CAPITULO 40

1080 Words
SAMUEL'S POV Lily abriu os olhos devagar, sua expressão sonolenta transformando-se em surpresa quando me viu ali, segurando algumas roupas em minhas mãos. "Você está bem?" perguntei, preocupado, enquanto me aproximava da cama. Ela franziu a testa por um momento, como se estivesse tentando se situar. "Sinto algo na minha barriga," ela confessou, sua voz um sussurro frágil. "Provavelmente são apenas náuseas," sugeri, tentando acalmá-la. "Você bebeu um pouco demais." Mas Lily negou com a cabeça, seu olhar fixo em mim. "Não, não são náuseas. É mais como... borboletas no estômago," ela murmurou, sua voz carregada de emoção. Franzi o cenho, tentando entender o que ela queria dizer. "Náuseas podem causar esse tipo de sensação," tentei explicar, preocupado com seu estado. Mas antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, Lily segurou minha camiseta com firmeza, seus olhos encontrando os meus com uma intensidade surpreendente. "Por favor, pare de falar," ela pediu, sua voz soando desesperada. "Estou tentando... me declarar para você." Eu sabia que ela estava bêbada, mas suas palavras ainda atingiram algo dentro de mim. "Lily, você precisa descansar," insisti, tentando desviar a conversa. Ela apertou ainda mais a gola da minha camiseta, seus olhos fixos nos meus. "Eu te amo," declarou, sua voz embargada. Eu engoli em seco, sentindo um aperto no peito. "Está bem," murmurei, tentando lidar com a intensidade do momento. "Mas agora, vamos te trocar." "Não, é sério," ela insistiu, sua expressão séria apesar da situação. "Tudo bem," murmurei finalmente, sabendo que não era o momento de discutir. "É verdade, Samuel Brown. Eu amo você," ela repetiu, seus olhos brilhando com emoção genuína. Suspirei, sabendo que ela provavelmente não se lembraria disso amanhã. "Eu também te amo," admiti, deixando escapar o que estava entalado em minha garganta há tanto tempo. Um sorriso iluminou o rosto dela, mas logo foi substituído por uma expressão de desconforto. Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, ela vomitou na minha camiseta. "Era náusea afinal," ela brincou, rindo enquanto eu olhava para a bagunça em choque. Balancei a cabeça, rindo apesar da situação. "Vou te ajudar a tomar um banho," decidi, decidido a resolver a situação da melhor maneira possível. Lily riu, uma risada suave e descompromissada que aqueceu meu coração. Ela parecia mais relaxada agora, apesar da bagunça que havia acabado de acontecer. "Você está bem?" perguntei, preocupado, enquanto ajudava Lily a se levantar da cama. Ela assentiu, apoiando-se em mim enquanto seguimos em direção ao banheiro. "Estou melhor agora. Desculpe por isso," murmurou, sua voz um pouco abafada pela vergonha. "Não se preocupe com isso. Acontece," tranquilizei-a, tentando dissipar qualquer sentimento de constrangimento que ela pudesse estar experimentando. Chegamos ao banheiro e ajudei Lily a se despir, garantindo que ela estivesse confortável antes de ligar o chuveiro. Enquanto a água caía, eu a ajudei a entrar sob a corrente, cuidando para que ela não escorregasse. Lily fechou os olhos, deixando a água quente acalmar seus sentidos. "Obrigada por cuidar de mim, Samuel," disse, sua voz suave e sincera. Deixei um sorriso suave brincar em meus lábios. "Sempre vou cuidar de você, Lily. Você sabe disso," respondi, minha voz cheia de convicção. Enquanto ela tomava banho, fiquei do lado de fora, esperando para ajudá-la quando terminasse. Observei a água escorrendo pelo ralo, perdido em meus próprios pensamentos. Talvez houvesse mais entre nós do que eu queria admitir. Talvez as palavras de Lily não fossem apenas os delírios de uma mente embriagada, mas sim o eco de sentimentos verdadeiros que ela havia guardado por muito tempo. Quando Lily saiu do chuveiro, envolvi-a em uma toalha macia e a ajudei a se secar. Ela parecia mais calma agora, seus olhos refletindo uma serenidade que eu não tinha visto nela antes. "Vamos te colocar em uma roupa limpa e depois você vai descansar," sugeri, guiando-a para o quarto da minha mãe. Lily assentiu, permitindo que eu a vestisse com uma camiseta limpa. Quando ela se acomodou na cama, coberta por um edredom macio, sentei-me ao seu lado, observando-a com carinho. "Você precisa dormir um pouco," murmurei, tocando suavemente o rosto dela. Lily sorriu sonolenta, seus olhos se fechando lentamente. "Eu te amo, Samuel Brown," sussurrou, antes de sucumbir ao sono. Meu coração se aqueceu com suas palavras, e eu sabia, além de qualquer dúvida, que meus sentimentos por ela eram verdadeiros. Com um suspiro de contentamento, permaneci ao lado de Lily, prometendo a mim mesmo que sempre estaria lá para ela, não importa o que acontecesse. *** AGORA Lavei meu cabelo e meu rosto, deixando a água purificadora me revigorar, mas as lembranças persistentes continuavam a me assombrar. Por que diabos eu não consegui impedir que ela ficasse com Aidan? Por que não a segurei mais forte, insisti para que ela ficasse comigo? Uma onda de frustração e raiva me atingiu, e desferi um soco na parede do chuveiro, ignorando a dor pulsante em meus dedos. d***a, eu tinha que me acalmar. Não adiantava ficar remoendo o passado. O que estava feito, estava feito. Desliguei o chuveiro e saí do banheiro, envolvendo-me em uma toalha enquanto tentava encontrar algum tipo de paz de espírito. Mas a verdade era que minha mente ainda estava uma bagunça, e eu não tinha ideia de como consertar as coisas com Lily. Me joguei na cama, sentindo-me exausto e sobrecarregado. Tantas emoções conflitantes lutavam dentro de mim: culpa, raiva, tristeza, confusão. Como eu poderia enfrentar Lily depois de tudo o que aconteceu? Como poderíamos voltar ao que éramos antes, se é que poderíamos? Respirei fundo, tentando acalmar minha mente tumultuada. Eu precisava me acalmar, pensar com clareza, encontrar uma maneira de resolver essa bagunça. Mas por enquanto, tudo o que eu podia fazer era me afundar no travesseiro e tentar adormecer, mesmo sabendo que os fantasmas da noite anterior continuariam a me assombrar. Meu coração acelerou quando Verônica Jones entrou no quarto, seguida de perto por Lily. A toalha em volta da minha cintura subitamente pareceu insuficiente para me proteger daquele momento inesperado. Encarei Verônica, tentando entender o que estava acontecendo. "O que você está fazendo aqui?" perguntei, tentando manter a calma diante da situação desconfortável. Verônica me encarou com seriedade, seus olhos fixos em mim. "Gostaria de falar com você a sós," respondeu, sua voz firme e decidida. Antes que eu pudesse responder, ela se virou e fechou a porta na cara de Lily. Senti um aperto no peito ao ver a expressão confusa no rosto de Lily enquanto a porta se fechava entre nós.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD