O assunto do noivado de Sófia e Carlos foi encerrado. Ela fez questão de demonstrar aos pais o quanto achava insuportável, e nenhum dos dois voltou a tocar no assunto.
Mesmo não querendo, Sófia concordou em se arrumar na casa dos pais.
Daniela estava com ela no quarto, e conversavam quando Fernanda as interrompeu.
- Olá meninas.
- Oi Fernanda. Amiga eu vou falar com a Guta e já volto.
- Tudo bem. Estarei aqui para me ajudares con o vestido.
Quando Daniela saiu, Fernanda sentou na cama da irmã. Sempre teve inveja de Sófia mesmo sabendo que ela era apenas sua irmã por parte de Pai.
O seu desejo era esfregar este segredo na cara da outra, mas tinha sido proibida pela mãe e não desejava ter problemas com Paula.
- O que você quer Fernanda?
- Quero saber porque você dispensou o Carlos. Ele é de uma boa família e também muito charmoso.
- Então pegue ele para você. Te dou de presente. Não estou assim tão desesperada para me unir em casamento com aquele bicho preguiça.
- Tudo bem. Já vi que ele não te desperta nada além de desprezo.
Será que tens outra pessoa na tua vida?
- Não irmãzinha. E se tivesse não te diria.
- Porque não? Somos irmãs.
- Mas não somos amigas nem confidentes. E sei bem que você iria correndo me entregar para a Mamãe.
- Você voltou chata demais. Vou me arrumar. O Papai quer que recebamos os convidados como uma família.
Fernanda saiu e Daniela entrou fechando a porta.
- Está tudo bem?
- Sim. Ela veio apenas recolher informações para a minha mãe, mas não descobriu nada.
- Vocês não têm nada em comum além do sobrenome.
- Eu sei. A Fernanda é igual á minha mãe. É mimada, fútil e bem preguiçosa em todos os sentidos. Não tem vontade própria.
- Ainda assim ela pode ser uma pessoa perigosa e dissimulada.
- Porque dizes isso?
- Talvez não vejas assim por ser a tua irmã. Mas ela é também muito invejosa Sófia. É do tipo que deseja tudo o que seja teu.
- Você está certa. Mesmo quando meninas ela sempre exigia os meus brinquedos e minhas roupas.
Até tentou fazer o meu pai achar que também era boa em desenhos gráficos, mas deu tudo errado.
- É por isso que deves ter cuidado.
Pode ser a tua irmã mais velha, mas não confira tanto nela. Agora vou ajudar você a colocar o vestido. Se prepara! Ela não será a única a ficar literalmente verde de inveja.
Já tinham chegado algumas pessoas quando Maria Sófia desceu as escadas com Daniela.
Ela foi ter com o pai e percebeu o olhar da mãe e da irmã.
- Papá! Obrigada por esta festa.
- Você é a minha princesa. Meu maior tesouro. Mereces mais do que isso.
- Obrigada! O Senhor chamou as pessoas da minha lista?
- Claro que sim. A festa é tua e os convidados também.
Aproveite querida.
Paula não disse uma palavra e foi conversar com algumas mulheres que lá estavam.
- A Mamãe está bem?
- Sim meu amor. Ainda está chateada porque brigou com a Laura. Mas vai superar.
- Tudo bem. Eu vou falar com a Dani.
Sabendo que a mãe estava chateada por ela ter dito o que pensava sobre Carlos e a família, Sófia decidiu aproveitar a festa.
Conversou e dançou com os seus amigos.
Foi então que entre os convidados acabados de chegar ela notou a presença de alguém que não conhecia.
Viu um homem jovem a falar com o seu pai e outros sócios. Ele parecia estar integrado no grupo, e Armando até riu de alguma coisa que o mesmo homem tinha dito.
- Amiga! Quem é aquele gato?
- Nossa Joana! Que susto. Eu não sei quem é. Mas pretendo descobrir.
- Parece que o teu pai gosta dele.
Será um novo sócio?
- Pode ser. Mas pelo menos é jovem e bonito. Ao contrário dos outros.
Dito isso, Sófia foi ter com o pai e o grupo que estava com ele.
- Papai!
- Minha filha. Eu já estava para te chamar. Quero que conheças o Renato.
Ele é acessor do nosso sócio maioritário que se ausentou por razões de saúde.
- Muito prazer Senhorita Monticelli.
Renato Sánchez ao seu dispôr.
- O prazer é meu Senhor Sánchez.
Seja bem-vindo.
- Obrigado. E parabéns pela formatura.
Vai trabalhar com a gente?
- Assim espero. Acho que só será possível com a sua aprovação.
- Falamos disso depois. Porque não vão dançar? Vocês são jovens e estamos numa festa.
- Tudo bem Papai. Venha Renato. As minhas amigas vão adorar te conhecer.
De longe, Augusta não escondia o orgulho do seu filho. Ele já estava a se integrar e tinha acabado de conhecer Sófia.
- Você conhece aquele rapaz Augusta?...- Paula estava a olhar para ela bem desconfiada.
- Não Senhora.
- Tens a certeza? Ele me parece bem familiar. Os olhos e o cabelo dele parecem com os teus.
- O que a Senhora quer dizer com isso?
- Não tentes me enganar Guta. Você é muito mais esperta do que tentas demonstrar.
- Licença! Dona Augusta pode vir comigo por favor?...- Uma das empregadas as interrompeu.
- Claro querida. Vamos lá.
Paula a viu ir embora mas ainda estava muito desconfiada.
O jovem parecia muito com Augusta e ela negou que fosse o seu filho.
Sem pensar mais no assunto, Paula foi ter com o marido e falou com alguns convidados.
Viu Sófia se divertindo e Fernanda apenas observava a irmã e era possível notar a sua inveja.
Sófia entendia a filha. Afinal, sendo a sua filha biológica Fernanda herdou dela alguns traços de carácter que eram bem desagradáveis.
Quando viu que Renato estava sozinho, Fernanda foi ter com ele ae insinuando.
- Olá. Sou a Fernanda Monticelli.
- Olá Senhorita Fernanda.
Renato Sánchez.
- Você é sócio do meu Pai?
- Não. Eu sou o Chefe dele.
Mas é algo temporário.
- Entendi. És parente da Augusta?
Ela é a nossa governanta e se chama Augusta Sánchez.
- Digamos apenas que a conheço bem.
O celular dele começou a tocar e ele sorriu ao ver quem era.
- Me desculpe Senhorita. É uma ligação particular.
- Claro. Fique á vontade.
Ele afastou - se para atender e não voltou a estar perto de Fernanda.
Não tinha gostado dela,as em relação a Sófia estava ansioso para saber mais sobre ela, mas tinha que ser fora de todo aquele ambiente de festa.
Afastando - se um pouco para o jardim. Augusta foi ter com o seu menino.
- Mamãe! A Senhora não está cansada?
- Estou e muito filho.
Mas a bruxa da Senhora Paula não me deixa parar nem para comer. Que mulher detestável.
- Eu ainda não a conheci. Ela é mesmo a mãe da Sófia?
- Sim Filho. É a mãe dela. Porque perguntas?
- Ouvi a Sófia falar dela mas sem nenhum afecto nas palavras.
Achei estranho.
- A relação delas é fria. Ou melhor é bem gelada.
- Ainda bem que não somos assim.
Eu te amo demais Mamãe.
- E eu a ti filho. Agora vai! A Senhora Paula está desconfiada e isto é bem mau.
Renato deixou a mãe e voltou á festa.
Sófia estava com as amigas quando ele foi até lá para se despedir.
- Foi um prazer te conhecer Sófia.
Espero poder retribuir a gentileza com um jantar.
- Aceitarei com muito gosto.
Fico esperando a tu ligação.
- Óptimo. Marcaremos para breve.
Até mais Senhoritas.
Ele foi embora e as amigas de Sófia finalmente conseguiram soltar o ar.
- Amigaaa! O que foi aquilo? Nossa que homem maravilhoso. Eu quero ele para mim....- Teresa que era sempre muito directa falou.
- Nem penses Teresa. Ele praticamente deletou a nossa presença e só deixou a Sófia. Não ouviram o convite para o jantar?
- Parem com isso por favor. Nós vamos trabalhar juntos. Ele só quis ser gentil. Além disso, m*l o conheço e nem sei se vou mesmo jantar com ele.
- É claro que vais amiga. Ou estás a espera que a Fernanda faça isso?
Ele a dispensou sem o menor problema.
A tua irmã é intragável.
- Esqueçam dela. Eu não vou deixar ele escapar. E ainda vou descobrir o segredo dele.
- Que segredo?
- Eu fiquei com a impressão que ele tem muito a dizer. Mas, isto não vai me impedir de trabalhar com ele.
Sou profissional, e sei separar oa vida pessoal do resto.
- Isso mesmo amiga.
E por favor não faças do jantar um interrogatório. Se ele tiver algo para contar, fará isso naturalmente. Só têm que confiar um no outro.
A festa seguiu. Fernanda também tinha a intenção de conquistar Renato, mas ele deixaria bem claro que não tinha se interessado por ela.
Ela não era o tipo de mulher que o fazia sorrir.
Renato decidiu que desejava Sófia. E ele sempre conseguia tudo o que desejava.