cap.3
— Ei, bebezinha! Vamos embora, pensei que te buscaria na escola, está vendo? Estou mais atrasado — resmungou olhando o relógio.
— fique longe! Não olhe para mim! — gritou Laysa escondendo o corpo despido, porém Cassius nem havia olhado para ela.
— ah, pronto, saia dessa cama! — bradou aborrecido.
— não me toque, meu pai é o don, eu conto a ele que você me tocou
— ah, por deus! Eu tenho um noivado, tenho que ir ver minha esposa! — bradou impaciente.
— mas eu não posso sair daqui assim…
— ah, você precisa de roupas? Mas não tem nada para se ver! — asseverou indignado. — droga! Olha — fez arrancando seu terno em seguida se abaixando para pegar uma caixa de cigarro no chão, ele não fumava, mas aquela caixa prateada lhe chamou atenção, apenas guardou a marca cara no bolso e se voltou para a menina — coloque isso e vamos, eu vou te deixar no meio do caminho, estamos um pouco longe, mas tenho tempo antes de lorena sair — disse impaciente enquanto a menina vestiu rapidamente a roupa.
— vamos… não vai chamar a polícia? — perguntou parando de chorar.
— não, deixa apodrecer ai, vamos! — disse cassius a pegando no colo, saindo correndo do local, Laysa ainda estava com as pernas bamba de tão assustada que havia ficado, não conseguiria correr. Cassius a colocou no banco ao lado do buquê de flores. — Se amassar as flores você morre, garota irritante — asseverou a assustando. Cassius seguiu dirigindo pelas diversas ruas tranquilas, estava ansioso, enquanto laysa olhava encantada para as flores ao seu lado, em seguida olhou para Cassius ainda surpresa, como assim aquele homem c***l era capaz de dar flores a alguém, ela nem sabia que o mesmo estava noivo, naquele momento após ele ter lhe salvo e emprestado a sua roupa, percebeu que não era um homem tão r**m assim.
Seguiam tranquilos até Cassius parar o carro Repentinamente, ainda estavam longe de casa, contudo Cassius estava parado olhando fixamente para fora em frente a uma clínica parecia está vendo algo que realmente lhe chamou atenção, Laysa não via nada que ele estava vendo, mas viu quando a mão do rapaz tremeu segurando o volante, o mesmo agora parecia conturbado
— Fique no carro, — ordenou com a expressão dura e meio confuso, saiu do carro indo até em frente a clinica ao encontro de duas pessoas, não demorou muito a discussão começou, laysa ficou em pânico com o que viu em seguida, a menina fechou os olhos apavorada e tentou disfarçar. — O que foi? — ouviu a voz grossa de Cassius ao entrar no carro batendo a porta, — Não conte a ninguém sobre o que viu aqui, está ouvindo? — perguntou a laysa de deixava algumas lágrimas cair deliberadamente após ver aquilo, Cassius trouxe consigo um envelope azul, e voltou a dirigir por alguns minutos, fechou os vidros do carro parando em um estacionamento, suas mãos tremiam quando pegou o envelope novamente e abriu, quando viu as lágrimas caíram deliberadamente, laysa nunca que havia esperado uma reação como essa de Cassius que chorava como se sentisse uma forte dor no peito que não parecia ter fim, desferiu vários socos no volante tentou extravasar a raiva, Laysa apenas se escolheu no canto o observando, ele estava sofrendo de uma forma tão dolorosa que a mesma chorava comovida e triste por ele.
— não vou contar sobre isso — disse quando Cassius a encarou ainda com raiva.
— acho bom… — murmurou pensativo, lhe veio toda a situação na sua cabeça, afinal ele não estaria desse lado da cidade se Laysa não tivesse sido imprudente não sabia se era grato ou lamentava sua desgraça. — vamos para casa agora
— não, por favor! Meu pai vai me bater porque eu saí da escola sem esperar, não me leve agora, me deixe pensar em uma desculpa, nem você está bem para ir para casa certo? Pode me ajudar e se ajudar, pode relaxar até se sentir bem,e eu posso pensar em algo
— Você quase foi abusada por três caras, acha que ele vai se importar com essa parte? Tanto faz, tenho um lugar que quero muito ir, para atear fogo, vamos lá — disse pisando no acelerador, tentava se manter sóbrio, chegou em um grande prédio, pegou laysa pela mão junto o buquê e as flores e seguiu quase a puxando, a mesma corria para tentar acompanhar os passos longos de Cassius, assim que passou pela recepção, mas percebeu os olhares curiosos e alguns comentários da recepcionista séria ao ver a menina vestida daquele jeito.
— onde está indo? — perguntou Laysa no elevador.
— preciso ir até meu apartamento — disse com o olhar frio, laysa apenas deu de ombros seria, assim que a porta abriu outros inquilinos entraram no elevador, todos observavam a situação da menina, Cassius nem percebia o que estava acontecendo ao seu redor.
