
- Pois não Senhor.
- Por favor! Peça que seja preparada a sala da Senhorita Sófia. Ela começará a trabalhar aqui amanhã e deve ter á sua disposição tudo o que precisar.
- Sim Senhor. Mais alguma coisa?
- Sim. A lista que pedi está preparada?
- Sim. Aqui está. Eu mesma verifiquei as referências de cada uma. A Senhorita Sófia pode escolher quem quiser para a área de secretariado e outra para ser a sua assistente.
- Muito Obrigado. Por favor traga um café para mim sem açúcar e ligue para a minha mãe da linha privada.
- Sim Senhor. Com licença.
Verônica entregou o café e avisou que Augusta já estava em linha.
Ele atendeu com boa disposição.
- Mamãe!
- Olá querido. Está tudo bem?
- Tudo óptimo Mamãe. Tenho óptimas notícias.
- Dá para perceber pela tua voz.
O que aconteceu?
- Eu vou começar a trabalhar com a Sófia Martinelli.
- Como é? Isto é sério filho?
- Claro que é Mãe. Assim como eu ela também é recém formada e com certeza muito talentosa. E vamos jantar na sexta-feira.
- Meu amor! Estou muito feliz por você.
Mas, eu não quero que deseja mais do que podes ter.
- Como assim Mamãe?
- Eu te conheço bem Renato.
Você gostou dela não é. Estás interessado nela?
- Sim Mamãe. Ela me interessou muito.
- Eu não posso aceitar isso filho.
Se a Paula sequer imaginar que tu és meu filho....
- A Senhora tem medo dela?
- Claro que não. Mas, ela é muito perigosa e influente. Ela pode acabar com a gente filho. Pode te fazer m*l só para me atingir.
- Mamãe por favor. Eu preciso que me entendas. Não se manda no coração.
Eu irei com calma. Se a Sófia não me corresponder, eu vou me afastar.
- Você me promete?
- Eu prometo Mamãe. Eu prometo.
- Está bem. Vai com muita calma por favor. Eu amo muito a Sófia.
E a ti também filho.
- Obrigado Mamãe. Eu quero que ela confie em mim. Por isso, a Senhora e o Jorge vão jantar com a gente.
A Senhora aceita?
- Está bem. Espero que ela me entenda por não ter dito que és meu filho lá na festa.
- Não se preocupe Mamãe.
Eu preciso desligar agora. Vou ver a senhora antes de ir para a minha casa.
- Está bem filho. Sentimos a tua falta.
- Eu também sinto a vossa.
Até logo.
Renato desligou. Ele estava feliz por ver a sua mãe feliz novamente.
Ela e Jorge tinham começado uma relação e estavam de casamento marcado.
Mas, tudo ainda era segredo, pois Jorge era muito conhecido e respeitado no meio empresarial, e ele não queria a sua vida particular exposta de qualquer maneira.
A saúde dele tinha melhorado muito.
Os médicos estavam surpresos com a forma como ele estava recuperado.
A doença que o deixava acabado e m*l disposto foi vencida, e isto também era resultado da feliz que estava em seu coração.
O amor estava mesmo a fazer milagres na sua vida.
Por outro lado, Sófia estava feliz por ter a oportunidade de demonstrar que era uma excelente profissional.
Não deixaria o seu sobrenome ser um peso para realizar o seu trabalho.
Jorge Junkeira era respeitado pela qualidade e quantidade de trabalhos que havia feito por toda a cidade.
Sófia preparou um portfólio para que Renato visse o seu trabalho e desse uma opinião sobre ele.
Na manhã seguinte, acordou cedo e bem - disposta.
Antónia já tinha colocado a mesa do café da manhã e sorriu quando a viu.
- Bom dia Sófia.
- Bom dia Antónia. Nossa! Estou morrendo de fome.
- Isto é óptimo. Mas tenha calma está bem? Essa fome está a ser causada pelo nervosismo.
- Eu sei. Mas tenho a certeza que tudo vai correr bem. Estou preparada para qualquer desafio.
- E vais te sair muito bem. Ah! O seu pai ligou bem cedo. Ele quer almoçar e conversar com você. Pediu para ligares.
- Farei isso assim que for possível.
Agora só consigo pensar no que vai acontecer lá na firma.
