CAPITULO 45

1356 Words
SAMANTHA'S POV Enquanto Doug começava a se vestir, eu me perdi em pensamentos. A verdade é que, desde que me casei com Doug, a Lily sempre tomava meus pensamentos. Tentei me aproximar antes do casamento, mas senti uma barreira. Talvez fosse a culpa por não ter sido mais presente antes, ou talvez fosse simplesmente a resistência natural de Lily a uma madrasta que apareceu do nada em sua vida. Doug estava agora completamente vestido e me observava com um olhar de quem sabia exatamente o que eu estava pensando. "Samantha, eu sei que você quer fazer a coisa certa, mas às vezes a melhor coisa a fazer é deixar as coisas acontecerem no seu tempo." Eu me levantei da cama e me aproximei dele, segurando suas mãos. "Doug, só quero que saibas que estou disposta a tentar. Quero ser uma boa influência para Lily, quero que ela me veja como alguém em quem pode confiar." Ele sorriu, aquele sorriso que sempre me conquistou. "Eu sei que sim, Sam. E aprecio isso mais do que você imagina." Beijei-o suavemente, tentando deixar de lado as preocupações por um momento. "Vamos fazer dessa nossa última grande aventura antes de voltar à realidade?" Doug riu, concordando. "Sim, vamos ao Grand Canyon e aproveitar ao máximo esses últimos dias." Com isso, nos vestimos e preparamos para sair. Enquanto nos dirigíamos ao carro, não pude evitar pensar em todas as mudanças que nos esperavam quando voltássemos a Chicago. Tantas coisas estavam em jogo – a minha relação com Lily, a relação de Doug com Samuel, e até mesmo meu próprio papel nesta nova dinâmica familiar. No caminho para o Grand Canyon, tentei me focar nas maravilhas que nos aguardavam, mas a sombra das preocupações permanecia. Eu queria acreditar que, de alguma forma, tudo se resolveria. Que eu encontraria um jeito de me aproximar de Lily, que Samuel aceitaria Doug, e que Doug e eu conseguiríamos superar qualquer obstáculo que surgisse. Chegamos ao Grand Canyon e a vista era de tirar o fôlego. A imensidão do lugar fazia nossos problemas parecerem pequenos, quase insignificantes. Caminhamos lado a lado, apreciando a beleza natural, e por um momento, todas as preocupações pareceram desaparecer. Doug parou e me puxou para um abraço, sussurrando em meu ouvido: "Vamos encontrar um jeito, Sam. Sempre encontramos." Eu sorri, sentindo uma onda de esperança. "Sim, vamos." Enquanto olhávamos para o vasto desfiladeiro, senti uma renovada sensação de determinação. Havia desafios à frente, mas também havia amor e compromisso. E com isso, eu sabia que podíamos enfrentar qualquer coisa juntos. Voltamos para o hotel mais tarde, exaustos mas felizes, prontos para aproveitar o que restava da nossa lua de mel. O futuro ainda era incerto, mas naquele momento, tudo parecia possível. E isso, para mim, era mais do que suficiente. *** Enquanto as luzes do show de mágica pulsavam ao ritmo das batidas vibrantes da música, eu me aconchegava ao lado de Doug, aproveitando nossos últimos momentos de lua de mel em Las Vegas. O teatro estava lotado, as luzes dançavam sobre o palco e o ilusionista fazia seu truque final, arrancando suspiros e aplausos da plateia. Doug apertou minha mão e me deu um sorriso caloroso, mas minha mente estava em outro lugar. Eu não conseguia parar de pensar em Samuel e Lily. Como eles estariam se dando? Será que minha decisão de deixar tudo por conta deles foi a melhor? Doug parecia perceber minha inquietação. Durante um dos intervalos, ele se inclinou para mim e perguntou suavemente: "Você acha que Samuel e Lily estão se dando bem?" Suspirei, olhando para o palco, mas minha mente estava em Chicago. "Samuel tem um jeito difícil, você sabe disso. Ele é teimoso e um pouco cabeça-dura, mas quando se trata da banda, ele faz qualquer coisa. Se eu der algo para ele se focar, ele geralmente faz o que eu peço." Doug sorriu, um sorriso tranquilizador. "Lily é um doce de menina. Ela sempre tenta se dar bem com as pessoas, especialmente com Samuel. E se algo tivesse dado errado, ela teria ligado. Você sabe como ela é." Eu sabia que ele estava