"Sim. Ela está ciente."
"Bem, parece que está tudo em ordem. Você é tão minucioso como sempre, Tailor. Vamos proceder com um divórcio sem assinatura. Você pode protocolar hoje. Tirando o tempo para protocolização e aprovação...sua cliente será uma mulher livre. Darei uma palavra aos burocratas para acelerar esse processo."
"Obrigado. Vou dar a ela a boa notícia." Os dois apertaram as mãos e passaram o resto do tempo destinado à reunião contando histórias de pesca, uma paixão que ambos compartilhavam.
Depois de sua reunião com o juiz, Tailor sentou-se em sua mesa e discou um número muito apreciado. O telefone tocou várias vezes antes de ser atendido. Música de jazz tocava ao fundo quando uma voz alegre respondeu: "Oi, tio Tailor."
"Olá, Sarah. Parece que você está se divertindo."
"Bem, é o Mardi Gras." Ela riu. "É possível não se divertir?"
"Tenho boas notícias."
"Ah?"
"Você está oficialmente divorciada, ou ficará daqui a seis semanas, mais ou menos."
"Ah."
"Está tudo bem com você?"
"Sim. Estou bem."
"E a Rosemary? E ela?"
"Ela ficará bem. Nós dois ficaremos. Sempre ficamos."
"Tudo bem. Me ligue se precisar de algo."
"Vou fazer isso. Obrigado."
"Se cuida."
"Você também."
* * *
"Envie isso para o Sam." Disse Lucas, entregando a Alan uma lista de especificações solicitadas por um cliente. "Obtenha um orçamento e um cronograma."
"Certo."
Uma batida na porta os interrompeu quando Sonya entrou, "Senhor, há uma carta para você. Chegou certificada, então achei que era importante."
"Vou pegar."
Ela rapidamente entregou o envelope fino antes de partir. Depois que ela saiu, Lucas olhou para o remetente e franziu a testa.
"Tribunais de Nova York?" Alan leu por cima do ombro. "Robert não mencionou nenhuma ação legal pendente, mencionou?"
Abrindo-o com um abridor de cartas, Lucas desdobrou o conteúdo para ler antes de repentinamente se levantar, "Aviso de aprovação de divórcio! O que diabos é isso?"
A boca de Alan se abriu. Já fazia quase dois meses desde a visita inesperada do suposto advogado de Sarah, e ambos haviam esquecido dele. Eles se lembraram dele ao mesmo tempo.
"Conseguem esse maldito advogado, o qualquer-que-seja-o-nome dele, no telefone!" Lucas exigiu.
Felizmente, o nome do advogado estava incluído no aviso, o que poupou Alan tempo ao discar o número de contato no telefone do escritório.
"Escritório do Tailor Reeve." Uma voz nasalada respondeu.
"Quero falar com o Tailor imediatamente!" Lucas exigiu.
"O senhor Reeve está..."
"Não me importo! Quero ele agora!"
"Aguarde, por favor."
Lucas batia impacientemente o dedo na mesa. Vários momentos se passaram antes de a linha ser atendida, "Alô, senhor Stanton."
"...Como você sabia que era eu?" Lucas foi pego de surpresa e tinha certeza de que nunca havia dado seu nome.
"Isso é óbvio. Recebi minha cópia da aprovação do divórcio hoje, então você deveria ter recebido também."
"Que jogo você está jogando?"
"Não jogo jogos, senhor Stanton. Como eu disse quando nos conhecemos, sou advogado da senhora Stanton, ou melhor, da ex-senhora Stanton. Ela entrou com o pedido de divórcio e eu simplesmente fiz meu trabalho."
"Eu não assinei aqueles papéis."
"Você não precisou." Reeve respondeu. "Chama-se divórcio sem assinatura, e é perfeitamente legal e vinculativo. Se você tivesse alguma objeção aos nossos termos, você e seu advogado deveriam ter comparecido à audiência."
"Seu..."
"Eu já dei as boas notícias para Sarah. Ela é uma mulher livre. Você e sua família fariam bem em deixá-la em paz para evitar qualquer ação legal futura."
"Onde ela está?" Lucas estava furioso.
"Deixando de lado a confidencialidade do cliente, não sou obrigado a lhe dizer nada sobre o paradeiro atual dela, senhor Stanton, mesmo se eu soubesse, o que não sei. O que posso dizer é que ela já deixou o estado e não tem intenção de voltar. Provavelmente você nunca mais a verá. Agora, tenho um compromisso daqui a cinco minutos a ser preparado. Tenha um bom dia."
"Seu filho da..." Lucas amaldiçoou enquanto a linha ficou muda.