Após se certificar de que tinha tudo, Sófia pegou na chave do seu carro e saiu.
Quando chegou á forma Junqueira, foi recebida pela assistente de Renato.
- Senhorita Sófia! Eu sou a Verônica.
Sou assistente do Doutor Renato.
Ele á espera. Venha comigo por favor.
- Muito prazer Verônica. Obrigada.
Verônica bateu e abriu a porta.
Renato lá estava com o seu terno que caia que nem luva. Sófia teve que admitir que até vestindo trapos ele ficaria lindo.
- Sófia! Bom dia. Seja Bem-vinda.
- Bom dia Renato. Obrigada.
- Bebes alguma coisa?
- Café sem açúcar por favor.
- O mesmo para mim Verônica.
- Sim Senhor.
- Obrigado. Sente Sófia.
Como te sentes agora que vais trabalhar comigo?
- Ansiosa. Mas estou pronta para qualquer coisa. Não te deixes intimidar pelo meu sobrenome.
- Não me intimido facilmente.
Este é o teu portfólio?
- Sim. Podes dar uma olhada?
E por favor seja bem honesto na tua opinião.
- Tudo bem.
Renato olhou e ficou surpreso.
Ela tinha mesmo talento e com certeza faria muito sucesso.
- Então? O que você achou?
- Estou impressionado.
Você é óptima Sófia. Tiveste o estágio?
- Sim. Fiz alguns projetos com os colegas e professores, mas a decoração de interiores é a minha área favorita.
- UAU! Dá para entender o motivo.
- Você gostou?
- Claro. Está perfeito.
E até já sei por onde podes começar.
- Estou ouvindo.
Verónica entrou com os cafés e saiu discretamente.
- Acabamos de terminar o projecto de um condomínio. Na verdade o Jorge estava a cuidar disso e eu só fui até ao final. As casas serão para arrendar, e o proprietário quer que estejam mobiladas.
Será uma espécie de Condomínio de férias. O lugar é lindo e está bem perto da praia.
Você aceita fazer isso?
- É claro que sim. Eu adoro desafios.
Mas, vou precisar de mais detalhes e claro, tenho que ir até lá para ver tudo de perto. Assim saberei o que fazer.
- Tudo será tratado. Aliás, tenho aqui uma lista de candidatas. Uma será a tua assistente pessoal e a outra a secretária. Hoje mesmo vamos até lá. O Dono fará uma viagem, mas voltará para a inauguração. Então, temos um prazo bem apertado.
- Não há problema. Farei o meu melhor.
Quantas casas são?
- Para começar 25. Ele tem um projeto maior para 150 casas. Mas este é outro assunto. Venha comigo. A tua sala está pronta.
- As jovens já foram entrevistadas?
- Sim. A Verónica cuidou disso.
Elas estarão aqui em 1 hora. Podes analisar os currículos e escolher as que mais te agradarem.
- Tudo bem. Muito obrigada Renato.
Eu realmente não esperava por esta oportunidade.
- Você a mereceu. Não tem nada a ver com o teu sobrenome.
Se dependesse só do teu pai, nem estarias aqui.
- Eu sei. As vezes ele é exigente demais.
Mas, ao menos me dá mais apoio que a minha mãe.
- Entendo. Perdi o meu pai cedo demais.
Mas, em compensação, tenho a melhor mãe do mundo. Ela é a minha vida
- Deve ser uma mulher muito especial.
- Ela é mesmo. A melhor de todas.
Pronta para ver a sala?
- Sim. Estou pronta.
Renato abriu a porta e deixou Sófia entrar primeiro.
- Está do teu agrado?
- Sim. Está linda. Obrigada.
- Não há de quê. Deixarei você se organizar. Se precisares de alguma coisa, por favor peça á Verónica.
- Está bem.
Quando Renato saiu, Sófia conseguiu controlar melhor a sua respiração.
Ela estava nervosa não apenas por causa do trabalho, mas também pela presença imponente de Renato.
Ele era um homem diferente. Não gostava de ostentar que tinha muito dinheiro, e trabalhava com muito amor e dedicação sem nunca reclamar.
* Nem penses Sófia. Ele deve ter alguém...- Ela se repreendeu e sentou para fazer alguns esboços.
Mas será que isto seria o suficiente para tirar Renato dos seus pensamentos?