Linha Cruzada (Morro)

se estranhando

Nayara Narrando

Ele me leva até a recepção e chama o chefe dos enfermeiros.

–Chefe,mandou me chamar. Um rapaz muito bonito diz chegando próximo a gente.

–Sim, essa aqui é a Nayara, e ela vai começa a trabalhar aqui de enfermeira, vê com ela toda a documentação que precisa. Ele diz e o rapaz concorda, me olhando dos pés a cabeça.

–Seja muito bem vinda Nayara, me acompanha que vou te dar os documentos que precisam. Ele diz e o coringa diz com aquela voz grossa.

–Vai lá, eu te espero ali fora. Ele diz e eu não digo nada., Eu vou atrás do moço, e ele entra em uma sala, e mexe no computador, e imprime uns papéis e me entrega.

–Eu preciso que você me traga toda essa documentação até quarta feira , pode ser? Ele pergunta e eu concordo.

–Claro, eu trago tudo sim. Eu digo sorrindo pra ele e não gosto nada do jeito que ele me olha.

–Com licença então. Eu digo e ele concorda, eu saio da sala dele e vou saindo do posto e sinto todos me olhando e eu fico morrendo de vergonha , eu chego do lado de fora do posto e ele tá encostado em um muro conversando com outro cara, eu me aproximo deles e o cara me olha dos pés a cabeça também, mas não diz nada.

–E daí, deu tudo certo? O coringa pergunta me encarando.

–Sim, muito obrigado. Eu digo e ele me encara –Se não for abusar, tu não podia me deixar na casa da sua irmã? Eu peço e ele concorda.

–Te levo lá. Ele diz fazendo sinal com a cabeça pra eu ir até a moto, ele sobe nela e da partida e eu subo na sua garupa, e de novo ele sai voando pelos becos do morro, eu me seguro firme em sua cintura pra não cair, ele para a moto em frente a uma casa enorme, e eu nunca imaginei uma casa assim em um morro, eu desço da moto e ele desce também, tem uns cara armados na frente da casa e ele comprimenta os caras e esses nem me olham, ele entra e eu vou atrás, ele abre a porta e eu já vejo ela vindo da cozinha.

–Nay, que surpresa, tá fazendo o que aqui. Ela diz vindo me abraçar.

–Eu consegui um emprego no postinho. Eu digo e ela sorri.

–Ai que maravilha, quem sabe assim tu não se anima e vai em algum baile comigo. Ela diz e eu n**o com a cabeça.

–Tu sabe que eu não gosto dessas coisas. Eu digo e ela n**a.

–Nao gosta por que tu nunca foi em um. Ela diz dando de ombros –Agora bora tomar um café, que garanto que tu nem comeu nada ainda. Ela diz e eu concordo.

–Nao comi nada mesmo. Eu digo e entro com ela na cozinha , eu já vejo uma senhora e comprimento ela.

–Bom dia. Eu digo e ela me olha toda simpática.

–Bom dia. Ela diz sorrindo.

–Tia essa é a minha amiga a Nay, e Nay essa é a tua Carmen, ela trabalha aqui em casa. A Grace diz nos apresentando.

Tomamos café juntas e depois fomos pra sala, nos sentamos e ela ficou me contando as coisas sobre o morro, logo o coringa desse as escadas ,com a camisa nas costas e o tanquinho a amostra, eu disfarço pra ele não percebe que eu olhei.

–To saindo, não me espera pra almoçar. Ele diz cheio de marra.

–Ta bem, eu vou almoçar com a nay. Ela diz toda sorridente e ele sai.

–Credo, ele é sempre assim? Eu pergunto e ela me olha.

–Assim como?

–Quieto com cara de m*l?

–Sempre, mas depois ficou pior, ele namorou uma mina aí, e ela traiu ele , depois disso ele ficou ainda pior, nunca mais vi ele se envolver com ninguém, ele até pega umas piranhas aqui do morro, mas é na surdina. Ela e eu olho pra ela espantada.

–E oque ele fez com ela? Eu pergunto curiosa.

–A matou, aqui é assim amiga, se tu for fiel de traficante e trair ele , ele te mata ou te deixa careca. Ela diz

–Deus me livre. Eu digo arregalando os olhos e me lembrando do Carlos, meu Deus será que ele é igual ao perigo.

–O que foi amiga, tu ficou pálida. Ela diz colocando a mão em mi –Ta até gelada.

–Foi nada não, só me lembrei de uma coisa. Eu digo disfarçando e mesa hora o meu celular começa a tocar.

–Eu vou ali fora atender tá. Eu digo e ela concorda, eu vou até uma área com piscina enorme, eu pego o meu celular vendo que é o Carlos que tá me ligando.

–Oi. Eu digo atendendo o celular e olhando pra ele, ele só me liga de chamada de vídeo.

–E aí minha princesa, que tá fazendo, eu tava esperando sua mensagem de bom dia, tu não me respondeu.

–Eu tava ocupada Carlos, fui fazer uma entrevista de emprego e finalmente vou trabalhar na minha área. Eu digo toda animada

–Que bom gata, parabéns, isso merece uma comemoração. Ele diz sorrindo e que sorriso.

–É talvez mereça. Eu digo sorrindo.

–Então tu vai sair daquela loja?

–Sim, hoje a tarde vou lá pedir a minha demissão. Eu digo e ele sorri.

–Dessa parte eu já gostei, bando de marmanjo babando em tu lá, que eu tô ligado. Ele diz cheio de marra e eu n**o com a cabeça.

–Ta maluco Carlos, a gente nem tem nada e tu fica aí surtando, tá achando que eu vou esperar tu pro resto da vida,já são seis meses que estamos convidados e nesse tempo eu não fiquei com ninguém, mas eu também tenho as minhas necessidades. Eu digo isso não sei nem por que, mas deve ser por ter visto um homem daquele tamanho sem camisa perto de mim, meu Deus me abana.

–Ta maluca Nay, fica suave que eu já tô saindo daqui e vou matar a tua vontade, eu já te dei o papo, tu já tá no meu porte, é minha e de mais ninguém. Ele diz com um tom que eu não gosto.

–Olha, primeiro que eu não gosto que você fala assim comigo, eu não sou um objeto que tu pega e é teu, não tem essa não, e eu já tô me cansando de tudo isso, agora eu vou desligar eu tenho umas coisas pra fazer. Eu desligo o celular na cara dele mesmo e coloco no modo avião, depois do que a Grace me disse eu fiquei pensando e eu vi tantos homens armados aqui, isso não é uma. Vida que eu quero pra mim, ser mulher de traficante, eu já ouvi dizer que elas são traídas e ainda apanham se reclamar, vou terminar com ele antes que eu me envolva de verdade.

Continua...

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