AYANA
Caminhamos com Max por um tempo ate que chegamos no lago da fazenda, fico apaixonada com o píer feito pelo Hugo é muito mais bonito de perto.
Ayana:-Ficou perfeito esse píer eu amei de verdade.-comento o observando.-Você tem bom gosto.
Hugo:-Eu sei que tenho.-diz irônico.-Vem vamos sentar no píer.-olho para Max e o vejo comendo a grama na maior tranquilidade.-Ele vai ficar ótimo comendo mato ai.
Ayana:-Se eu soubesse que iriamos vir aqui tinha pegado uma roupa para entrar na água.-digo caminhando em direção ao píer e Hugo caminha comigo.
Hugo:-Entra assim então, nesse horário a água esta ótima.-responde se sentando no final do píer e colocando os pés no rio.
Ayana:-Eu vou pensar sobre isso.-me sento ao seu lado e coloco também os pés na água que esta bem fria.-Já decidi que não vou entrar, se essa água esfriar mais vai acabar congelando.-brinco.
Hugo:-Era assim que gostávamos.-me lembra rindo.-Era difícil te convencer a sair daqui.
Ayana:-Isso é verdade mas não tenho o pique de antes talvez eu entre mais tarde se a água esquentar um pouco.
Hugo:-Fala como tivesse com quarenta anos Ayana.-ele se deita no píer e fita o céu.-Aproveite para fazer a coisas sem sentido enquanto ainda pode.
Ayana:-Não tenho quarenta mas sinto como se já tivesse, é estranho numa semana estamos brincando de pique esconde e na outra não temos mais interesse nessas coisas.
Hugo:-Isso se chama crescer mas de vez em quando é bom fazer essas coisas bobas, era bom me preocupar só em tomar café da manhã rápido para passar mais tempo correndo por ai na fazenda.
Ayana:-Era bom mesmo que saudade de quando tudo era mais simples.-respondo me deitando ao seu lado e observando o formato das nuvens no céu.-Você se imagina indo embora daqui um dia?-pergunto depois de algum tempo.-Tipo depois de se casar.
Hugo:-Eu nem acho que vou casar um dia Ayana, mas talvez eu iria embora sim quando a gente se apaixona topa coisas que nunca imaginou que toparia.
Ayana:-O inicio da sua resposta é típica de quem quebrou a cara no amor.-jogo o verde para ver se descubro mais sobre o que aconteceu ou se ele nem chegou a ter alguém.
Hugo:-E quem nunca quebrou?-ele se senta novamente e respira fundo.-Acho que só meus pais já que eles foram o primeiro amor um do outro pena que não puxei eles nesse aspecto.
Ayana:-Foi tão r**m assim?-questiono também me sentando e o observo tirar a camisa.
Hugo:-Você nem imagina o quanto.-ele desce do píer para dentro do rio ficando com a água na altura da cintura.-Vem entra logo daqui a pouco acostuma com a água fria.
Ayana:-Vou ficar uns cinco minutos se não me acostumar vou sair.-aviso colocando meus chinelos do meu lado e também desço do píer, arrepio dos pés a cabeça ao sentir a água extremamente gelada.-Acho que nem cinco minutos eu aguento.-aviso já batendo queixo.
Hugo:-Para de graça.-debocha me olhando.-Vamos para a parte mais funda.-ele me pega pela mão direita e começamos a caminhar para o meio do rio vou andando um pouco mais atrás observando os ombros e as costa de Hugo e a forma como ele esta com um físico forte e natural.
Ayana:-Vamos parar por aqui.-aviso quando percebo a água acima do meu umbigo.-Esta frio demais.-ele para de andar e solta minha mão.
Hugo:-É só nadar que o corpo vai esquentar.-avisa se virando para mim.
Ayana:-Faz tempo que não nado ainda mais nesse rio todo desnivelado acho que vou ficar em pé por aqui mesmo.-dou um sorriso amarelo e ele n**a com a cabeça.
Hugo:-Nada disso vou ficar de olho em você acho que dou conta de te ajudar depois de tantos anos ainda tem o peso de uma pena.-ironiza me encarando e dou um t**a em seu braço esquerdo.
Ayana:-Cala a boca eu mudei muito.
Hugo:-Mudou mesmo porque se fosse uns anos atrás estaria nadando tudo isso aqui igual uma traíra.-responde se referindo ao peixe que pescávamos aqui me fazendo rir.
Ayana:-Okay eu vou nadar e a peso pena aqui não vai precisar da sua ajuda.
Hugo:-Melhor ainda.-diz rindo.
