PRÓLOGO
Depois de ser resgatado por seu irmão gêmeo, por sua irmã mais nova e por alguns "justiceiros", Enrico estava de volta a Itália, mais precisamente em Roma, na casa do seu irmão, onde deu de cara com ela, a mulher que fugiu dele há um ano atrás, e que Enrico simplesmente não conseguia mais tirar da cabeça.
Ao contrário de Enrico, Fiorella não o reconheceu, apesar de ter tido uma leve impressão de que conhecia aquele homem de algum lugar.
Mesmo diante daquela sensação, ela não deu tanta importância a isso, achou que era por ele ser o irmão gêmeo de Angelo, o homem que casaria com a sua irmã naquele dia.
O motivo por trás de Fiorella não ter reconhecido Enrico, era a prosopagnosia, que é uma condição neurológica caracterizada pela incapacidade de reconhecer rostos, independente da visão. Sem falar que ele tinha hematomas por todo o corpo, costelas quebradas, cabelos e barba que davam a impressão de que ele havia naufragado em uma ilha por algum tempo, além de um corpo magro, que deixavam o Enrico de um ano atrás, irreconhecível.
Logo ele, que era lindo da cabeça aos pés, de corpo escultural, cabelo com um corte moderno e um olhar cheio de magnetismo.
[...]
Para que essa história fique mais clara, vamos voltar a doze anos atrás, quando Enrico tinha dezessete anos.
Ele e seus pais adotivos estavam a dois anos morando na Rússia. Se mudaram por conta do trabalho do seu pai, que ele sabia que exercia alguma atividade perigosa, já que tinha vários tipos de armas em casa, mas não tinha ciência do que era exatamente.
[...]
Enrico havia saído para dar uma corrida, fazia muito frio em Moscou naquele dia.
Quando estava chegando próximo da sua casa, viu três homens com armas nas mãos, saindo do interior da residência e entrando em um carro preto que saiu em alta velocidade.
Enrico correu para dentro da sua casa, mas nada mais poderia ser feito. Os seus pais adotivos, as duas pessoas que o acolheram como filho, estavam mortas.
Seu pai Gianluca havia levado um tiro na lateral da testa, e estava de bruços, deitado em uma poça do seu próprio sangue. Sua mãe Matilde havia levado um tiro no meio da testa, e estava deitada de barriga para cima e com os seus olhos abertos.
[...]
Depois de enterrar as duas únicas pessoas que tinha na vida, Enrico se preparou durante um ano inteiro, todos os dias, incansavelmente, para vingar a morte deles.
Ele tinha que se manter escondido até completar dezoito anos, não queria voltar a morar em nenhum orfanato.
Enrico havia descoberto através de um bilhete anônimo, que a máfia russa era a responsável pela morte dos seus pais.
As fisionomias dos três homens que haviam saido da casa depois de tirar a vida de Gianluca e Matilde estavam bem claras nas lembranças de Enrico.
Sua mira em um ano ficou impecável, digna de um sniper profissional. Suas técnicas de artes marciais se aprimoraram de modo significativo.
Ele estava pronto, então traçou o passo a passo do seu plano para eliminar integrantes da máfia russa. Ele não deixaria impune a morte das pessoas que o acolheram, que o alimentaram, o cuidaram quando estava doente e protegeram.
[...]
No dia que completou um ano do assassinato de Gianluca e Matilde, Enrico matou aquelas três pessoas. Dois primos do Don da máfia russa e um capanga.
Junto deles, tinha uma criança, que na época tinha doze anos e que Enrico poupou a vida.
Depois de cumprir a sua vingança, Enrico voltou para a Itália.
Ele descobriu que Gianluca e Matilde tinham deixado para ele uma herança de uma apólice de seguro, ou ele achou que tinha sido eles que haviam deixado? Fica a dica.
Enrico já tinha dezoito anos quando descobriu a herança, por esse motivo, não precisava de nenhum tutor.
Ele vivia bem e confortavelmente na Itália. Morava em Milão, mas volta e meia fazia alguns trabalhos como modelo e DJ também na Suiça. Ele investiu boa parte do dinheiro deixado por Gianluca e Matilde.
[...]
Como essa é uma história de romance, você deve está se perguntando: Como Enrico e Fiorella se conheceram? Mas, nada melhor do que saber as versões de Enrico e Fiorella sobre aquele dia, versões bem diferentes por sinal.