Ainda tremendo por todos os lados , olho ao redor, o sonho ainda estava latente na minha mente , assim como em meu corpo.
__ Credo, que sonho assustador!- Murmurei respirando fundo varias vezes enquanto voltava a fechar os olhos , a sensação de vibração continuava o que me começava assustar verdadeiramente. Me sentando rapido na cama , coloco o cabelo para trás olhando a porta . Um m*l estar surge de imedato na minha perna , o que me faz inspecionar o local. Reviro os olhos , me xingando mentalmente por não ter percebido á primeira que o celular vibrava incessantemente no meu bolso dos jeans.
__Sim...Lili...
__ NÃO... Não fales meu nome em voz alta. - Ela gritou do outro lado da linha quase me ensurdecendo. __ Os lobos e sua audição...lembra?
__ Ah! Sim...sim. Tens razão, me desculpa. - Disse baixinho enquanto verificava a porta do meu quarto.
__ Como estás, Cassandra? - Liliana soava preocupada.
__ Estou bem e tu? Tiveste algum problema?
__ Correu tudo como tínhamos planeado. O que eles resolverem em relação ao que fizemos?
__ Não faço a mínima ideia. - Bufei. __ Meteram me num quarto. Mas ainda ninguém falou comigo desde que me pegaram.
__ Como assim? Não te levaram a Ulisses?
__ Sim levaram, mas só me olhou uma vez...com raiva...partiu a mesa e saiu para correr. - Suspirei resignada.
__ Pois...imagino. - Liliana soava triste.
__ Não te preocupes, vai dar tudo certo, não te podem obrigar...
De repente a minha porta abriu-se bruscamente e o celular foi arrancado da minha mão.
__ Liliana! Posso saber o que pensas que estas a fazer? - A voz era calma mas autoritária.
__ Heiiii... - Gritei-lhe, me levantando da cama para o desafiar. __ Era uma conversa privada, seu i****a.
O homem virou-se com os dentes cerrados e um olhar que dizia que não era para ser questionado ou me arrependeria. Mas apesar disso continuei com as mãos nos quadris o olhando desafiadora.
__ Me dá o celular!!!Você não pode fazer isso . _ resmungo tentando lhe tirar o objeto das mãos.Mas ele era mais alto, mais entroncado e simplesmente me olha surpreso, me dando as costas , ao me ignorar completamente.__ Homem rude , m*l educado. - murmurei entre dentes.
Ele rapidamente me encara de novo , com uma sobrancelha arqueada, um meio sorriso e olhos amarelos brilhando intensamente. Solto um ofego sutil, seu lobo estava parcialmente o dominando, o melhor era mesmo fazer uma pausa no desafio, apesar de o achar extremamente atraente naquele momento, meu receio e bom senso falaram mais alto. Bolas, tinha esquecido que eles ouviam muito bem...bem demais.
__ Meu Alfa, com o devido respeito o que eu estou a fazer é para o bem de todos nós. - Liliana respondeu do outro lado da linha.
__ Achas mesmo que é para o bem da matilha? – Ele soava irónico.
__ Sim, se o Alfa da matilha não for feliz com a sua companheira como poderá liderar a cem por cento. E nos dois sabemos que não somos companheiros.
__ Mas tu sabes que a lei é o que esta em causa neste momento, não a minha felicidade. – Rosnou.
__ Mas por isso mesmo eu fiz o que o meu Alfa nunca poderia fazer...contestar a lei. Isso vai te dar tempo para encontrar uma solução.
__ A única SOLUÇÃO é esta, Liliana.- Ulisses soava frustrado.
__ Não, não é. Por favor cuida bem da minha amiga Cassandra, ela é um amor de pessoa e só me quis ajudar.
__ LILIANA! - Ulisses gritou__ Sou teu ALPHA, não te atrevas a desligar.
__ Boa sorte. - Liliana desligou imediatamente.
Ulisses estava possesso, olhou para aquela mulher que continuava na sua frente , numa altura em que não era muito bom ser confrontado. Ela estava com postura desafiante, até teria graça se não estivesse tão irritado.
__ Saia da minha frente.
Ele rosnou as palavras , sabendo que soava um pouco animalesco, com sua transformação parcial surgindo com a frustração e a raiva. Mas ao passar pela humana , seu lobo inspira profundamente notando uma excitação suave da femea que bateu muito mais forte nele , do que habitualmente acontecia .Um calor suave percorreu-lhe o corpo enquanto a olhava dos pés a cabeça. Parou nos olhos grandes, redondos, castanhos que o olhavam intensamente. Os lábios rosa suave que tremiam um pouco naquele momento, contrastavam com a pele branca. O cabelo caia liso, pelos ombros ate ao peito, cobrindo os m*****s um pouco salientes ,na sua camiseta justa. Só de imagina-los eretos, durinhos , fez seu m****o pulsar, seu corpo estremecer. Ele ficou tenso, afastando o olhar, rapidamente a ignorou, se dirigindo á porta.
__ Ficarás connosco até a Liliana apanhar juízo. - Ulisses disse rudemente, se mantendo de costas com a mão no puxador.
__ Bom, então coloque uma caixa de correio na minha porta, pois eu vou ficar convosco eternamente. - Bufei.
Ulisses virou nos seus dois pés, encarando a femea perplexo pela ousadia de sua resposta.
