Capítulo 5

1387 Words
Letícia Fontenelle Quando chegamos, procurei o cartão de entrada em seu bolso e destranquei a porta. O conduzi até dentro do cômodo, onde, no instante seguinte, ele me surpreendeu. Em um movimento rápido e inesperado, suas mãos me agarraram, e antes que eu pudesse reagir, seus lábios estavam sobre os meus, exigentes e selvagens, carregados com o sabor da bebida e do desejo. Um gosto forte, mas inebriante. Naquele momento, todo o sofrimento, a espera, a angústia de nunca ter sido correspondida se desvaneceram. Era como se todos os meus anseios mais profundos se concretizasse diante de mim. Eu sempre desejei esse beijo, e agora, finalmente, ele estava acontecendo. Eu estava nos braços dele, imersa em uma experiência tão intensa que parecia irreal. O beijo era uma mistura de paixão e desespero, e a sensação de tê-lo tão próximo era arrebatadora. Tudo ao nosso redor desapareceu. Não havia mais nada, a não ser o calor dos seus braços, a intensidade dos seus lábios, a eletricidade no ar. Sem perceber, ele começou a despir-me, e logo me encontrei nua diante dele, enquanto ele permanecia apenas de cueca boxer. Com um gesto suave, me deitou na cama, e seus lábios continuaram a me beijar, agora com mais ternura, transbordando carinho. Eu já estava completamente rendida, perdida no desejo que me consumia. Ele não parou. Seus beijos desceram lentamente pelo meu corpo, tocando minha pele com uma suavidade que me fez suspirar. Quando seus lábios tocaram meu peito, fui tomada por uma onda de prazer, um êxtase que pulsava dentro de mim, quase impossível de controlar. Cada movimento dele, cada toque, me levava mais fundo naquele abismo de sensações. E então, quando seus lábios chegaram onde eu mais desejava, fui tomada por um turbilhão de emoções. O toque dele era tão intenso que não consegui controlar os gemidos de prazer que escaparam de meus lábios. Tudo parecia novo, tudo parecia possível naquele momento. Meu corpo respondia a ele de uma forma que nunca imaginei ser capaz. E, naquele instante, eu me rendi por completo, entregando-me ao desejo, ao prazer, ao momento que, por tanto tempo, apenas sonhei. Oh, meu Deus, como ele sabia exatamente o que fazer para me deixar sem fôlego! A sensação que percorreu meu corpo era inebriante. Eu nunca imaginei que algo pudesse ser tão intenso, tão arrebatador. A maneira como ele me tocava, com uma mistura de desejo e urgência, fazia meu coração disparar. Era como se o mundo ao nosso redor tivesse desaparecido, e eu estivesse completamente imersa naquele momento. Quando ele me beijou, eu me entreguei por completo, a excitação tomando conta de mim de maneira avassaladora. Cada movimento, cada toque, parecia me levar a um lugar de prazer que eu nunca soubera existir. Mas quando ele me penetrou, um arrepio percorreu minha espinha e uma dor inicial me envolveu. Eu sabia que ele não tinha ideia da minha inexperiência, e naquele momento, essa dor parecia algo distante diante da intensidade do que estávamos vivendo. Ele hesitou por um instante, como se tivesse percebido algo, mas logo se entregou à urgência do momento, e eu me vi perdida na mistura de prazer e confusão. Mas, de repente, o ritmo de nossa conexão se quebrou. Ele se afastou abruptamente, um vazio imenso tomando conta de mim. O olhar que ele me lançou foi frio, distante, e, pela primeira vez, senti um medo profundo de ser abandonada naquele espaço vazio entre nós. — Por que não me disse que era virgem? — Sua voz cortou o ar, carregada de frieza e desprezo. Suas palavras vieram como uma bofetada, e o que eu sentia por ele começou a se desvanecer, substituído por uma dor intensa e confusa. Cada sílaba era mais c***l que a anterior, e ele continuou, com um ódio que eu nunca imaginei ser capaz de ver nele. — Você me usou, não é? Sabia que eu estava vulnerável e aproveitou disso. Pensou que poderia me manipular, não é? Eu não sabia o que responder. As palavras dele me deixavam sem fôlego, e eu m*l conseguia entender o que estava acontecendo. Ele não parecia mais o homem por