Assim que chegaram ao hospital, Cassius foi rapidamente atendido, porém seu estado era grave, dois órgãos perfurados, uma hemorragia e traumatismo, os médicos praticamente os desenganaram, o estado dele era delicado demais.
Teve que passar por uma reanimação, após uma parada cardiorrespiratória, aquilo parecia não ter fim, Francis havia enlouquecido, foram tantos médicos.
— Senhor, não adianta tantos médicos, depende do paciente, quantas reanimação? Se ele continuar se entregando? Ele está se recuperando, mas quando menos esperamos novamente uma parada — explicou o médico exausto.
— Continue fazendo seu trabalho! — Ordenou Francis, e finalmente no final da tarde Cassius já estava fora de risco, contudo estava em coma.
Não demorou muito para Layane chegar no hospital tentando obter informação para sua irmã laysa, a menina seguia pelo corredor insegura, afinal não tinha cara para encarar Frederick, não sabia o quanto seu relacionamento havia se abalado depois daquilo, e ela tinha uma parcela de culpa Naquilo.
— O que faz aqui? — perguntou Frederick com frieza
— Fred... — Murmurou sem coragem de se aproximar. — Me desculpa, eu estava o acusando sem saber — Confessou com os olhos marejados.
— Vá embora, eu não quero mais te ver, é melhor assim, isso aconteceu com cassius e nós temos uma parcela de culpa, mas eu deveria ter lutado naquele hospital ao invés de ter me calado, é melhor que nossas famílias se desliguem, não quero ter parte com o homem que se dizia amigo e quase matou meu irmão sem nenhuma consideração ou investigar
— Não seja tão duro, nos amamos de verdade, como pode apagar tudo que tivemos?
— Você viu o que seu pai fez?
— Ele agiu de cabeça quente, sua filha de 13 anos havia sido supostamente abusada, ninguém pensa muito quando está em uma situação como essa
— Mas é o Cássius! Esse é o problema, ele mais do que qualquer pessoa cuidava da segurança de vocês, nunca deu nenhum motivos para isso, nem se quer olhava para vocês, mas no momento que ele ouviu a tal mentira ele acreditou de olhos fechados como se já esperasse isso dele
— Eu sei, foi uma injustiça, não sei como nossos pais vão lidar com isso, mas por favor Fred, não a gente, não nos afete, por favor
— Eu sinto muito, vá para casa, precisamos de uns dias
— Como Cássius está? — perguntou em lágrimas.
— Fraturas, hemorragias, traumas, coma, temos essa lista extensa, além de paradas respiratórias, e o Duffy indo atrás de seu pai, supostamente não vamos ficar nesse país por muito tempo, então cuide da sua vida e suma da minha, como seu pai disse, somos sangue r**m, isso com certeza não é compatível com seu sangue azul, certo? — Falou com desprezo lhe dando as costas, layane saiu arrasada, assim como aquelas palavras doeu nela, havia sido mais dolorido ainda em Frederick.
Francis por sua vez saiu do hospital aliviado, pegou seu carro e foi atrás de Orlov, era hora de acertar as contas, seguiu para o mesmo local onde funcionava seus negócios, Orlov sabia que ele iria para aquele local, então esperou um amigo, não queria fugir como um covarde depois do que fez e nem usar.
— Sabia que estaria aqui — comentou Francis ao entrar na sala isolada.
— Sei que não vai me perdoar, esse foi um dos piores erros que já cometi, mas eu realmente não quero que nossa amizade acabe — Confessou Orlov sem conseguir encarar o amigo.
— Desculpe, mas eu só respondo ferro com ferro — Confessou fazendo Orlov engolir em seco, Francis é mais velho que Orlov, além de ter muito mais experiência que o própria chefe
— Faça como quiser, eu tirei os homens daqui — Murmurou tenso, porém Francis não teve nenhuma misericórdia.
Francis havia descarregado sua raiva na pessoa errada, mas Francis estava fazendo isso contra a pessoa certa, nem se importou com a posição de Francis, e dele ser seu chefe, punhos cerrados, terno sobre o chão, barra de ferro em outra mão, Francis fez Orlov sentir a mesma dor que seu filho, porém não se atreveu a matar, ainda que ele tivesse feito isso, ele queria apenas dar uma lição a seu chefe.
— Bom, a partir de hoje, nenhum de nós dois toca em um fio de cabelo dos nossos filhos, certo? — Perguntou Francis agachado no chão observando o amigo quase inconsciente todo ensanguentado.
— Certo... — confirmou Orlov então Francis se levantou para ir embora pegando seu terno do chão novamente para vestir. — espere! Você precisa ir até a sala de vigilância, você precisa ver algo — Avisou a Francis, que chamou seus homens para ajudá-lo a tirá-lo dali para levá-lo a um hospital, mas o mesmo se recusou e seguiu para a sala de vigilância junto com Francis.
— Ele devia estar arrasado — Murmurou Francis ao ver o que tinha acontecido.
— Sim, sua mulher está morta, ela já estava grávida de 3 meses e tudo indica que era de outro homem — Contou Orlov sentado sobre a cadeira limpando o sangue do rosto com uma camisa.
— Entendi, apague todas as gravações do sistema, ainda há tempo para isso, certo? Antes do pai dessa menina descobrir?
