Uma Luna para o Alpha

Desejo de Sangue

**Fenrir**

As palavras de James eram como adagas no meu corpo. Odiava que as pessoas achassem que sabiam o que eu queria. Tento me acalmar e acalmar Koda, o que estava sendo praticamente impossível.

— Vou deixar algo claro aqui, Alfa James: não estou procurando uma companheira fora do vínculo de acasalamento, então, se o seu assunto comigo era apenas esse, nós terminamos por aqui — digo, levantando-me. Vejo o desespero no seu rosto com a minha ação, mas eu não me importava, só queria ficar longe daquele lugar.

— Espere, Alfa Fenrir! — diz ele, levantando-se e vindo até mim. — Não sabia disso. Se lhe ofendi, peço desculpas, essa não foi minha intenção.

— Posso aceitar as suas desculpas, mas, se me der licença, vou me retirar com os meus — digo sério. Aquele homem precisava aprender o seu lugar. Não me curvaria aos caprichos da sua filha.

— Por que não pode ser eu? — pergunta ela, levantando-se irritada do seu lugar. Aquilo só fez com que eu a desprezasse ainda mais.

— Você não é minha companheira destinada — não sabia por que estava explicando aquilo para ela. Tinha certeza de que ela não era tão burra a ponto de não perceber o óbvio.

— Mas eu sou muito melhor que uma companheira destinada. Sou bonita e inteligente — diz ela, sorrindo enquanto enrolava uma mecha do cabelo no dedo. Dava para ver que a mulher à minha frente não era acostumada a receber um "não", e com toda certeza eu não queria alguém tão esnobe quanto ela ao meu lado.

— Você nunca chegará aos pés dela — digo, virando-me e saindo com Ethan atrás de mim. Ele sabia que não adiantava me segurar. Assim que chego ao meu quarto, vou direto à minha mala e começo a jogar as minhas coisas dentro. — Reúna os nossos homens, estamos indo embora.

— Ficou louco! Sei que está chateado, mas não pode simplesmente sair assim — diz ele desesperado, passando as mãos pelos cabelos. Odiava quando ele estava certo. Tomo uma grande lufada de ar antes de olhá-lo novamente. Neste momento, eu não podia tomar decisões com a cabeça quente, tinha que pensar como o alfa que era.

— Tudo bem, mas mande-os deixar tudo pronto para partirmos amanhã de manhã — digo zangado, mas podia ver o alívio nos seus olhos.

— Tudo bem, vou avisar a todos, mas por favor, não saia sozinho — pede ele, olhando nos meus olhos. Eu sabia que ele temia que Koda matasse Alfa James, o que, naquele momento, eu estava tentado a deixar acontecer.

— Esta bem, vou tomar um ar. Sam pode vir comigo — digo, saindo do quarto com ele logo atrás. Assim que desço, vejo que nem o alfa, nem sua filha estavam ali, o que foi um grande alívio. No momento em que saio, vejo Sam me esperando ao lado de fora da casa.

— Vou conversar com os outros, se comporte — diz ele, saindo. Eu bufo com as suas palavras. Às vezes, Ethan me tratava como uma criança.

— Onde pensa que eu vou? — digo bravo com ele.

— Não sei, mas já estou dizendo para não ir — diz, saindo.

Olho para Sam e vejo ele segurando o riso. Ao que parecia, eu estava perdendo o respeito dos meus homens. Estava pronto para lhe dizer algo quando sinto Koda se agitar dentro de mim. Dou um passo para trás, tentando segurá-lo.

— Alfa! — grita Sam, preocupado, vindo até mim. Mas era tarde. Sinto quando Koda me empurra e assume o controle do meu corpo.

— Pode vir comigo ou sair da minha frente! — grita ele com a sua voz de alfa, olhando de forma assassina para Sam.

— Irei com você — diz ele, expondo o seu pescoço. Pude ver pela forma como me olhava que ele tinha chamado os outros.

Eu sentia uma necessidade urgente dentro de mim, e, assim como Koda havia me dito, era como um chamado, algo que não tinha como ser ignorado, por mais que tentasse.

Vejo-me preso a esse chamado, refém dele, os meus passos sendo guiados por puro instinto enquanto andava pela propriedade de Alfa James. Sigo para a parte de trás da casa, o magnetismo que me atraía ficando mais forte enquanto me aproximava de um casebre nos fundos.

Podia sentir o cheiro de sangue e, de alguma forma, aquilo me atingiu, fazendo-me rosnar. Eu sabia que seria impossível controlar Koda agora que ele estava perto de descobrir o que tanto o tinha atraído até aquele lugar. Assim que abro a porta, ouço a voz de Alfa James lá dentro.

— Merda! — ouço Sam rosnar atrás de mim, mas ele não me impediu. Ele sabia que não conseguiria sozinho. Os meus pés se aproximam, descendo um pequeno lance de escadas. Havia algumas celas ali e, no fundo, eu via Alfa James xingando alguém.

Eu travo quando uma pequena corrente de ar sopra o seu cheiro na minha direção. Era a coisa mais maravilhosa que eu já tinha sentido, um cheiro doce de flores misturado com o aroma da floresta após uma chuva. O seu cheiro me lembrava casa, e fui atraído para aquela pessoa, ignorando tudo à minha volta.

No momento em que paro na sua cela, congelo com a cena que vejo. Alfa James tinha um chicote nas mãos, as costas da mulher à minha frente estavam dilaceradas, e pela quantidade de marcas, sabia que ela estava passando por aquilo há algum tempo. O ódio me toma de uma forma que não consigo me segurar. Avanço sobre James, jogando-o para o outro lado das celas.

— COMO VOCÊ OUSA TOCAR NA MINHA COMPANHEIRA! — o rugido que deixou o meu peito fazia as celas tremerem à minha volta. A única coisa que eu via era Alfa James à minha frente. Eu queria o seu sangue. Não, eu necessitava do seu sangue para vingar o que ele havia feito à mulher atrás de mim. E era isso que eu teria.