KIMBERLY WILLIAMS
Droga! Estou atrasada para a reunião da escola, nunca me atraso, tenho que lembra de comprar um despertador melhor e que desperte bem mais alto pois esse aqui já deu o que tinha que dar. Apesar de ter acordado atrasada, eu estou muito animada, hoje a família Walker vai a escola e pediu uma reunião com todos os funcionários. Conheço essa família a muitos anos, principalmente os filhos do Leonard Walker que faleceu a um ano, Verona, a caçula e o Amadeu, o filho do meio, agora o mais velho eu nunca vi, pra falar a verdade eu nem se quer sei nada sobre ele, apenas o nome, Connor e que o mesmo tem uma filha que é um amor. Os Walkers e os Williams, minha família, se dão muito bem e são parceiros nesse meio desde que o avôs dos Walkers fundou essa escola com a ajuda do avô dos Williams, a família deles entrou com o capital necessário e a minha com a função de diretoria da escola, óbvio que o encarregado de cuidar da administração e nos demais assuntos da escola, é sempre alguém dos Walkers.
A escola pertence a família dele a gerações, bom apesar deles não precisarem disso já que eles são multi milionários, a família americana que mora em Miami, mais conhecida na atualidade por suas façanhas no meio da engenharia, a empresa deles é formada por por uma equipe de qualidade e comandada sempre por um primogenito da família, acredito que esse tal Connor assumiu tudo quando Leonard faleceu.
A escola é um "xodó" deles que a criaram no intuito de dar uma educação de qualidade para crianças de famílias carentes. A escola é tão boa, que até mesmo famílias ricas e influentes do estado estudam lá e o dinheiro que eles pagariam alguma mensalidade de alguma escola caríssima, fica como doação para ajudar com os custos, até mesmo a filha do tal Connor estuda lá;
Também amo dar aulas, sou formada em pedagogia e Literatura e adoro a minha profissão, eu nasci para ser professora e quando me formei a cinco anos e minha mãe que é a diretora me chamou para lecionar na Walker Learning Institution ou conhecida só como Walker's
O barulho do meu celular tocando me faz voltar a realidade, olho rapidamente no visor e vejo que se trata da minha mãe.
Ela vai me matar!
Corro para o banheiro, faço minha higiene matinal e logo depois procuro algo para vestir. Opto por um vestido branco não muito justo que vai até o joelho, coloco uma sapatilha preta com detalhes dourados nas laterais, seco meu cabelo bem rápido. Decido prende-los em um coque m*l feito, não tenho tempo de me piriquitá toda, também nem gosto disto. Já pronta, pego minha bolsa e corro para sair da minha casa, tenho nem tempo da tomar café, mas na escola eu como algo.
Vou para o ponto de ônibus que graças a Deus é em frente a minha casa, no momento em que já estou do lado de fora do meu portão, o ônibus surgi como um grande salvador de pessoas atrasadas. Dou bom dia ao motorista e rapidamente trato de ocupar um lugar no fundo, como sempre faço.
Não sei por que, mas prefiro ônibus, dizem que uma janela de um ônibus e um ótimo lugar para pensar na vida, e é exatamente isso que estou fazendo. Penso em tudo que ocorreu durante esses anos. Infelizmente, na minha vida sempre haverá um acontecimento que jamais vou esquecer, isso me marcou para sempre, e toda vez que lembro, me sinto fraca e triste.
Dez minutos depois, e já estou descendo do ônibus e assim que passo pelos portões da escola, avisto Ellen...espera, o que ela está fazendo aqui?
— Ellen, o que faz aqui? Você não tem as gêmeas e um marido para cuidar? — ela ri.
Ellen é uma brasileira n***a, alta, magra, de bons atributos físicos e belos olhos claros que se mudou a alguns anos para Miami para estudar e agora é colunista em uma das maiores revistas dos Estados Unidos, é casada à três anos com o meu irmão mais velho, Gideon.
— Ahaha, muito engraçado, minhas filhas estão com a minha mãe e seu irmão eu cuido a noite.— faço uma careta.
— Agh! Me poupe dos detalhes.— a safada ri novamente.
— Tudo bem, não direi mais nada sobre.— balanço a cabeça em concordancia.
— Mas me diz, o que faz aqui?
— Uê, estou trabalhando.
— Ah jura? Largou a revista e resolveu vir trabalhar na escola?— questiono com ironia.
— Não sua boba.
— Então?— insisto.
— Estou aqui para cobrir a apresentação do novo responsável pela Walker Learning Institution. O filho mais velho de Leonard vai assumir toda a responsabilidade de cuidar da escola e de todos os alunos e funcionários.
Por essa eu não esperava, como eu não sabia disso? Odeio ser a última a saber das coisas.
— Eu não sabia que ele seria o novo responsável pela escola, o cara é como se fosse um fantasma, não deve saber nada sobre como administrar uma escola.—murmuro.