certo. Lily sempre foi responsável e atenciosa. Mas ainda assim, a preocupação não me deixava. "Espero que eles estejam bem. É uma situação nova para todos nós." Doug colocou a mão sobre a minha, apertando levemente. "Eles vão ficar bem, Sam. Samuel é mais forte do que você pensa, e Lily tem um coração enorme. Eles vão encontrar uma maneira de se entender." Eu queria acreditar nisso, mas a transição tinha sido difícil para todos nós. Desde que Doug e eu decidimos nos casar e juntar nossas famílias, foi tudo muito rápido, não deu tempo de preparar Samuel e Lily. O show continuou, mas eu m*l conseguia me concentrar. As luzes piscavam, e o ilusionista fazia coisas impossíveis parecerem fáceis. Tudo ao nosso redor era um espetáculo, mas minha mente estava em Chicago, com meus filhos. Estava ansiosa para voltar e ver como as coisas estavam entre Samuel e Lily. Quando o espetáculo terminou, saímos do teatro e caminhamos pela Strip, a famosa avenida de Las Vegas. As luzes neon brilhavam intensamente, refletindo a energia vibrante da cidade. Doug colocou o braço ao redor dos meus ombros, e eu me inclinei contra ele, aproveitando a proximidade. "Essa viagem foi exatamente o que precisávamos," disse ele, sorrindo. "Mas estou pronto para voltar e enfrentar a realidade." Assenti, compartilhando do mesmo sentimento. "Sim, foi maravilhoso. Mas também estou ansiosa para ver como Samuel e Lily estão. Quero tentar me aproximar mais dela." Doug parou de andar e me encarou, sua expressão ficando mais séria. "Sam, não quero que você crie expectativas muito altas. Lily é complicada quando se trata de novos relacionamentos, especialmente com mulheres que não são sua mãe." "Eu sei, Doug. Mas quero pelo menos tentar. Ela merece saber que estou aqui por ela, que pode contar comigo." Ele suspirou, acariciando meu rosto. "Entendo. E eu aprecio o esforço. Mas, por favor, não se machuque no processo." Voltei a sorrir, tentando afastar as preocupações. "Não vou, prometo." De volta ao nosso hotel, subimos para o quarto e me sentei na varanda, observando as luzes da cidade abaixo. Las Vegas parecia mágica, mas eu sabia que, ao voltar para Chicago, enfrentaria a realidade. "Acho que deveríamos ligar para eles, só para ter certeza de que está tudo bem," sugeri. Doug riu, sacudindo a cabeça. "Você é uma mãe preocupada, sabia? Mas tudo bem, vamos ligar." Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Samuel, perguntando como estavam as coisas. Não demorou muito para que ele respondesse. "Está tudo bem, mãe. Não se preocupe." Eu queria acreditar nele, mas algo me dizia que as coisas não eram tão simples assim. Doug se juntou a mim na varanda, trazendo duas taças de champanhe. "Para o futuro," disse ele, erguendo a taça. "Para o futuro," repeti, brindando com ele. Naquela noite, enquanto estávamos naquela varanda, eu refletia sobre como nossa vida tinha mudado. Doug e eu estávamos começando um novo capítulo juntos, e embora houvesse desafios, havia também muita esperança. Depois do champanhe, deitamos na cama, e Doug me puxou para mais perto dele. "Estamos fazendo a coisa certa, Sam. As crianças vão se adaptar. E nós também." Eu sabia que ele estava certo. Embora a vida fosse cheia de incertezas, estávamos juntos nessa. E com amor e paciência, poderíamos enfrentar qualquer coisa. "Eu sei. Só quero que eles saibam que estamos aqui por eles." Doug assentiu. "Eles sabem. E com o tempo, isso vai ficar ainda mais claro." Na manhã seguinte, fizemos as malas e nos preparamos para voltar. Durante o voo, pensei sobre nossa nova vida juntos, tentando imaginar como seria a dinâmica familiar. Quando aterrissamos em Chicago, o clima estava frio e nublado, um contraste marcante com o calor e o brilho de Las Vegas. No caminho de volta para casa, Doug e eu conversamos sobre como lidar com Samuel e Lily. Ele sugeriu que tomássemos um passo de cada vez, sem pressionar muito os dois. "Deixe as coisas fluírem naturalmente, Sam. Eles vão se adaptar, mas precisamos ser pacientes."
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