— Já apaguei tudo, não há vestígios de nada, vamos fazer de conta que não sabemos de nada, vai ser melhor, essa menina é filha de um homem político que nos ajuda com as nossas atividades na cidade, se ele descobrir sobre isso, praticamente perdemos tudo
— Mas existe outro homem, o Gabriel, se esse político por acaso, por acidente morrer, esse braço direito dele fica com seu lugar, o que acha?
— Matar? Depois da morte da filha... Supostamente ele pode suspeitar, isso seria r**m para nossos negócios aqui, é uma alternativa, então faça como quiser — Concordou Orlov, Francis naquele dia teve outra missão, não teve muito esforços conseguiu matar o homem sem levantar suspeitas, fez isso com tanto prazer só de lembrar o que a filha dele havia feito com seu filho.
Na casa dos Orlov as irmãs estavam em uma briga com a mais nova que insistia em querer ir até ao apartamento de Cássius, mas após muito insistir as três irmãs saíram juntas até o local com um motorista particular e sempre com seguranças.
— Não entendo porque querer vir aqui! — bradou Layane aborrecida enquanto subiam no elevador.
— me lembrei de algo, tenho que pegar — Disse Laysa com os olhos vermelhos de tanto chorar, assim que a porta abriu a menina seguiu até o quarto que estava destrancado, olhou ao redor em meio a bagunça assim como as irmãs.
— Nossa, isso está uma bagunça, o que está procurando aqui? — perguntou confusa a sua irmã, Layane,.
— Eu... Não sei onde está, mas eu sei que ele trouxe para cá — Disse revirando as coisas mexendo nas gavetas, até Finalmente olha a lata de lixo com o buquê de flores, laysa correu esperançosa até a caixa tirou o buquê e pegou a caixa como se fosse a coisa mais preciosa de sua vida.
— Uau... — Suspirou as duas irmãs quando viram o anel com um solitário, aquilo era expendido e brilhante com sua armação dourada, Layla fechou a caixa abraçando em seguida com o coração cheio de alegria.
— era isso, vamos embora — anunciou saindo então as irmãs a seguiram.
— Porque veio pegar esse anel?
— Um dia, quando chegar a hora, eu vou me casar com esse anel — as irmãs riram Descrente da situação, a caçula acabara de criar uma fixação por Cassius.
— Irmã, cassius já tem 30 anos, e você só 13 anos, até lá ele já é um vovozinho, além disso, ele logo arruma uma mulher bonita, o homem é lindo de morrer, e não é uma piada
— Tá aí falando de Cássius, não esqueça do Frederick — Layla lhe alertou.
— Eu amo Frederick... — falou com dor quando lembrou da briga dos dois. — aí laysa, você é muito nova, Cássius é um homem maduro já, quando você entrar no ensino médio, logo conhecerá rapazes bonitos e que se interessaram por você e você por eles, vai esquecer cassius em um segundo, esse é o meu consolo, você é muito nova para entender essas coisas
— Eu já decidi, eu quero casar com Cassius, e ele vai me esperar, ele prometeu, assim que eu fizer 18, nós vamos nos casar — contava a menina com convicção, as irmãs a olhavam pelo vidro do elevador, aquilo era assustador, ela abraçava a caixa do anel e dançava feliz, enquanto as duas ficavam preocupadas.
Ao chegar em casa, Laysa escolheu uma caixa e guardou um anel o escondendo em um lugar bem secreto para que ninguém encontrasse, queria proteger aquele anel a todo custo, para chegar no momento certo entregar a Cássius.
Se passaram três dias, Francis e Frederick estavam apreensivos, Cassius não dava sinal de que iria acordar do coma, porém os médicos diziam que era normal, assim também ele se recuperava de forma rápida.
Finalmente no quinto dia Cassius estava de olhos abertos, ainda sentia dores por todo o corpo e nem conseguia mexer os dois braços.
— Estou vivo? — Inquiriu indignado, como se esperasse que estivesse morto
— Cassius! — Suspirou aliviado o seu irmão que estava cochilando sobre uma poltrona ao seu lado. — como está se sentindo? — perguntou ansioso.
— Como se tivesse no inferno — murmurou com o olhar triste. — irmão. Acabe com isso de uma vez, me mate! Apenas um tiro! — bradou perdendo o controle, mas não conseguia se mexer e era isso que o incomodava, aquela sensação de impotência o deixou aflito.
— Filho! — Fez seu pai entrando no quarto. — Estou feliz que tenha acordado — Francis não conseguia segurar a emoção que ver seu filho acordado.
— Eu não, porque eu não consigo mexer meu corpo?
— Algumas fraturas, mas isso com o tempo se resolve, você só precisa descansar e se recuperar — Cassius apenas fechou os olhos e fingiu que eles não estavam ali, passou um dia inteiro sem dirigir a palavra a ninguém, quando saiam do quarto ficava tentando se mover mas era impossível, aquilo estava o deixando incomodado, odiava a dependência, preferia a morte a ter que ficar desse jeito por tantos dias, o mesmo se recusava a aceitar que alguém lhe ajudasse a se alimentar não importa o que fizessem, mesmo que não conseguisse nem levantar um dedo, seu irmão e seu pai já estavam estressados o suficiente com isso.
— Cassius é complicado demais, como vai se recuperar, três dias sem comer nada? Inferno! — bradava Frederick, nem sequer estava dormindo de tanto brigar com o irmão mais velho que mais parecia uma criança.