UMA PERSONAGEM (IR)REAL, CRIADA AOS PEDAÇOS.
"...Após dias e dias de trabalho e cansaço inacreditáveis, consegui descobrir a causa da geração da vida, não mais do que isso, tornei-me, eu próprio, capaz de dar vida à matéria inanimada..."
Sempre quis trabalhar com uma protagonista, mas nunca tive oportunidade de sentar e criá-la. Na verdade, eu nem sei trabalhar muito com personagens femininos. Por isso que essa vontade ficou engavetada por anos e anos. Foi apenas recentemente que surgiu o desejo de dar vida a alguém tão complexa quanto Ana Zara. Porém, para dar vida a ela, uma série de investigações foram feitas durante o processo. Primeiro eu tive que criar a personalidade dela e dar vida ao seu cotidiano. E nada melhor do que o ambiente acadêmico e o escolar, para ser o laboratório perfeito. Passei alguns meses observando as universitárias conversando sobre seu dia-a-dia nos terminais de ônibus, nos corredores da Universidade Federal de Sergipe e nas salas de aulas da mesma. Fui colhendo as características físicas e psicológicas mais marcantes que iam aparecendo e fui construindo a personagem, encaixando cada pedaço em seu lugar. Para deixar ainda mais instigante a leitura de Diana, criei muitos mistérios acerca da vida dela, a começar por sua dupla nacionalidade, que vocês irão descobrir ao longo da leitura. A vida dela, como vocês irão perceber, se passa na Louisiana, na Universidade do Estado da Louisiana e em alguma dessas escolas da vida que existem por aí. E é com a frase de Mary Shelley logo acima, que apresento a vocês O DIÁRIO DA SECRETÁRIA: o dia-a-dia de uma mulher única, inspirada em muitas, com seus próprios medos e anseios.
Lutécio Falu