quem me apaixonei, mas alguém que eu m*l reconhecia. — Você não vai tirar nada de mim — ele continuou, agora com um riso sarcástico. — Eu não sou esse i****a. Nem por um segundo pense que isso vai me fazer te querer de novo. Eu o olhava em silêncio, tentando compreender o que estava acontecendo, enquanto as lágrimas rolavam pelo meu rosto. Cada palavra dele me feriu como se fosse uma lâmina afiada cortando meu coração, e, ao mesmo tempo, eu me sentia desamparada, como se estivesse perdida em um labirinto de emoções. Eu não era o que ele pensava. Não era uma mulher interesseira, não queria nada dele além do que realmente poderia ser entre nós. Mas naquele momento, ele parecia ser incapaz de ver isso. O homem que eu amava havia se transformado em alguém distante, c***l, e a dor dessa transformação era mais forte do que eu jamais imaginaria. Ele se levantou, ainda olhando para mim com desprezo. Eu sentia a necessidade de gritar, de pedir para ele parar, mas as palavras não saíam. O silêncio entre nós se fez pesado, e eu soube que algo irreparável havia acontecido. Eu não sabia o que mais dizer, apenas sentia um vazio imenso se alastrando dentro de mim, enquanto ele se afastava. Eu chorava como nunca, soluçando, sentindo cada palavra dele perfurar meu coração. Não consegui me defender, não havia forças dentro de mim para gritar ou responder. Apenas sentia o peso das suas acusações, o desespero crescente de que tudo o que eu imaginava ter construído entre nós havia se desmoronado. E ele não parava. Quanto mais eu chorava, mais ele falava, como se quisesse me destruir completamente. Cada palavra era uma lâmina que cortava mais fundo, e eu não sabia como lidar com aquilo. A dor física que eu sentia em meu peito era quase insuportável, mas ainda assim, eu não conseguia parar de chorar. Eu não aguentei mais. As palavras dele, tão cruéis, foram demais. Corri para fora do quarto, desesperada, com o coração partido, sentindo como se toda a minha confiança tivesse sido quebrada em pedaços irreparáveis. Talvez ele tivesse razão. Eu deveria ter sido mais honesta com ele desde o início, ter contado sobre minha inexperiência. Mas o que ele não entendia era que isso não era algo que eu quisesse carregar, não era uma parte de mim que eu sentia orgulho, mas sim algo que eu queria compartilhar com alguém que realmente me respeitasse, que visse além disso. Cheguei ao meu quarto e bati a porta com força. O som do impacto reverberou pela minha mente, refletindo toda a frustração, o desespero. Por que ele me fez isso? A noite que deveria ser o auge de algo especial se transformou no maior pesadelo da minha vida. O ódio que eu sentia naquele momento era como um fogo que queimava minha alma. As palavras dele me feriram de uma forma que eu nunca imaginaria ser possível. Ele me chamou de interesseira, disse que eu queria apenas o dinheiro dele. As palavras mais cruéis que alguém poderia ouvir. E eu, que sempre acreditei no que tinha entre nós, agora me via despedaçada, como se nunca tivesse existido qualquer verdade no que compartilhamos. Eu me senti suja, desrespeitada e, acima de tudo, enganada. Aquele homem, a quem eu havia dado minha confiança, agora era alguém irreconhecível, um monstro que usou minhas fraquezas para me ferir. "Não voltarei para aquela empresa. Nunca mais." Essas palavras ecoaram em minha mente com força. Eu não permitiria mais ser parte de um mundo onde ele tinha poder sobre mim. Onde ele poderia me magoar dessa maneira, novamente. Eu não precisava dele. Nunca precisei. Não era o meu salário ou seu dinheiro que eu buscava, mas sim algo verdadeiro, algo que agora parecia ter sido destruído. Guilherme Werkema, o homem que eu amava, aquele que eu acreditava ser tudo para mim, havia cruzado uma linha. E aquela linha não tinha volta. Eu sabia que a dor iria passar, mas ele, o homem que eu tanto admirei, pagaria pelo que fez. Não porque eu quisesse vingança, mas porque ninguém, ninguém tinha o direito de destruir outra pessoa assim.
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