__ Veremos quanto tempo ficarás até lhe pedires que volte, vivendo com tantos lobos ao teu redor. Aposto que Liliana não falou como são os jovens machos perante uma fêmea com tão delicioso odor. - Ele simplesmente sorriu malicioso antes de bater a porta.
Droga, aquilo parecia uma ameaça velada. Engolindo em seco, sustenho a respiração. Receosa por momentos, ponderei em sair dali o mais depressa possível, mas isso só significava uma coisa, a Liliana voltava por minha causa, cedendo ao caprixo de um lobo arrogante.
__ NÂO !!! Não caio nessa manipulação mental!!!
Falo em voz alta depois da porta bater. Fechando os olhos e respirando fundo, mantive meu medo escondido,eu iria até ao fim. O melhor era tirar algum proveito da minha estadia. Podia ver como eles viviam, sempre tinha tido uma curiosidade enorme sobre isso. Inundava a Liliana com perguntas, ela ria mas sabia que me tornava chata.
Suspirando decidi sair do quarto e ver se me conseguia distrair de alguma maneira, visto que tão cedo não sairia dali. Abri a porta cautelosamente, olhei ao redor, tudo estava calmo.Percorri o corredor ao escritório, só esperava não encontrar aquele homem odioso, que me punha os nervos á flor da pele. Considerava-me uma pessoa paciente até o conhecer. Quando cheguei à porta suspirei e hesitei um momento antes de bater.
__ ENTRA!
Voz forte, grossa , até mesmo aquilo mexia comigo. O estranho é que ficava arrepiada de prazer, não de raiva ao ouvir sua voz potente. Resmungo entre deste uma maldição antes de entrar. Olhei em volta mas somente Ulisses estava presente com sua habitual arrogância.
__ Desculpe, mas procuro o Bernardo. – Disse com voz fria.
Ele inspirou profundamente antes de levantar seu olhar e me encarar pensativo por um segundo, logo se mostrando impaciente e irritado.
__ E porque o procuras?
__ Isso é assunto pessoal. – Disse confiante e desafiadora.
Ele arqueou uma sobrancelha, largando os papéis que segurava, cruza os braços no seu peito, a camiseta branca se estica , mostrando seus peitorais salientes.
__ A partir do momento que vives aqui, tudo a teu respeito é assunto meu.
__ Até pode ser. – Eu dei lhe um sorriso irónico, evitando lamber os lábios que sem aviso se tornaram secos com aquela visão. __ Mas como não fomos apresentados ainda, só falo com quem conheço.
De repente, ele levantou-se, apesar de tentar disfarçar todo o meu corpo estremeceu, realmente era atraente e inspirava respeito com aquele porte másculo e extremamente dominador se aproximando em passos lentos, analisando cada movimento meu. Apesar de nem piscar ,meu corpo recuava dois passos para trás. Mesmo tremendo quando parou a um palmo de minha cara, levantei o queixo altivamente.
__ Chamo-me Ulisses! Muito prazer. – Estendeu me a mão e deu-me um meio sorriso.
Fiquei boquiaberta. Não estava á espera daquela atitude, sem saber o que fazer perante situação, dou o braço a torcer , apertando-lhe a mão no cumprimento adequado.
__ Chamo-me Cassandra! Mas não posso dizer que tenho prazer em o conhecer. – Bufei, enquanto sentia um calor ardente na pele com seu toque.
Ele sorriu enquanto voltava para a secretaria. Sentou-se e cruzou os braços numa postura desafiante.
__ Então,qual é o assunto?
__ Eu já disse. Gostava de falar com o Bernardo.
__ Não.
__ Como não? – Perguntei irritada.
__ Não era esse o assunto. – Recostou–se na cadeira e olhou-me fixamente. __ O que queres perguntar ao Bernardo podes perguntar a mim. Já me apresentei devidamente e o que quer que lhe perguntes, vai acabar por passar por mim na mesma.
Nisso ele tinha razão, mas não lhe ia dar esse gostinho e admitir á frente dele.
__ Bom. Já que eu vou cá ficar, podiam me dar alguma função. Posso ajudar por aqui. Também sou veterinária, posso ajudar no que for preciso.
Ele olhou me por uns momentos com uma expressão indecifrável.
__ Não.
Aquele homem tirava me do sério, estava a ficar com uma gastrite nervosa e só lá estava há um dia. No final da semana por este andar estava com os nervos completamente destroçados.
__ Porque não? – Perguntei furiosa.
__ Porque és nossa convidada, não precisas de exercer função nenhuma por aqui. – Deu me um suposto sorriso.
__ Convidada. - Forcei uma gargalhada. __ Prisioneira, queres tu dizer.
__ Prisioneira não. És livre de ires embora quando quiseres. – Sorriu ironicamente.
__ Sabes muito bem que não irei até a Liliana estar livre desse castigo que lhe querem impor.
Ele ficou com ar sombrio e duro.
__ Então como eu disse... És nossa convidada. Se era só isso, por favor SAI. – Disse rudemente.
Cerrando os dentes , rodo em meus pés e saio porta fora , a batendo com força. Sabia que o tinha atingido quando falei que o casamento da Liliana com ele seria considerado um castigo, mas ele tirava me toda a compostura que eu pudesse ter.
__ Como o odeio! - Gritei ao descer o alpendre quase tropeçando em um dos degraus. Como podia um simples homem me perturbar assim... de corpo e mente ?
Droga , Droga , Droga... se ele queria um bom desafio, o teria .