Marcela
Estou aqui, em minha estação de trabalho, onde a teia de mentiras que criei se desdobra com facilidade. Elas, com sua ingenuidade abissal, acreditam nas promessas de uma riqueza fácil. Como se fosse simples, como se realmente fosse possível.
Elas caem, uma após a outra, em meu discurso vazio, tão frágil quanto suas esperanças. E o pior, o mais insuportável, é ter que ouvir suas vozes entusiásticas, suas perguntas idiotas, suas conversas intermináveis que martelam meus ouvidos. Cada palavra delas só faz meu ódio crescer, um impulso de violência que me consume.
Eu sei, elas não veem. Elas não têm ideia do que está acontecendo.
Como podem ser tão cegas?
Como podem achar que tudo isso é real?
Elas não sabem, mas eu sei o que sou capaz de fazer. Elas não sabem o quanto tudo isso é falso, tão incrivelmente falso. E me pergunto, quem em sã consciência pagaria tanto dinheiro por mulheres que m*l conseguem compreender a profundidade de sua própria superficialidade?
Hoje, mais uma será minha. Outra tola, outra i****a, fácil de controlar. Ela tem a aparência perfeita para o papel: cabelo longo e preto, olhos verdes, uma morena com curvas de arrancar suspiros. Parece tudo tão fácil. Mas a verdade é que ela terá que se envolver em algo bem mais escuro, algo que vai além de suas doces ilusões. Ela se tornará parte de um jogo sujo, algo que nunca imaginou ser capaz de fazer.
Mas o que importa?
O lucro será enorme. Não importa quem se machuque no processo, não importa quem se perca. No final, é tudo sobre o lucro, sobre o poder que tenho ao manipular essas mentes ingênuas.
Agora, é hora de partir. E ela, essa chata, não para de falar. Está se tornando insuportável, mas eu não posso perder o controle. Preciso parecer educado, manter a fachada, não chamar atenção. Isso é o que faço de melhor – enganar, manipular, até que tudo se torne irreversível.
Sinto uma grande vontade de desferir diversos socos nela, realmente...
Quando chegamos ao aeroporto, ela perguntou sobre sua identidade, e eu, já antecipando que haveria complicações, improvisando uma desculpa esfarrapada. Mas sabia que não poderia confiar na sorte por muito tempo.
No fundo, já esperava que os problemas surgissem, e para garantir que o controle permanecesse comigo, tomei medidas drásticas. A idiotice dela em questionar minha autoridade só aumentava a raiva que se acumulava dentro de mim. Não era mais sobre razão ou explicações — ela não tinha mais vontade própria.
Ao chegar no destino, a expressão surpresa no rosto dela foi inevitável, mas não me dei ao trabalho de responder às perguntas sobre o lugar. Reinaldo estava pronto para levar a cabo o plano e, com isso, ela seria finalmente silenciada. Mas, quando menos esperávamos, a desgraçada me acertou no rosto e conseguiu escapar. Ela fugiu, desaparecendo na escuridão da noite, como uma sombra irreconhecível.
Já tem um tempo que a bandida desapareceu e só queria saber como ela está se virando, pois ela está sem seus documentos verdadeiros em um lugar estrangeiro. Ela deve já estar presa e espero que morra.
Se estivesse no local onde pretendia deixá-la, estaria sendo abusada por diversos homens e o proprietário do estabelecimento lucrando mais à minha custa. Essa prática de apenas trazer as mulheres fácil não me proporciona lucros satisfatórios, eu merecia receber muito mais, afinal sou eu quem as faz embarcar e finjo ser gentil quando, na realidade, minha vontade é de silenciá-las com um tiro na cabeça.
No entanto, o homem se mostra um miserável quando o assunto é dinheiro. Recebo míseros 200 mil por cada garota, uma quantia irrisória considerando o quanto eles lucram com isso. É frustrante saber que sou apenas uma peça num jogo onde o lucro é mil vezes maior do que a compensação que me oferecem.
E no dia em que a maldita conseguiu escapar, minha ira foi ainda maior. Eu não vi um único centavo daquele lucro, e tudo por causa daquela v***a que ousou fugir. Nunca me envolvi diretamente em assassinatos, embora tenha sido testemunha de muitos, sendo que alguns ocorreram bem debaixo dos meus olhos.
Estou em um relacionamento com um assassino — ele se orgulha do que faz e adora me mostrar o quão "eficiente" ele pode ser. Às vezes, ele até me leva junto quando executa algum serviço. Eu gosto de observar, o medo nunca me impediu, mas até hoje, nunca tive coragem de matar, nem desejo de fazer isso... até aquela desgraçada aparecer.
Diversas pessoas estão de olho nela, espalhadas por vários lugares, e o alerta foi dado: quem a avistar, deve me informar imediatamente. Até mesmo dentro da delegacia, há quem se envolva, pois aquela maldita tinha um valor muito alto. Ela estava sendo anunciada na internet, leiloada como uma mercadoria, e as ofertas estavam disparando. Eu deveria ter uma parte desse valor, o que me enfurece ainda mais. O lucro me escapa mais uma vez, e minha paciência está se esgotando.
O i*****l que afirma ser meu amigo e que possui a propriedade do empreendimento é um homem temido por vários, até mesmo eu própria sinto receio dele. Esse sujeito é doente, insano e cruel...
Infelizmente, as jovens que se encontram em sua presença enfrentam terríveis tormentos, enquanto ele satisfaz sua excitação através da m*********o, com prazer em testemunhar seu sofrimento...
E como tenho esse conhecimento?
Antes de alcançar minha atual posição, eu também pertencia a esse grupo. Fui capturada nas ruas e levada para a região da Califórnia com a ilusão de que teria uma existência excepcional...
A doce fantasia!
Vivenciei situações de abuso em diversas ocasiões, contudo, em contrapartida, tinha um lugar para descansar, vestimentas adequadas para vestir e alimentação suficiente para me sustentar.
Do que mais eu poderia desejar? Não havia mais nada que me faltasse, nem um desejo, nem um objetivo. Eu estava completamente apática, sem qualquer vestígio de sentimentos. Os homens com quem me envolvia sexualmente eram apenas instrumentos — objetos para satisfazer necessidades físicas, nada além disso. O que me importava era o dinheiro, o poder que ele me dava, a possibilidade de comprar tudo o que eu queria e, principalmente, de nunca mais depender de ninguém.