6 Capitulo

1675 Words
Já estava cansada de não fazer nada naquela manhã. Sinceramente já me questionava se alguma vez comiam por ali, passava do meio dia e estava esfomeada. Andei um pouco a investigar se havia alguma lanchonete por ali e finalmente tinha encontrado uma, não ia dar o gostinho aquele homem rude de me ver a pedir-lhe comida. Entrei e imediatamente  fui o centro das atençoes  apesar de estarem  poucas pessoas por lá. Sentei-me numa mesa e salivei só de olhar o que estava exposto na vitrina. Uma jovem moça veio á minha mesa e me olhou com um sorriso curioso. __ O que deseja tomar? __ Queria uma sanduíche de frango, uma fatia de pizza e um sumo de laranja, por favor. – falei com água na boca. __ É só?- A moça  levanta  a sobrancelha. __ Sim, por enquanto. – Sorri-lhe timidamente. Eu sabia que tinha ar de estar completamente faminta, devido á ansiedade que mostrava. Afinal, não tinha jantado e nem pequeno-almoço tinha tomado, justificava a minha atitude e pedido extra. Era sortuda nesse sentido, tinha um bom organismo, queimava calorias mesmo dormindo o que era ótimo para manter a figura quando abusava um pouco na alimentação. __ Trago-lhe já. – Ela sori divertida  enquanto se afastava. Estava a comer a fatia de pizza ,me deliciando com a saciedade se instalando em meu corpo, quando vi um homem entroncado na minha frente. Olhei para cima e revirei os olhos. Tentei ignora-lo, gemendo ao acabar de uma só dentada meu almoço. Ulisses sentou-se , me encarando de frente, sem deixar de me fitar intensamente, seus braços cruzados mostravam seus músculos tensos e salientes sob a camiseta . Evitei engasgar-me com o aspecto sensual que ele tinha, com aquela postura de lobo mau. Eu devia estar a entrar em ovulação, só podia. Como é que podia sentir-me atraída por ele? Era dominante , arrogante e extremamente rude, tudo o que eu odiava num homem. __ Posso saber porque estás aqui? - A sua voz soava sombria. __ Não se vê? - Disse irónica. Ele cerrou os dentes. __ Porque não vieste almoçar connosco? __ Não sabia se era convidada ou não. – Afirmei o encarando pela primeira vez nos olhos. Ele tinha um brilho intenso,mas seu olhar recaía nos meus lábios, rapidamente, eu olhei os dele. Droga! Clareei a garganta, a pele se arrepiou sem aviso. Eram grossos, num boca sensual, o pensamento de que deveria ser excitante beija-los, senti-los, morde-los se fez de imediato. Baixei os olhos para o meu prato envergonhado quando um rubor tinge meu rosto. __ Sei que me queres desafiar ! – Ulisses descruza os braços, levando a mão a meu queixo ,me obrigando a encara-lo fixamente. __ Sabes muito bem que és... nossa convidada, por isso... cuidar de ti é nossa obrigação. Ulisses falava pausadamente enfatizando de que eu deveria estar lá, sob sua alçada, seu olhar. Ele queria me vigiar , era isso, prisioneira , não convidada, ele não sabia fazer a distinção, estava claro. __ Será mesmo, não me pareceu esta manha. – Bufei. __ Também não faz m*l, já almocei. Obrigada. __ Isso é o teu almoço? – Deu um falso sorriso. __ Sim! Parece que foi pequeno-almoço e almoço, visto que ninguém ofereceu e nem me indicaram onde poderia fazer as refeições. – Olhei-o carrancuda. Ele ficou tenso e olhou-me surpreso. __ Realmente foi um erro nosso. A partir de agora farás as refeições comigo e com Bernardo. Quando saíres do quarto estás a vontade para usar a casa. __ Não é preciso, posso fazer aqui todas as minhas refeições. Gostei do ambiente e da comida. __ Não me faças perder a paciência. – Rosnou. __ Eu? Nem pensar. Não te quero fazer perder nada, nem tempo sequer. – Reclamei ironicamente.__ Por isso podes ir. Se levantando com brusquidão ele me olha uma ultima vez antes de sair. __ Vejo-te ao jantar ! A frase era uma ordem, pelo tom, pelo olhar até mesmo pela postura em que se inclinava para mim. Havia uma ameaça latente ou aviso, não sei dizer. Acenando para o balcão com um sorriso sensual, Ulisses sai majestosamente. Olhei para trás, obsevando duas mulheres com um sorriso babado dirigido á porta. Bufei, para elas sorria, para mim era sempre rude e arrogante. __ Bem pode esperar sentado na hora do jantar. - Murmurei irritada. Eu estava com ciúmes? Não....não podia, a que proposito isso .Será que as minhas hormonas estavam assim tão agitadas, meu corpo necessitado? Talvez estivesse a precisar de algum sexo louco e selvagem. Veio-me logo a imagem o corpo nu de Ulisses sobre o meu num intenso abraço sensual. Abanei imediatamente a cabeça e arregalei os olhos. Olhei para o balcão e quase gritei quando pedi um café. Tinha que ocupar a mente, ela começava a tomar conta do meu corpo, não era normal. A minha estadia ali ia ser mais difícil do que pensava. Ainda bem que aquele homem não me podia ver, nem coberta de ouro. Senão corria o risco de o lobo ser comido pela ovelha. Passseando toda a tarde tentei esquecer o motivo que me levava ali. Tentei fazer um Tour pelas redondezas. Soube atraves de uma idosa simpatica, dona de uma mercearia que