Dou de ombros e mergulho na água, nado ate a parte mais funda onde não dou pé.Paro de nadar e me viro para voltar ate Hugo, mergulho novamente e começo a nadar ate que sinto meu cabelo ser puxado por algo.Tento me soltar com medo de ser algum animal e me desespero, a água escura não me permite ver o que esta acontecendo e começo a perder o fôlego.Me debato em baixo da água e puxo meu cabelo várias tentando me libertar mas sem sucesso, uma memória toma conta da minha mente me lembro do dia em que insisti para entrar na água depois de ter ouvido um não da minha mãe.Eu era teimosa e entrei nesse mesmo rio escondida, quando não dava mais pé me desesperei e submergi por alguns instantes ate que meu pai me salvou.
Sinto uma dor forte no peito e abro os olhos, me sento por instinto e coloco muita água para fora depois de me recuperar percebo que já estou no píer.Olho para Hugo sentado ao meu lado com um olhar desesperado e me sinto confusa, ele me abraça forte e mantém o abraço por mais alguns instantes.
Ayana:-O que aconteceu?-pergunto sentindo uma dor de cabeça forte por ter aspirado água pelo nariz.
Hugo:-Seu cabelo.-ele desfaz o abraço e acaricia meu rosto com a mão trêmula.-Ele ficou preso num galho foi muito difícil soltar eu nem sabia o que fazer.
Ayana:-Eu apaguei muito tempo?-questiono fitando o rio.
Hugo:-Uns dois ou três minutos no mínimo, pensei que tinha morrido.-ele parece muito assustado e fico com pena dele.-Não devia ter te mandado ir.
Ayana:-Mandado? Eu já sou grandinha Hugo eu fui porque quis e não tinha como adivinhar o que ia acontecer.
Hugo:-De todo jeito eu tinha que cuidar de você.-ele se levanta frustrado e estende a mão para me ajudar a levantar.-Melhor a gente ir embora.-aceito sua ajuda e me e levanto com seu apoio, coloco meus chinelos e caminho para fora do píer.
Ayana:-Não quero que a minha mãe fique sabendo disso.-aviso me virando para Hugo, ele joga a camisa sobre o ombro e caminha ate mim.
Hugo:-Eu tenho que contar pros meu pais pede os dois para não falar com a sua mãe.-ele começa a caminhar e o acompanho, quando chegamos próximos de Max ele estala os dedos duas vezes para que ele venha com a gente.
Voltamos calados ate o estábulo e espero Hugo guardar Max na baia, depois seguimos para a casa de Hugo quando chegamos vejo Laura e Ana conversando no balanço da varando assim que nos vê Laura sorri.
Laura:-Foram nadar no rio?-pergunta enquanto subimos os degraus da entrada.
Ayana:-Sim levamos o Max para dar uma volta e passamos no rio.
Hugo:-A Ayana prendeu o cabelo em um galho e se afogou.-avisa quando paramos perto do balanço, Laura arregala os olhos e se levanta preocupada.
Laura:-Ai meu Deus você esta bem?-pergunta segurando meu ombro e me olhando atenta.
Ayana:-Estou sim o Hugo me tirou da água bem rápido.-tento acalmar ela um pouco.
Hugo:-Mesmo assim acho melhor ficar longe do rio por uns dias.
Laura:-Com toda a certeza filho.-ela acaricia meu rosto com pena me fazendo dar um sorriso o carinho que ela tem por mim é incrível.-Vou pedir o Afonso para chamar alguém e limpar o rio, Ana Laura costuma nadar no rio sozinha se algo assim acontece ninguém iria ver.
Ana Laura:-Isso é verdade melhor limpar mesmo o rio e que bom que não aconteceu nada mais grave.-Hugo parece querer contar sobre eu ter ficado um tempo sem respirar mas n**o com a cabeça o olhando e ele suspira.
Hugo:-Realmente ainda bem que não foi pior.
Laura:-O almoço já esta quase pronto estava esperando vocês voltarem.-avisa mudando de assunto.-Ayana toma banho aqui a Ana vai te emprestar uma roupa, você subir no casarão e tomar banho lá vai demorar.
Ayana:-Ta bom se Ana não se importar eu aceito.
Ana Laura:-Lógico que não importo.-avisa me olhando com um sorriso.-Já sei qual vestido vou te emprestar.-ele caminha para dentro da casa e a sigo ate seu quarto.
O tom rosa pastel em apenas uma parede ficou lindo, o restante do quarto é num tom branco gelo com os móveis todos brancos fico apaixonada com tudo.Ela caminha ate o guarda roupa e tira um vestido branco com bolinhas pretas e de alça fina, acho fofo demais.
Ana Laura:-Acho que vai ficar um pouco acima do joelho e pode ficar com ele não gosto muito de roupa de bolinha.-diz o encarando sobre a cama.-E essa toalha esta limpinha.-avisa voltando ao guarda roupa e pega uma toalha azul claro para mim.
Ayana:-Obrigado Ana.-agradeço pegando a toalha da sua mão.
Ana Laura:-Se tivesse alguma calcinha nova eu te daria.-ela ri me fazendo rir também.
Ayana:-Acho que meia horinha sem não vai fazer tanta diferença.-digo pegando o vestido que estava na cama.