Entraram silenciosamente, o apartamento havia uma grande faixa de boas vindas e trilha de flores, ele havia criado uma decoração romântica perfeita, laysa ficou encantada, até se assustar com Cassius começando a destruir tudo, quebrou até as garrafas de vinho, laysa não saiu de próximo a porta observando a loucura de Cassius, em seguida ele pegou uma garrafa de bebida e se sentou no chão para olhar toda aquela destruição, laisa seguiu para o sofá ao lado dele alguns centímetros de distância.
— não sabia que você bebia — comentou laysa insegura.
— Não bebia, mas agora eu bebo — respondeu sem vontade.
— Está triste? Aquilo foi uma ultrassom?
— cala a boca, eu preciso de um tempo agora — asseverou pegando a caixa de cigarro do bolso, Laysa sabia que ele não fumava, mas ele até tentou, e viu o mesmo se engasgar com a fumaça jogando a caixa longe.
— não fica triste ok? Você parece um homem malvado, mas no fundo é um homem bom — comentou a criança lhe dando um sorriso gentil ao se deitar no sofá, mas Cassius a ignorava, ela ficou alguns minutos observando ele sentado em meio aquela bagunça, algumas lágrimas solitárias escapavam do rosto dele até encostar sua cabeça sobre a cômoda e fechar os olhos.
— Você vai ficar triste por quanto tempo?
— estou com raiva não triste, com ódio, queria ter feito algo naquele momento
— mas você fez — disse a menina confusa.
— não, eu não fiz nada, você não entenderia, não tem permissão para falar sobre isso
— mas você está chorando por causa disso, além disso você pode arrumar outra bem melhor
— ela de todas era a melhor que eu arrumei, mas eu também me enganei, todas as mulheres são perigosas e traiçoeiras, eu vou esquecer essa ideia, não quero mais saber de sentimentos, isso um dia acabou com meu pai, mas não vai acabar comigo, amar será sempre para os fracos
— olha, amar é o sentimento mais puro que alguém pode sentir por uma pessoa
— uhf o que uma menina de 13 anos pode saber? — Resmungou com as pálpebras já pesadas.
— papai me ensina tudo, e disse até que um dia eu posso escolher um homem especial com quem eu possa me casar e ser feliz
— Amar, casar, especial, feliz, tantas palavras bonitas, que traduzem em merda, o amor não existe nem nada disso que você está sonhando — Disse duramente amargurado.
— Existe sim, quer aposta? — perguntou a menina afrontosa, Cassius a encarou confuso já estava embriagado, mas continuava a beber. — eu acabei de escolher o homem com quem eu vou querer me casar, quando eu for maior
— rápido assim? Você não é nova demais para pensar nessas coisas?
— posso planejar meu futuro, e eu já escolhi com quem eu vou me casar e será com você! — disse fazendo Cassius se engasgar com a bebida rindo de forma estridente.
— que menina louca, como assim pirralha maluca, vai estudar e fazer… sei lá, pediatria, psicologia… não isso não você é doida.
— Estou falando sério, me espere até eu ficar mais velha e verá que eu não serei igual, nós vamos nos casar, então… a partir de hoje você não pode ficar com mais ninguém! Prometa! — bradou a menina o irritando.
— só o que faltava agora — resmungou ignorando a menina.
— Vamos! Prometa que também vai me esperar
— Nem fudendo, maluca! —bradou sem encarar.
— nem o que? — fez laysa incrédula. — ok… se você não prometer eu conto para o pai, acho que vou contar que você me ensinou palavrões
— você é demente? — perguntou incrédulo. — e existem ameaça mais eficaz, e eu não faço promessas idiotas
— Me prometa, me prometa — Começou a repetir de forma irritante, Cassius nunca pensou que uma criança poderia ser tão irritante.
— cala a boca!cala a boca! — bradou tapando os ouvidos.
— só tem que prometer e eu paro
— ok, mas fica quieta — concordou impaciente. — Minha sorte é que você vai crescer e se apaixonar por garotos do ensino médio, e eu já vou estar velho o suficiente para você ficar longe — comentou com convicção.
— ai… — laysa resmungou com a mão na cabeça, demonstrando sentir dor.
— Onde tem remédio para dor de cabeça? — perguntou um pouco tonta.
— Porque ficou com dor de cabeça?
— Eu já estava com dor de cabeça, por causa daqueles homens que me sequestraram, fiquei em pânico, mas agora me irritei com você piorou
— Inacreditável essa audácia, tem uma gaveta perto da cama no quarto, mas volte para cá, não quero uma criança dentro daquele quarto.
Laysa seguiu para o quarto seguiu até a cômoda, olhando ao redor, mas o que te chamou atenção foi a foto de casal que estava ali em cima, a menina ficou tão distraída que pegou qualquer remédio sem nem olhar e o engoliu, voltou a sala, e ficou quieta, Cassius nem percebeu que havia algo errado, quando laysa adormeceu sobre o sofá.
— Ele está nesse quarto com a criança — Gritou uma voz, então se ouviu tombos na porta e foi aberta, Cássius m*l conseguiu ver quem era, a arma ao seu lado fez o mesmo levar um golpe como precaução o fazendo apagar.
— A menina não acorda — avisou um dos homens preocupados — ela está semi nua, certeza que esse desgraçado abusou de uma criança.