havia um lago ali perto, mas não me aventurei entrar dentro daquela densa floresta de novo, sozinha. Apesar de parecer estarem á parte do resto do mundo, Eles tinham quase tudo ali naquela pequena cidade.Acabava por ser extremamente aliciante viver ali, um lugar calmo, selvagem, sem barulhos da cidade. Acabei por ir ate á livraria e explorei alguns livros com temáticas interessantes. Apesar de ser pequena estava bem equipada. Computadores, internet, eles não tinham parado no tempo mesmo que o aspecto da cidade poderia levar para esse sentido. As casas eram simples de madeira e pareciam antigas, mas conforto não faltava, pelo que tinha visto onde Ulisses morava. Quando a jovem bibliotecária se aproximou de mim com um sorriso imediatamente olhei o relógio. __ Sete e meia! – Ofeguei. __ Me desculpe! __ Não tem importancia! Será sempre bem-vinda por aqui. __ Obrigada! – A moça soava sincera. Acenei em despedida com um sorriso. __ Até amanha, então! Não sabia o motivo, mas me sentia bem no meio daquelas pessoas. Sentia-me em casa. " Que estranho!" Pensei. Quando me ia dirigir a mesma lanchonete do almoço, parei no centro veterinário da Liliana. Olhei pelo vidro da porta, realmente era um espaço amplo e bem equipado, via-se que era proprio para receber qualquer um que precisasse, não havia balcão nem sala de espera, simples e eficaz. Sorri, a cara da Liliana , simples e directa. Tinha saudades dela, imaginava como devia ser difícil afastar-se do seu ambiente, das pessoas que conhecia e o trabalho que adorava.Tudo por causa daquele teimoso e rude homem que não entendia que não havia casamentos arranjados no século XXI. Fiquei carrancuda, toda a tarde sem pensar nele, logo tinha que vir para os meus pensamentos, agora que ia para a cama. Entrei na lanchonete e sorri para a moça que me respondeu com um sorriso cauteloso e a sobrancelha levantada. Achei estranho, mas não liguei e sentei-me numa mesa. Ela aproximou-se e me deu um cardápio. __ Ainda fazem hambúrguer no pão? – Perguntei enquanto olhava o relógio. Já eram oito horas e estava a escurecer. Não sabia até quando estariam a funcionar. __ Sim, ainda fazemos, só fechamos as dez da noite. – Amavelmente ela explicou. __ Mas tem a certeza que quer jantar aqui? __ Porque não deveria querer?- Olhei-a perplexa por uns segundos. __ Por nada. – deu de ombros , me olhando curiosa. __ Então... queria um hambúrguer com tudo de acompanhamento, salada , batata frita e molhos a acompanhar! Ah... e um sumo de laranja por favor! __ Cancela o pedido, Olga! – Uma voz irritada soou no ar. __ O qu...- Fiquei alarmada pelo tom , mas depois irritada quando reflecti nas palavras de Ulisses. Ele aproximou-se  inclinando seu corpo na minha direção, suas mãos  abertas estridentemente pousaram na  mesa, mostrando seu enorme tamanho, com dedos largos e fortes . Estávamos ao mesmo nível, olhos nos olhos. __ Quando é que me começas a levar a sério? –  Ulisses parecia sombrio, e seu  tom de voz ainda mais. __ Sempre te levei a serio. – Tentei que a minha voz não tremesse, não pelo medo mas sim pela excitação da proximidade dos lábios dele. __ Não me parece. – Olhou ao redor . __ Para estares aqui a jantar! __ Não percebi. – Mordi o lábio, talvez a dor da mordida me fizesse esfriar um pouco o meu corpo. O bafo dele era quente e o aroma era de hortelã. Estimulante, como seria o sabor da língua dele? Gemi com aquele pensamento e tapei a boca imediatamente. Ele pareceu surpreso e me analisou, seus olhos mudaram de cor, brilhando intensos , amarelados logo que inspirou na minha direção. Respirando fundo, ele pisca , seus olhos voltando ao verde natural. __ Eu disse que te esperávamos ao jantar. – Declarou autoritário. __ Não! Disseste que me vias ao jantar. – Disse irónica.-Ele sorriu-me e eu fiquei imediatamente alarmada, ele nunca me tinha sorrido antes. __ Muito bem. - Ulisses tenta controlar  sua raiva , aquela mulher  mexia muito com ele . Sorrindo mesmo sem vontade ele a encara sério. __ Como temos problemas de comunicação, pode ser que percebas mais depressa por actos e não me questiones tanto.- Sem aviso ele pega no pulso  da femea , a arrastando para a saida sem hesitações. __ Mas o que pensas que estás a fazer?  – Bufando irritada eu forço  meus pés a pararem e solto meu  braço do aperto dele..__ Ainda vives no mundo das cavernas, ou quê? __ Ainda não viste nada!!! – Ulisses  declara com voz firme olhando  duro  a  femea atrevida .  Eu ia para discutir de novo mas de repente arregalo  os olhos quando só enlaçada pela cintura , levantada e coplocada em seu  ombro como  um simples saco de batatas . Sustentei a respiração quando o meu estômago foi pressionado em seus musculos duros, exalei o ar profundamente quando ele me abraça pelas coxas, sentindo meu corpo esquentar . Mesmo tentando me soltar de seu aperto, ele sai em passos largos sem falar mais nada , me levando com uma estranha facilidade ,sem me dar chance de reclamar.  
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