Lívia
Dediquei a minha juventude aos estudos, me esforcei dia e noite para se torna uma policial. Mesmo jovem, não tive vida, não saia para lugar nenhum, não vivia em festas e muitas das minhas amigas falavam que eu estava louca.
Na verdade, vim de uma família humilde, minha mãe me criou sozinha e eu sempre me esforcei para ser a melhor filha desse mundo. Desde muito nova me destacava, pois, não gostava de bonequinhas e brincar de casinha. Ainda muito nova me matriculei para fazer luta livre e sempre fui uma das melhores nisso!
Nunca tive medo de homem e sempre fui bem resolvida em todos os meus relacionamentos, não deu certo, vamos para frente. Para ser sincera, meu dedo é podre, meu último namorado foi o Miguel e ele me traiu com uma das mulheres da corporação. E eu apenas o mandei sair para sempre da minha vida.
Estou em uma vibe positiva, na qual vivo minha vida e cuido de mim mesma. Sei que as pessoas na corporação me odeiam, pois sou justa. A pouco tempo descobrir um desvio muito grande que está sendo feito pelo Miguel e a Anneli, sua amante.
Hoje, após a operação que faremos no morro do Alemão, eu irei entregar todos esses materiais para a corregedoria e estava muito tensa pelo que iria acontecer.
— Todos estão preparados para operação que faremos hoje? Quero que saibam que o morro do Alemão é o território deles. Cheio de beco, vielas e lugares altos. É uma operação muito complicada e o nosso principal alvo é o chefe do comando: “Carioca.” — Diz a Tenente Marcela.
— Essa missão é complicada, mas não é impossível, vamos todos juntos e alcançaremos o nosso alvo. — Miguel diz sorrindo.
— Se protejam. Todos por um e um por todos. — Afirma a Tenente e seguimos para a operação. Dois carros brindados. Estávamos fortemente armados e todos com coletes a prova de bala, nosso alvo era o tal do Carioca, a tenente nos mandou a foto pelo celular, um homem lindo, com tatuagens espalhadas por todo o corpo. Olhos m*l-encarados, alto, na verdade, ele faz o meu tipo, pena que é bandido e digamos que é proibido o envolvimento.
Assim que subimos com o Caveirão até próximo a praça, começou a trocar de tiros e pessoas corriam de um lado para o outro. Eu precisava assumir minha posição. Fui seguindo junto aos meus colegas e trocávamos tiros com muitos bandidos. Obvio que éramos mais habilidosos e conseguimos matar muitos deles, mas confesso que os armamentos deles eram superiores ao nosso. E nossas habilidades eram superiores a eles.
Estava um caos, não percebi quando me afastei dos colegas, mas seguir mesmo estando sozinha. Fui atirando e sentir quando fui atingida por um tiro. Estava usando colete e mesmo assim sentir o impacto. Olhei para a frente e percebi que era alguém da corporação. Me desviei e com dificuldade fui jogada na cova dos leões, não tinha como sair viva daqui.
Corri e usei minhas habilidades para me manter viva naquele lugar, mas havia um grande fogo cruzado e quando eu menos esperei fui acertada novamente. Perdi o controle das minhas pernas e tudo o que vir na minha frente foi ele, o Carioca, ele estava armado e me olhava friamente. Esse seria o meu fim? Não sei, mas morreria como uma heroína. Estendi a mão e mesmo com dificuldade, conseguir disparar um tiro, após isso, cair de olhos fechados e tudo o que vir foi a escuridão.
Carioca
Mas um dia na melhor favela do mundo, na vida que escolhi. Sou o rei do Rio. O chefe do Comando e adoro essa vida. Muitas putas, nenhuma delas é fixa. Nunca vou assumir uma mulher e a única coisa que priorizo é a minha irmãzinha de 6 anos.
Luiza é meu bem maior, por ela dou tudo. Infelizmente, nossos pais morreram a 5 anos atrás e a responsabilidade de cuidar dela ficou para mim. Lalai é uma das minhas amantes fixas e ela me ajuda a cuidar da minha irmãzinha.
Respiro fundo ao observar o movimento no meu morro, mas, em questão de segundos o radio tocou. Os fogos no céu informando ao invasão e eu não perdi tempo.
— Quem está invadido, p***a? — Questiono pelo rádio.
— Chefe, são os polícia, eles tão crescendo grandão para cima da gente! — Avisa o Menor.
— p***a, mete bala nesses filhos da p**a, sem medo de ser feliz, carai! — Rosno.
— Sim, já mandei todos proteger a casa do senhor, não se preocupa. — Avisa.
— Cresça grandão para cima deles, meta bala sem dor, sem piedade de p***a nenhuma. — Falo bravo.
— Sim, senhor! — Fala e em seguida me posiciono na laje central que dar para uma das vielas mais complicadas da favela. Foi de lá que vir uma policial, ela corria e estava sozinha, os seus cabelos eram longos e estavam preço em um r**o de cavalo. Percebi que ela tinha um corpo escultural mesmo usando aquelas roupas pretas e a forma como segurava a arma mexeu com a p***a da mente do ladrão.
Chamou a minha atenção quando alguém a acertou com o tiro, mas não era tiro dos meus homens e sim de outro policial. Como sou homem vivido e criado. Logo peguei a maldade para cima dela, era a p***a de uma armadilha, eles queriam usar o Alemão como palco para matar ela.
Vir o medo nos seus olhos e ainda do auto peguei meu radio e ordenei para meus homens.
— Parem de atirar, não quero que acertem ela. Isso é uma ordem!
— Qual é, Carioca? — Duda meu sub questionou.
— Tem alguma p***a errada, eles trouxeram ela para a toca do leão para que ela morresse no confronto. Não acho justo que isso aconteça. — Aviso.
— Mas, nós somos bandidos e ela uma policial. Você sabe que temos que matar e que se f**a a armação. Policial bom é policial morto. — Rosna.
—Se atirar, você morre junto com ela, entendeu? — Pergunto. — Eu ainda sou o chefe e minha ordem é clara. —Afirmo e em seguida desço para encontrar ela, mas, assim que cheguei naquele lugar, parecia ser tarde demais, ela estava baleada e vir o medo nos seus olhos. A mulher levantou sua arma e mirou na minha direção, vir uma lagrima escorrer dos seus olhos, ela atirou, mas estava fraca demais para acertar o alvo. Me aproximei do seu corpo e percebi que se tratava de uma mulher muito bonita, bem mais do que vir de longe. Toquei seu pulso e percebi que ela ainda estava viva.
— Pelo amor de Deus, deixa o corpo dessa mulher ai, não crie problemas para a gente! — Pede Duda ao se aproximar de mim.
— Ela está viva, vamos levar para o hospital clandestino. — Falo carregando.
— Vale a pena salvar a vida de uma policial? Qual é a tua, Carioca? — Questiona.
— Não se mete, vou descobrir essa p***a! — Rosno e pego-a nos meus braços.