Ana Laura:-Agora tenho um banheiro só meu.-conta animada e aponta para a porta próxima do guarda roupa.-Se quiser também lavar o cabelo fica a vontade, sei como o cabelo fica fedendo brejo depois de mergulhar naquele rio.
Ayana:-Sim ele fica mesmo.-o cheiro de brejo misturado com peixe é terrível.
Ana Laura:-Vou ir lá ajudar minha mãe a terminar o almoço não precisa tomar banho correndo.
Ayana:-Okay.-Ana sai do quarto e sigo para o banheiro.
Meu banho demora um pouco mais que imaginei porque meu cabelo embolou bastante por causa do galho, o lavo e desembaraço o mais rápido que posso.Quando termino de pentear ele me seco e visto o vestido de Ana Laura, gosto de como ele cai bem no meu corpo.Ele é mais apertado nos s***s e o restante mais soltinho e bem leve, Ana Laura acertou quando disse que ficaria um pouco acima do joelho.
Saio do quarto apressada achando que estou atrasando almoço, quando chego na cozinha vejo Laura e Ana rindo enquanto assistem algo no telefone.As panelas ainda estão com o fogo aceso e não vejo Afonso.
Ayana:-Adorei o vestido.-digo chamando a atenção das duas que me olham e sorriem.
Ana Laura:-Sabia que ia ficar bom em você.
Ayana:-Amei o presente muito obrigada.-agradeço com toda a sinceridade.-Onde esta o Hugo?
Ana Laura:-No quarto, aproveita e chama ele porque a comida sai daqui a pouco.
Laura:-O Afonso já esta chegando para o almoço.
Ayana:-Vou ir chamar ele.-saio da cozinha e sigo para o quarto que era de Hugo na infância, bato na porta mais ninguém responde então a abro.
O quarto esta vazio, fecho a porta e começo observar tudo vejo que ele também tem uma porta dentro do quarto que deve ser o banheiro dele.O tom cinza claro nas paredes deixou o quarto muito confortável, ele também tem os móveis todos brancos.Vejo um quadro caído sobre a cômoda e o pego para arrumar, ao pegar o quadro vejo que esta sem foto e que tem a palavra love na moldura vermelha.Talvez o Hugo esteja assim tão desacreditado porque teve um término recente, queria muito saber o que de fato aconteceu e quem era a garota.Me assusto quando escuto um barulho de porta se abrindo, tento colocar a moldura do quadro onde encontrei mas acabo a deixando cair.
Hugo:-Eu saio por cinco minutos e você vasculha o meu quarto?-pergunta rindo me deixando completamente envergonhada, pego a moldura e coloco sobre a cômoda de novo.
Ayana:-Foi sem querer.-respondo e me viro para ele o vendo apenas com uma toalha preta na cintura meu olhar como um imã encara sua barriga definida e a entrada bem marcada da sua virilha, disfarço encarando seu rosto e ele sorri.-Eu pensei que estava caído ia só colocar no lugar para você.
Hugo:-Pois o lugar disso é no lixo.-ele se aproxima de mim e sinto meu coração acelerar um pouco, ele para a minha frente e me encara sorrindo vendo meu nervosismo.-Você pode me dar licença?-pergunta apontando para a cômoda.
Ayana:-Desculpa.-saio da frente envergonhada e caminho ate a porta.-Sua mãe mandou te chamar porque o almoço esta quase pronto.-aviso e pego na maçaneta.
Hugo:-Veio aqui só para falar isso mesmo?-ele abre uma das gavetas e tira outra toalha ele me encara franzindo a testa como se fosse outra indagação silenciosa.
Ayana:-Eu vi que ficou muito assustado com o que aconteceu no rio só queria dizer que não foi sua culpa.
Hugo:-Eu sei que não.-ele começa a esfregar a segunda toalha no cabelo enquanto me encara.-É que um filme passou na minha mente naquele tempo entre te tirar da água e conseguir te reanimar, eu me via te trazendo morta nos braços para a fazenda.Foi uma tortura, os piores minutos da minha vida.-ele suspira fundo e caminha ate a cama.-Me senti meio impotente enquanto não conseguia te tirar dali.-Hugo se senta na cama e me aproximo parando a sua frente.
Ayana:-Também vi algo naqueles momentos depois vou te contar o que foi e mesmo se eu não tivesse voltado nada seria culpa sua coloca isso na sua cabeça.-falo convicta.-Vou sair se veste logo já estou com fome.-brinco para deixar o clima mais leve.
Hugo:-Me vestir?-ele se levanta ficando bem próximo de mim.-Pensei que tinha gostado de mim assim.-debocha e sorri encarando meus lábios.
Ayana:-Por favor ne Hugo, eu me afogo e é você que fica se sentindo um tritão perfeito?-debocho e saio do quarto, sim eu estava gostando do que vi mas ele não precisa saber disso.