"Luke?"
"Ligue para o Robert. Quero que ele investigue isso."
"Certo."
Lucas sentou-se à sua mesa enquanto Alan fazia a ligação. Ele massageou as têmporas e ficou olhando para o aviso, os lábios se curvando de nojo. O que diabos estava acontecendo? Será que Sarah tinha enlouquecido?
Algumas horas depois, Robert chegou com uma cópia do acordo nas mãos. Ao ver o estado de Lucas, ele pausou, "Você está péssimo."
Lucas o encarou com raiva enquanto ele se sentava, "É melhor você ter respostas."
"Bem, é simples. Você está divorciado."
"Se você notar minha expressão... não estou rindo."
"Eu também não." Robert colocou os papéis na mesa. "Aqui está tudo preto no branco."
"Mas eu nem assinei."
"Você não precisa. Vinte dias depois de receber o aviso, seu cônjuge ou o advogado dela pode enviar isso aos tribunais. Quem era o advogado dela, afinal?"
"Não sei... Tyler, Thomas, algo assim."
"Reeve." Alan respondeu.
"Tailor Reeve?" perguntou Robert. "Então você está ferrado."
"O que você quer dizer?"
"Tailor é uma espécie de lenda. Ele estava praticando direito antes de você e eu nascermos. Se ele enviou isso, ele cobriu todos os detalhes e certificou-se de que estava sólido como uma rocha."
"Já lidou com ele antes?" Perguntou Lucas.
"Não. Ele cuida de casos de tribunal de família: divórcios, audiências de custódia, leis de proteção infantil, esse tipo de coisa. Mas eu o vejo por aí de vez em quando. Muitas pessoas o consideram um guru da lei e se eles estão presos ou precisam de um novo ponto de vista, eles o procuram para uma consulta. Ele é amigável e disposto a ajudar, ou pelo menos é o que ouvi falar."
"Como diabos ela conseguiu que ele aceitasse o caso dela?"
"Eu não sei. Ele trabalha muito com instituições de caridade, então talvez eles tenham se conhecido em um benefício. É o que as esposas fazem, certo? Ir a eventos de caridade?"
Alan deu de ombros. Na verdade, nenhum deles realmente sabia como Sarah passava seus dias. Na verdade, ele estava percebendo rapidamente que nenhum deles sabia nada sobre ela.
"Então quanto ela conseguiu?" Lucas suspirou.
"Nada."
"O quê?" Lucas perguntou.
"Nada. Zero. Neca. Nulo." Disse Robert. "Ela não pegou nenhum patrimônio, propriedade ou ações. Ela até mesmo renunciou à pensão alimentícia, agora e no futuro. Então, se ela mudar de ideia depois, ela não pode processar você por um centavo."
Lucas franzia o cenho. "Por que ela fez essa cláusula? Foi um erro?"
"Reeve não cometeria um erro assim. Provavelmente é por isso que o juiz aceitou tão facilmente."
"Mas por quê? Ela é uma professora substituta, pelo amor de Deus. Por que ela iria embora sem nada?"
"Por que está me fazendo essa pergunta?" Robert jogou as mãos para o alto. "Você era aquele que estava casado com ela. Você quer me dizer que era casado com uma mulher por três anos e não sabe nada sobre ela?"
Lucas abriu a boca para argumentar, mas a fechou rapidamente. Ele realmente não tinha como retorquir, já que ele realmente não sabia nada sobre a mulher com quem se casou.
"Olha, eu não vejo problema. Quer dizer, você estava planejando se divorciar dela assim que conseguisse convencer sua avó a deixar. Ela disse que você não podia se divorciar, nunca disse nada sobre ela se divorciar de você." Robert se levantou. "Tenho que ir. Me liga se ela tentar voltar rastejando."
Com um aceno ele partiu, deixando Lucas com um monte de papéis detalhando seu casamento fracassado. Ele simplesmente não conseguia entender. Por que ela foi embora? Nenhuma palavra. Nenhuma mensagem. Nada para ajudá-lo a entender.
"Luke?"
"Encontre-a."
"Luke... talvez..."
"O quê? Talvez o quê?" Lucas o encarou furiosamente. "Eu não me importo como... apenas a encontre. O irmão dela ainda trabalha aqui, certo?"
"Sim."
"Monitore o telefone e o email dele."
"Isso é ilegal."
"Eu não me importo. Ele tem que falar com a irmã de vez em quando. Apenas faça isso."
"Ok. Tudo bem. Farei o meu melhor." Alan suspirou, pensando por onde começar. Tão preocupado com o fato de nunca terem recordado sua preocupação original de meses atrás... ela estava grávida?