Capítulo III

1510 Words
O assunto do noivado de Sófia e Carlos foi encerrado. Ela fez questão de demonstrar aos pais o quanto achava insuportável, e nenhum dos dois voltou a tocar no assunto. Mesmo não querendo, Sófia concordou em se arrumar na casa dos pais. Daniela estava com ela no quarto, e conversavam quando Fernanda as interrompeu. - Olá meninas. - Oi Fernanda. Amiga eu vou falar com a Guta e já volto. - Tudo bem. Estarei aqui para me ajudares con o vestido. Quando Daniela saiu, Fernanda sentou na cama da irmã. Sempre teve inveja de Sófia mesmo sabendo que ela era apenas sua irmã por parte de Pai. O seu desejo era esfregar este segredo na cara da outra, mas tinha sido proibida pela mãe e não desejava ter problemas com Paula. - O que você quer Fernanda? - Quero saber porque você dispensou o Carlos. Ele é de uma boa família e também muito charmoso. - Então pegue ele para você. Te dou de presente. Não estou assim tão desesperada para me unir em casamento com aquele bicho preguiça. - Tudo bem. Já vi que ele não te desperta nada além de desprezo. Será que tens outra pessoa na tua vida? - Não irmãzinha. E se tivesse não te diria. - Porque não? Somos irmãs. - Mas não somos amigas nem confidentes. E sei bem que você iria correndo me entregar para a Mamãe. - Você voltou chata demais. Vou me arrumar. O Papai quer que recebamos os convidados como uma família. Fernanda saiu e Daniela entrou fechando a porta. - Está tudo bem? - Sim. Ela veio apenas recolher informações para a minha mãe, mas não descobriu nada. - Vocês não têm nada em comum além do sobrenome. - Eu sei. A Fernanda é igual á minha mãe. É mimada, fútil e bem preguiçosa em todos os sentidos. Não tem vontade própria. - Ainda assim ela pode ser uma pessoa perigosa e dissimulada. - Porque dizes isso? - Talvez não vejas assim por ser a tua irmã. Mas ela é também muito invejosa Sófia. É do tipo que deseja tudo o que seja teu. - Você está certa. Mesmo quando meninas ela sempre exigia os meus brinquedos e minhas roupas. Até tentou fazer o meu pai achar que também era boa em desenhos gráficos, mas deu tudo errado. - É por isso que deves ter cuidado. Pode ser a tua irmã mais velha, mas não confira tanto nela. Agora vou ajudar você a colocar o vestido. Se prepara! Ela não será a única a ficar literalmente verde de inveja. Já tinham chegado algumas pessoas quando Maria Sófia desceu as escadas com Daniela. Ela foi ter com o pai e percebeu o olhar da mãe e da irmã. - Papá! Obrigada por esta festa. - Você é a minha princesa. Meu maior tesouro. Mereces mais do que isso. - Obrigada! O Senhor chamou as pessoas da minha lista? - Claro que sim. A festa é tua e os convidados também. Aproveite querida. Paula não disse uma palavra e foi conversar com algumas mulheres que lá estavam. - A Mamãe está bem? - Sim meu amor. Ainda está chateada porque brigou com a Laura. Mas vai superar. - Tudo bem. Eu vou falar com a Dani. Sabendo que a mãe estava chateada por ela ter dito o que pensava sobre Carlos e a família, Sófia decidiu aproveitar a festa. Conversou e dançou com os seus amigos. Foi então que entre os convidados acabados de chegar ela notou a presença de alguém que não conhecia. Viu um homem jovem a falar com o seu pai e outros sócios. Ele parecia estar integrado no grupo, e Armando até riu de alguma coisa que o mesmo homem tinha dito. - Amiga! Quem é aquele gato? - Nossa Joana! Que susto. Eu não sei quem é. Mas pretendo descobrir. - Parece que o teu pai gosta dele. Será um novo sócio? - Pode ser. Mas pelo menos é jovem e bonito. Ao contrário dos outros. Dito isso, Sófia foi ter com o pai e o grupo que estava com ele. - Papai! - Minha filha. Eu já estava para te chamar. Quero que conheças o Renato. Ele é acessor do nosso sócio maioritário que se ausentou por razões de saúde. - Muito prazer Senhorita Monticelli. Renato Sánchez ao seu dispôr. - O prazer é meu Senhor Sánchez. Seja bem-vindo. - Obrigado. E parabéns pela formatura. Vai trabalhar com a gente? - Assim espero. Acho que só será possível com a sua aprovação. - Falamos disso depois. Porque não vão dançar? Vocês são jovens e estamos numa festa. - Tudo bem Papai. Venha Renato. As minhas amigas vão adorar te conhecer. De longe, Augusta não escondia o orgulho do seu filho. Ele já estava a se integrar e tinha acabado de conhecer Sófia. - Você conhece aquele rapaz Augusta?...