— Bom, Connor Walker assumiu o comando a empresa da família e eu não sei se sabe. é como tradição todos os primogenitos da família assumir não só como CEO, mas também administra tudo que tem a ver com a família.— fico surpresa.
—Não sabia disso, Verona ou Amadeu me pareciam os melhores para essa função já que conhecem a escola como ninguém.—comento
— É, mas acho que querem continuar com a tradição criada pelo avô deles, acho isso bobagem, mas entendo ao mesmo tempo.
— Se não me engano, esse é o pai de Sara. Sinceramente eu nem sei quem é ele, só conheço os outros dois filhos do Leonard, desse daí, eu nunca ouvir falar nada além dele ser o mais velho e pai solteiro de Sara.
— Sério? Ele sempre esta nas revistas e jornais, até mesmo em programas de fofocas, como é possível você não saber quem é ele?
— Por que tenho coisa melhor pra fazer do que ficar vendo fofoca da vida alheia das pessoas.
— Nossa, obrigado pela parte que me toca.— se finge de ofendida.
— Desculpa Ellen, mas vamos entrar, se não minha mãe me mata.
Adentramos na escola e fomos para o auditório, chegando la, vejo todos os meus colegas de trabalho e minha mãe, que assim que me vê, vem falar comigo.
É agora que vou ter um encontro com Deus, eu acho.
— Filha! Você esta atrasada, o que houve?— questiona ela toda histérica. Dona Emy sabe que não sou de me atrasar a nenhum compromisso, raramente isso acontece. Normalmente quando acontece, ela sempre diz " algo de errado não está certo ", acho engraçado essas frases que ela tira Deus sabe de onde.
— Mãe, fique calma, não aconteceu nada, só acordei atrasada. Passei a noite corrigindo as provas das crianças.— Tento disfarçar, mas se ela soubesse o que eu realmente estava fazendo ontem a noite, ela iria surtar
— Esta bem, desta vez, está desculpada.— respiro aliviada. —Agora me da licença, vou ver algumas coisas para começar a reunião.— ela se vira para sair, mas antes que ela saia eu pergunto.
— Mãe, por quê não me falou que hoje conheceremos um novo responsável da escola?
— Kim, desculpe, é que estava tão atarefada com as coisas dessa reunião que nem me lembrei de te contar.— ela faz uma cara de quem realmente sente muito.
— Ok, mãe.— me da um beijo e sai.
Observo tudo de longe e pelo horário, vejo que a reunião está atrasada, vejo do outro lado vejo a esposa do falecido Sr. Leonard conversar com a minha mãe e alguns professores, penso em ir até lá, mas meu estômago me paralisa, avisando que preciso ser abastecida.
— Ellen, eu vou ver se acho algo para comer, sai de casa sem tomar café, daqui a cinco minutos estou de volta.
— Não demora, sei que está tudo atrasado, mas sua mãe pode dar um surto e querer te matar por ter sumido.— mostro o dedo do meio pra ela e me viro para sair.
Vou andando em direção a cozinha da escola, e quando chego no corredor, me assusto ao escutar um barulho, paro e olho para trás e quando volto a caminhar, acabo esbarrando em alguém.
— Ou, não olha por onde anda não i****a?— o moço diz aparentemente aborrecido.
— Nossa, educação mandou avisar que existe, babaca!— retruco.
— Eita! Esquentadinha, está cega ou o que para não ter me visto?— como esse i*****l ousa falar comigo assim? Ah mas isso não vai ficar assim mesmo.
— Escuta aqui, quem você pensa que é pra falar assim comigo seu i*****l?— vejo seu rosto se avermelhar de raiva. Por mim ele pode fica, verde, roxo o que for, mas falar comigo assim ninguém fala, nem esse homem lindo desconhecido.
Ele me segura pelo braço e sinto uma corrente elétrica passar por todo o meu corpo, e uma sensação muito estranha. É como se isto já tivesse acontecido.
Estranho.
— O garota, você esta louca? Eu que devida perguntar, quem é você. Literalmente você não me conhece.— diz ele bem próximo do meu rosto, o seu tom de voz é frio mas já seus olhos não, eles brilham destacando ainda mais seus olhos claros.
— Que bom que não te conheço, e muito menos quero conhecer, seu grosso, i****a e imbecil.— me aproximo mais dele.
— Do que você me chamou?
— Grosso, i****a, i*****l, quer que eu escreva ou desenhe para você?—debocho.
— Escuta aqui sua...
— Papai?— me viro e vejo Sara vindo em nossa direção.
— Minha princesa.— Ah? Ele é o...não acredito.
— Vejo que já conheceu a Kimberly, minha professora e amiga.—murmura ela me abraçando, fico completamente sem jeito.
— Já sim, tive o desprazer de conhece-la.— Ignoro o que ele diz e pergunto.
— Você é Connor Walker?
— Sim.— ele me olha com um ar de deboche e rindo da minha cara de surpresa.
Filho da mãe!
Ah, que ótimo, o cara mau chega e já tem o sua primeira funcionária para demitir. Desgraçado!