- Paula estava a olhar para ela bem desconfiada. - Não Senhora. - Tens a certeza? Ele me parece bem familiar. Os olhos e o cabelo dele parecem com os teus. - O que a Senhora quer dizer com isso? - Não tentes me enganar Guta. Você é muito mais esperta do que tentas demonstrar. - Licença! Dona Augusta pode vir comigo por favor?...- Uma das empregadas as interrompeu. - Claro querida. Vamos lá. Paula a viu ir embora mas ainda estava muito desconfiada. O jovem parecia muito com Augusta e ela negou que fosse o seu filho. Sem pensar mais no assunto, Paula foi ter com o marido e falou com alguns convidados. Viu Sófia se divertindo e Fernanda apenas observava a irmã e era possível notar a sua inveja. Sófia entendia a filha. Afinal, sendo a sua filha biológica Fernanda herdou dela alguns traços de carácter que eram bem desagradáveis. Quando viu que Renato estava sozinho, Fernanda foi ter com ele ae insinuando. - Olá. Sou a Fernanda Monticelli. - Olá Senhorita Fernanda. Renato Sánchez. - Você é sócio do meu Pai? - Não. Eu sou o Chefe dele. Mas é algo temporário. - Entendi. És parente da Augusta? Ela é a nossa governanta e se chama Augusta Sánchez. - Digamos apenas que a conheço bem. O celular dele começou a tocar e ele sorriu ao ver quem era. - Me desculpe Senhorita. É uma ligação particular. - Claro. Fique á vontade. Ele afastou - se para atender e não voltou a estar perto de Fernanda. Não tinha gostado dela,as em relação a Sófia estava ansioso para saber mais sobre ela, mas tinha que ser fora de todo aquele ambiente de festa. Afastando - se um pouco para o jardim. Augusta foi ter com o seu menino. - Mamãe! A Senhora não está cansada? - Estou e muito filho. Mas a bruxa da Senhora Paula não me deixa parar nem para comer. Que mulher detestável. - Eu ainda não a conheci. Ela é mesmo a mãe da Sófia? - Sim Filho. É a mãe dela. Porque perguntas? - Ouvi a Sófia falar dela mas sem nenhum afecto nas palavras. Achei estranho. - A relação delas é fria. Ou melhor é bem gelada. - Ainda bem que não somos assim. Eu te amo demais Mamãe. - E eu a ti filho. Agora vai! A Senhora Paula está desconfiada e isto é bem mau. Renato deixou a mãe e voltou á festa. Sófia estava com as amigas quando ele foi até lá para se despedir. - Foi um prazer te conhecer Sófia. Espero poder retribuir a gentileza com um jantar. - Aceitarei com muito gosto. Fico esperando a tu ligação. - Óptimo. Marcaremos para breve. Até mais Senhoritas. Ele foi embora e as amigas de Sófia finalmente conseguiram soltar o ar. - Amigaaa! O que foi aquilo? Nossa que homem maravilhoso. Eu quero ele para mim....- Teresa que era sempre muito directa falou. - Nem penses Teresa. Ele praticamente deletou a nossa presença e só deixou a Sófia. Não ouviram o convite para o jantar? - Parem com isso por favor. Nós vamos trabalhar juntos. Ele só quis ser gentil. Além disso, m*l o conheço e nem sei se vou mesmo jantar com ele. - É claro que vais amiga. Ou estás a espera que a Fernanda faça isso? Ele a dispensou sem o menor problema. A tua irmã é intragável. - Esqueçam dela. Eu não vou deixar ele escapar. E ainda vou descobrir o segredo dele. - Que segredo? - Eu fiquei com a impressão que ele tem muito a dizer. Mas, isto não vai me impedir de trabalhar com ele. Sou profissional, e sei separar oa vida pessoal do resto. - Isso mesmo amiga. E por favor não faças do jantar um interrogatório. Se ele tiver algo para contar, fará isso naturalmente. Só têm que confiar um no outro. A festa seguiu. Fernanda também tinha a intenção de conquistar Renato, mas ele deixaria bem claro que não tinha se interessado por ela. Ela não era o tipo de mulher que o fazia sorrir. Renato decidiu que desejava Sófia. E ele sempre conseguia tudo o que desejava.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD